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História Broken Soldier - Let the stormy clouds chase


Escrita por: Wild_World

Notas do Autor


Eu não sou muito de falar, gente. Ok, fiquei um tempo sem escrever por causa de um puta bloqueio. Quer dizer, eu ainda estou sem imaginação, então vai aí um capítulo droguinha. Espero que vocês não achem o capítulo tosco!

Capítulo 4 - Let the stormy clouds chase


“O tempo leva tudo. O que você quer e o que não. O tempo leva tudo. O tempo arrasa tudo. E, no final, só resta a escuridão. Às vezes, encontramos outros nessa escuridão. E, outras vezes, perdemos eles de novo”, disse Stephen King.

Era um dia escuro e chuvoso, diferente do resto dos dias de Traverse City. O céu, pintado com um tom penumbroso, parecia que iria chover a qualquer momento. Lauren Jauregui não conseguia encontrar muitas pessoas pelas ruas naquelas seis horas da manhã duma terça-feira. Quem sabe o clima influenciasse no humor daquela gente.

Olhou para as ondas daquela praia. Fortes, oscilantes, até encontrar a areia e perder sua força aos poucos. Jauregui cravou os dedos contra o solo arenoso. Respirou fundo e voltou ao seu caderno de anotações, abarrotado de palavras e cheiro de tinta de caneta fresca. Os olhos verdes procuravam algum limite para as águas salgadas, mas sua visão parecia trair sua sabedoria, a fazia pensar que o oceano era o limite de tudo, tudo acabaria no fim. Porém, por suas aulas de ciências, ela estava errada.

Seu dedo encontrou-se com a cicatriz do braço esquerdo, exposta pela manga do casaco jeans arregaçado. Uma das diversas. Acariciou-a levemente, sentindo o pequeno relevo e observando a diferença de tons entre a pele normal e as da cicatriz. Apenas negou com a cabeça, jogando os cabelos levemente para trás, com ajuda do vento que insistia em encontrar-se com ela. 

Olhou para trás, dando de cara com sua cafeteria preferida. Ainda não estava aberta. As portas de vidro trancadas e uma única plaquinha dizendo que estavam fechados. Voltou a atenção ao caderno.

Tempo, tudo que ela mais precisava era tempo. Seja para curar suas feridas, seja para impedi-la de tomar aquele trem e ir ao centro de alistamento. A única coisa que age constantemente contra nossa sanidade é a ideia de que existe a probabilidade de não vivermos o amanhã. Isto martelava toda a hora contra a cabeça de Lauren, como que se, de algum modo, não conseguisse aceitar de maneira alguma o movimento dos ponteiros do relógio. Voltou novamente a atenção ao caderno, murmurando um “pare de divagar” para si.

As gotas de chuva começaram a cair ordenadamente. Fracas, apenas filetes de água correndo pelos céus até se encontrar com a terra dura. Fechou o casaco, guardou o caderno dentro da mochila.

Quando 6:40 jaziam no relógio de pulso de Jauregui, seus olhos se encontraram com aquela atendente correndo. As dezenas de papéis, escorrendo pelos dedos, queriam fazer parte da paisagem local, deixando os braços da mulher. A garçonete então apertou-os ainda mais contra o peito. Possivelmente aquele aperto não tenha sido o suficiente para controlar os revoltosos papéis, e estes começaram a voar.

Lauren Jauregui atravessou a rua rapidamente. Estava silenciosa a ponto de ouvir o barulho de seus AllStar baterem contra o asfalto. Agachou e ajudou a latina a pegar todos os papéis. Porém, um deles parecia querer mais do que nunca ir aos céus. Lauren negou sua entrada, correndo rapidamente até o A4 e tomando-o em suas mãos.

                - Obrigada. – Disse a garota sorrindo.

                - Não precisa agradecer. – Respondeu apenas.

                - Ninguém merece essa chuva. – Os olhos castanhos se encontraram com os verdes. – Quer entrar? Eu te faço um café, por conta da casa, claro.

Lauren assentiu, segurando a porta para que a atendente de sorriso branco entrasse. Esta que lhe devolveu com mais um de seus sorrisos envergonhados.

                - Eu gosto. – Confessou Lauren, divagando. – Quer dizer, da chuva. Acho que uma cidade como esta, feliz e radiante o tempo todo, precisa ter um de seus dias de melancolia.

                - Eu acho que te conheço. – Murmurou a garota, passando a mão debaixo do queixo.

                - Talvez conheça. – Rebateu olhando de volta para o chão amadeirado.

                - Você é a garota do Orgulho e Preconceito. Sabe, você é uma pessoa que eu consideraria meio difícil de esquecer. – Estava envergonhada com o que acabara de falar. – Já percebeu que não sabemos os nomes uma da outra até agora? Camila Cabello. – Estendeu a mão para a outra.

                - Lauren. Lauren Jauregui. – Camila retorceu o rosto.

                - Conheço seu nome de algum lugar também. – Pausou enquanto percorria o lugar, fazendo o café. – Lauren? Lauren Jauregui? LMJ?

                - Sou eu.

                - Você só pode estar brincando. – Disse Camila Cabello tentando conter o sorriso. – Você escreveu um dos meus contos preferidos. The New Yorker, certo? Meu Deus, eu não acredito. O que acontece depois. – Citou o nome do conto.

                - É, você me pegou. – Pronunciou Lauren sorrindo com a animação de Cabello. – Ele foi publicado em 2013.

Lauren Jauregui fazia literatura na Columbia na época. Estagiava com o escritor Joseph Kanon, e este conseguiu ter seu livro entre os 50 melhores livros de 2015 pela New York Times. Fora os tempos de ouro da vida de Jauregui. A vida corrida em Nova York não parava, escrevia mais e mais e então publicavam tudo mais e mais. Seus contos eram disputados.

Então, aos 20 anos, decidiu escrever algo que realmente a tirasse da zona de conforto. Este seria o seu Best Seller. Ficou 4 anos no exército dos Estados Unidos, vendo a luta dos americanos contra o terrorismo no oriente médio. Não se identificou como repórter ou nada do tipo, queria a experiência completa militar. Como tenente, foi exposta aos horrores da guerra. Aquele era o fim da sonhadora Lauren.

                - Eu não posso acreditar que estou te conhecendo. – Ofegava levemente. – Por que você parou de escrever?

                - Parar de escrever, eu nunca parei. Só parei de publicar. – Sorriu para Camila. – Eu passei um tempo no exército, querendo inspiração para um livro.

Camila Cabello era realmente uma mulher linda. Sua franja algumas vezes caia sobre os olhos. Estes olhos que eram castanhos e brilhantes. O vento parecia querer andar pelos caminhos da formosura.

                - Agora – Disse Lauren. – Me fale sobre você, Camila Cabello. Eu sou muito melhor escutando do que falando.

Então, como uma súplica mental de Lauren, a garota tomou conta da conversa. Falava sobre seu pai, amigos e, com um carinho especial, sobre sua irmã, Sofia. Disse que fizera diversos cursos de fotografia e dava aulas em alguns dias da semana. Trabalhava na cafeteria porque seus pais não haviam arranjado alguém de confiança para prestar serviços, então Camila os ajudava.

                - Meu sonho é ter uma exposição das minhas fotos. – Admitiu, sonhadora.

                - Espero estar aqui para poder ver suas fotos.

                - Também espero, Lauren.

E, como se tivesse apenas se dado conta naquele momento, Camila trouxe as xícaras de café, uma para si e outra para Lauren.

                - Espero que não se importe. – Assoprou a xícara. – Fiz o café bem forte.

                - É desse jeito que eu gosto.

O tempo passou-se rapidamente entre as duas. Jauregui sentia que com aquela certa pessoa conseguiria falar tudo que pensa, do mais obscuro ponto de sua cabeça até o mais límpido. Preferiu não a assustar dizendo as coisas ruins. Tratou só de ouvis a voz melodiosa da garota, contando com emoção suas experiências, mas sem extrapolar.

O barulho do telefone interrompeu a conversa delas sobre os melhores livros que já haviam lido.

                - O que você quer, Austin? - Disse Camila com desprezo.

A partir daí ela se afastou e Lauren não conseguiu mais ouvi-la conversando com o tal Austin.

Quando voltou, seu olhar parecia abalado, cansado. Sorriu amarelo e seguiu a tomar o segundo café que havia preparado. Lauren fez questão de pagar por este.

                - Acho que tenho que ir para casa.

                - Eu sei que acabamos de nos conhecer, mas seria muito perguntar se aconteceu alguma coisa? - Perguntou Lauren incerta.

                - O babaca do meu ex-namorado foi falar com a minha mãe sobre nosso término. Com certeza ouvirei muito sobre isso de Sinu. Desculpe ter que sair assim.

                - Eu posso te levar em casa. Afinal, está chovendo e, pelo que vi hoje cedo, você não trouxe guarda-chuva.

                - E se você for uma psicopata? - Questionou Cabello brincalhona.

                - Aí você terá que correr este risco. – Abriu a porta para a latinha enquanto andavam lado a lado até o carro de Jauregui.

                - Saiba que meu avô era policial. Ele pode te botar na prisão.  

                - Então melhor não mexer com você, Camila Cabello.

O carro estava silencioso. Lauren botou suas músicas para tocarem no rádio.

                - Troye? - Camila olhava pela janela.

                - Eu adoro as músicas dele.

                - Pelo visto o bom gosto não é só para café e livros.

                - Digo o mesmo de você. – Então deixaram que estas últimas palavras fossem engolidas pelo som de Wild.

De acordo com as coordenadas que Camila a deu, Lauren chegou até a casa da garota. Parou na frente da casa da garota, uma típica casa dos filmes que via. Os olhos de Jauregui focaram no perfil da latina. Parecia exausta. Divagava, olhando para um ponto qualquer da rua, preparando-se para enfrentar o furacão que chama de mãe.

                - Chegamos, senhorita. – Disse Lauren, chamando sua atenção.

Camila pareceu ter acordado de um sonho profundo. Coçou os olhos e focou no rosto da outra.

                - Eu realmente agradeço, Lauren. Você definitivamente salvou meu dia.           

                - Não agradeça, eu faria de novo. – Ela sorriu.

                - Mesmo assim, obrigada.

Afagou o braço de Lauren rapidamente e abriu a porta do carro. Correndo com passos largos, chegou até a porta. Camila virou-se e viu que o carro de Jauregui continuava lá, provavelmente garantindo que ela entraria em casa segura. Acenou para a antiga militar e sorriu, achando o gesto fofo.

                - Adeus, Lauren. – Gritou.

                - Até mais, Camila Cabello. – Respondeu. 



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