1. Spirit Fanfics >
  2. Bring Me the Mermaids >
  3. Terou Island. Third. Part.

História Bring Me the Mermaids - Terou Island. Third. Part.


Escrita por: Blonder

Notas do Autor


MDS! VOCÊS TEM IDEIA DE QUANTAS NOTIFICAÇÕES CHEGAM PRA MIM SOBRE "FULANO FAVORITOU BRING ME THE MERMAIDS"??????? BIXO! É AMOR DEMAIS! <3 <3 <3 Vocês são lindos demais! Muito obrigada pelos favoritos, acompanhamentos e comentários, cada dia me fazem mais feliz. <3 Queria dizer uma coisa: minhas aulas na faculdade vão começar dia 15/02 (duas semanas), e com isso queria dizer que esse período vai ser só Mãe na causa. Portanto, sei que demoro já pra postar, mas vou tentar (muito!!!) postar mensalmente. Acho que só isso :D As palavras com asterisco (*) estarão com seus significados nas notas finais, não se esqueçam :D Boa leitura!

Capítulo 28 - Terou Island. Third. Part.


Hearfilia

Os olhares incrédulos sobre mim me levava a concluir se Erza é a melhor que eu poderia escolher. Não que não duvidasse dos outros, mas a forma como estão, me faz pensar se vale a pena sacrificar a vice capitã deste navio. Se o objetivo deles é o tesouro, então sacrifícios terão que acontecer, mesmo se a perda for grande. Talvez eles não vessem o real motivo de eu escolhê-la. O que ela tem é algo que os outros sequer conseguem produzir. Além de sua confiança, Erza é uma excelente companheira e apresenta ser capaz de controlar o próximo dom.

– Por… Deixa, não acho que seja importante saber o motivo. – Dragneel encostou-se novamente na cadeira. – Quando pretende sair com ela?

– Quando estiverem protegidos.

– Já não estamos? – Olhei para Laxus. – Você fez uma proteção, não é o suficiente?

– Qualquer lugar que deixe o ar transitar é um território das fadas. – Levantei olhando para todos. – E nenhuma delas pode entrar debaixo d'água.

Comecei andando para sair da cabine, precisava falar com Juvia, havia algo que ela pode fazer.

– Espera, Heartfilia. – Virei para trás, Mirajane me olhava confusa. Engraçado, esperava essa reação de Erza, até Laxus está calmo. – Vamos para debaixo da água? – Assenti. – Não é… Meio… Perigoso?

– Um pouco, sim. – Fui até ela e coloquei minhas mãos em seus ombros. – Mas, sequer eu e Juvia deixaremos qualquer ser encostar um dedo em vocês. Darei a minha vida antes que qualquer um seja atingido.

Sorri novamente esperando que a conforte, esperava que Mirajane não sofresse algo, ela não é uma pessoa que merece sofrimento. Sai da sala antes que um deles me parasse novamente, precisava urgentemente de Juvia, quanto mais ficamos parados, maior serão as chances das fadas saberem de nossa existência.

Narradora

O exercício de respiração era algo que poderia agradar certas pessoas. Talvez acalmar em tempos difíceis ou, quem sabe, diminuir a fúria que poderia sentir. De qualquer forma, James não deixaria com que outras pessoas além dele pudesse se acalmar. Para tratar de assuntos sigilosos, estar calmo poderia fazê-lo realizar ótimos acordos. Esperava estar tranquilo quando chegasse no local desejado.

Confessava que tratar com assuntos desse porte não era sua prioridade, mas quando envolvia planejamentos futuros, disponibilizava tempo e espaço. Obviamente esperava com que seus subordinados dessem conta, porém depois de ter conhecimento dos fatos, decidira ele resolver os próprios problemas. Quando era pequeno, seu pai costumava dizer “se quer bem resolvido, faça você mesmo”. Não poderia dizer que não concordava, ele apenas não gostava de sujar suas próprias mãos. Ainda mais quando era relacionado ao sigilo do reino e seus seguidores. Não poderia ignorar quando seu Rei, amado Rei, poderia ser colocado em uma zona perigosa. Certas vozes poderiam falar demais, e com esse tipo de assunto, James Dragneel orgulhava-se em fazê-las calar.

A carruagem começava a estar lenta, pouco tempo depois, sentiu parar e logo o cocheiro abriu sua porta. Desceu e parou para olhar a casa a sua frente. Não era bonita como a sua, e definitivamente não seria o melhor lugar para morar. O muro desgastado em conjunto com o portão enferrujado e o jardim seco deixavam a aparência assustadora. Porta e janelas antigas aumentavam imagem, parecia que a residência tinha sido retirada dos livros de terror. O que o deixava particularmente feliz, afastava os curiosos.

Sem pressa, passou pelo portão e andou calmamente para a entrada. Subiu os poucos degraus e bateu à porta. Esperar nunca foi sua melhor característica, certo que precisava, mas em momentos como aquele era impossível não desejar que fossem rápidos. Com seus nervos começando a se irritarem, moveu a mão para bater novamente, desta vez utilizando uma força maior.

Para sua sorte, a porta foi aberta. Os olhos castanhos miravam no grande homem, embora sua estatura seja bem maior que a sua, não era algo que dava medo a James. O pânico habitava no outro, nunca no Dragneel.

– Me diga, por qual motivo exatamente demorou para abrir? – Entrou e depositou o sobretudo em um suporte na parede. – Estava ocupado pensando em ideias estúpidas novamente? – Não esperou o outro responder, movimentou-se rapidamente para a parte mais interna. – Onde ele está?

– Movemos ele para o quarto no segundo andar. – O homem andou para a escada. – Estava gritando muito aqui.

James balançou a cabeça entendendo, não queria saber de detalhes sórdidos. Subiu as escadas, passou por um pequeno e largo corredor. Não precisou perguntar em qual cômodo o sujeito estava, o homem anterior o guiou para um quarto no fim do corredor. Entrou sem fazer cerimônias, ele não conseguiu segurar o sorriso ao ver o sujeito sentado com as mãos amarradas e cabeça coberta por um bornal*.

Aproximou-se ficando de frente ao homem. Com rapidez, retirou o bornal e jogou no chão. O rosto do indivíduo não era algo para elogiar. Sempre o achou feio, o tratamento que seus subordinados fizeram a ele piorou a situação. Os olhos fechados inchados; o que tinha de sua sobrancelha estranha eram apenas rastros de pelo; os finos lábios cobertos de sangue, para além de seu rosto com trilhas de sangue; os longos cabelos de que sempre se orgulhou, estavam incrivelmente ralos. Um belo machucado situava-se um pouco acima de sua testa, James imaginou que o sangue que pintava o rosto saíra dali. Provavelmente estava seco, mas o Dragneel não tocaria para saber.

Não quis esperar para que ele acordar para conversar, olhou para o outro subordinado e apontou com a cabeça para o sujeito. O homem aproximou-se e bateu fortemente no rosto do sujeito, promovendo susto nele e, consequentemente, o acordando. Acreditava que o torturariam mais, porém o corpo a sua frente demonstrou o contrário. Não sabia o que era pior: sofrer nas mãos dos dois homens estranhos ou ter James Dragneel a sua frente. Sentiu vontade de chorar.

– Me diga José, como conseguiu fazer com que meu filho escapasse de suas mãos contendo uma informação importante? Que eu me lembre, as ordens não eram essas.

Uma coisa era certa: o sofrimento seria pior daquele momento em diante.

Oceano Pacífico Sul

Navio Fairy Tail

– Explica isso direito loirinha! Os panacas não entenderam muito bem.

Os piratas da frente, querendo implicar com os outros a sua volta, apontaram para as pessoas atrás de si. A frase poderia ter sido apenas para debochar dos outros, mas ela quadrava para todos os marinheiros.

 O deck inferior estava cheio. As sereias acreditavam que a quantidade de humanos sempre aumentava quando eles se juntavam, juravam não ter visto metade dos rostos por ali, era incrível. Será uma magia de teletransporte ou de multiplicação?

Os demais estavam sentado no chão, as sereias e seus líderes em pé nas escadas. O objetivo de tentar deixar todos quietos, era permitir com que saibam do plano montado pelo grupo. A ideia inicial mostrou ser fantástica, porém a Heartfilia perdeu as contas de quantas vezes tentou esclarecer as dúvidas existentes e não conseguiu. Sempre que tentava, um debochava do outro e uma briga começava. Pela primeira vez, entendeu o motivo pelo qual Laxus aparentava estar constantemente irritado.

Olhou para sua irmã procurando se acalmar, o que não ajudou. Juvia aparentava estar tão irritada quanto o Dreyar em dias normais. Não duvidava que a poucos minutos a azulada afogasse todos os existentes, e parando para pensar, a própria Heartfilia quase apoiava essa ideia. Se era para fazê-los ficar quietos, estava apostando em tudo, inclusive na arrogância de Natsu e no poder de destruição de Juvia.

– Eu desisto. – Virou-se olhando para os quatro acima de si. – Vocês sabem, contem a eles. – Apontou para trás. – Eu achava que as irmãs eram impossíveis, mas eles conseguem ultrapassar o limite existente.

– Se existe limite. – Juvia virou junto e apoiou a cabeça no ombro da loira. – Acreditava que existia paciência em mim após conviver bastante tempo, porém além do cheiro insuportável, as brigas inúteis são bastantes irritantes. – Suspirou. – Quando pretendem ir à ilha?

– Vamos subir, discutiremos isso na cabine do Natsu. Aqui em baixo é impossível conversar.

Laxus foi o primeiro a desaparecer do deck inferior. De fato, eles quase não se ouviam e não precisava olhar para saber que os piratas estavam brigando entre si, outra vez. Acompanhando o trio, as sereias subiram. No entanto, o loiro sequer estava perto da cabine e sim na borda, a direção de seu olhar era a ilha. Uma coisa que aprendeu em seus anos de pirata foi: conheça o território inimigo. Só havia um porém, ele não tinha como sequer conhecer a área do lugar realmente, havia uma bolha gigante capaz de destruir tudo e todos que chegasse perto.

O que levava a pensar: como a Heartfilia conseguiria passar com Erza? Não que duvidasse de seu poder, já presenciou diversas situações nas quais é impossível questionar suas habilidades. Ele só não conseguia tirar as preocupações que tinha acerca de sua companheira. Poderia nunca assumir, mas considerava cada idiota que convive com ele uma existência especial. Alguns passavam dos limites, mas era algo que estava acostumado.

Ouvindo os passos atrás de si, virou-se e sentou na borda. Uma visão um tanto incomum. Juvia ao lado de Erza e ao seu lado a Heartfilia, em sequência Mirajane e assim Natsu. Pensar que conseguiriam chegar a conversar normalmente, era surpreendente as mudanças ocorridas. A dele, acreditava, era a maior.

– E então, nos trouxe para cá apenas para apreciar a vista? – Mirajane cruzou os braços. – Isso pode fazer no quarto, querido. – Sorriu maliciosamente.

– Não preciso saber desse tipo de coisa Mira. – Com a mão no rosto, Natsu abaixou a cabeça. – Ainda bem que tenho a cabine apenas para mim atualmente, tenho pena dos que dividem o corredor com vocês.

Foi inevitável que o casal começasse a rir. No passado, Natsu costumava estar em um dos quartos dos superiores, ele sabia do envolvimento de Laxus e Mirajane, portanto pedia todas as noites que não ouvisse barulhos. O que, obviamente, era sempre ignorado. Sua manhã seguinte era olhar o casal e desprezar da pior forma que existia.

– Humanos são tão assustadores. – A azulada comentou atraindo a atenção para si. – E então, quando pretendem ir à ilha?

– Se passar a informação para os idiotas lá em baixo desse certo, hoje mesmo. – As sereias se entreolharam. – O que foi? Quando vocês se olham, quer dizer que tem algo errado.

– Nos observa bem. – Laxus deu de ombros. – Essas fadas têm hábitos noturnos, dormem bastante durante o dia e a noite saem para se divertir. – Juvia colocou as mãos para o alto. – São bastantes chatas, mas nada que alguém que passou por problemas saiba melhor. – Virou para a Heartfilia, que suspirou em resposta.

– Não está ajudando. – Foi sentar ao lado de Laxus. – Nos primeiros raios do sol, Juvia coloca o navio debaixo da água, seria bom se toda sua proporção ficasse embaixo. – Os olhares inquisitivos dos demais a fez completar a frase. – Mas não acho que seria uma boa ideia deixar pessoas que não sabem nadar livres na água.

– E seria complicado, principalmente para mim. Além de colocar o navio embaixo da água, precisaria fazer uma proteção para que ninguém fosse levado pela correnteza. Ou por um animal, nunca se sabe o que tem debaixo d'água. – Finalizou dando de ombros.

– É muito confortante ouvir algo provindo de você Juvia. – Ironizou Natsu. – Quer continuar com as boas notícias? Me parece que está cheia delas. – Em resposta, a sereia rolou os olhos. – Então amanhã, enquanto você – Apontou para a Hearfilia – e Erza partem para uma aventura, nós fazemos o quê?

– Como bons humanos que são, – Os olhares céticos sobre si apenas fez com que a Hearfilia abrisse um sorriso. – vão ficar quietos no navio. Mirajane poderá manter contato conosco até a chegada da barreira, porém além será impossível. As fadas cortam qualquer tipo de magia, e podemos dizer que, de certa forma, a telepatia seria uma “magia”. – Falou quando percebeu que a albina abriria a boca.

– Eu farei bolhas de ar para vocês duas respirarem. – Juvia olhou para a loira. – Acha que durará após atravessar a barreira?

– Acredito que sim, já que quando passarmos será uma disputa contra o tempo. – Dirigiu-se a Erza. – Preciso saber, por acaso sabe nadar?

– Aprendi da pior forma possível, por quê?

– Porquê será desta forma que iremos.

[…]

Acordar nunca foi um problema para Erza. Depois de Laxus, era a segunda a abrir os olhos, precisava estar de olhos nos piratas, caso contrário eles sequer trabalhariam. Gostava de acordar e perceber que estava no mar, pelo menos por um tempo, sabia que dali algum tempo novamente iriam para a terra. Não sabia a região, mas provavelmente alguma que poderia satisfazer as vontades dos homens e mulheres existentes no navio.

Mas havia algo diferente no seu despertar. Sua rotina era levantar da cama, comer algo e gerenciar o que os homens faziam, até receber outras ordens de Natsu. Aquela manhã estava estranha, ela não queria levantar da cama ou se arrumar, parecia que existia um peso em seus ombros e a ruiva era incapaz de suportar. Foi preciso a entrada de Mirajane em seu aposento para que pudesse, finalmente, levantar de seu conforto.

O primeiro movimento que fez foi levantar e sentar. Sabia que teria pouco tempo para pensar até outra pessoa aparecer novamente para chamá-la, mas a ansiedade e tensão precisavam ser controladas primeiro. Não sabia o que aconteceria, o que a motivava a se acalmar era que um ser lendário estaria com ela a todo momento. Conhecia a Hearfilia o suficiente para saber que ela daria a própria vida apenas para protegê-la.

Certo, havia coisas que precisava fazer, e a principal era levantar completamente e se arrumar. Fechou os olhos e respirou fundo, repetiu o movimento até que sentiu que estava mais calma. Levantou, andou para próximo do armário que havia e vestiu uma saia média e o corpete. Pegou suas botas as calçando sentada, esticou os braços para o travesseiro e retirou abaixo deles duas facas. Buscou pelo quarto os suspensórios para guardar as armas, assim que os achou, ajeitou nas pernas e colocou as duas facas presas. Sentindo-se preparada, saiu do quarto e caminhou para o deck mediano.

Se não fosse as circunstâncias, acharia estranho o deck estar quase vazio, salvo o capitão, líderes e as sereias. Imaginou o quanto seria engraçado ver as reações dos piratas ao acordarem e perceberem que estão embaixo do mar. Uma pena ela ter sido a escolhida para ir. Não querendo ficar sozinha, aproximou-se de Mirajane e Laxus, que estavam próximo a cabine. Natsu, Juvia e a Hearfilia se encontravam no centro, aparentemente trocavam informações finais.

Os primeiros raios de sol passaram a serem presentes, dando início ao plano. Ao perceberem, Natsu e a sereia foram para perto dos outros, deixando Juvia sozinha no centro.

– Observem bem, Juvia é simplesmente fantástica. – Sussurrou. A Heartfilia sorria orgulhosa enquanto olhava sua irmã. – Posso ser uma lendária, mas ninguém é melhor que Juvia na água, é seu território afinal.

– Qual a diferença entre vocês duas? – Curioso, Natsu perguntou. – Você é uma lendária, e ela?

– Tenho facilidade em realizar vários tipos de magia ou encanto, mesmo os mais difíceis. Mas, a água não é minha natureza e sim a dela. Eu sou de luz, ela da água.

Os sussurros pouco atrapalham a sereia a se concentrar. Não era complexo de entender que a Heartfilia estava falando dela para os outros, sempre fazia quando ela realizava algum feitio com a água. Não detestava isso, mas também não demonstrava interesse no que a loira falava. Portanto, ocupou-se a executar sua barreira protetora.

Elevou seus braços deixando-os na mesma altura de sua cabeça, e não era possível observar, mas Juvia tinha seus olhos em cores mais claras.

Síos. – Sussurrou. – Wōtā Dōmu.

A forma de colocar lugares para abaixo da água era bastante diferente de como a Hearfilia os colocou. E isso foi percebido depois de observarem os simples movimentos que a azulada fez e, após segundos, estarem abaixo d'água. Não sabiam se estavam surpresos demais ou frustrados demais. Parecia ter feito algo simples, o que era de fato. Terminado o encanto, aproximou do grupo.

– Vou deixar o navio perto da proteção, assim não terão dificuldades quando irem e voltarem. – Moveu a mão para o lado, mobilizando assim o navio. O que foi sentido pelos outros. Abaixou a mão um tempo depois. – Esse é o máximo que posso deixar, não é longe da barreira e assim que estiverem fora do território, as puxarei de volta.

As escolhidas assentiram. Presumindo que ficaria desconfortável após nadar, a sereia retirou as botas que adornavam sua vestimenta. Enquanto a loira sentia vigor para realizar a “missão”, a realidade era percebida por Erza. E como se percebesse o temor que a ruiva sentia, a Heartfilia a pegou pela mão e conduziu calmamente para a borda. Juntas, subiram e passaram a barreira de proteção de Juvia. Por um momento, Erza entrou em desespero por imaginar que não conseguia respirar, mas o toque forte em sua mão a fez perceber que tinha algo a protegendo. Novamente, juntas nadaram para próximo da barreira.

Nadaram por uma distância pequena. A ruiva continuaria, e provavelmente seria destruída, se não tivesse sido puxada pela Hearfilia. Ela olhou para o lado confusa com o movimento da sereia, recebendo como resposta o revirar de olhos da outra. Deixando Erza parada, a sereia avançou um pouco e deixou ambas as mãos paradas a sua frente, com facilidade, criou ondas de calor na palma das mãos e aproximou da barreira.

Como se estivesse sendo derretido, uma parte da proteção foi-se desfazendo, abrindo espaço suficiente para que ambas passasse. Rapidamente, a sereia pegou a mão de Erza e, dando um impulso na própria água, atravessou a barreira. Não tiveram tempo de comemorar o feitio, a bolha respiratória passou a diminuir absurdamente rápido, e a Heartfilia temia pela vida da outra, portanto nadava velozmente para a parte rasa.

Quando perceberam que poderia não haver mais ar dentro da bolha, puxaram o restante e continuaram nadando. Para Erza, seria complicado continuar nadando se a sereia mantivesse as mãos unidas, então soltou e passou a nadar movendo seus braços alternadamente para cima e para baixo*. Sua respiração era feita lateralmente, permitindo alcançar a parte rasa do arquipélago eficientemente.

Sentir a areia sob seus pés nunca foi tão tranquilizador. Mar e nadar poderia ser a especialidade da sereia, afinal vivia neles, mas dentro de território inimigo, o desespero havia sido criado. Sentir-se viva era algo inimaginável.

[…]

A paisagem era exótica, pelo menos na concepção de Erza. Ver a ilha de longe a fazia imaginar que as árvores seriam simples como as outras. Mas tinha todo tipo de árvore que poderia imaginar, achava que não se surpreenderia, porém a cada passo ficava mais atônita. A geografia passou a ser tão cansativa quanto o dia que se aventurou com Mirajane*, a diferença é que poderia parar para descansar.

– Não vejo nenhuma outra vida além dessas árvores e plantas estranhas, essas fadas são territorialistas assim?

– Bem… Não é como se não existisse nada além delas. – A Hearfilia respondeu apoiando em uma árvore. – Alguns seres existem apenas nas árvores ou convivem com elas, sabe, onde dormem. – A ruiva assentiu em resposta. – E é justamente o que precisamos achar.

– Acha que precisamos subir tanto? A água já está acabando. – Mostrou a jarra medial em que carregava. – E não acho que vou ter animação para descer e pegar água.

– Pretende beber água do mar? – Arregalou os olhos. – Está maluca Erza?

– É água, e em grande quantidade.

– Morrerá antes de subir novamente. – Desencostou-se e andou para outra direção. – Vem, conheço uma nascente que aliviará sua sede.

Sem chances de escolha, a vice capitã seguiu a sereia por caminho adentro. Diferente da loira, ela não tinha facilidade de atravessar a floresta, quando a sereia soltava uma folha, esta ia diretamente de encontro com seu rosto. Por sorte, a folha era leve e não machucava. Por mais que não gostasse do tratamento, dava a Erza uma oportunidade de observar a beleza em que o local carregava.

As nervuras das flores e folhas possuíam uma tonalidade azul, roxa, vermelha e entre outras cores; o limbo* raramente era verde, em sua maioria apresentava ser tão colorida como o arco-íris. A cada passo, a ruiva se encantava pelo local, será um paraíso? Não ter a presença de insetos e estranhos animais a impulsionava a acreditar que aquele arquipélago era uma ótima zona para habitar, o problema estava, talvez, nas moradoras atuais.

Andaram por bastante tempo, chegou a pensar que estavam dando voltas. Tentou formular um mapa mental, porém o caminho parecia ilógico. Oras subiam, oras desciam, chegou a considerar sua guia estar perdida. A água tinha acabado, o peso das roupas e pequenos objetos que carregava começava a agravar. O cansaço passara a ser crescente.

No entanto, ela não sabia que a Heartfilia procurava não somente pela nascente, e sim também por uma fada. Por estar na frente, não tinha se dado conta da exaustão da Scarllet. Poderia ter sorte caso encontrasse uma, se estivesse em seu profundo sono, resolveria parte de seu problema. No momento, preocupava-se em lembrar do caminho uma vez atravessado e de possíveis existências próximas.

– Estamos perto? – A sereia assentiu com a cabeça, suavizando a inquietação da ruiva.

Se não me engano, as fadas costumam fazer o mesmo tipo de lar, portanto é só atravessar a Árvore Dath e logo chegaremos a nascente.” Pensou a loira.

Pensar em como estava certa fazia com que o orgulho da sereia aumentasse, se havia algo que a deixava orgulhosa de si era do fato de estar, em maioria, correta de suas predições. Graças as suas memórias, não demoraram a achar a majestosa árvore. Seu tamanho era desigual as outras existentes. Passar por ela e não perceber, não somente sua altura, a beleza era algo que Erza não conseguiria. Todas as folhas caídas eram coloridas, os formatos das flores variavam de feições animalescas a formatos estelares.

As grossas raízes aéreas* dificultavam o caminhar, mas a vista da fonte fazia o cansaço e obstáculos sofridos, sumirem. A primeira que correu para beber foi Erza, não que a Heartfilia não sentisse sede, apenas não via tanta necessidade. Diante tal desespero, o riso foi inevitável.

– Beba devagar, Erza. – Sentou no chão observando a outra. – Desta forma, se engasgará.

Naquele momento, a Heartfilia concluiu que poderia descansar. A área encontrada era aberta, não havia árvores, em seu lugar diversas flores coloriam o local. No centro, uma pequena bacia de água seguida por um filamento, tomava o ambiente.

O único barulho ouvido era provindo da Scarllet, não havia pássaros ou pequenos animais que pudessem passear pela ilha. Sem se preocupar, a sereia deitou na terra e passou a observar o céu. Surpreendeu-se com a presença de Erza ao seu lado, que após satisfazer-se, deitou ao seu lado para descansar. Havia sido poucas horas que tinham começado a subir a colina, mas parecia que tinha passado metade do dia.

– Agora me veio uma coisa, quando começamos a nadar não teria sido prático se transformasse em sereia novamente?

– É muito complicado. – Colocou os braços atrás da cabeça. – Caso voltasse a ser sereia, dificilmente conseguiria voltar a ser humana em pouco tempo. – A outra assentiu. – Por isso decidi vir em corpo humano.

– E sobre as fadas, precisa ser uma específica ou pode ser qualquer uma?

– Qualquer uma dará o resultado final. – Deu de ombros. – Embora achar uma anciã fosse melhor.

– Por quê? – Virou a cabeça para a loira.

– Porquê terá o histórico de diversos mundos. – Sentou, cruzou suas pernas e olhou para outra. – As jovens fadas transferem-se pelos diferentes locais, é desperdiçado muita energia necessária. As anciãs, no entanto, são capazes de fazer mais do que apenas se transferir de um local para o outro. Além do mais, os traços delas são mais delicados. – Respirou fundo e fechou os olhos. – Seria interessante vê-la com a sabedoria de uma fada.

Abriu os olhos novamente, desta vez de coloração dourada. Não pretendia procurar por toda a ilha quando sabia que poderia estender suas habilidades. Para não assustar a humana, sorriu gentilmente. Pausadamente, movimentou sua cabeça em direções diversas, desta forma conseguiria sentir se haveria uma outra forma de vida.

Sem sentir nenhum sinal, levantou e pôs-se a andar em volta do espaço. Agradecia mentalmente por não haver nenhuma raiz que pudesse prejudicar sua concentração. Se caísse, provavelmente passaria seu tempo envergonhada de ter cometido tal ato, ela não duvidava que Erza começasse a rir.

Continuaria andando por bastante tempo, e talvez teria que voltar para a colina, se não conseguisse sentir uma fraca presença no norte, poucos metros de onde estava. Sem pensar duas vezes, correu em direção a Erza e começou a puxá-la desesperadamente. Foi confuso no início, a Scarllet chegou a se assustar tamanha força era puxada. A confusão continuou durante a travessia do espaço até a entrada para selva.

Em uma parte bastante escondida pelas flores, habitava uma fada. Seu tamanho poderia ser comparado ao de um palmo de uma mão. O rosto parecia ser tão delicado quanto uma boneca de porcelana. Os cabelos, aparentemente longos, eram de coloração esverdeada, e ao longo dele, pequenas pétalas decoravam. Suas asas, parecidas com as de borboletas, eram coloridas por cores brancas e rosas por sua extensão. Suas orelhas, diferente das dos humanos, eram finas e pontiagudas, que adornavam pequenas argolas. Um detalhe muito percebido por Erza, era uma joia que se destacava na pequena testa.

De toda a delicadeza da fada, aquela particularidade mostrava ser a glória do pequeno ser.

A circunstância não poderia ser a melhor para as ambas: a fada estava dormindo. E dormindo seria morta.

[…]

Correr sabendo que estava sendo caçada não era uma das melhores sensações que Erza Scarllet já presenciou. Novamente naquele dia, algumas vivências eram parecidas ao que experimentou com Mirajane. Mas, novamente, a diferença era que poderia se esconder.

O barulho que havia entre as folhas fazia pensar que poderia ser o vento, o que discordava da possível afirmação era os olhares que a Hearfilia tinha com o ambiente. A cada passo ou pequena corrida que efetuavam para um novo esconderijo, a sereia olhava ao redor certificando de que estariam seguro.

O obstáculo, naquele momento, seria a efetividade que a arma de Erza teria sobre a fada anciã. Não foi complexo entender que a pequena fada era uma anciã. A forma de conservar energia era descomunal aos seres que as seguiam, enquanto a anciã procurava manter sua essência dentro do corpo, as que procuravam deixavam claro que estavam pelas redondezas. A certeza de que era anciã apenas formalizou a ordem da sereia. Seu objetivo era ferir gravemente uma fada e conseguir escapar, de certa forma, ilesa aos ataques que poderiam ser recebidos. Portanto, a vice capitã não poupou força a começar a lesionar o pequeno ser.

Heartfilia

– O que faremos com essa fada?

– Faremos? Erza, você vai comer ela. – O espanto da ruiva não me era surpreendente. A primeira vez que ouvi isso fiquei tão surpresa quanto ela. – Sim, engolir esse ser quase morto. Não é somente a joia que é importante, a fada também.

– Mas… Mas… Engolir… – Ela ficou gaguejando palavras soltas durante bom tempo, eu só queria que ela ingerisse logo aquela fada para ir embora. – Heartfilia! – Exclamou.

– Shiu! – Tampei sua boca. – Erza, se elas nos acharem, a próxima morte será a nossa. As Bluecap não são boazinhas quando entram no ninho delas. – Sussurrei olhando em seus olhos, ela não poderia pensar dessa forma naquele momento. – Preciso que reúna toda coragem existente e engula essa fada antes que ela melhore e chame as outras para matar as intrusas.

Estávamos perto da praia, a parte final do plano era ela comer, corrermos para o mar e depois voltar para o navio. Juvia está atenta, então qualquer coisa ela vai ajudar. Não era preciso pensar em mais nada, nadando até a barreira era o suficiente.

– O que vai acontecer comigo quando eu comer isso? – Apertou a coitada e dela saiu um fino grunhido.

– Muitas coisas, mas até acontecer você terá passado a barreira, depois disso eu posso resolver. – Olhei em volta de nós esperando com que uma legião de fadas aparecesse, por sorte nenhuma delas ouviu o grunhido. – Em suma, haverá uma luta interna entre você e ela, e nisso somente você poderá resolver. Rápido antes ela que se recupere.

Erza fez um som desgostante, olhou diversas vezes para mim, procurando outros meios que não fosse comer aquilo. Pegou a arma em sua cintura e cortou novamente a criatura em suas mãos. Por um mínimo momento, senti pena da fada, poderia ser eu em seu lugar. Aparentemente, os piratas da Fairy Tail não exitam em matar, seja quem quer fosse.

– Por que aceitei participar disso? – Olhou desgostosa para o ser. – É para mastigar? – Neguei. – Esse aviso é pra você. – Olhou seriamente para mim. – Essa será a última vez na minha vida que vou fazer uma maluquice dessas.

 

 

 

 

 

LER NOTAS FINAIS


Notas Finais


SIGNIFICADOS:
*Bornal: sacola de pano, espécie de saco em que comem as cavalgaduras.
*[...] nadar movendo seus braços alternadamente para cima e para baixo: é o nado crawl :D
*[...] o dia que se aventurou com Mirajane: lembram da primeira treta? Quando a Mira recebeu a telepatia e o grupo passou sufoco? Então, é esse dia (;
*Nervura: são as partes mais resistentes das folhas; Limbo: parte principal da folha
*Raiz aérea: são aquelas raízes que aparecem no solo.
FIM.

TCHANAMMMMMMMMMM
Bixo, não sei vocês, mas percebi umas repetições de palavras a quase todo momento. Toda hora ia no sinonimos e buscava uma palavra que poderia substituir x.x ENTÃO GALERE! O QUE DIZER DESSE CAPÍTULO ENORME, MAS QUE CONSIDERAMOS PAKAS? (Erro proposital IUHAHDASD) É MUITA COISA SEM OR! É Erzinha com um pouco de medo, povão de FT que não cala a boca, Laxus percebendo e assumindo as coisa *-----------*, HEART SENDO DIVA, Juvia mostrando seu poder e, claro, JAMES DRAGNEEL! É meus amores,é bom que não tenham se esquecido dele. Uma dica: ele vai ser uma pedra no sapato -.- Mas nada que uma aventure não demonstre :D HAHHAHAHA Povo, é isso ai, espero que tenham gostado.
Novamente: minhas aulas começam dia 15/02, vamos prestar atenção ao calendário (:
Outra nota: ESPECIAL TÁ CHEGANDO LINDXS! E vou fazer o seguinte: contarei do capítulo 26 ao 29 todos os personagens, o mais votado será o escolhido. (:
Amo vocêsssssss! Até os comentários! Beijo no coração! <3 <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...