História Caminhos entrelaçados - NaruHina - Cap.17 - Uma manhã agradável

Karin estava feliz, muito na verdade. Escovava seus fios vermelhos delicadamente, eles estavam tão grandes e estava os amando assim. Sorriu para o espelho. Ouviu batidas na porta e se virou, logo viu Hanabi entrar.

- Vamos sair hoje, que tal? - A menor se sentou na cama - Vamos no centro comprar umas coisas, e eu pensei de irmos ao salão. Tenho que cortar as pontas do meu cabelo. - Dizia animadamente.

- Eu tenho aula hoje com o Hizoka, Hanabi!

- Tudo bem, ele vai com a gente. - Pulou da cama - Não é Hizoka? - Disse olhando para a porta aberta.

- Eu também tenho que cortar o meu cabelo! - Disse divertido, aparecendo na porta, fazendo Hanabi rir e Karin revirar os olhos.

- Certo, mas ninguém toca no meu! – disse cruzando os braços.

- Certo, vamos lá! - Hanabi comemorou e a ruiva foi a primeira a sair do quarto. A menor olhou para o primo que olhava por onde a Uzumaki havia saído. Sorriu confiante.

Hizoka quase nunca saia do distrito, era tão na dele que só ficava no clã. Saia apenas em missões ou quando era muito necessário; era carismático, quando queria, mas boa parte era reservado. Treinando e cuidando de jardins por todo o distrito. Hanabi o achava um mala, mas quando viu o primo ser todo engraçadinho com a Uzumaki, logo entendeu. Ele estava com interesse, só o interesse leva alguém reservado a ser engraçadinho. Como uma boa prima que é, daria uma força.

Não se assustou quando ele topou sair só porque Karin iria. Ele até tentou disfarçar, mas não enganava os olhos de Hyuga Hanabi, nunca.

Por isso, saíram os três após se despedirem de Hiashi que também ficou surpreso em ver o rapaz saindo. Esses jovens. Pensou os vendo sair pelo portão.

∆∆

Karin chegou à conclusão que nunca deixaria de ficar empolgada toda vez que saísse pela vila. Céus, parecia que não tinha fim, parecia que todo dia uma nova loja se abria. Novas ruas com várias novas lojas surgiam. Era tudo tão novo para si, era tudo tão diferente, tão empolgante; sentia seu coração vazio... se encher de sensações e lembranças boas. Aquela manhã estavam sendo única, maravilhosa.

Já haviam comprado várias coisas, Hanabi andava de um lado para o outro com um cartão que ganhou de Hinata. A menor comprava, comprava e comprava de novo. Karin ria da empolgação exagerada dela. Talvez os dois anos convivendo com pouquíssimas pessoas a tenham mudado mesmo. Querendo ou não, ficou mais contida, mais calma e gostava disso.

- Eu acho que já está bom, Hanabi! - Hizoka a chamou atenção - Tem muitas sacolas, Hinata-sama não gosta quando extrapola nas compras.

- Só mais uma loja, primo. Por favor. - Implorou a pequena fazendo o jovem revirar os olhos.

- Só mais uma! - Sentenciou e Hanabi comemorou.

- Vou naquela de perfume, vamos Karin?

- Eu já comprei perfumes com a Hinata, obrigada. Pode ir lá!

A menor até iria contestar, mas quando viu Hizoka lhe lançar um olhar que dizia: Some! Saiu correndo rindo, adentrou a loja e pelo vidro viu os dois falarem algo e Hizoka apontar para uma sorveteria. Deu uns pulinhos comemorando, demoraria e muito para escolher um perfume.

- Qual sabor você quer? - Hizoka a perguntou e Karin ainda olhava o cardápio.

- Eu... Eu não sei bem o que pedir. - Sorriu nervosa - Tipo, o que significa floresta Negra ou Tempestade de neve? - O Hyuga deu um meio sorriso - Ah, você tá rindo de mim, desgraçado! - Emburrou e se recostou na cadeira cruzando os braços.

- Você deveria ser menos agressiva. Só achei engraçado como falou, somente isso. - Se explicou, mas Karin virou o rosto - Porque não pede um pouco de cada? Assim você prova tudo!

- Hum! - Resmungou e Hizoka riu.

- Por favor... - Chamou o garçom - Me veja uma taça da felicidade e um sorvete de chocolate no copo.

- Hai! - O garçom saiu e Karin observava o Hyuga só o olhando de canto.

Poucos minutos depois uma taça enorme foi posta na frente de Karin, os olhos vermelhos se arregalaram e olhou para Hizoka que tinha um sorriso nos lábios.

- Isso é enorme, você é doido?

- São todos os sabores. - Ele ergueu o copo pequeno dele - Coma logo!

Karin o viu começar a comer o sorvete de chocolate e olhou para a colher na mesa, olhou para a taça e quase babou. Era tão bonita, tão apetitosa. Sem jeito, pegou a colher e tirou uma pequena lasca da bola azul. Levou até a boca e seus olhos brilharam.

- Isso é muito bom!!!! - Disse quase chorando e Hizoka riu.

- Deixe-me ver. - Ele pegou um pouco - É chiclete, esse é bom também!

- Eu amei chiclete! - Disse sorrindo, levando mais do creme gelado até a boca.

O Hyuga sorriu e se deleitou no jeito como a Uzumaki comia e como dizia gostar dos sabores. Parecia uma criança que ia na primeira vez a uma sorveteria. O mais engraçado era ela não saber quais eram os nomes e sempre o pedir para dizer o que era. Acabava por comer boa parte também, era um fanático por creme gelado... sorvete, no caso. A imagem da ruiva sorrindo na sua frente, gargalhando e falando animadamente não sairia de sua cabaça tão cedo e gostava disso. Pois esse era um momento que queria lembrar sempre.

Quando terminaram de comer e pagaram a conta, Karin saiu da sorveteria dizendo que nem sentia a sua língua, que estava dormente devido ao gelo. Hizoka ria negando com a cabeça, Karin tentava falar, mas acabava de embaralhando nas palavras e falava muito engraçado. Os dois riam um para o outro, caminhavam em direção de onde haviam deixado Hanabi, quando foram abordados por um entregador de folhetos. Karin pegou um folheto e leu. Era da inauguração do novo cinema da vila.

- Nossa, já vão reabrir? - Hizoka comentou ao ver o papel - Os filmes que estão disponíveis são bem legais! - Disse lendo o verso do papel onde estava o catálogo.

- Já foi ao cinema? - A ruiva o perguntou.

- Já, poucas vezes pra ser bem sincero. Hanabi adora filmes e me fez ir algumas vezes. - Deu de ombros - Já foi?

- Não. - Voltou a olhar o papel - Será que ela iria comigo? Eu adorei assistir filmes.

O Hyuga a olhou e Karin focava seus olhos no panfleto. O tom dela soou tão melancólico... se perguntou se ela ficaria tão empolgada e feliz como ficou provando os sorvetes. Queria vê-la fazendo algo novo de novo, estar com ela.

- Bom, podemos ir juntos. O que acha? - Levou poucos segundos para a Uzumaki se sobressaltar e o olhar surpresa - Foi bem legal hoje e pensei que poderíamos fazer outro programa juntos. - Disse envergonhado pelo fato da ruiva só o olhar sem dizer nada - Tudo bem, esqu...

- Qual filme vamos assistir? - O interrompeu, deixando dessa vez ele surpreso.

- Qual você quiser! - Karin sorriu sem jeito, envergonhada um pouco. Hizoka é um rapaz bonito, não teria por que não ser amiga dele. E irem ao cinema juntos não era nada demais, certo? Como na sorveteria. Não foi nada demais.

Hizoka também sorria, na verdade estava eufórico. Sabia muito bem que estava gostando da ruiva do temperamento alto e sabia que estava gostando cada vez mais dela. Queria aproveitar qualquer tempo ao lado dela, mesmo tendo a sensação que ainda não era suficiente. Ter passado a manhã ao lado dela, uma agradável manhã... ainda queria mais tempo na companhia da ruiva.

De cima do telhado, Hanabi os observava. Estava sorrindo feito boba. Um casal já estava em andamento, precisava encaminhar Naruto e Hinata agora, mas para isso precisaria da ajuda de seu odioso rival, Sarutobi Konohamaru. Ativou o Byakugan e saiu atrás do garoto, falaria logo com ele o quanto antes. Pois achava que sua irmã já estava esperando tempo demais.

∆∆

Konohamaru estava no portão principal do jeito como Hinata mandou, a ordem era esperar o Hokage Kakashi chegar e tratar de contar que Uchiha Sasuke estava tendo chiliques. Que o mesmo até queria partir para a briga com Hinata. E que os três - Hokage, Shikamaru e Naruto – deveriam resolver o problema do Uchiha antes de retornarem a torre.

Então estava ali, desde as 10h da manhã. Sentado em um banco, chutando pedras ou arremessando-as no muro. Olhou para o céu e o sol estava no topo, meio dia. Faltava pouco para a comitiva chegar.

- Te achei! - Caiu para trás quando a figura feminina pulou na sua frente com o Byakugan ativado.

- Hanabi! - Gritou se levantando enquanto ela ria - Maldita! - Rosnou e já partiria para a briga.

- Vim em paz! - Desativou os olhos.

- Você? A diaba veio em paz? - Riu irônico - Sei, me engana que eu gosto. Kore.

- Vim falar sobre minha Nee e seu Nii-san! - A Hyuga se sentou no banco -Precisamos juntar eles.

- Nani?

- Hinata gosta do Naruto, Naruto deve gostar da minha Nee. - Disse simples -Tenho certeza que ele gosta, qualquer pessoa com sã consciência gosta da Nee-sama!

- Bem, verdade. - O moreno se sentou – Mas, e se ele não gostar?

- A gente o faz gostar. Ele não tem opção! - Disse decidida.

- Mas eu também acho que gosta, qualquer pessoa gosta da Hinata-sama. Até eu gosto dela. - Os olhos verdes escuro brilharam - Ela é tão bonita, cheirosa e gentil. - Suspirou apaixonado. Levou um tapa de Hanabi e foi ao chão.

- Não é pra tu gostar, animal. É pro Naruto. - Ralhou.

- Eu só disse minha opinião, kore! - Se sentou no chão.

- Sua opinião não conta, só o que importa é fazer eles dois ficarem juntos. Entendeu? - O menino assentiu - Certo, vamos colocar nosso plano em ação!

- Não posso! - Se levantou - Estou em uma missão extremamente secreta de alto nível! - Limpava suas roupas - Começamos depois, pois não sou um ninja desocupado que nem você, Hanabi! - Dizia todo cheio de deboche.

- Estava sentado no banco jogando pedra na parede, isso não é missão de alto nível. Isso é ser vadio!

- NANI? EU ESTOU EM UMA MISSÃO SIM. HINATA-SAMA QUE ME ORDENOU A ESTAR AQUI. KORE. - Gritou o menino.

- NÃO GRITA COMIGO! - Deu uma palma do ar no rapaz que foi ao longe, caindo no chão, rolando até parar na frente do portão - Já te disse uma vez, pensa que sou quem pra ficar gritando comigo? Baka!

- Hanabi-chan... Desculpe! - Pediu se doendo todo. Se esticou no chão e olhou para o céu, droga. Hanabi batia muito forte. Maldita seja essa palma do ar.

- É tão bonito ver as crianças brincando! - A voz familiar chamou atenção dos dois.

Hanabi que estava um pouco longe foi correndo em direção ao moreno, o puxou do chão o levantando. Se curvaram na frente do Rokudaime que ria do jeito dos dois.

- Hokage-sama! - Falaram juntos.

- Estão brincando? - Questionou, mesmo sabendo que não era isso.

-Não! - Os dois se ergueram. 

- Hinata-sama me mandou aqui para lhe dizer algo importante! - Disse o Sarutobi.

Shikamaru e Naruto que estavam um pouco atrás, conversando sobre irem almoçar ramen pararam de falar e olharam para Konohamaru.

- Algo que não pode esperar até eu chegar na torre? - Kakashi ficou sério - O que houve?

- Uchiha Sasuke chegou no GQ hoje, às 10h da manhã querendo falar com o senhor. Porém somente Hinata-sama estava lá e ele a ameaçou, se recusava a sair da sala e voltar outra hora. Hinata-sama se impôs e ele ia para cima dela, só não foi porque eu entrei correndo e disse que contaria ao Nii-san se ele fizesse algo a ela. Ele foi embora cuspindo fogo. - Respirou fundo - Ela pediu para que fossem ver qual era o problema dele antes de qualquer coisa, ele estava a própria bomba relógio.

- Que merda! - Kakashi ralhou - Naruto, Shikamaru, vamos encontrá-lo!

- Hai! - Os dois largaram as mochilas no chão.

- Vocês dois, vão até a torre ver como Hinata está.

- Hai!

Mas antes de qualquer um dos cinco pudesse pensar em sair correndo em alguma direção, um estrondo foi ouvido. A fumaça subiu e labaredas roxas foram até os céus. Os olhos de todos estavam arregalados. O que Uchiha Sasuke estava fazendo?!

- KARIN!

Hanabi gritou e saiu correndo desesperada. De onde as chamas vinham era de onde havia deixado Hizoka e Karin. Eles estavam naquela direção. Naquele local.

- Vamos! - Kakashi ordenou e todos o seguiram - Não, Konohamaru. Eu quero que você vá ver a Hinata e mande ela mandar o esquadrão do Sai. AGORA!

O jovem mudou de rota e correu em direção à torre. Mas olhou para trás e viu Hanabi indo bem mais a frente deles. Droga, ela podia se machucar.

Naruto corria na direção das chamas roxas. Primeiro ele ameaça a Hinata e agora pode está atacando a Karin? Sasuke podia ser seu amigo, seu irmão. Mas não o perdoaria se ele machucasse Karin ou Hinata. Não o perdoaria nunca. Porque demorou muito para achá-las e não podia perdê-las, não podia deixar que elas se machucassem outra vez. As protegeria. Não importava quem estivesse no caminho, havia prometido e cumpriria com sua palavra!

Continua...