História Broken hero - Breaking limits

Capítulo 22: Breaking limits

 

- MAS QUE MERDA! ME SOLTA SEU TARADO! - Aquele foi o despertar menos delicado que Katsuki tinha tido em todos os seus anos.
 

Acordar com um tapa na cara e com gritos estridentes que faziam seus ouvidos zumbirem não era nem um pouco agradável. Durante alguns segundos ele se viu no lugar de Ayame, tendo que escutar a gritaria e reclamações de alguém próximo durante longos minutos.
 

Quando a ruiva finalmente tinha terminado de expressar sua frustração os três estudantes puderam sair para a escola. Aya estava estranhamente alegre, não ligou para o irmão roubar seu biscoito, nem para os xingamentos matinais sua cabeça estava em um totalmente diferente. Katsuki tentou brigar com ela durante o caminho com a intenção de saber o motivo de tamanha alegria, mas Lizara rapidamente interveio, puxando a morena para perto de si e correndo na frente deixando um loiro com a cara emburrada por ter sido deixado para trás . As garotas ficaram falando do encontro da menina dragão enquanto o maior tentava limpar as orelhas e acabar com o zumbido em seus ouvidos que a rosada causara, aquilo já tinha deixado sua manhã um lixo, mas ela só estava começando.
 

Antes mesmo de pisar na escola o humor de Bakugo já não estava dos melhores. A notícia de All Might ter se tornado professor ainda era recente e continuava a atrair a imprensa como nos últimos dias. Novamente os repórteres estavam na entrada da U.A. fazendo perguntas para cada aluno que passava e tentando adquirir qualquer informação sobre o herói número um e atual professor dos aspirantes a heróis . Nos dois primeiros dias Bakugo conseguiu fugir, mas agora junto de Ayame e Lizara ,chamavam mais atenção ainda.
 

- Com licença!  - a repórter de rabo de cavalo continuava a segui-los ,fazendo o sangue do maior ferver de raiva.- Podem dizer algumas palavras sobre o All Might...Ah? Você não é o menino que foi pego por aquele vilão?  Ah e você não é irmã que o ajudou a respirar nesse mesmo incidente? - o loiro trincou os dentes ,segurando na gola do casaco de Aya e a arrastou em direção a escola. Nem ferrando que ele iria deixar a morena risonha rir da sua cara em rede nacional.
 

- Sai pra lá. - Rosnou para a repórter, ignorando sua pergunta.
 

O loiro já sabia que as pessoas viriam conversar com a ruiva no momento em que pisaram na sala, mas depois daquele encontro irritante com a imprensa e dos gritos estridentes que teve que ouvir  ele queria sentir o cheiro dela, sentir seu toque delicado e aquelas duas garotas preocupadas estavam atrapalhando. Mas Lizara estava sumida durante alguns dias e era óbvio que Uraraka e Tsuyu seriam as primeiras a interrogá-la cheias de preocupação. Ele não podia fazer nada, não queria exibir para todos que ele e a rosada tinham uma relação estranha e que ficavam quase diariamente, mesmo que os beijos ,em sua maioria ,fossem para curá-lo e ajudá-lo a recuperar as energias.
 

- Liza- chan, você tá bem ? O que aconteceu? - a garota sapa começou o interrogatório , tocando o queixo com o indicador.
 

- Estou ótima meninas. Não foi nada demais. - falou calmamente, balançando as mãos em frente ao rosto.
 

Àquelas duas conseguiram um espacinho no coração de Liza e conquistaram seu carinho. Pelo menos um pouco.
 

Elas não se importavam muito com o jeito mais frio que a ruiva tratava outros as vezes, queriam ficar próximas e isso lhes deu como recompensa os pequenos gestos de carinho, a voz mais doce e gentil e os sorrisos alegres da garota. Uraraka notou assim que a ruiva mudou seu modo de agir com os outros que a garota tinha duas personalidades, a fria ,que mostrava para os colegas mais distantes e a alegre ,apesar de um pouco direta demais, que mostrava para os que confiava. A castanha não poderia ficar mais feliz quando recebia aqueles sorrisos, mostravam a confiança da morena em si.
 

- Sua perna está enfaixada Liza-chan, o que foi isso? - a castanha insistiu em saber o que tinha acontecido com a garota. Uraraka já estava um pouco desconfiada sobre a relação do Bakugo mais velho e da rosada e tinha quase certeza que ele tinha alguma coisa haver com os ferimentos da menor. Talvez um treino que deu errado ou ,no caso de um relacionamento mais íntimo, uma brincadeira que saiu pela culatra.
 

- Já disse que não foi nada meninas! Eu só caí e cortei a perna sem querer enquanto cozinhava.  - Ela sorriu, sacudindo as mãos na frente do rosto.
 

Mentir era seu forte, poucas pessoas saberiam dizer quando ela estava mentindo ou falando a verdade, apesar de que naquela turma três pessoas conseguiam fazer isso sem nem mesmo a conhecer muito bem. Os gêmeos Bakugos sabiam diferenciar por terem um problema tão tenebroso quanto o dela, mas aquele rapaz de olhos heterocromáticos a encarava com tanta intensidade que ela tinha certeza que a mentira boba que deu não funcionará nele. A ruiva suspirou, tentando acalmar as meninas e ao mesmo tempo fazer o bicolor desviar a atenção de si, aquilo estava começando a incomodar. Conseguiu ter seu desejo realizado quando um certo loiro explosivo, jogou sua mochila com toda a força na cara de Kirishima, o xingando de tudo quanto era jeito.
 

- SEU FILHO DA PUTA! PEDÓFILO!  TRAIDOR!  EU VOU TE MATAR! QUEM TE DEU PERMISSÃO DE BEIJAR A PORRA DA MINHA IRMÃ!? - a confusão havia começado no segundo em que os lábios da Bakugo e de Kirishima se tocaram em um rápido selinho de bom dia, uma das coisas mais simples que poderiam fazer.

 

"Ainda bem que ele não sabe de ontem." O ruivo não quis contradizer o rapaz, corando um pouco ao se lembrar dos toques da menor. Se Kirishima abrisse a boca para dizer que era normal e que pretendia fazer isso e muito mais nos próximos dias ,só acabaria arrumando mais confusão e causaria mais constrangimento para a morena agarrada em seu braço. Eles não estavam namorando, ainda queriam ver até onde seus sentimentos iam, mas não tinha sentido esconder se era claro como o dia que tinham sentimentos um pelo outro. Era até bom, assim os meninos parariam de tentar chamá-la para sair.
 

- Kirishima! Você é um traidor! Eu achei que era igual a mim e ao mineta! Um cara nem um pouco popular com as garotas! - O rapaz usuário de eletricidade da classe se intrometeu com pequenas lágrimas no canto dos olhos. - E você ainda pegou a gostosa da irmã quente do Bakugo! Até onde chegaram?
 

- Kaminari! Não fala assim. - o cabelo da garota pegou fogo enquanto o ruivo ria ao seu lado.
 

- EU VOU TE ESFOLAR NO ASFALTO FAÍSCA!  NÃO ABRE A MERDA DA BOCA PARA FALAR DA CARALHA DA MINHA IRMÃ ! - Se aproveitando da confusão que Bakugo estava fazendo, precisando ser segurado por Iida e Sero para não avançar no trio alegria, o herdeiro do One for All caminhou de fininho até a rosada de cauda, lhe tocando o ombro com delicadeza para chamar a atenção.
 

- Li-Liza- chan... Se-será que podemos conversar?  - As bochechas de Midoriya ardiam como nunca, aquilo era muito constrangedor.
 

- Claro Izu-kun. - Ela sorriu gentil, se virando para o maior e pegando em sua mão. A cara vermelho e o olhar voltado para chão deduraram o tipo de conversa que ele queria. Um pouco de receio passou pelo corpo da menor, mas ela não hesitou, ele era seu amigo e tinha tratado de suas feridas antes. - Vamos para um lugar mais reservado.
 

O apelido novo de Izuku não passou despercebido, muito menos sua cara de pura vergonha. Na mesma hora que a voz de Deku chegou aos ouvidos de Uraraka a castanha voltou seu olhar para o menino, o coração acelerando um pouco e as bochecha naturalmente rosadas e bolachudas assumiram um tom de rosa mais forte. Era evidente que a garota da gravidade estava contente com a aproximação do rapaz de cabelos verdes, mas diferente das bochechas quentes de alegria da menina as de Katsuki ardiam de raiva.

 

"Quem aquele nerd de merda pensa que é para falar com tanta intimidade  com o que é meu?!" Os pensamentos do loiro estavam sendo possessivos demais? Sim, muito. Lizara não passava de sua parceira recente , não era sua garota para que ele fosse tão possessivo com relação a ela, mas por que seu corpo estava sendo coberto com mais raiva do que antes? Sua fúria era tanta que era possível ver a aura vermelha de ódio o rodeando e fumaça saindo de suas mãos. Sua atenção não estava mais presa no abraço que Ayame dava em Kirishima. Quando fez como que fosse andar em direção ao esverdeado e a rosada ,com algumas explosões pequenas explodindo em suas mãos, prontas para destruir aquele infeliz, a rosada agiu mais rápido e puxou Midoriya para longe do perigo, deixando um Bakugo estupefacto e furioso para trás.
 

- VÃO SE FUDER!!!! FILHOS DA PUTA!!!! - Gritou socando a carteira, a fazendo ranger.
 

Sua próxima vítima não foi um objeto inanimado, mas sim o represente da sala que veio protestar contra a demonstração descontrolada de raiva do mais baixo. Os braços mexendo de forma robótica não salvaram Iida de receber um forte soco no meio da cara, fazendo o seu nariz sangra e uma Momo entrasse em desespero enquanto criava lenços de papel para estancar o sangramento. A cena foi cômica, mas a Bakugo mais nova sabia que aquilo significa semanas de treinamento de controle da raiva jogadas no lixo, mesmo que estivesse gargalhando junto de metade da turma.
 

Midoriya e Lizara conseguiam escutar as altas risadas que seus colegas davam, rindo baixinho junto deles ao imaginarem o drama que Katsuki havia feito por eles terem fugido. Os dois estavam apoiados na parede, tomando um pouco de achocolatado que haviam acabado de comprar.
 

- Então, o que quer falar meu amigo? - A menor começou, exibindo um sorriso de canto. Estava animada com o assunto, coisa rara.
 

- Li-Liza-chan, você já se apaixonou antes? - a pergunta direta a fez engasgar com a bebida, tossindo descontrolada. - Ah! Você tá bem?! - Ele esfregou as costas dela ,tremendo um pouco por causa do nervosismo.

-D-Do...Do que você tá falando Izuku?! Me apaixonar ? Eu não sei , acho que não. - Sua mente correu para a imagem de Katsuki, os olhos vermelhos dele a fitando de forma intensa e o rosto dele levemente corado e ofegante após uma de suas intensas sessões de cura. A imagem era tão viva que ela quase podia sentir as mãos dele apertando sua cintura. O coração dela falhou uma batida e seus bochechas coraram violentamente.
 

- E-Eu acho que me apaixonei mais uma vez, mas não sei se é paixão ou só atração física. - Aquilo fez a atenção da menor voltar para o maior, suas orelhas atentas a tudo que era dito.
 

- Você já se apaixonou antes ,Izu-kun? - A curiosidade dela só aumentou quando ele concordou com a cabeça. - Eu conheço? - novamente o menino assentiu com a cabeça. - Quem?! - Ela praticamente pulou ao lado dele, ao imaginar ele com Ochako.
 

- O que eu sinto por essa pessoa já deixou de ser paixão a muito tempo. - A garota só faltava babar ao seu lado, aquele não era um lado muito conhecido de Lizara, o lado de uma garota romântica incorrigível que queria juntar todos os seus coleguinhas de classe. - Já se tornou amor e agora a chama que eu sentia está se apagando pouco a pouco, afinal ele não liga para mim. - "Ele?!" pronto, sonho de consumo da ruiva estava feito, pobre Uraraka, ela precisaria arrumar alguém para a castanha depois, mas o foco agora era Deku e seu amor platônico.
 

- Quem é Izu-kun?! Quem você ainda ama?! - Ela ,literalmente, dava pulinhos de alegria ao lado dele agora. Que garota não gostaria de ter um amigo gay caindo de amores por um conhecido?
 

- O Kacchan... - Sussurrou bem baixinho, escondendo a face ruborizada com as mãos logo em seguida.
 

A animação da garota sumiu em questão de milésimos de segundos. Seu sorriso se desfazendo tão rápido quanto o brilho em seus olhos. Ela travou, olhando o rapaz com os olhos opacos. Por alguma razão seu peito doeu ao ouvir aquelas palavras.
 

- V-você nu-nunca falou isso para ele falou? - Ela tentou manter a compostura, mas sua voz saiu mais fria do que o usual.  O maior negou com a cabeça, envergonhado. - Nu-nunca beijou ele também não é? - ele riu baixinho, deixando a pergunta no ar.
 

Por que aquilo a incomodava tanto? Por que imaginar Midoriya aos beijos com Katsuki lhe gelava o sangue daquela forma e lhe dava um dor no peito que nunca sentira na vida. Ela se viu sendo consumida por aqueles sentimentos ruins e a demora do esverdeado em responder só aumentava a cada segundo. Estava triste e com raiva, mas por que?
 

- Liza-chan, o Kacchan gosta de meninas. - Alívio, essa foi a primeira coisa que ela sentiu. - Apesar de que teve aquela vez.
 

Pronto, era tudo o que faltava. Lá foi ela, tomada pelo seu lado impulsivo e imprevisível, agarrar os ombros do rapaz com força, o encarando nos olhos com faíscas no olhar. Detestava quando agia sem pensar e de forma tão imprudente. Deku se assustou com a raiva que emanava da menina ,arregalando os olhos. Era a primeira vez que via aquele lado de Lizara e ele o assustava tanto, senão mais, do que o lado furioso do Bakugo.
 

- Que vez Midoriya? - O chamou friamente. "Eu tô com uma puta vontade de bater na cara dele agora"
 

- Be-bem...éramos mais novos....uns treze anos ,doze anos eu acho.... - Começou relembrando daquele dia com um sorriso no rosto, mas a face da garota parecia mostrar cada vez mais o seu desgosto. - Toda nossa turma estava sentada em um roda durante um acampamento, estávamos jogando o jogo da garrafa  ,sabe, aquele que as pessoas em que a garrafa para tem que se beijar. - a raiva estava cada vez maior no corpo da pequena a fazendo apertar com mais força os ombros do garoto, o que não passou despercebido pelo mesmo. - Pa-parou em mim e no Kacchan. Ele não queria ,gritou a plenos pulmões que não era viado e que não beijaria um merda como eu. Aquilo doeu.
 

Ela conseguia imaginar a cena. O loiro histérico gritando e empurrando qualquer um que chegasse perto e o esverdeado quieto em um canto, de cabeça baixa e apertando a bermuda. Era bem a cara deles agir daquele jeito. Mas pensar naquilo a fazia trincar os dentes.
 

- No fim ele não aguentou as provocações de todos, dizendo que ele era homofóbico ou covarde e acabou cedendo, me mandando me aproximar.- Ele tocou os lábios de leve com os próprios dedos, sorrindo bobo.
 

A cada palavra que o menino proferia a vontade de meter a mão na cara dele aumentava mais e mais para a rosada. "Cala a boca Midoriya! Cala a boca!" o autocontrole estava indo embora mais rápido do que Liza podia imaginar. A rosada nunca imaginou que sentiria tamanho ódio por alguém só por essa pessoa ter beijado. Imaginar Bakugo tocando qualquer um ou uma que não fosse ela fazia seu sangue ferver.
 

- Como eu já amava ele, eu só obedeci. Me levantei e fui até ele. Era pra ser só um toque rápido de lábios, mas eu forcei um pouco a barra e o beijei de verdade. - Aquela foi a gota d'água.
 

- Ele tocou no que não devia. Vai deixar assim? - a voz baixa, de uma pequena menina chegou aos ouvidos da ruiva. Só ela conseguia ouvir, só ela conseguia ver a pequena garota de não mais que cinco anos parada ao lado de Midoriya.
 

A menina tinha longos cabelos rosados, olhos roxos sem brilho e um assustador sorriso sádico. Seu vestido branco descia até os joelhos e estava coberto de sangue, mas a longa cauda negra e escamosa e as asas negras ,quebradas e ensanguentadas, que tocavam o chão era o que mais chamava a atenção.
 

Talvez fosse seu instinto de preservação, talvez fosse os anos de desconfiança, mas sempre que Lizara estava começando a perder o controle, quando a raiva e outros sentimentos ruins subiam à cabeça e ela se sentia traída por aqueles que considerava próximos aquela versão mais nova sua surgia, dizendo as mesmas coisas ruins. Aquela garota a persuadia a ferir os outros sem remorso, sem medo de matar.
 

- Ele é um traidor, merece ser punido, merece ser cortado e feito em pedaços.
 

Os olhos roxos da garota ficaram opacos e, sem pensar ,ela fez com que uma minúscula lâmina de vento saísse da ponta de sua cauda e cortasse a mão do esverdeado a sua frente. O corte foi extremamente superficial, tanto quanto um corte de papel, mas foi um aviso para Deku. A história estava mexendo com o emocional da pequena garota a sua frente e aquilo era perigoso.
 

- Continue... -  a ruiva sussurrou,  voz fria e amedrontadora era bem diferente da voz que usava normalmente e causava tantos arrepios no esverdeado quanto às vezes em que Kacchan o ameaçava com sua voz cheia de ódio e de tom elevado.
 

- Kurosaki-san...Eu não...eu não sei é uma boa ideia... - Ele desviou o olhar, tremendo um pouco por causa do medo que sentia diante do olhar afiado da rosada, parecia que seria feito em pedaços caso se movesse bruscamente. Ele se sentia um pobre cordeiro na frente de um lobo que queria devorá-lo.
 

- Fale. O que o Bakugo fez em seguida? - mais um corte apareceu na mão do rapaz só com um simples estreitar de olhos da garota de cauda, dessa vez um mais profundo.
 

- Ittai... - instintivamente ele fechou os punhos e trincou o maxilar com a dor. - Ele me bateu, explodiu minha bochecha e depois ficou ainda pior comigo na escola, pelo menos até eu salva-lo daquele vilão. Kacchan me explodiu com tanta força que fiquei queimado durante semanas. -  a expressão triste e de dor no rosto de Midoriya fez a ruiva cair em si.
 

Lizara sacudiu a cabeça, fazendo aquela menina virar fumaça, e se afastou as pressas com lágrimas nos olhos. Ela não queria ter machucado ele, muito menos ter sido tão grossa e má como fora.
 

- Kurosaki-San...- Izuku hesitou, não imaginava que a garota pudesse ficar tão abalada por causa de um simples beijo que ele dera em Bakugo a anos a atrás. - Você gosta do Kacchan por acaso? - Sussurrou para si mesmo, vendo a cauda da garota sumir em um corredor transversal. " Eu não pude nem falar o que estou sentindo pelo Todoroki-Kun. Deve ser só atração física mesmo, é bem mais fraco do que eu sinto pelo Kacchan...ou sentia."
 

As pessoas muitas vezes veem só aquilo que querem e os alunos da 1 A não eram diferentes. Quando Kurosaki entrou às pressas na sala e se sentou encolhida em sua cadeira a visão de Bakugo diminuiu. O loiro não viu ou não ligou para as pequenas gotas de sangue que escorriam das mãos de Izuku quando ele entrou na sala, o total oposto de Todoroki, que não se importou para as lágrimas grossas que escorriam dos olhos púrpuras da rosada, se focando somente nos ferimentos de Midoriya. Ambos os garotos se levantaram com brutalidade, mas se detiveram quando  Aizawa entrou, parecendo mais cansado do que normalmente, para que as aulas começassem.
 

Como sempre as da manhã foram chatas e simples e rapidamente os alunos foram liberados para o almoço. Aquilo foi de certa forma um alívio para a Kurosaki, que não conseguia ouvir uma simples palavra que os professores diziam.  Sem perder tempo Katsuki puxou Lizara para longe de tudo, no momento em que o sinal tocou, subindo para o terraço a passos pesados e deixando o trio alegria, Aya, Kirishima e Kaminari, almoçarem sorridentes e totalmente alheios ao caos que estava a cabeça daqueles dois.
 

- Katsuki, tá doendo. - Ele chutou a porta do terraço com brutalidade ,ignorando o que ela havia dito , e a puxou com força em direção ao seu peito.
 

- O que você e aquele nerd maldito estavam conversando sua maldita?! - Esbravejou, deixando sua preocupação transparecer um pouco.
 

- Nada demais. Não deveria se preocu...
 

- É CLARO QUE EU ME PREOCUPO PORRA! - a interrompeu, agarrando os ombros dela com força e a sacudindo  - VOCÊ É A PORRA DA MINHA PARCEIRA! VOCÊ TAVA CHORANDO CARALHO! EU NUNCA TE VI CHORANDO! - Ele abaixou o olhar,claramente abalado pelo que aconteceu - Merda Lizara, o que aquele maldito te falou? - Ele teve que se controlar muito para não puxar Deku para aquele terraço também e arrancar as respostas a base da porrada.
 

- Katsuki... - sussurrou, um pouco espantada com o jeito em que o loiro agia.
 

Agindo por puro impulso, movida pela frustração que sentia ao lembrar que Midoriya havia tomado aqueles lábios ásperos para si uma vez e pela agonia de ter machucado um colega, que a fazia querer buscar por consolo em algum lugar. Ela apoiou as mãos nos ombros dele e pulou em cima dele, na intenção de enlaçar a cintura dele com as pernas, o que não deu muito certo. Ela acabou o derrubando no chão e se sentando em seu colo, uma perna de cada lado de seu corpo.
 

Bakugo se assustou, agarrando a cintura dela por reflexo e arregalando um pouco os olhos. Sua bunda doía com o impacto e ele sabia ela estava tentando distraí-lo, mas ele não conseguia deixar de ficar excitado com aquilo.
 

- Liz...- foi calado pelos lábios quentes e húmidos da menor.
 

Mesmo hesitante ele abriu um pouco os lábios quando os sentiu serem lambidos pela língua morna dela. Sem pudor a ruiva invadiu a boca dele, iniciando um beijo rude e sedento. Ele retribuiu da mesma forma, cheio de fogo, agarrando a cintura dela com força e a puxando para mais perto, querendo sentir ainda mais a pele dela na sua. O ar faltou quando as coisas já estavam começando a ficar quentes , forçando os dois a se separarem ofegantes. Lizara ainda não estava satisfeita queria mais do gosto de Katsuki. Ela respirou fundo para pegar fôlego e selou seus lábios no do loiro outra vez ,esse grunhiu baixinho quando seu lábio inferior foi chupado com volúpia e uma das mãos delicadas dela invadiram sua camisa ,acariciando suas costas.
 

O que deu naquela menina? De onde surgiu todo aquele fogo? Por que mesmo o beijando daquela forma ela ainda parecia frustrada? Essas perguntas não importavam agora, ele só queria aproveitar o toque firme que ela dava em sua nuca e curtir a língua afobada que explorava sua boca e brigava com a sua pelo controle.
 

- É tão bom....quanto o do...Midoriya? - Sussurrou a ruiva próximo ao ouvido dele entre ofegadas que dava para tentar recuperar o fôlego outra vez.
 

- Que porra você tá falando? - rosnou, apertando sua cintura com força. "Deku seu filho da puta! Você contou sobre aquela Merda?!" - Eu não sou gay Ichigo!
 

- Eu sei sobre o beijo. - o encarou séria, apertando os ombros dele com força. - Eu só quero confirmar que realmente prefere a mim do que à ele.

 

"Foda-se os limites! " ele rosnou, empurrando ela para baixo pela cintura, fazendo seus quadris roçarem. Ele teve que controlar o grunhido gutural que quis sair de sua garganta com a pressão que o corpo da menor fazia em cima de seu membro, mas o rosto corado dela e a cara de pura vergonha valeu a pena. Quem diria que ela não iria bater na cara dele?
 

- Tá sentindo? - forçou  ela rebolar em cima de si para intensificar o toque. A ruiva corou como nunca, sentindo aquela coisa rígida em baixo de si. - É isso que você faz comigo. Não o Deku. Nem nenhum maldito filho da puta. Eu perco o tesão só de imaginar aquele nerd me beijando outra vez. - O que ele poderia fazer ? Era impossível não ficar tão excitado tendo ela em cima de si e o beijando com tanta luxúria quando tinha feito.
 

- Katsuki... - Tocou de leve as bochechas avermelhadas do loiro, ele estava corado tanto pela vergonha de ter feito aquilo com a garota quanto pelo calor que sentia percorrer todo o seu corpo. - Verdade?
 

- Lizara... - Rosnou, o cabelo bagunçado cobrindo o rosto de forma assustadora. - Eu vou ter que colocar sua mão lá embaixo para você descobrir se tô mentindo ou não? Eu não me importo nem um pouco de ser tocado por você.
 

Ela riu, esfregando seu nariz no dele de forma fofa . Estava feliz novamente. Mesmo sem saber o motivo dessa alegria.
 

- Você não aguentaria nem cinco minutos. - Provocou, roçando seus lábios nos dele.
 

- Lizara...- sussurrou a puxando para si outra vez, fechando os olhos e começando um beijo calmo, bem diferente do anterior.
 

Não importava se ela estivesse usando a Demon helear ou não, só o toque dos lábios dela nos seus era o suficiente para fazê-lo esquecer tudo que acontecera de manhã. Não se importava mais com a repórter que o abordou, com os olhares estranhos que lhe deram quando chegou junto dela, nem mesmo Midoriya estava em sua cabeça naquela hora. Só  ela, só a Kurosaki que fazia seu coração bater rápido e os toques suaves das mãos dela em sua bochecha tinham espaço em sua cabeça.