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História Caminhos de Sangue - Acerto de Contas


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Primeiramente, perdoem-me não ter postado na segunda. Mas confesso que tive uma ideia pra outra, acabei não me concentrando para essa.
Segundamente, acredito que esta finalizará com 40 capítulos, então vamos correr.
Terceiramente (essas palavras nem existem, mas estou nem aí kkkk), hoje posto mais um capítulo ainda, valendo por hoje. Esse é o que estou devendo.

Um beijo giganteeeee e obrigada pelas mensagens que muitas estão enviando, vou responder cada umaaa :*

Capítulo 30 - Acerto de Contas


Fanfic / Fanfiction Caminhos de Sangue - Acerto de Contas

Mariana atravessava o saguão do hospital quando a noite caíra. Lorena estava atarefada, segurava o telefone, assim como uma pasta nas mãos. Miguel nem mesmo estava em seu posto, provavelmente fazia a ronda. A amiga lançou um olhar exausto, enquanto o enfermeiro do turno anterior acenava com a cabeça e desaparecia pela porta de entrada. Aproximou-se dando a volta no balcão e a enfermeira lançou a pasta em seu colo, ao qual pegou com cuidado para que os papéis não caíssem ao chão.

- Um ônibus? - disse surpresa.

Lorena encarou-a aflita. Pelo que informava a ficha, haviam mortos e feridos, todos estavam naquele mesmo hospital. Folheava achando que não teria fim, pois não parecia acabar nunca. Crianças, mulheres, homens, idosos. Haviam todo o tipo de pacientes. A porta do saguão se escancarou e apressadamente o homem que acompanhava Sophia da última vez, apareceu correndo. Quando seus olhos encararam os de Mariana, ele parecia ter tombado contra a parede, com a forma com a qual parou. Ele encarou-a fixamente, parecia cerrar o cenho e com a expressão indigna, balançou a cabeça negativamente e correu para a área de emergência.

- Isso está um caos - Lorena disse desligando o telefone.

- O que aconteceu?

- Um ônibus tomou na estrada, sem motivo aparente. Parece ter batido em uma parede invisível. Ao menos foi isso que o louco do motorista disse.

- Devia estar bêbado.

- Pior que não… - encostou-se contra a cadeira visivelmente abalada - Fizemos exames de drogas e tudo, ele está limpo.

- Então o que pode ter acontecido?

- Nem os bombeiros estão sabendo explicar. Ele tinha que ter batido em algo igualmente grande como o ônibus. Não encontraram rastros, nada. Não existia nada. Há muitos feridos, como há pessoas que simplesmente não sofreram absolutamente nada.

- Como assim?

- Ta vendo aquele homem estranho ali?

Lorena apontou com a cabeça a sala de espera. Havia um senhor de aparentemente quarenta a cinquenta anos, sentado no canto do sofá, encarando fixamente Mariana. Ele não sorria, sequer esboçava qualquer feição, apenas a encarava de forma firme e intensa. No instante que percebera ter sido notado, o homem levantou-se e caminhou lentamente em direção a recepção.

- Perdoem-me o incômodo, estou aqui para ser atendido…

- O senhor passou pela ala emergencial? - Lorena questionou.

- Por conta de não haver lesões, solicitaram a vinda até esta ala.

- Eu… - Lorena estava visivelmente exausta.

- Deixa comigo - interrompeu - O senhor poderia me acompanhar?

Mariana caminhou em direção a enfermaria. A ala era menos completa que o restante, pois naquele ambiente eram casos simples, que sequer precisavam de um médico experiente. Como a ala era responsável pela internação, raramente casos daquele tipo eram encaminhados para aquele setor. Tendo em vista o caos que deveria existir nas demais alas, aquele era um dos casos raros que seria importante sua participação.

O homem entrou na enfermaria com delicadeza, a coluna ereta, o olhar firme e educado. Seguiu até o canto, onde permaneceu até que pudesse notá-lo.

- Por favor, sente-se aqui.

Mariana arrastou uma cadeira e o senhor sentou-se lentamente. Aquela forma de caminhar, aquele olhar penetrante e os olhos alaranjados chamaram sua atenção, além de causar-lhe uma impressão como se já o conhecesse.

- O senhor sente alguma dor?

- Não.

- Algum incômodo?

- Não.

- Eu vou apenas fazer alguns exames padrões, com licença.

Mariana pegou o aparelho de pressão dentro do armário e quando virou-se novamente em direção ao senhor, ele já não estava mais na cadeira. Olhou em volta e checou o canto, foi quando sentiu um baque forte na altura do peito, que a fez ser jogada em direção a parede. O impacto contra suas costas foi tão forte que ouviu um estalo, como se uma costela tivesse se partido e uma dor insuportável que imediatamente umedeceu os olhos.

- Serás rápido, jovem - a voz grave informou.

Os passos lentos e elegantes soavam de um em um. Estava de barriga para o chão, as mãos sentindo o piso frio da enfermaria, assim como seu rosto colado a ele e as costas doendo absurdamente.

- Senhor, por favor… o que está fazendo? - pedia suplicante.

- Limpando o problema, querida. Não pense que é algo pessoal, não é.

Com uma das mãos ele pressionou seu jaleco e a ergueu do chão com facilidade. A roupa que contraia seu tórax logo a incomodou. Ele sorria, um sorriso tranquilo, um olhar sereno, como se não estivesse fazendo nada daquilo ou como se o que estivesse fazendo não fosse nada grave. Mais uma vez ele lançou Mariana para o alto, atirando a distância. A enfermeira caiu com um baque novamente no chão, seus joelhos chocaram-se contra o piso. A respiração fraca, os olhos marejados impediam que pudesse ver com clareza o que estava acontecendo ali.

Podia apenas ouvir os passos, ele não tinha pressa alguma, preocupação alguma. Mariana virou-se ficando de costas para o chão. Sentiu um líquido quente escorrer pelo seu nariz e o cheiro de ferro anunciar que estava sangrando. Não era só ela que sentia esse cheiro, o homem segurou seu pescoço, pressionando com força enquanto a erguia de onde estava, encarando seus olhos com bastante curiosidade. O ar parecia travado, a forma como ele pressionava sua garganta, não permitia que o ar passava de forma alguma.

- Tens um cheiro ótimo, enfermeira.

Mariana revirava os olhos, sentindo o corpo amolecer cada vez mais, até que suas mãos, que seguravam com firmeza o antebraço do homem, ficaram fracas, soltando aos poucos. Abria a boca e a voz não saia, não podia gritar, nem mesmo pedir por socorro. Era isso, seu dia havia chegado, Miguel jamais esperaria que aconteceria algo desse tipo dentro do hospital, Lorena estava ocupada com todo o caos que ocorria no dia e Mariana estava em seus últimos minutos. Fechou os olhos acreditando que não tinha mais o que fazer, quando ouviu um baque ensurdecedor e em seguida, como que recebesse um empurrão, seu pescoço foi soltado e caiu de joelhos no chão.

Em meio ao barulho de coisas quebrando, de joelhos, apoiando suas mãos no chão, Mariana tentava recuperar o ar, respirava como se fosse a primeira vez, sugava a maior quantidade de ar possível que coubessem em seus pulmões, que inflaram rapidamente. Abriu os olhos desnorteada e olhou em volta. Era Sophia e uma outra garota, ambas lutavam contra o homem, que já estava ao chão recebendo golpes com força sobrenatural. Mariana engatinhou até um canto da enfermaria, o coração acelerado, suas costas ainda doíam e seu nariz parecia não parar de sangrar. Ergueu a cabeça para o alto e esperou que o sangue estancasse enquanto os sons dos golpes foram reduzindo até não ouvir mais nada. Desceu os olhos em direção as duas moças que estavam empurrando o senhor para longe, foi quando percebera que ele estava imóvel, mas não descia uma gota de sangue. Sophia não demorou muito e correu em direção a Mariana.

- Você está bem?

- Temos que tirar ela daqui, Sophia, outro virão - Alisson disse olhando pela janela.

- O que está acontecendo, So? - Mariana esboçou com dificuldade.

- Prometo te explicar, Mari, mas agora precisamos ir embora.

- Eu não posso sair assim, sem justificar nada. Ligue para a polícia, por favor, esse homem…

- Eu te explicarei tudo, não se preocupe, mas precisamos sair daqui agora.

- Não…

- MARIANA - Sophia gritou - Deixa de ser teimosa, outros iguais a ele virão aqui para matá-la.



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