O estranho virou rápido ao ouvir os passos suaves, dando de cara com um homem desconhecido. Estreitou os olhos e ergueu a varinha, irritado por ter sido interrompido.
- Calma, eu não vim brigar - o homem falou, erguendo as maos e mostrando que estava desarmado - Eu vim conversar, apenas...
- E quem é você? - o encapuzado relaxou um pouco a pose ao perceber que a varinha do estranho estava fora de vista - Como chegou aqui?
- Meu nome é Guilherme, Guilherme Aguillera - o castanho se apresentou, dando um passo para dentro da sala. Se colocou a uma distância segura do encapuzado, se mostrando relaxado e tranquilo - Você pode parar de torturar os dois, por favor? Vou responder todas as suas perguntas. A propósito, as proteções daqui são extremamente sofisticadas e bem feitas, foi você que lançou?
- Ninguém aqui está na posição de negociar - o homem sibilou, nervoso - Quem é você e como entrou aqui?
- Sou a sua melhor chance de sair bem daqui - Guilherme sorriu, calmante - Estou apenas ajudando.
- Porquê? - A surpresa do encapuzado ficou clara tanto no tom de voz quanto na varinha que guardara - Eu tenho essas pessoas, porquê me ajudar?
- Sabe, eu sou muito atraído por gente poderosa - Guilherme falou, se ajoelhando calmamente ao lado de Lucian - Você imagina, eu fui professor a vida toda, amo aprender... Nós podemos nos ajudar, vai ficar tudo bem.
O encapuzado olhou James preso e os dois caídos, claramente confuso. Viu Guilherme afastar os cabelos do rosto de Lucian, sussurrando baixinho para acordá-lo.
- Vou ouvir você - o encapuzado falou, muito sério - se for interessante o bastante, liberto seus amigos.
- É uma ótima escolha, uma vez que você capturou o Auror chefe e os cadetes mais promissores do Coliseu - Guilherme olhou o estranho nos olhos amarelados - Se deixar eles loucos, o ministério vai te caçar... Acho que deve parar com a tortura, deixe-os desacordados. Podemos conversar e fazer um acordo de silêncio, o que acha? Assim você vai saber o que quer, os aurores não vão te caçar e tudo vai dar certo.
A magia de Guilherme girava devagar pela sala, como um toque de calma. O estranho se sentiu confortável e relaxado, concordando com a cabeça. Fez um gesto complicado com a varinha e ambos os Júnior pararam de gritar e se debater, permanecendo desacordados.
- Boa - Guilherme sorriu, amistoso - Mas ne conte, como você fez essas proteções incríveis?
- Ah, que isso - O estranho riu, a voz mostrando que sentia o ego inflado - Só fiz armadilhas mentais em armadilhas e poções, alem de um escudo espelhado na fortaleza. Qualquer ataque resultaria em uma defesa automática, as armadilhas armando automaticamente e rearmando apos serem usadas. O albino caiu na pior, a armadilha foi feita com sangue de dementador, sabe que ele causa alucinações com as piores recordações?
- Na verdade eu nem podia imaginar que os dementadores podiam ter sangue para extrair - Guilherme mentiu, facilmente - Aposto que a sala também estava com encantos de supressão mágica!
- Sim, além do piso encharcado com uma simples poção do morto vivo. O outro foi pego com uma poção de pesadelos modificada, que trás uma memoria traumática a tona. James foi pego por um simples estuporante, não percebeu que o lugar estava todo sob um confundus leve.
- Aposto que nem mesmo o ministro passaria por tudo isso - Guilherme falou, sentando os dois aurores desacordados lado a lado - Mas porquê tanta proteção aqui? Era parte do plano atrair os aurores?
- Nem tanto - o encapuzado estava de costas para James, sem perceber que ele estava terminando de se soltar graças a mão solta - Eu só...
A frase foi cortada por uma forte pancada na nuca do sequestrador, que foi ao chão sem sentidos.
- Demorou, hein? - Guilherme riu, prendendo o encapuzado com um encarcerous - Quase achei que ia ter que ouvir todos os planos maquiavélicos desse cara.
- Ainda bem que você apareceu, Gui - James falou, aliviado - Mas como chegou até aqui?
- Posso ter uma chave de portal vinculada a Lucian - Guilherme deu de ombros, rindo - Mas isso é só especulação, de fato. Vamos voltar?
- Essa chave de portal hipotética poderia tirar a gente daqui?
- Claro, é só querer... Hipoteticamente.
Os dois amigos riram, segurando os três desacordados entre eles. Guilherme acionou a chave de portal e eles sumiram dali.
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Acordar na ala hospitalar fez Lucian pular, olhando ao redor. Suspirou de alívio ao ver Guilherme adormecido em uma cadeira fofa ao lado de sua cama. A mão do ex diretor estava sobre a sua, em um gesto de carinho e proteção.
"Ele salvou vocês" - Chris falou, seco - "Mas não precisaria se você tivesse se acalmado o bastante para me ouvir."
- Entrei em pânico - Lucian sussurrou, fechando os olhos - Você sabe como é para mim, Chris.
"Não estou com raiva, estou preocupado" - Chris resmungou, fazendo Lucian sorrir - "Sabe que podemos superar tudo isso juntos, não sabe?"
- Tenho que pensar - Lucian respondeu, sem notar a expressão atenta e preocupada de Guilherme ao vê-lo falando sozinho.
"Essa conversa não acabou, mas vou esperar você ficar melhor antes de continuar" - Chris falou, absurdamente reclamão.
Lucian revirou os olhos e olhou para Guilherme, vendo-o analisando seu rosto detalhadamente. Engoliu em seco e esperou, as mãos suando de nervosismo.
-Você sabe que pode conversar comigo, não sabe? - Guilherme falou, anormalmente sério - A quanto tempo isso está acontecendo?
Lucian abriu a boca para mentir, mas Guilherme tocou um dedo sobre seus labios, e ele silenciou. O ex diretor olhou de uma forma tão conhecedora que Lucian corou muito pela mentira que ia falar.
- Sem pressa -Guilherme sorriu, tranquilo - Só estou preocupado com você.
- Ainda não estou pronto para falar sobre isso - Lucian foi sincero, vendo o amigo e confidente concordar de maneira calma - Mas você vai ser o primeiro a saber sobre tudo, eu prometo.
- É o bastante para mim por enquanto - Guilherme garantiu, dando um carinho noa cabelos do albino - Eu confio em você, não se esqueça nunca disso ta bom?
-Tá - Lucian respondeu, com imenso carinho.
Guilherme o fez beber uma poção calmante e o cobriu em seguida, ficando ao lado.
- Durma, Lucy - Pediu gentilmente - Vou estar por perto, prometo. Só vou sair para pegar os resultados dos seus exames, ok?
- Ok - Lucian suspirou, se permitindo adormecer.
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Scorpius fez um sinal para Guilherme ao perceber que Lucian dormia tranquilo. A expressão preocupada do medibruxo fez o castanho sair quase correndo do lado de seu ex-aluno, seguindo o Malfoy pelos corredores.
- Ele está bem? - O Aguillera perguntou, agoniado - Scorpius, diz alguma coisa!
- Sim, todos três estão bem - Scorpius sorriu, apaziguando o amigo - Só fiz um drama para ver a sua cara...
- Idiota! -Guilherme riu junto, relaxando - E porquê queria me tirar da enfermaria?
- A pergunta de um milhão de galeões - Scorpius falou, encostado na parede. O olhar que deu a Guilherme foi muito interessado, com um sorrisinho levemente malicioso no rosto.
- Ah, mas... Bem, o quê você quer? - Guilherme começou a corar, amaldiçoando as bochechas esquentando contra a sua vontade - Eu estou cuidando do Lucy, tenho que ir!
-Não tão rápido - Scorpius se aproximou, parando a poucos passos. Tocou a bochecha do castanho gentilmente - Você quer sair comigo amanhã?
-Sa... Sair com você?!? - Guilherme recuou do toque, escarlate de vergonha - Como?
- Um almoço, Gui - Scorpius deu um passo para o lado ao perceber que Guilherme estava olhando para a porta e totalmente corado - Só um almoço de dois bons amigos.
O tom de Scorpius deixava um algo a mais na frase, um desejo de algo mais. O silêncio pesou, enchendo o ambiente.
- Vou pensar - Guilherme respondeu, vendo Scorpius dar um lindo sorriso esperançoso - Se você estiver livre pelas onze...
- Na hora que você quiser, Gui - Scorpius falou, liberando a porta - Até amanhã.
Guilherme concordou e saiu dali quase correndo, pensando na loucura que fizera ao aceitar o convite. Chegou na enfermaria e suspirou ao ver Lucian apagado pela poção. Se ele não estivesse, poderia pegar algumas dicas...
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