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História Bubblegum, b;tch! - Capítulo Dezesseis:


Escrita por: alicenopaisdaorvedose

Notas do Autor


Essa fanfic agora conta com uma playlist exclusiva no Spotify. A cada capítulo uma música será incluída, com base nos gostos e personalidade das personagens principais (Bonnie e Marceline).
Para quem não tem acesso ao Spotify, junto com o link incluso nas notas finais, estará o nome do artista e música.

*antes que vocês se assustem, o gênero musical favorito da Marceline se chama DEATH METAL, é um subderivado muito mais pesado do Heavy Metal. A banda favorita dela é o Cannibal Corpse.


Bubblegum, Bitch! — Marina.
Evisceration Plague — Cannibal Corpse*
God Is A Woman — Ariana Grande.
Code of Slashers — Cannibal Corpse*
Good For You — Selena Gomes.
Gallery Of Suicide — Canibal Corpse *
Shape Of You — Ed Sheraan.
Your War — Living Sacrifice*
WILD — Troye Sivan.
Dark Alliance — Molotov Solution*
Thank U, Next — Ariana Grande.
No God's Left – Graves of Valo*
Take On Me – A-ha.
Six Sember Tyrannis — Graves of Valor*
Born To Be Wild — Steppenwolf.

Capítulo 16 - Capítulo Dezesseis:


Fanfic / Fanfiction Bubblegum, b;tch! - Capítulo Dezesseis:

Chicle não passa de um grande inútil. Chegando quase aos trinta, vive às custas da minha tia Lolly. Ela, por sinal, era irmã, bem mais velha, da minha mãe. Tia Lolly casou cedo, com um engenheiro bem mais velho, para fugir da miséria em que vivia. Minha mãe não teve essa sorte, e acabou nas drogas, logo de cara na heroína. Neddy e eu passamos a maior parte da infância entrando e saindo de lares provisórios; toda vez que mamãe melhorava, voltávamos para casa. Mas não demorava muito até que ela estivesse ajoelhada para algum traficante no beco escuro no final da rua. Fui eu quem encontrou o corpo dela, caído no chão do banheiro sujo, com uma agulha na veia. Essa imagem me assombra os sonhos até hoje. O marido da minha tia não queria nos abrigar, e eu não o culpo, minha mãe era uma vergonha. Gumbald não me deixa esquecer isso nenhum dia sequer, dizendo o quanto sou parecida fisicamente com minha mãe, que eu sou igualmente vadia e vou acabar morta como ela. Sinto muito, tiozinho, mas eu tenho planos maiores.

Ainda estou no táxi, ao lado de Chicle. A única imagem que me vem à mente, é minha mãe no chão, deitada em seu próprio vômito, com seus cabelos imundos e emaranhados. Eu já havia visto as fotos da adolescência dela, quando ainda era uma jovem linda. Mas naquele momento, já sem os dentes, com poucos cabelos e um olhar morto. Minha mãe já havia morrido a muitos anos, mas a alma só tinha deixado o corpo naquela overdose. A única coisa que corta o meu devaneio nostálgico, é o táxi parando rente a guia. Estou de volta, mas não por opção.

Chicle desce na frente sem cerimônias, em direção a casa, observo a janela do sótão, com grades e meu coração aperta.

– Seu namorado não vai te ajudar  com a mala? — o motorista, gentilmente retira minha mala do carro.

– Ele é meu primo.

– Ele é um sem educação! — eu não poderia concordar mais. Pago a corrida e entro na casa.

– Você fede a cigarro. — tia Lolly comenta assim que me abraça. É uma mulher doce, propensa à mudanças, mas com péssimo gosto pra homens – Melhor tomar um banho antes que seu tio chegue.

– Eu quero ver meu irmão. — declaro sem rodeios, arrastando minha mala para o quarto que me pertencia, no primeiro andar da casa – Não me importo com o que seu marido vai dizer.

– Ah, querida… — sinto o tom misericordioso em sua voz. Não pode ser boa coisa – Seu irmão está trancafiado no quarto, ele tem sido agressivo.

– Não é possível! — me frustro, abrindo a porta do quarto empoeirado e antigo – Lolly, o autismo dele é leve! Se medicar corretamente, ele consegue ter uma vida normal. É pra isso que eu mando o dinheiro.

– Eu sei, querida. — ela segura a minha mão, seus dedos estão gelados e úmidos, e o pano de prato pendurado em seu ombro – Ele vai ficar feliz em te ver.

– Espero que ele ainda se lembre de mim. — suspiro, guardando meu celular na gaveta, eu sei que barulho o deixa irritado.

Tia Lolly me entrega a chave do quarto, e eu subo as escadas, descalça e tentando fazer o mínimo de barulho possível. Destranco a porta, e não consigo conter as lágrimas. Meu irmão está sentado perto da janela aberta, mas com grades. O hematoma em seu olho é extremamente roxo, e os pequenos outros estão começando a azular e desaparecer. Ele sorri ao me ver, é sincero e inocente. Como pude te deixar aqui?

– Bonnie! — sua voz ainda é um pouco travada, sua dicção é péssima. Ele vem em direção ao meu abraço, com seu um metro e noventa e cinco. É até difícil imaginar que eu sou 45 minutos mais velha.

– Neddy! — sua força é absurda, mas pobre coitado, não tem noção disso, ele me esmaga e tira do chão – Eu senti tanta saudades.

– Você. Me. Deixou. — as pausas são mais longas que deveriam ser nessa altura do tratamento – Você. Foi. Embora.

– Não! — o aperto mais em meu abraço, ele está começando a ficar agitado – Eu nunca deixaria o meu irmãozinho.

Ele ainda está agitado, me parte o coração. Toco em seus hematomas e ele parece sentir muita dor. Sento com ele em sua cama, e faço um cafuné, cantando aquela canção que ele adora.

Como pude deixar isso acontecer com você? Você é especial, é único e sensível.

– Bonnie. Eu. Não. Gosto. Daqui. — sussurra sonolento.

– Amanhã vamos passear no parque. — eu sei que ele gosta de dormir embaixo das árvores. Sei que ele gosta porque eu gosto. Talvez seja coisa de gêmeos – E eu prometo que em pouco tempo, você vai morar comigo. 

O ajeito na cama, a coberta deixa seus pés de fora. Quando foi que ele cresceu tão rápido!?

– Eu te amo, Neddy. — sussurro bem baixinho para não o acordar e deixo o quarto.

Corro para o chuveiro. Não há sinal de Chicle e Lolly ainda está ocupada na cozinha. Durante o banho posso chorar tranquila.


***


São oito horas da manhã e eu estou sentada na escada da frente. Neddy ainda não acordou, Chicle não dormiu em casa, Lolly e Gumbald tomam café na cozinha. Saí na ponta dos pés para que não me notassem. Precisava do meu primeiro cigarro da manhã. Esse ano, a neve estava demorando demais a cair, então apesar do frio, as manhãs ainda eram agradáveis.

– Bom dia, Bonnibel. — Gumbald sai para fora. Está em seu clássico terno vinho – Você deveria abandonar esse vício, não é nada saudável.

– Você não está medicando meu irmão. — trago lentamente e seguro toda a fumaça em meus pulmões por tempo de mais – O que está fazendo com o dinheiro que eu mando?

– Claro que eu estou, eu…

– Eu estudo medicina, Gumbald. — olho diretamente para seus olhos acinzentados, dissimulado e falso – Eu sei reconhecer os sintomas. Para onde está indo o dinheiro?

– Eu não te devo explicações. — o filho da puta ajeita a gravata – Eu criei você à sua vida inteira. É sua obrigação.

Trago o cigarro e solto a fumaça na cara dele. Ele afasta com as mãos, e sai, batendo o pé contra a escada. Eu odeio esse desgraçado.

***

– Tem certeza que consegue levar ele ao parque sozinha? — Lolly está sentada na cadeira de balanço perto da lareira desligada. Tricota o que eu julgo ser um suéter para Chicle.

– Eu. Vou. Com. Ela! — Neddy está animado. Não parece agressivo. Disfarcei seus hematomas com a minha maquiagem, somos univitelinos, idênticos em quase tudo exceto a altura.

– Veja como ele está feliz. — seguro a mão de meu irmão. O agasalhei como se ainda fosse a criança um pouco atrasada que eu costumava cuidar – Ar fresco e pessoas novas vão fazer bem a ele. Vamos até comprar seu presente de Natal, não é, meu amor?

– Presente!

– Voltamos antes do jantar. — Lolly apenas dá ombros. Neddy e eu deixamos a casa.

Neddy parece em êxtase, ainda que o barulho dos carros o deixe um pouco estressado, ele está feliz. Estendo uma toalha, no meio da grama para que possamos fazer nosso piquenique. Não demora até que ele pegue no sono, é claro que ele não tem dormido bem. Tiro da mochila uma pequena manta e o cubro, é um pouco chato sempre estar preparada, mas não posso relaxar. Responsabilidades e sacrifícios é o que eu sempre digo. Aproveito esse tempo para checar meu celular.


Marcy [04:17]:

Como estão as coisas?

Marcy [04:35]:

Por favor, me dê notícias.

Marcy [06:22]:

Bonnie, eu estou meio que surtando.

Marshall [08:17]:

Você teve que voltar para casa!? Eu odeio esse filho da puta! Por favor, me mantenha informado.

Ms Bubblegum [10:42]:

Oi Marcy! Enfim, estou viva.

Ms Bubblegum [10:44]:

Lee, tá tudo certo. Mas coisas ruins estão acontecendo. Acho que preciso de ajuda.


Mal envio minha última mensagem e o celular começa a vibrar.


10:45 Recebendo Chamada: Marshall


– Acordado tão cedo? — me surpreendo, Lee não faz esse tipo – Aliás, como você conseguiu sinal se a casa de campo da Marceline não tem área?

O que você quis dizer com preciso de ajuda? — não era a voz de Lee.

– Isso é perseguição, Marceline. — suspiro.

Eu não consigo dormir desde que você desabafou na estrada. ela sussurra – Bonnie, me diz o que houve.

– Meu irmão se machucou, e bem, eu não tenho dinheiro para os remédios.

Isso não é um problema. Vai estar na sua conta até o fim da tarde.

– Não precisa fazer isso. — quero negar, mas sei que não estou em condições.

Faço porque sei o que é amar um irmão.

– Obrigada por tudo, Marcy. — observo meu anjinho dormir – Já voltaram para república?

Uhm. — murmura – Sim.

– Estarei de volta antes do ano novo. — fecho os olhos e me lembro dela, enquanto sua respiração ecoa pelos meus ouvidos. Imaginar seu toque me causa um arrepio. E mesmo a quilômetros de mim, ela parece saber.

Mal posso esperar.


Notas Finais




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