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História Bring Me Back - 01. Colapso Mental;


Escrita por: dabiebz e bluepcy

Notas do Autor


Olá pessoal!

➯ Primeiro: a Bia e eu gostaríamos de agradecer ao número de favoritos, e aos comentários extremamente positivos e motivacionais que recebemos. É muito bom saber que nosso enredo foi tão bem aceito! Então, obrigado a todos 💘;

➯ Esse capítulo irá mostrar grande parte da vida da Madeleine, e alguns flashbacks importantes para o desenvolvimento da estória, então fiquem atentos aos detalhes;

➯Perdoem os erros, ok? Fiz uma revisão básica, mas muitos erros passam despercebidos. Para não atrasar tanto a postagem, resolvi mandar para a betagem depois.

Enfim, é isso.

BOA LEITURA :)

Capítulo 2 - 01. Colapso Mental;


Fanfic / Fanfiction Bring Me Back - 01. Colapso Mental;


Portland, Oregon, EUA.
Point of view; Madeleine.


Os últimos raios de sol atravessam as cortinas quase transparentes do meu quarto, enquanto observo a noite tomar conta do céu, sem pôr a devida atenção verdadeira 一 a qual aquela paisagem admirável merece. Nem mesmo a brisa fraca faz-me notar a beleza que tenho a minha frente.

Desde que cheguei aqui, não consigo pensar em outra coisa a não ser naquele maldito dia. Lembro do desespero que senti ao perguntar a mim mesma como seria minha vida dali em diante. Ele fora meu grande amor, desde criança estávamos prometidos um ao outro, e foi assim que ficamos noivos. O anel brilhante permanece intacto na gaveta da minha penteadeira, mas não deveria estar lá.

Aquele anel deveria estar em meu dedo anelar.

A guerra entre a Rússia e a Coreia estava no auge. Os Estados Unidos se envolveu nisso devido a aliança inquebrável com a Rússia, sendo assim, convocou os homens de todos os cantos para combater e acabar com aquela onda de desastres. Porém, o final não foi muito positivo.

Pelo menos não para mim.

Justin 一 meu ex-noivo 一 foi um dos primeiros a receber a carta de convocação do exército. Mesmo sem aceitar de primeira, tive que permitir sua partida. As incontáveis noites que perdi acordada rezando para que ele voltasse sã e salvo, pelo visto não foram ouvidas por qualquer ser superior que fosse.

O tempo começou a deslizar sobre meus dedos, e o homem que me escrevia uma carta por semana foi deixando de aparecer. Nas cinco últimas cartas que recebi, o cheiro de nicotina exalava assim que abria o envelope amarelado e repleto de selos e carimbos. Embora me incomodasse o tanto que Justin fumava, passei a sentir falta até das cinzas que deixava para trás por onde passava.

Ele expressava o quanto estava com saudades, e o quanto odiava passar por tanta violência todos os dias naquele lugar. Afinal, Justin sempre quis ajudar as pessoas ao redor, e não achava correto a maneira que um homem que mata outro homem era condenado a anos de prisão, enquanto eles recebiam medalhas por matarem milhares de outros homens da sua mesma espécie.

Embora fossem raras as vezes que respondia, resolvi contar a ele a descoberta insana que tive meses antes do fim da guerra. Quando vi aquela segunda risca vermelha aparecer, sabia que havia me tornado a mulher mais feliz do mundo. Peguei o primeiro papel em branco que encontrei e, mesmo com a minha caligrafia trêmula por conta do desespero, escrevi as mais lindas palavras, anunciando que estava grávida do homem que tanto amava.

E foi aí que meu pesadelo começou.

Naquela mesma semana, Justin não retornou a carta. Minhas esperanças foram enfraquecidas, mas voltaram a se reacender quando foi anunciado o fim da guerra. Fazia mais de sete meses que não tinha notícias dele, e esperei com ansiedade por sua volta.

A cidade foi fechada para receber os soldados heróicos, e considerados os milagres de Portland por terem sobrevivido à chacina. Todos saíam de suas casas para receber seus maridos, filhos e netos de volta para seus lares. Comigo não foi diferente.

Com a barriga um tanto saliente transparecendo pelo vestido florido, fui até lá para receber Justin de volta para meus braços. Os aplausos da multidão e a música expelida pelos instrumentos da banda ali presente invadiam meus ouvidos. Quando os primeiros apareceram, seus familiares correram para abraçá-los e distribuir beijos e agradecimentos pelas suas preces concedidas.

Outros bandos de soldados foram saindo, mas nada do meu noivo aparecer. Estranhei aquilo, até sentir mãos quentes tamparem meus olhos.

一 Adivinha, quem é? 一 Escutei sua voz se sobressair da barulheira que acontecia ao nosso redor, e sorri.

一 Eu sei que é você, Shawn. 一 Ele retira suas mãos das minhas vistas, e me vira para si, dando-me um abraço.

Suas vestimentas camufladas combinavam com o chapéu que foi derrubado imediatamente de sua cabeça assim que lhe dei um abraço apertado. Shawn e eu éramos amigos inseparáveis desde a infância. Ele havia se mudado para a Inglaterra, e quando voltou, coincidentemente acabou caindo na minha classe de Química do colégio, tornando-se meu melhor amigo.

Voltei meu olhar para a multidão, mas nada daqueles cabelos louros inconfundíveis aparecer. Comecei a ficar mais tensa que o normal quando percebi que a multidão ia diminuindo, e que não haviam mais soldados para aparecer.

一 Não fique triste. Ainda tem outros batalhões para chegar. 一 Disse Shawn, me abraçando de lado.

一 Amanhã mesmo vou procurar por ele.

E eu fui atrás dele, diversas vezes. Fui até seu regimento, mas não haviam notícias sobre ele. Nem sequer uma carta, ou um bilhete para dizer que estava vivo. Todos me aconselhavam para esperar mais um pouco, mas o tempo foi passando, e nada aparecia. Todos os batalhões retornaram, mas nada de Justin aparecer.

Depois de muitas buscas, ele foi dado como desaparecido. Mantive a esperança de que ele voltaria a bater em minha porta, trajado em seu inseparável terno, mas depois, aquilo foi sumindo aos poucos.

Hoje, depois de cinco anos, percebo que Justin não irá voltar nunca mais. No ano passado, estava devastada, como em todos os anos anteriores sem ele, mas decidi reagir a vida e notar as pessoas ao meu redor. E lá estava Shawn, ao meu lado, sempre me apoiando e me fazendo sorrir, mesmo que fosse por míseros segundos. E foi então que nosso envolvimento aconteceu, e, ontem, mesmo naquele dia chuvoso, ele me pediu em casamento.

Esperando que a chuva abrandasse, Shawn e eu ficamos ali, debaixo da tenda para nos proteger da tempestade.

一 Vamos embora logo. 一 Falei, impaciente, mas ele apenas tirou sua jaqueta de couro e cobriu meus braços para me proteger da ventania que fazia, visto que meu queixo batia freneticamente, e meus lábios já estavam arroxeados. 一 Não podemos ficar esperando isso passar.

一 Tenho uma sugestão melhor. 一 Sem ao menos avisar, me puxou para fora da tenda verde que nos protegia, e me girou pela calçada, permitindo que as gotas gélidas batessem na minha pele quente.

A alegria preenche meu peito, e eu sorrio para ele, levantando uma parte do meu vestido e abaixando, como se estivesse convidando-o para uma dança. Shawn entende, e me puxa para si. Antes que pudesse me agarrar por completo, pisei em uma poça grande próxima a nós dois, e o deixei mais molhado ainda.

Seu sorriso largo se estendeu por seu rosto lindo, e seus cabelos castanhos e molhados escorreram por sua testa. Tentei sair correndo, mas ele me agarrou, e eu me virei. Com seus dedos grandes, afastou alguns fios loiros que me impediam de manter o contato fixo com ele.

一 Você é linda, Maddie. 一 Falou. 一 E está viva. Não deixe-se morrer junto com o seu passado. Case comigo. Vamos construir um futuro juntos, eu você e o Miguel.

E foi assim que esse novo anel veio parar no meu dedo. Com o dedão, movimento a jóia um pouco larga em meu dedo magro, e abro um sorriso pensando na sorte de tê-lo por perto durante todos esses anos. Duas batidas seguidas chamam minha atenção, mas quando o rapaz alto, de ombros largos e cabelos castanhos entra, vejo que não há necessidade de levantar dali.

一 Precisamos de você no restaurante. 一 Diz, se aproximando com um sorriso no rosto, que só desaparece quando despeja um beijo em uma das minhas bochechas. 一 É impressão minha, ou a minha noiva está mais linda do que ontem?

一 Ah, Shawn, você diz isso todos os dias. 一 Sorrio, sem graça, levantando da cadeira e o envolvendo em meus braços.

一 Mas agora eu posso usar a palavra noiva. 一 Coloco minha testa em seu queixo e fecho os olhos, mas sou obrigada a abri-los assim que seus dedos repousam em meu queixo e, delicadamente, levanta meu rosto para si, fitando-me com seus olhos negros. 一 Você não se sente bem aqui, não é? 一 Pergunta, como se minha expressão entregasse o quanto isso tudo ainda me abala.

一 Shawn… 一 Ele se solta de mim, tentando esconder sua irritação.

Com as mãos na cintura, e ele para em frente à janela.

Não posso mentir para ele.

一 Eu não vou mentir para você, está bem? Isso tudo ainda mexe comigo. Você sabe que eu não sou a melhor mãe do mundo para o Miguel porque ele me faz lembrar do Justin, imagina voltar para este quarto, este lugar. Tudo ao meu redor traz lembranças sobre o que passamos juntos. 一 Suspiro, soltando meus ombros. 一 Sei que é exigir demais que você entenda a minha dor.

一 E você entende a minha, Madeleine? 一 Ele vira para mim, com os olhos vermelhos e marejados. 一 Você entende a dor do Miguel, que além de não ter conhecido o pai, ainda é desprezado pela mãe?

一 Ele sabe que não é por querer. Todos vocês sabem.

一 Ah, e saber disso torna a situação boa? Pare de agir como a adolescente que você deixou para trás, e principalmente de ficar remoendo essa dor. Já passou da hora de seguir em frente. 一 Shawn nem sequer olha para mim, só caminha de volta até a porta.

一 Não fique assim. 一 Caminho até ele, que apenas abre a porta, fazendo-me parar antes de estar mais próxima.

一 Estamos te esperando lá embaixo. 一 Finalmente seus olhos voltam para mim, por breves segundos.

O barulho que a porta causa ao bater nos batentes me faz fechar os olhos. Shawn está certo. Todos eles estão. Eu preciso seguir em frente, mas para isso, irei precisar de um tempo também.

[...]

Lavo o último prato, e como se fosse uma sequência, seco e coloco o porcelanato no escorredor. Depois de enfrentar aquela montanha de louça suja, seco as mãos no avental quadriculado vermelho, e olho através da janela, que liga parte do restaurante com a cozinha. Meus olhos encontram meus pais próximos a Miguel, que se diverte enquanto o avô lhe enche de cócegas. Como se fosse um imã, paro o olhar em Shawn, que está distraído demais colocando as cadeiras de madeira por cima das mesas, e tirando os panos de cada uma delas.

Dou uma analisada na cozinha para ter certeza de que está tudo arrumado, e sigo para o lado de fora, na sua direção. O abraço por trás, e despejo um beijo em sua escápula, envolvendo seu abdômen em um aperto forte. Suas mãos descem até as minhas, e ele se vira para mim. Sua expressão esboça o arrependimento que está sentindo nesse exato momento.

一 Maddie 一 Ele respira fundo.

一 Não precisa pedir desculpas, Shawn. Eu errei. 一 Fito seus olhos castanhos, que se tranquilizam, mas não o suficiente para me deixar tranquila. 一 Não é bom para ninguém que eu fique trazendo a tona tudo isso. É passado. E além do mais, estou com você agora.

一 Me desculpe por ter agido feito um babaca. 一 Ele me puxa para um abraço, e beija o início da minha testa.

Levanto meu rosto e despejo um selinho breve em seus lábios macios. Acaricio sua nuca e sorrio. Gosto de quando estamos bem, sem discussões. Por mais que não ocorra com frequência, Shawn sempre se mostrou incomodado com essa situação. Ele esteve ao meu lado a todos os momentos, não poderia jogar tudo isso para o alto por causa de um acontecimento do passado.

一 Preciso terminar de arrumar as mesas. 一 Diz, como se fosse uma deixa para que eu o soltasse.

一 Eu posso fazer isso. 一 Me solto de seu corpo, e ele me encara com uma das sobrancelhas arqueadas, sem deixar de abrir seu sorriso debochado. 一 O que foi? Acha que não consigo levantar algumas cadeiras?

一 Não coloque palavras na minha boca. 一 Shawn ergue as mãos em forma de rendição.

一 Sei me virar. São apenas cadeiras e panos, nada que eu não possa dar conta. 一 Seus olhos brilham, e o sorriso de deboche, de alguma forma, se torna um sorriso orgulhoso. Retribuo ao ver seus dentes alinhados e brancos.

Rumo em direção às mesas, e repito o processo que antes Shawn botara em prática. Levanto as duas cadeiras que estão uma de frente para a outra, e parto para a última mesa. Retiro o pano, dobro, e coloco junto ao outro forro. Em seguida, abaixo para pegar a cadeira, e quando levanto, percebo algo estranho ao lado de fora.

Com roupas aparentemente antigas para os dias de hoje, um rapaz caminha em direção à cabine telefônica. Levo uma mecha de cabelo para trás da orelha, e forço minhas vistas turvas na sua direção. Suas costas largas, e a forma ofegante de respirar não são estranhas. Ao entrar na cabine, ele retira seu chapéu acinzentado, liberando seus fios castanhos claros, puxado para um loiro.

Fico estagnada.

Meu peso se sobrecarrega nos meus joelhos 一 agora trêmulos 一, e minha respiração também começa a ficar mais pesada. Descolo meus lábios para respirar melhor, e continuo a fitar a cabine telefônica através dos meus olhos marejados.

É ele.

Sem nem pensar direito, piso fundo até a porta do restaurante, abrindo-a e sigo para a parte de fora. Ainda em cima dos três degraus próximos à porta de entrada, respiro e inspiro, buscando coragem para ir até lá e questioná-lo por onde andou durante todos esses anos. O sino acima da porta anuncia que mais alguém saiu do restaurante.  

一 O que está acontecendo, Maddie? 一 Escuto a voz de Shawn, mas não o encaro. 一 Parece até que viu um fantasma.

Não consigo respondê-lo, apenas permaneço ali, olhando para a cabine. Depois de alguns segundos, a cabine é aberta, e a figura masculina deixa o local. Ao retirar novamente seu chapéu, tive visão de seu rosto. Minha respiração volta ao normal assim que me dou conta de que não é ele.

Não é o Justin.

Tento controlar minhas lágrimas, mas elas começam a cair involuntariamente pelas minhas bochechas. Volto a ter controle das minhas pernas, e saio às pressas. Shawn segura meu pulso, e me puxa para si. Seu abraço, ao invés de me acalmar, trouxe consigo mais desespero ainda.

Mesmo depois de anos, o sumiço misterioso de Justin me traz muitas dúvidas, e, a esperança de vê-lo novamente, em um dia, jamais abandonou meu peito. Não deveria doer dessa maneira, pelo menos não mais.

Dizem que a dor se esvai com o tempo, e por todo esse período acreditei nesse ditado. Porém, agora vejo que estou entrando em um colapso mental, e não consigo ter controle dos meus sentimentos.


Notas Finais


E ai? Acharam que era o Justin, né? KKKKKKKKKKKK. Perdoem a trollagem e não desistam da fanfic!

Não esqueçam de deixar o que vocês acharam do capítulo nos comentários! É de extrema importância para nós duas ♡

Outras fanfics nossas:

Hold On: https://spiritfanfics.com/historia/hold-on-450823

Frankenstein: https://spiritfanfics.com/historia/frankenstein-9810327

Wildflower: https://spiritfanfics.com/historia/wildflower-9039778

xoxo da bia e da ju ♡♡♡


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