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História Caminhos de Sangue - Esclarecedor


Escrita por: trishakarin

Capítulo 29 - Esclarecedor


Fanfic / Fanfiction Caminhos de Sangue - Esclarecedor

Sophia deu alguns passos para trás. Seus lábios tremiam, seu coração que batia tranquilo, agora parecia ter voltado a vida e batia apressadamente. Alisson sorria, um sorriso de desdém, isso lhe causou ainda mais nojo. Seu ventre revirava-se tamanha raiva que sentia.

- O que você fez?

- Calma, Sophia - pedia Alisson com a voz aveludada.

- Como assim calma? O QUE MERDA VOCÊ FEZ? - Sophia gritou furiosa.

- Você é tão idiota - Alisson disse enfurecendo-se - Digo que pode enganar a Ordem, criar uma falsa lembrança e me ataca dessa forma? Se fosse um pouquinho mais inteligente, teria ao menos percebido que na noite anterior você estava com Mariana e não eu.

- O que?

- Você é tão imatura, tão afobada, que talvez mereça mesmo o castigo da Ordem. Porque pelo visto, você acabaria com a nossa espécie antes mesmo de perceber o que aconteceu.

- Era falsa? Essa lembrança era falsa?

- Claro que era. Por acaso ontem essa garota estava comigo e com você ao mesmo tempo? Então podemos desconfiar a respeito de algo que não conhecemos ainda. Ou você andou lendo livros de magia demais e achado que aquele colar do tempo existe - bufou irritada.

- Mas as imagens são tão fortes… tão reais.

- Porque me utilizei das que você tinha em mente. Não percebeu que são suas lembranças? E não as minhas? Meu Deus - revirou os olhos cruzando os braços.  

- Mas por que fez isso? Por que usou ela?

- Porque foi uma imagem que pensei que acreditaria ser falsa, que acreditaria não, que teria certeza, mas me enganei muito com você. Você é boba, Sophia. Você é muito inexperiente e infantil. Talvez você e Mariana tenham realmente nascido uma para a outra. Se Mariana e você realmente devem ficar juntas, a Ordem acreditará, pois prezam pela eternidade. Nossa espécie não é tão insensível quanto pensa que somos, sequer somos realmente monstros. Assim como existem humanos ruins, existem vampiros ruins. Apesar da sua idade, é uma espécie que nada sabe, eles terão que lhe dar uma chance, mas Mariana, se você não resolver logo isso, eles terão de matá-la.

- Eu preciso impedir - Sophia disse tensa, dando as costas a Alisson - Eu preciso impedir que matem Mariana.

- Eu sei que precisa, por isso estou aqui - disse caminhando em direção a janela. Um fino filete de luz anunciava a chegada do dia - Mas ficaremos aqui por enquanto.

- Tem alguma ideia?

- Antes que a Ordem dê as caras e talvez nem dê, pois acredito que estão investigando Mariana. Mas se aparecerem, fique pronta. Precisa conversar com Mariana e transformá-la o mais rápido possível.

- Mas sem conversar com ela?

- Você já conversou - a vampira riu - Eu vi aí dentro - apontou para sua cabeça - Olha vampirinha burrinha, preste bem atenção no que vou lhe dizer. A Ordem se já estiver interferindo, vai dar cabo de Mariana, caso achem necessário, sem nem mesmo informarem a você.

- O QUE?

- Isso mesmo. Se eles acreditarem na sua inocência e pureza, vão acabar com ela antes que ela cometa alguma merda. O que a gente tem a fazer assim que o sol se pôr, é buscá-la antes que eles o façam.

Sophia olhou-a boquiaberta. Não suportaria a ideia de que Mariana sofra qualquer tipo de agressão por sua causa. Deveria ter ficado distante, estava acabando com qualquer chance da enfermeira. Seguiu pelo quarto, tentando aliviar a tensão. Olhava para o filete de luz, irritada por aquilo fazer com que não pudesse correr para os braços da garota e salvá-la. Mas confortava-se, pois sabia que se ela não aguentaria as dores que os raios causavam, nenhum da Ordem aguentaria.

Mas algo não batia. Como um ser tão poderoso poderia ter ouvido uma humana tão sem importância e uma vampira que sequer conhecem sua existência, já que viveu trancada em suas casas por ordem de seu pai? A necessidade de conhecer ainda era existente, haviam vampiros rebeldes que a Ordem sequer têm conhecimento, como podem então ter ouvido.

- Alisson?

A latina que já sentou-se na cama e cruzava as pernas enquanto olhava atentamente para as próprias unhas, olhou para a vampira que a encarava confusa.

- Sim?

- Como a Ordem fica sabendo de coisas como essa?

- Quando desconfiam de alguma coisa.

- Mas eles precisam saber antes, não é?

- Mais ou menos isso. As vezes, quando o crime é muito grave ou as vezes quando o instinto é muito forte. Mas em sua maioria, outros denunciam.

- Há denúncias?

- O tempo todo. Como disse, somos quase humanos. Mudamos, ficamos fortes, eternos e sedentos. Mas ainda somos idiotas como qualquer humano normal. Diria até que somos mais perigosos, por conta do poder que temos nas mãos.

- Ali… sem denúncia, não há como terem descoberto. Meu pai escondeu-me todo esse tempo, eles jamais chegariam a minha mente, sem conhecer-me.

Sophia voltou-se para a vampira com o coração acelerado. Mas é claro, alguém denunciara sua relação, pois já desconfiava do que iria acontecer.

- Quem te denunciaria?

Alisson? Ela seria capaz disso? Como saberia? Acabara de conhecê-la. Acabara de entrar em sua vida e tantas coisas aconteceram. Aquele dia que observava Mariana, ela sabia o que sentia, ela que impulsionou para que fosse conferir o que pulsava em seu peito. Ela apresentou-lhe o sangue fresco, lhe levou para a cama com uma humana. Lhe apresentou o prazer da carne e do sangue viciado em prazer. Ela sabia o que Sophia sentia melhor do que ninguém e por mais curioso que pudesse parecer, Alisson estava ali logo depois que a vampira descobriu através do seu pai, um possível julgamento da Ordem.

- Quem te denunciaria?

Sophia olhou para Alisson desconfiada, mas logo forçou-se naturalidade, pois não podia deixar transparecer que desconfiava da latina.

- Eu não sei - disse enfim.

Alisson olhava-a curiosa. Levantou-se da cama e caminhou sedutoramente em direção a Sophia. A vampira estática, encarava o caminhar da latina, os passos suaves e as curvas que se moviam com cada passo que dava. Estavam a pouco mais de um palmo de distância, Alisson ergueu a mão e tocou seu quadril suavemente, aproximando-se até seu corpo colar ao de Sophia.

- Vamos resolver isso, não se preocupe.

Nesse momento, com a outra mão lhe pressionando a nuca, trouxe o rosto de Sophia para perto e colocou seus densos lábios aos dela. Imóvel, a vampira sequer raciocinou, sentiu a delicadeza e o doce dos lábios da latina, sua respiração invadia sua pele, enquanto sua mão continuava pressionando sua nuca, fazendo com que seus lábios se colassem com força. A latina forçou a abertura de seus lábios, Sophia cerrou os olhos, deixando sua língua encontrar a dela. Imediatamente a imagem de Mariana lhe roubou a mente, seus olhos, sua boca, seu cheiro curiosamente invadiu suas narinas, seu coração acelerou, até que Sophia forçou suas mãos contra os braços da latina, esforçando-se para afastar-se de seu corpo. Alisson não hesitou e sequer forçou qualquer contanto. Deixou que a vampira se afastasse, ela a encarava surpresa e decepcionada. A latina já a encarava curiosa.

- O que houve? - perguntou.

- Eu não posso… eu não consigo.

Alisson inclinou a cabeça com um sorriso surpreso.

- O que sentes por essa humana, castrou-lhe.

- O que?

- Está tão apaixonada por essa garota, que não consegue se entregar a mim novamente, Sophia?

- Eu não posso fazer isso com ela.

- Quer entregar-se a mim?

- Não sinto desejo por ti.

- Mas sentiu… não é?

- Sim.

- Muito - aproximou-se mais uma vez - Não acha que pode sentir ainda?

- Eu preciso de Mariana, Ali. Eu quero… eu quero Mariana.

- Entendo sua paixão, vampirinha, admiro sua lealdade. Mas vocês não têm um relacionamento assumido e a Ordem não permitirá…

- Foi você, não foi?

- O que?

- Foi você que denunciou-me a Ordem! - seus olhos enfureceram-se e elevou a voz.

- Você não sabe o que está falando.

- FALE!

- QUER QUE EU MINTA? Admita que o fiz, sem tê-lo feito?

- Quem mais me denunciaria?

- Como eu saberia?

- Deves saber.

- Mas não sei. EU NÃO SEI. Eu não faço parte da sua vida, como saberia quem te odeia ou te ama a tal ponto.

- Você me desejas.

- Porque você é linda, Sophia. Não porque a amo, mas porque é deliciosa - sorriu com malicia.

- Se não foi você… quem foi?

- É o que descobriremos, vampirinha.



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