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História Bruxos e Bruxos: o Dom, o Fogo e o Beijo. - All.


Escrita por: Muri1884

Capítulo 3 - All.


É claro que eu sempre precisei controlar meus poderes e sempre fui bastante empenhado no treinamento para tal.  

Principalmente para não jogar um raio em algum valentão que me batia por não ser um garoto super másculo ou tacar fogo no cabelo de algum merda por zoar minha descendência asiática. 

De qualquer forma, o que eu posso dizer sobre a noite em que milhares de guardas invadiram nossa casa para nos capturar é que, finalmente, tive a chance de, digamos, liberar geral.


 

Acordo sobressaltado quando um som agudo soa como uma sirene pelo meu quarto. É o alarme mágico que minha tia havia instalado para este tipo de invasão, se perguntando na época se realmente funcionava. 

Infelizmente, agora tínhamos a resposta. 

— Allbert! — Ouço o grito estrangulado de bruxa dela no andar de baixo e não tenho tempo nem de colocar uma calça quando corro pela escadaria. 

Só pra constar, o grito dela não é de bruxa, até porque acho que isso nem existe, mas gosto de deixar claro que minha tia é uma bruxa. Acho legal. 

Encontro ela e seu cabelo armado na cozinha e nos lançamos pela plantação de milho, saindo porta afora para uma fazenda quase completamente escura. 

Eu nunca fui exatamente um corredor olímpico, então começo a desacelerar rapidamente à medida que nos aproximamos do portal de emergência. Sinto a ardência provocada pelas folhas cortantes do milharal pelo meu corpo. 

— Corra seu saco de batatas inútil! Corra! — Incentiva-me titia, completamente preocupada em não fazer com que eu me sinta um bosta inútil. 

— Espera aí, bruxa velha — resmungo, consciente de que a bruxa velha está disparada na minha frente, correndo como nunca. 

O frio da noite arrepia minhas pernas nuas quando os pés descalços pisam na lama. Tudo o que consigo ver é o cabelo cacheado dela, iluminado pela lua que deixa a noite meio clara. 

Quando escutamos estouros ao longe, sei que finalmente alcançaram nossa casa e a invadiram. Ao mesmo tempo, o som agudo do alarme finalmente para ao ser cortado e consigo ouvir uma vaca mugindo ao longe. 

— Pobre Nessie! — choramingo, sem fôlego, lembrando da doce vaquinha. — Espero que ela fuja. 

— Então foi pra isso que você me impediu de cozinhar ela? — Grita minha tia ao longe, irritada. — Pra virar churrasco da Nova Ordem? 

Normalmente, sou capaz de eletrocutar titia de leve quando recebo este tipo ácido de comentário, mas não estou concentrado no momento nem para eletrocutar a mim mesmo, então desisto da ideia. 

De qualquer forma, sou uma pessoa altruísta o suficiente para parar de comer carne ao lembrar dos animaizinhos, mas não para pensar em uma vaca quando me encontro todo borrado de medo.

Estou a ponto de chamar minha tia de raposa velha desalmada, só para irritá-la um pouco mais, quando um chacoalhar de folhas próximo chama minha atenção.  

Me assusto com o movimento abrupto e escorrego no chão, sentando na lama com força e quebrando alguns pés de milho no processo. 

Quando uma lanterna ilumina tanto meu rosto quanto minha tia logo a frente, sei que nos demos mal. 

— Como sempre, fugindo pelo milharal — diz uma voz dura de homem, característica dos soldados da Nova Ordem. — Já deveriam saber que descobriríamos. 

Uma risada aguda corta a noite fria quando sinto um tiro me atingir no peito.



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