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História Broken - Ato VII


Escrita por: Milynha_Sh

Notas do Autor


Olar!

Aqui estou eu com a minha cara deslambida kkkkk

Gente é sério, eu vou me matar kkkkkk

Eu disse que esse seria o último capítulo, mas eu não consegui kkkkkk

Eu sei, eu sou uma bosta!

Mas enfim, esse é o penúltimo, juro pro ces kkkkkkk eu até já comecei a escrever o próximo cap de CFOAE, e ainda esse ano teremos atualização rsrsrsr

Mas por enquanto continuem com Broken

E xent, não reparem os erros, e se possível, relatam para mim kkkkk vamos ajudar a autora né, eu não tô tendo tempo de editar, sério mesmo!!!

Enfim, vamos a leitura.

Capítulo 7 - Ato VII


“Eu odeio quando você atrasa.” Ciel falou amuado. Já esperava a quase uma hora e o pior era ter que aturar Rita que não parava de tagarelar.

“Desculpe. Eu estava em uma reunião.” Sebastian colocou o cinto. Ele não atrasava porque queria, mas sempre aparecia uma reunião de última hora. “Talvez seja melhor contratar alguém para buscar você no colégio, assim você não ficará esperando.”

“Tcs. Que seja.” Ciel virou o rosto. Isso o fez perceber que Rita continuava no portão do colégio, acenando. Para seu irmão, obviamente. “Que garota insistente. Acene logo pra ela.”

Sebastian riu, fazendo o que ele pediu. “Porque eu?”

“Porque ela gosta de você, se ainda não percebeu.” Ciel sentiu o gosto amargo da derrota ao dizer isso. Talvez até Rita tivesse mais chances que ele.

“Porque você acha isso?” Sebastian franziu o cenho. Para ele estava claro que a tal garota gostava de seu irmão. Por um lado isso era bom, pois o rapaz não ficava sozinho enquanto o esperava, mas por outro… isso o incomodava. Havia uma luzinha em seu subconsciente que não parava de piscar, mas Sebastian preferia ignorá-la, não podia ser ciúmes.

“Porque mais ela me faria companhia todos os dias até você chegar?” Ciel enfatizou o ‘você’.

“Talvez seja porque queira ficar perto de você.” Sebastian também enfatizou.

“Quem iria querer ficar perto de mim? Ninguém iria se interessar por um cadeirante!” Ciel usou um tom monótono para disfarçar o quanto suas palavras o machucaram. “Nem eu mesmo me interessaria por mim se eu fosse outra pessoa.”

“Não faça esse tipo de comentário depreciativo. Eles não fazem bem, e também não são verdadeiros. Eu gosto da sua companhia.”

‘Só gostar da companhia não é o suficiente.’ Ciel pensou. O jeito que Sebastian gostava de sua companhia não era o mesmo jeito que ele desejava que fosse. “Chega dessa conversa.” Ciel afundou no banco do carro, olhando para a paisagem do lado de fora.

Sebastian não insistiu, respeitando a reserva de Ciel, afinal, ele também possuía assuntos dos quais preferia não falar. Ligou o som do carro e voltou a prestar atenção no trânsito. Vez ou outra olhava sorrateiramente seu irmão pelos cantos olhos.  Sebastian sempre fazia isso quando Ciel estava distraído.

Vinha notando que as mudanças da puberdade se tornavam mais evidentes no rapaz. Ciel estava perto de completar 18 anos, o rosto perdia os traços da infância e o corpo ganhava curvas novas. Do temperamento nem se falava, Ciel tinha um gênio forte.

“O que você quer jantar hoje?” Tentou puxar assunto.

Ciel deu de ombros. “Qualquer coisa.”

“Certo. Vou ver se encontro ‘qualquer coisa’ no mercado.” Sebastian sorriu. “Costela de vento com suco de nada, está bom?!

Ciel acabou rindo do comentário sem graça. “Idiota! Acho que quero yakisoba.”

“Okay. Uma yakisoba com bastante vegetais então!” Sebastian sorriu mais uma vez, sabendo o quanto Ciel detestava legumes. Estava sendo maldoso de propósito, só para seu irmão deixar de ser birrento.

***

Ciel estava no pergolado. A brisa da noite estava fresca e o céu límpido. Ele observava as estrelas, um passatempo que passou a apreciar.

“Já está tarde.” Sebastian segurava um cobertor numa mão e na outra uma bandeja.

“Só mais um pouco.” Ciel se recostou novamente no banco, inclinando a cabeça para trás. A preguiça o consumia. “A noite está bonita.”

“Já previa que você diria isso. Pegue.” Jogou o cobertor em Ciel, e colocou a bandeja em cima da mesinha. Trazia chocolate quente. “Só dessa vez, por isso não vá se acostumando mal.” Se referia ao chocolate.

“Como se você me mimasse muitas vezes para eu me acostumar mal.” Ciel revirou os olhos, pegando uma das xícaras. “Obrigado.”

Sebastian também se sentou, pegando o cobertor e os cobrindo. Olhou para o céu, realmente era uma bela noite. “Faz tempo que eu não paro para aproveitar algo assim, nem lembro qual foi a última vez.”

Ciel olhou para seu irmão. Sebastian também contemplava as estrelas, e a beleza dele era acentuada pela luz do luar. Droga, porque ele tinha que sentar no mesmo banco? Estando assim tão perto, Ciel tinha medo de Sebastian ouvir as batidas de seu coração.  

“Sobre isso...” Ciel tentava ignorar o frio no estômago, aquele arrebatamento que só a presença de seu irmão conseguia causar. “Eu tenho uma teoria.”

“Você soou intelectual agora.” Sebastian riu. “Então diga meu jovem Einstein. Qual a sua teoria.”

“Certo. Eu não diria que você ‘vive’, eu diria que você ‘existe’. A sua vida gira em torno do seu trabalho e isso consome a maior parte do seu tempo, quase não sobrando tempo para outras coisas.” Ciel já vinha analisando o estilo de vida de Sebastian a algum tempo. “Você deveria aproveitar a vida enquanto está jovem e saudável, daqui a pouco você envelhece e morre, e tudo terá sido em vão.”

“Uau! Essa foi uma análise profunda.Mas você tem razão.” Sebastian ficou pensativo. A vida estava passando e ele ficando para trás. Não conseguia sair do lugar, estava preso ao passado. “Acho que se eu comparar a minha vida de antes e a vida que eu tenho agora, eu diria que estou no lucro. Eu já até conseguiu sair para um piquinic com você.”

“Se antes era pior, eu não quero nem imaginar.” Ciel brincou, terminando de tomar o chocolate quente. “Sua vida deveria ser um tédio.”

“Sim, era.” Sebastian apenas confirmou, lembrando dos anos de solidão. “Sabe Ciel, é bom ter você aqui comigo, muitas coisas mudaram depois que passamos a morar juntos. Antes era tudo tão… monótono e vazio.”

Ciel estranhou seu irmão estar sendo tão aberto, eram raras as vezes que Sebastian se abria sobre o passado, e mais raro ainda quando era de maneira espontânea. Ele não perderia a oportunidade de saber mais. “E porque você você não fazia algo para mudar isso, como… sei lá... sair com seus amigos... Correr pelado em via pública.”

Os dois riram.

“Amigos? Não! Eu não tenho amigos. Apenas colegas de trabalho.” Sebastian deu uma curta risada. “Eu sempre acabo afastando as pessoas de perto de mim.”

“N-Nem… Nem namoradas?” Ciel sabia que estava entrando em um campo minado.

Sebastian sentiu um calafrio. A conversa tomava um rumo desagradável e sua vontade era de fugir, como sempre fazia. Mas fazer isso apenas o deixaria empacado no mesmo lugar. Ele precisava subir os degraus do qual Yume falou.

“Não. Apenas encontros… Casuais.” Pigarreou. Não deixaria tão explícito que eram encontros para sexo casual. O qual muitas vezes nem chegou a acontecer. “Mas… Eu não conseguia me sentir confortável na… presença de outra pessoa.”

“Entendo perfeitamente.” Ciel rodeava com o indicador a borda da xícara, ele entendeu que ‘encontros casuais’ eram esses. “É normal se sentir assim depois do que a gente passou. Ninguém é capaz de entender até passar pela mesma situação.”

Sebastian refletiu sobre aquelas palavras. Sim, ninguém era capaz de entender o que eles passaram. Eles! Sebastian não foi o único a sofrer na mão de Vincent, Ciel sofreu também. Yumi estava certa, ninguém o entenderia melhor que seu irmão.

“Eu sinto muito pelo que você passou. Queria ter o poder de voltar no tempo e mudar as coisas, mas o que passou, passou, não há mais volta.” Sebastian suspirou. “Mas eu não quero que você se torne alguém igual a mim.”

“Igual a você?” Ciel franziu as sobrancelhas.

“Sim, alguém vazio. As vezes eu sinto que estou morto por dentro.” Sebastian estava falando coisas que levou anos para falar para sua psicóloga, mas ele não se sentia de todo mal, no fundo era até bom colocar isso pra fora. “Eu quero que você viva a vida, Ciel. Quero que case, construa uma família e que seja feliz. Quero que tenha tudo o que eu não consigo ter.”

Ciel riu com desgosto. “Nada disso importa para mim. A única coisa que eu quero é ficar ao seu lado, mesmo que isso me machuque as vezes.”

Sebastian encarou seu irmão, lembrando do dia que descobriu que Ciel estava apaixonado por ele. Vinha evitando esse assunto o máximo que podia, mas sabia que um dia voltariam a conversar sobre isso. Não podia ignorar os sentimentos do garoto para sempre. Era cruel.

“Eu estou quebrado, Ciel. Não sou a pessoa certa para você.” Inconscientemente levou a mão ao rosto do rapaz e acariciou ali, o vendo fechar os olhos ao seu toque. Sebastian achou isso encantador.

“Olhe para mim, Sebastian.” Ciel abriu os olhos, mostrando uma imensa tristeza. Queria que Sebastian pudesse enxergar sua alma. Sua dor. “Olhe bem para mim. Ferido. Destruído. Fracassado. É assim que eu me sinto, portanto, eu não sou diferente de você. Por tudo que você passou, eu também passei. E o pior é que, ao contrário de você, eu estou preso a uma cadeira de rodas pelo resto da vida. Sua vida não é pior do que a minha, então pare de se martirizar tanto. Há pessoas em situações piores que a sua.”

Essas palavras desarmaram Sebastian, que se sentiu até envergonhado perto da coragem de Ciel. Mais uma vez seu irmão estava certo, sempre haveria alguém em situação pior, e havia um exemplo bem à sua frente. Sebastian não conseguia se imaginar sendo um cadeirante, estar preso àquela estrutura de ferro pelo resto de seus dias. Não que ele achasse que a havia não havia expectativas positivas para um cadeirante, mas definitivamente era algo que ele não queria para si.

Ele não falou nada, não achava palavras para dizer nesse momento,  apenas abraçou Ciel, transmitindo todo o conforto e apoio que queria dar. Admirava seu irmão. Apesar de tudo, Ciel tentava seguir em frente mesmo com todas as suas angústias e frustrações. Se sentiu um covarde por não conseguir fazer o mesmo.

“Me desculpe, mas eu gosto tanto de você.” Ciel fechou os punhos nas costas de seu irmão, tinha que dizer isso, estava sufocado há tempo. Céus, e essas malditas lágrimas que queriam sair. “Eu sei que nós prometemos não falar sobre isso, mas… Eu não consigo deixar de gostar de você dessa forma errada. E mesmo sabendo que você não é meu irmão de verdade, ainda assim eu me culpo tanto por isso.”

Sebastian realmente não sabia o que falar, era uma situação desconfortável. “Ciel… Não diga isso… Eu… Eu…” O que fazer? Não sabia. Queria protegê-lo de toda dor, mas isso era algo impossível de fazer. Só o que estava a seu alcance era consolá-lo, mas até isso parecia difícil.

Levantou o rosto de Ciel. Estava vermelho, os olhos molhados. Ele parecia tão frágil e ficava tão bonito assim. Sebastian se perdeu mais uma vez admirando a beleza daquele jovem. Apenas Ciel não via isso. Limpou as lágrimas do rosto dele e se aproximou. Iria consolá-lo, mesmo que fosse de uma maneira impensada, motivada pelo calor da emoção. Beijou Ciel.

A última vez que o coração de Sebastian bateu tão rápido foi quando esteve com Vincent, mas ao contrário daquela vez, a sensação de agora era confusa. Uma mistura de algo bom, muito bom, com uma dose generosa de receio. Em contrapartida, Ciel estava a ponto de ter um colapso.

Ele realmente não esperava por isso. E ele  também não conseguia se concentrar no beijo, seu cérebro gritava que estava sendo beijado por Sebastian. Por Sebastian. E o melhor de tudo, havia sido ele a tomar a iniciativa. Seus neurônios trabalhavam a mil por hora, era muita informação de uma só vez.

Sebastian se afastou, sem jeito. “Desculpe, acho que eu fui muito invasivo.”

“Como?” A mente de Ciel estava uma confusão.

“Você parecia não estar gostando.” As bochechas de Sebastian coraram um pouco, estava arrependido. Agiu por impulso. “Você não correspondeu.”

“O que???” Ciel falou mais alto do que gostaria. Droga, por que tinha que parecer tão eufórico. “Não é isso, eu gostei. Eu gostei muito. Eu só fiquei surpreso, e nervoso. Só isso. Mas nós podemos tentar de novo.”

“Acho que já tivemos muito por hoje.” Sebastian precisava de um tempo para pensar no que tinha acabado de fazer. Ele sabia que depois desse beijo nada mais voltaria ao normal, por mais que tentassem. “Não demore muito aqui, amanhã você tem aula.”

“Espere, Sebastian.” Ciel o impediu de levantar. Não deixaria seu irmão fugir como das outras vezes. “Esse beijo, foi por pena ou por que você sentiu vontade.”

“Eu não beijaria alguém por pena, especialmente se tratando você.” Sebastian foi sincero. “Há muitas coisas em jogo para fazer algo tão inconsequente.”

‘Então ele queria mesmo me beijar.’ Ciel concluiu. Poderia morrer de felicidade. “E o que você realmente sente por mim?”

“Sinceramente eu não sei dizer, Ciel.” Sebastian falou a verdade. Ele nunca havia sentido algo assim por alguém, então ele não sabia como rotular esse sentimento. “Só o que posso dizer por enquanto é que tenho um carinho imenso por você. E isso às vezes me deixa confuso.”

‘Ele está apaixonado e não sabe.’ Ciel sorriu consigo mesmo. Conhecia muito bem essa sensação, afinal, seus sentimentos estranhos por Sebastian começaram assim.

“I-Isso q-quer dizer que eu tenho uma chance com v-você?” Maldição! Ciel queria morrer de vergonha por gaguejar tanto.

“Talvez.” Sebastian suspirou, havia colocado a corda no pescoço. Agora não adiantava querer voltar atrás depois dele próprio ter tomado a iniciativa do beijo. Seria muita covardia com os sentimentos do rapaz. “Só não crie tantas expectativas em relação a mim. Eu tenho quase certeza que vou decepcionar você. Agora vamos entrar, está tarde.”

“Espere.” Ciel o segurou mais uma vez. Seu rosto parecia um pimentão maduro. “Só mais uma vez… o beijo… Você poderia me beijar de novo.”

“Ciel…” Sebastian iria recusar.

“Por favor.” Ciel queria entrar num buraco. Era vergonhoso ter que tá implorando por algo assim.

Sebastian resolveu ceder de uma vez, assim dariam fim mais rápido a essa conversa e ele poderia ir para seu quarto. “Só mais um.”

Dessa vez Ciel correspondeu. Obviamente não era seu primeiro beijo, já havia beijado Vincent várias vezes, mais era a primeira vez que fazia isso por querer. Agora entendia porque as pessoas gostavam tanto disso. Ao contrário do nojo extremo que sentia com seu pai, com Sebastian era uma sensação maravilhosa, euforia misturada com prazer.

As sensações agora eram mais concretas para Sebastian, a participação de Ciel no beijo contribuiu para isso. Mesmo assim Sebastian não deixava de se sentir apreensivo. Um beijo era algo fácil de se fazer, mas e quando as coisas avançassem alguns níveis a mais? Um dia isso iria acontecer, então como reagiria? Sebastian procurou não pensar mais nisso, era melhor deixar as coisas acontecerem naturalmente.

Por hora, ele aproveitaria esse momento. Sebastian não se lembrava de um dia ter se sentindo tão bem assim.


Notas Finais


É isso, desculpem qualquer coisa e obrigada pelos comentários, do fundo meu coração!

O próximo é o último juro!!! Vamos descobrir o porque de Sebastian ser tão retraído assim!


Bjosssss


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