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História Callidore - Reunindo Pistas


Escrita por: shindou0

Notas do Autor


Olá, espero encontrar todos bem! Esse capítulo está maior do que o anterior, espero que gostem...
Boa Leitura!

Capítulo 14 - Reunindo Pistas


 14/07/2041 - Manhã


Todos se encontraram no Coliseu às oito da manhã, na sala privada de James. Guilherme parecia calmo, Lucian curioso, Scorpius e Alvo ansiosos e Rose super tranquila. Hugo preparava a penseira do ministério com encantos poderosos contra memórias adulteradas, já Ethan parecia alegre. James estava incrivelmente desconfortável, deixando Silver curioso.

- Como vai ser? - Guilherme perguntou á Rose, tentando permanecer calmo - Vai doer?

- Não, relaxa - Rose riu, tranquila - Você vai tirar a memória e depositar na penseira, aí vou analisar. Todos estão aqui como testemunhas da minha conduta. O James vai fazer o mesmo.

- Ok - Guilherme relaxou, pegando a varinha - Posso?

- Quando quiser - Hugo falou, gentil.

Guilherme pensou na hora que contornara o paredão e puxou a memória, depositando na penseira. As imagens foram projetadas para todos verem. 


Memória ON

Guilherme caminhava cuidadosamente ao lado do paredão. Lançou as fagulhas verdes e avançou devagar, ouvindo o último gemido da vítima.

Engoliu em seco e respirou fundo, ligando o pequeno receptor - que começou a captar magia cinza - E o guardou no bolso. Avançou alguns passos e encontrou a trilha de sangue fresco, com a varinha firmemente apertada entre os dedos.

O Justiceiro Negro movia as mãos de forma delicada, Guilherme vendo o sangue do corpo destroçado flutuando para a parede e escrevendo a mensagem, mesmo que do esconderijo não desse para ler. 

A magia ao redor do Justiceiro parecia fluir com calma e total paz, como a de alguém feliz e satisfeito com seus atos...

O Justiceiro terminou e aparatou, dois segundos depois James deu a volta no paredão.

Memória OFF


Guilherme segurou o suspiro aliviado que queria soltar. O Justiceiro Negro não mentira, sua memória foi alterada de forma imperceptível para qualquer um. Seus segredos estavam seguros.

- Caramba, Gui - Scorpius falou, preocupado - Que perigo! 

- Não sou indefeso assim - Guilherme ergueu a sobrancelha, olhando para o loiro atentamente.

- Não estou dizendo isso assim - Scorpius garantiu, vendo o pretendido relaxar - É perigoso para qualquer um de nós, uma pessoa sozinha não deve ser páreo para ele... Magia cinza é instável e agressiva demais.

- Certo - Rose terminara de examinar as memórias de Guilherme e James enquanto os dois conversavam baixo - Eu e Hugo examinamos, estão em ordem... Mas vou pedir para você levar para o Kingstley, Alvo. Se puder, porque eu, Hugo e Guilherme vamos descer agora para a biblioteca para iniciar as pesquisas sobre magia cinza. Vamos passar por vários pergaminhos antes de trazer pelo menos alguma conclusão aceitável.

- Ok - Alvo pegou a penseira e o pergaminho preenchido por Rose e Hugo - Eu levo. Nós vamos fazer a pericia dos corpos e cenas dos crimes, além da análise da amostra que o Gui trouxe.

- Antes temos que fechar o processo de Lucian - James falou de forma neutra, vendo o albino se retesar.

- Meu processo? - Lucian repetiu, atordoado - Não tinha sido arquivado?

- Vai ser se você aceitar a punição - James implorou com os olhos, vendo o amigo engolir em seco - Você não vai ser denunciado se pedir desculpas publicas ao Ethan e vai assinar uma advertência. É o acordo que tenho para você, aceita?

- Mas ele me ofendeu e me atacou antes! - Lucian protestou, corando de raiva - Porquê eu que vou ter que pedir desculpas?

- Lucy - Scorpius chamou, gentil - Que feitiço você lançou no Ethan, você sabe?

- Foi só magia, nenhum encantamento passou na minha mente - Lucian respondeu, sem entender.

- A sua magia produziu efeitos idênticos aos do Cruciatus, Lucy - Scorpius suspirou ao ver a palidez chocada de Lucian - Se Ethan te denunciar e for comprovado que a sua magia fez isso, você vai ser acusado de produzir magia semelhante às imperdoáveis... E com seu histórico, já sabe qual resultado teria, não sabe?

- Perpétua - Lucian falou baixinho, sendo abraçado por Guilherme - Eu entendo, aceito o acordo.

- Estou pedindo isso para você ter noção do que fez - Ethan falou sem sarcasmo - James pediu para eu dar uma chance e estou dando... Não somos amigos Wade, mas podemos ao menos ter respeito um pelo outro... Estou abrindo mão do pedido de desculpas públicas, ok?

- Sério? - Guilherme olhou Ethan com surpresa - Porquê? Vocês nem se gostam...

- Vi na expressão dele que não sabia o que tinha feito - Ethan deu de ombros - Sou um seguidor ferrenho das regras, mas não me parece que merece passar por isso dessa vez.

- Obrigado - Lucian olhou chocado para Ethan - Podemos nos conhecer melhor ao invés de brigar...

- Claro - Ethan riu - Vamos tentar.

********************************

- Dá pra acreditar naquele cara? - Rose falou para Guilherme, os dois levando mais uma pilha de pergaminhos para a mesa - Ele está se achando.

- Até que não - Guilherme respondeu, franzindo a testa - Acho que ele foi bem educado, Lucian seria preso se ele denunciasse.

- Não é isso - Rose deu de ombros - Ele abriu mão das desculpas publicas, mas não pediu desculpas por ter atacado Lucian em primeiro lugar.

- Eu sei - Guilherme suspirou, encarando a pilha que seria a dele - O quê estamos procurando?

- Tudo que tiver magia cinza no meio. Primeiro vamos separar e depois começar a ler.

- Nossa, esse é bem velho - Guilherme pegou de forma reverente um frágil pergaminho muito antigo - Posso ler?

- Á vontade - Rose sorriu - Você me lembra eu no passado...

- Lucian ia adorar isso aqui.

*********************************

O atendimento do ministério aos civis continuava intenso, Lucian e Ethan tendo que atender as queixas e registrá-las, assim como os outros cadetes. Silver estava monitorando todos eles, satisfeito com o desempenho em geral. Lucian e Ethan eram os melhores, como sempre. 

- Em que posso ser útil? - Lucian falou para o próximo que se sentara em sua mesa, preparando o novo pergaminho. Ergueu o rosto e empalideceu visivelmente, chocado com a cara de pau do civil á frente.

- Meu primo está desaparecido - Collin falou á Lucian, claramente preocupado - Ele saiu a dois dias e até agora não voltou... Mas que coincidência te encontrar, Lucy! Se for você, com certeza vai...

A mão pesada de Silver baixou no ombro de Collin, apertando de forma hostil. O ruivo advogado olhou surpreso ao Auror, claramente intimidado.

- Vá ser atendido pelo Hoppings - Silver sibilou, erguendo Collin pelo braço com maus modos - Não olhe para ele, não fale com ele, entendeu bem?

- A...Acho que estamos tendo um mal-entendido aqui, Auror Hoffman - Collin gaguejou, ainda com o braço preso pelo aperto férreo - Lucian é meu amigo, diga a ele, Lucy...

- Eu sei o quê você fez, Collin Andrews - Silver chacoalhou o braço de Collin com ignorância - Me obedeça antes que eu faça a queixa que ele devia ter feito, seu bastardo!

Collin empalideceu e olhou para Lucian, vendo-o se auto-abraçando. Saiu na direção indicada por Silver, atordoado.

- Jones, Wade - Silver falou, sério - Vocês concluiram com louvor o treinamento burocrático de hoje. Vão tomar um lanche, cuide do Wade, Jones.

- Sim senhor - Ethan ergueu Lucian da cadeira - Vou levar ele para o dormitório.

- Leve ele para o Scorpius - Silver falou - Vá, rápido. Se ele pedir o Guilherme, busque-o. Vou vigiar esse verme, vai.

Silver saiu pisando duro para perto de Collin, observando ele relatando o desaparecimento do primo para o cadete Hoppings.

********************************

Scorpius estava com Alvo, os dois ajustando o rastreador da MagiTec. A amostra que Guilherme trouxera seria lida corretamente ali, e se tivesse uma assinatura mágica, poderia ser rastreada. Ambos os amigos tinham baixas expectativas, mas não iriam negligenciar o trabalho.

- Espero que resulte - Scorpius suspirou - Tive que ajustar essa maquina inteira para ler apenas essa amostra.

- Eu acho que não vai - Alvo foi sincero - Normalmente, os usuários de magia cinza não tinham uma assinatura mágica coerente o bastante para rastrear. A oscilação da magia cinza impede uma assinatura firme.

- Wow, como você está inteligente hoje - Scorpius brincou - Fez o dever de casa, foi?

- Não sou eu que comprou uma caixa dos chocolates favoritos do crush, sou? Zoa um pouquinho e eu jogo a fofoca por aí...

- E eu achando que estava falando com um Auror, não com o repórter Skeeter - Scorpius soltou, rolando os olhos.

- Nossa, xingar assim não! - Alvo deu um empurrãozinho amistoso no amigo - Na verdade, eu acho que o Guilherme vai gostar dos chocolates.

Os dois riam até verem Ethan guiando Lucian lentamente para a enfermaria.

- O que aconteceu? - Scorpius se adiantou, preocupado - Alvo, busca o Guilherme, por favor. Correndo! Obrigado, Ethan.

- Por nada - Ethan estava surpreso com o estado trêmulo de Lucian - Vou avisar o James.

- Certo, mas o quê aconteceu? - Scorpius perguntou, sentando Lucian em uma maca.

- Um cara ruivo foi falar com ele, aí aconteceu. O Silver que tirou o cara de perto do Wade.

- Obrigado, pode ir...

*********************************

Guilherme estava encantado, lendo os relatos. Alguns eram fragmentos, mas os maiores... Nunca tinha descoberto nada semelhante aos documentos.

Pegou o primeiro documento inteiro e começou a ler, curiosamente.


A Ilha Oculta - Pergaminho Inominável 

Data aproximada - 1790/1791

Localização aproximada - cerca de 10.000 km de Londres, indo em direção ao Norte.

Relato feito pelo Inominável N° 253


"Fui enviado até essa ilha a alguns dias pelo ministério, para buscar a fonte dos sinais de magia estranhos captados por um bruxo a bordo de um navio trouxa. Esse navio acabou por afundar e o bruxo foi o único sobrevivente - Embora esteja trancado em Saint Mungus com gravíssimos danos á memória e conhecimentos desconhecidos. 

Peter* me confidenciou que a ilha é estranha e que o povo residente executou algum ritual nele, depois simplesmente entrou em um estado de loucura tão severo que teve que ser desacordado. 

Cá estou eu, cheguei a ilha. É noite e ainda não achei sinais de habitação.

(rasuras tornam a próxima parte quase ilegível)

É real. Estou tremendo, mal consigo segurar a pena para escrever. 

O povo é estranho, todos com a pele macilenta e cabelos verdes. As peles deles são manchadas de bolor, vivem em grutas sob o solo, vestindo apenas tangas formadas de folhas e pele animal.

Me trataram com curiosidade, mas apenas o líder deles fala inglês. Todos os outros apenas usam uma especie de dialeto que desconheço.

Há uma fogueira grande e eles me observam enquanto eu escrevo, isso está me deixando nervoso... Mais ainda após aceitar um chá e sentir minha magia presa.

O ritual está sendo preparado, um enorme caldeirão de chumbo ferve com ervas desconhecidas. O Líder me explicou que o conhecimento deles é passado nesse ritual e que após ter passado por ele eu poderei ir ou ficar. A escolha será minha, e mesmo se eu for poderei voltar. 

Só não posso dizer o quê vai ser feito exatamente, porque se eu contar a magia vai me matar.

A magia é cinza aqui, totalmente visível. Eles estão cantando e rodando ao meu redor, tenho que parar de escrever agora.

*As próximas frases estão escritas em letras trêmulas e entre símbolos desconexos*

Agora eu sei. Tudo é apenas uma ilusão, a magia é muito maior... A escuridão é maior. Irei ao ministério para entregar o relatório e depois voltarei para cá, para a nascente da magia..."


Observações do Inominável 623, que recebe os relatórios e os organiza.


Peter é um nome fictício para a testemunha um, que acabou se suicidando após a visita do inominável 253.


O inominável 253 entrou em uma especie de paranóia severa, mas o aumento em seu núcleo mágico e poder foi massivo. Ele não disse uma palavra após chegar e foi agressivo quando tentamos impedir que voltasse a Ilha Oculta. Afundou Londres inteira na escuridão por uma hora e aparatou, nunca mais sendo encontrado.


Considerações Finais.


A Ilha Oculta é perigosa demais para ser estudada, sendo apagada dos mapas. Aurores em barcos se aproximaram dela apenas para lançar os feitiços para escondê-la dos olhos curiosos e dar a qualquer um que se aproxime a vontade de ir embora imediatamente.

Todos os aurores em questão voltaram levemente estranhos, contando que ouviram cânticos e risadas. Dois juram ter visto a ilha ser envolta em escuridão por minutos, então fugiram depressa.

Serão mantidos em vigilância por pelo menos dez anos.


Guilherme sentiu a curiosidade a ponto de explodir, mais ao esconder na própria pilha vários pergaminhos com o nome Callidore, para ler sem dar na cara.

Ia pegar o primeiro quando Alvo entrou correndo na sala, fazendo Hugo e Rose olharem , além de Guilherme.

- Lucian, enfermaria - Foi apenas o que conseguiu falar, antes de Guilherme disparar para fora.

************************************

James corou ao ver Ethan entrar na sua sala. Olhou o cadete com algum cuidado, meio tenso.

- Eu já pedi desculpas - Ethan falou de forma doce - Vim te avisar uma coisa do trabalho.

- Certo - James olhou fixo para Ethan, mais calmo - O quê aconteceu?

- Lucian está na enfermaria, ele acabou dando de cara com um advogado ruivo. Não sei do que se trata, Guilherme está a caminho. 

- Obrigado por avisar, vou passar lá.

-Almoça comigo, James?


Notas Finais


Bem, esse foi nosso capítulo de hoje. Abraços, boa leitura...
Teorias são muito bem vindas, assim como comentários e dicas!
Leitores fantasmas, venham para a luz!
Juro que o autor não morde! XD
Abraços, Shindou


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