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História Bring Me the Mermaids - Special: Heartfilia


Escrita por: Blonder

Notas do Autor


MAS É UM ATRAS DO OUTRO! O QUE QUE É ISSO AUTORA? VOCÊ É DEMAIS! Eu sei, eu sei! KKKKKKKKKKKK :D O motivo disso é que estou animada APENAS para esse especial. QUINZE CAPÍTULOS com 123 FAVORITOS e 62 COMENTÁRIOS! Por isso um especial. UHUUUUUUUL! Pois bem, muito obrigada pelos comentários, favoritos, acompanhamentos que eu não vejo mas fico na esperança de saber que vocês estão acompanhando, muito obrigada mesmo. Me sinto agraciada e inteiramente grata à vocês que me ajudam a querer a postar sempre um capítulo logo. >< Amo vocês. Bem, boa leitura e não se esqueçam: leiam as notas finais. :D Beeeeeeeeeijos <3

Capítulo 15 - Special: Heartfilia


Eu olhava o homem no cais enquanto ele passava os braços humanos dele pelo corpo da mulher. As bocas coladas, o que tampava o corpo deles caindo violentamente no chão, sons estranhos saindo da boca da mulher humana. E como em um piscar de olhos, a mulher jazia deitada no chão com o homem em cima dela. Já não era uma coisa bonita para se observar.

Imergi para a água e nadei para uma outra parte observando os vários navios ancorados pelo porto. Alguns tinham a parte funda um pouco quebrada, mas que talvez não atrapalharia eles a navegar, pelo menos é o que eu espero, tenho certeza de que se eles estiverem em alto-mar, e se isso abrir, poucos vão sobreviver.

Estava longe de casa, mais uma noite. Durante o dia eu fico com minhas irmãs no palácio, me divertindo, explorando uma parte inacessível do palácio, ouvindo as conversas importantes do pai e mãe de todos, o que nos rendia uma hora inteira ouvindo que não podemos fazer isso. Mas lá é tão chato que ficar sem fazer nada também não é legal, e só ficar estudando é muito chato. Então sempre burlamos as regras a noite para explorar um pouco do mundo. Não adianta aprendermos sobre os humanos senão soubermos realmente como eles são. Os dois no cais por exemplo, eles são nojentos. Porém existem outros que acho que são uma graça.

Existe uns humanos pequenos demais para a normalidade que falam engraçado, muito engraçado. Tropeçam demais também, a sorte deles é que os que acompanham estão ali para segurar, e se não fosse perigoso para mim aparecer, eu, com certeza, brincaria com eles. As risadas são tão lindas.

Meu mentor me ensina que os humanos são criaturas perigosas, cruéis e que a cada dia descobre algo sobre nós. O que é mentira. Eu vou no mesmo cais todos os dias e só vejo humano burro. Eles só sabem falar sobre uma possível tempestade, a quantidade de peixes que vão pegar e as mulheres que com quem se divertiram. Nunca ouvi um homem falando que vai avançar sobre o mar e descobrir onde ficam os sereianos se nem eles sabem que nós existimos. Como eu disse, só vejo humano burro.

A possibilidade deles saberem algo sobre as criaturas que os rondam é muito impossível, se eles soubessem que eu ou qualquer outra raça existe, uma onda de terror poderia aparecer, tanto para nós quanto para eles. Existe alguns que se alimentam de humanos, é assustador e MUITO nojento, mas que apenas atacam em áreas que sabem que não vai ocorrer absolutamente nada com eles.

Passei por baixo entre um canal para chegar próximo a uma parte baixa do mar, chegando em uma outra parte do cais. Existe um humano de aparência velha que sempre senta no mesmo lugar e em volta deles sempre fica os mesmos humanos pequenos, ansiosos para ouvir histórias e lendas. Eles não são os únicos ansiosos para ouvir. O que me emociona é a forma como ele conta as histórias, o saber incrível dele pelo desconhecido. Eu esperava ansiosamente, obviamente escondida, para mais uma história em que ele contaria.

– Hoho, vejo que hoje veio mais crianças que o normal. – Passou a mão pela parte branca do rosto. – Pois bem crianças, sobre o que querem ouvir hoje?

As crianças gritaram variados nomes de histórias que eu nunca ouvi, provavelmente são contos humanos, então não existia a possibilidade de eu saber alguma coisa. A última vez em que estava com eles – o que foi há umas boas noites, a mãe de todos descobriu e me deu uma punição, disse várias vezes que eu não poderia fazer isso, que eu só deveria obedecer as ordens, mas quem disse que eu sigo? – eu aprendi sobre a lenda de Davy Jones. Um marinheiro, que por ter sofrido por amor, arrancou seu coração e o escondeu em um baú enterrando em uma ilha inabitada. O contador de histórias disse que quem encontrasse Davy Jones, viraria dono do mar e poderia controlar o Kraken… Se ele soubesse que quem controla o Kraken é pior que Davy Jones, não contaria esse tipo de história.

Mas hoje, o público do contador de histórias era bem maior que o normal, não tinha apenas as crianças, mas humanos jovens e velhos, ansiosos para saberem de mais uma história que apenas aquele humano sabia. Olhando de longe – porque eu não sou ingênua de aparecer para eles. – consegui perceber que, pelo menos, três homens que ficam no cais, os mesmos homens que iam trabalhar em um navio, sentaram um pouco longe de todos. No entanto, eles estavam bem sérios, prestando atenção em todo movimento do contador de histórias.

O homem do meio falou junto com os outros o nome de um ser, mas o nome era tão complicado que não consegui entender. Esperei alguns minutos até o contador levantar sua mão e fechá-la, fazendo com que todos a sua volta se calassem. Uma forma muito interessante e inteligente de fazer com o que te escutem, mas você acha que funciona para as sereias?

– Ouvi um nome interessante, provindo do leste europeu. – O contador deu um sorriso. – O quanto vocês sabem sobre as topielec*? – Vi os três homens sorrirem convencidos. Então era isso que eles queriam saber. Os humanos sentados na terra negaram a cabeça e o contador sorriu mais ainda. – Devo confessar que adoro quando vocês não conhecem alguma história desse porte. – Pigarreou um pouco e começou: – As topielec são mencionadas por um povo europeu que ocuparam as regiões de Dnieper e Don* e para além das regiões bálticas. Esse povo tem a crença no livro de Veles, e nesse livro, é citado uma árvore que segura todo o mundo em que vivemos. – Disse abrindo os braços para os lados. – Essa Árvore do Mundo, se chama Yggdrasil*, e nela, fica o paraíso e o inferno. Alguém aqui tem uma noção de que povo estou falado? – Vários negaram, assim como eu. Mesmo que ele não possa me ver. – Eu realmente gosto quando vocês não sabem do que estou falando! – Deu uma risada com a própria piada. – O povo de origem indo-europeu que tanto falo, é escandinavo, e as lendas contadas por eles são bastantes ligadas a sofrimento e morte, junto com a natureza. E as topielec citadas pelos escandinavos, são criaturas feitas por Syra-Zemlya*, a deusa mãe, e essas criaturas são espíritos de água. Os escandinavos chamam esses espíritos de topielec, nós – Falou com mais ênfase apontando para si próprio. – chamamos de sereias. – Coloquei as minhas mãos na boca surpresa. O contador vai falar sobre mim! Vai falar sobre a minha espécie sob o ponto de vista de outros humanos! Isso vai ser interessante. Nadei um pouco mais perto, podendo encostar na areia, agora eu tinha que tomar cuidado, qualquer movimento e eles poderiam me ver.

“– Para os escandinavos, existem duas versões dos nascimentos das sereias. A primeira, como sabemos, foi pela criação de Syra-Zemlya, criadora dos mortais e doadora de todas as artes dos humanos. E a segunda, um pouco mais cruel, um deus chamado Yarilo*, o deus da fertilidade, do amor, dos sentimentos bonitos criados pelos casais, um dia veio a terra conhecer a virgem, que lhe é concedido todos os anos durante a primavera, para se tornar sua rainha. Quando o deus desceu a terra, acabou por se apaixonar por uma mortal, e ela foi convocada a ser sua rainha. Como presente de união, Yarilo deu a ela servas humanas que eram tão deslumbrantes quanto a rainha mortal, mas não conseguiam ser tão belas quanto a rainha. De todas as rainhas que o deus aceitou, essa foi a quem mais se apaixonou e por quem mais se devotou. – Curvou seu corpo para frente, e eu, curiosa para saber da história, cheguei um pouco mais perto da praia. – Durante séculos eles se amaram, mas houve um momento em que a rainha começou a querer a ser tão adorada quanto o deus, desejando por mais e nada que Yarilo desse a ela poderia acabar com a ganância da rainha. – Bebeu o líquido que estava ao seu lado. – A mortal, com seu interior tão negro quanto a noite, iniciou então uma forma de tentar eliminar o deus para ter o seu lugar de direito no pedestal. Entretanto, ela não sabia que Yarilo era inteligente e tinha o conhecimento da alma de sua esposa, no entanto, ele a amava tanto, tanto, tanto, que não era capaz de fazer algo contra ela, então Yarilo suportou toda a crueldade que a humana fez com ele, mas não retirou seu posto de divindade.

“– Percebendo que não estava conseguindo tornar-se deusa, a rainha humana decidiu amaldiçoar os humanos que viviam na terra, e quero que saibam de uma coisa meus queridos, não há consequências quando o deus é diretamente atacado, pois ele pode se defender, mas não ofenda ou ataque os humanos que o seguem, pois receberá como retorno algo pior que a morte. – Parou um pouco para observar as feições dos que estavam sentados, eu falo por mim, eu estava ansiosa para saber o que aconteceu, porque eu gostaria de saber minha origem, e o pai e a mãe de todos se recusam a falar. Então a possibilidade do povo escandinavo ter a origem da minha existência, me deixa interessada. – No entanto, sem saber da consequência que isso traria para ela, a humana amaldiçoou o povo, fazendo com que a colheita tivesse problemas e não se fortalecesse. Yarilo, furioso por ver que a mulher fora capaz de fazer algo com os humanos que o devotavam, a retirou do paraíso junto de suas serventes, jogando-as no mar para que pudessem aprender a não ofender os humanos. – Essa… Não podia ser a verdadeira história… Minhas irmãs não são assim! Eu não sou assim! – Porém, a mulher ficou zangada por ter recebido uma punição, e jurou sepultar todos os homens na terra. Desde então, as mulheres que foram uma vez humanas, cantavam com suas belas vozes e seduziam os marinheiros com sua beleza inigualável, fazendo com que os navios se chocassem com as pedras, executando todos os homens vivos dentro dela. – Os humanos que ouviram a história levantaram batendo palmas, felizes por terem ouvido a história.

Mas eu não estava feliz. Fui jogando para trás o meu corpo cuidadosamente, estava muito perto e em baixo mar, um erro e o que esse homem contou a eles poderia se tornar verdade, e isso viraria o maior dos meus problemas. Quando percebi que ia conseguir nadar, imergi rapidamente e nadei até o palácio, queria conversar com a mãe de todos para ver se a história era real. Aquilo teria acontecido mesmo?

Encontrei as meninas no meio do caminho, por estar com pressa, não as cumprimentei, entrando na sala principal procurando pela mãe. Com certeza o pai não falaria, ele nunca fala nada do que queremos saber, por isso que somos obrigadas a procurar por nós mesmas. Nadei mais um pouco, bem desesperada para falar a verdade. Estou em choque, e o pior é que tudo o que o contador disse, parecia ser tão verdade e combinava tanto com a história que estudei sobre a origem dos sereianos, que me assusta.

– Mãe! – Gritei quando avistei a loira. Ela virou para mim com um sorriso no rosto, que foi desfeito assim que viu minha feição assustada.

– O que foi querida? – Perguntou docilmente. Contei a ela o que ouvi no cais, e bem… Ela ficou nervosa. – Mas não é proibido vocês irem mundo afora? – Suspirou vendo que eu não ouviria nada do que ela ia falar. – Querida, não somos amaldiçoadas, e não vamos atrás de homens humanos. Eles fedem, lembra? – Concordei e rimos.

– Mas mãe… O que o contador disse parecia muito com a história que a senhora contou… – Falei olhando para baixo.

– Amada, sua existência é única. – Colocou as mãos no meu rosto e juntou nossas testas. – Não ouça as palavras de um mortal, a sua existência, meu amor, é única.

Com isso na cabeça, assenti e me retirei para o meu cômodo. Ainda passava pela minha cabeça a história que o contador de história falou. Resolvi deixar isso para lá, com certeza o que ele disse é apenas uma lenda para os humanos, não devo acreditar em algo desse tipo.

Como a mãe disse, a minha existência é única.


Notas Finais


Ficou pequeno né? >< Achei que tinha ficado maior x.x BEM, explicações:
Dessa vez, eu escolhi a mitologia escandinava e bem... Para fazer a história ficar daquele jeito, eu peguei algumas coisas, modifiquei, misturei um pouco uma definição da mitologia grega, peguei a história original e juntei, sepá, ficou isso ai. EU, eu, Blonder, gostei do resultado da história. Vocês me falam depois. Mas saca só:
*Topielec: são espíritos de almas humanas que morreram se afogando, residindo no elemento de seu próprio falecimento. São responsáveis por sugar pessoas para dentro de pântanos e lagos tão bem quanto matar os animais de pé próximos a águas paradas. (fonte: wikipedia.com) // O que eu fiz? Peguei a história das sereias e juntei os dois conceitos. Mas mantive a palavra original. Só modifiquei o conceito do que seria topielec. (:
*Dnieper e Don: é uma região sabe Deusa onde pelas regiões bálticas, não me pergunte onde. Sério. (fonte: deusesdamitologia.blogspot.com)
*Yggdrasil: Os eslavos imaginavam que o mundo estava situado nessa árvore que segura todo o universo. Em sua copa estava o Paraíso eslavo, conhecido como Svarga, residência de Svarog. Em suas raízes estava o inferno, residência de Chernobog, Morena e Zmey. // O que eu fiz? Só resumi o que falou. :D (fonte: deusesdamitologia.blogspot.com)
*Syra-Zemlya: o verdadeiro nome dela é Mati-Syra-Zemlya, e ela na verdade é a deusa da terra e não do céu e da coisa toda, mas eu fiquei tão apaixonada pelo panteão que modifiquei e fiz ela ser a deusa. :D (fonte: templodoconhecimento.com)
*Yarilo: Deus da fertilidade e do sexo, era representado como um jovem de grande beleza. Era adorado especialmente na primavera, depois da colheita, quando uma das virgens era coroada como sua rainha, na esperança de que ele abençoasse as sementes recém plantadas. // O que eu fiz? Então, modifiquei também, peguei a definição de sereia original - seres atacam Odisseu, e esses seres são seres ofenderam Afrodite e por isso vivem em ilha isolada - a definição do Yarilo e da Afrodite e juntei também. (fonte: templodoconhecimento.com)
Fiz uma baguncinha, mas acho que ficou bem legal esse especial. :DD Ah, antes que pergunte, obviamente, isso é BEM antes dela ser sequestrada, tipo, MUITO ANTES MESMO! Maaaaas, ela é uma existência única, repararam nisso? Qual são as suas teorias? Vou esperar ansiosa para ver!!! Bem, é isso lindes. Muito obrigada pelos favoritos, comentários, acompanhamentos, muito obrigada por tudo. Amo vocês <3 Beeeeeeeeijos <3


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