Lauren,
Senti mãos chacoalharem meu corpo e abri meus olhos vagarosamente. Sinuhe sorria para mim, eu sorri de volta, ainda tentando adaptar-me a claridade do ambiente.
- Bom dia. – Ela disse sorridente e eu sentei-me sobre a poltrona, ou sofá cama, que seja. – Dormiu bem? – Eu assenti olhando ao redor. Camila estava amamento Carmen. – Quero que vá para casa, tenho certeza que teve uma péssima noite de sono. – Ela sorriu sem graça e eu levantei-me. – Vai ficar tudo bem, Lauren. Você vai ver. – Eu assenti.
- Obrigada, dona Sinuhe. – Espreguicei-me por alguns segundos e caminhei até Camila. – Bom dia! – Beijei sua testa e ela sorriu.
- Bom dia... – Ela sussurrou e olhou para a pequena. – Você está bem? – Olhou-me.
- Sim, e você? – Perguntei alisando a mãozinha de Carmen.
- Dormi bem, a não ser todas as vezes que Carmen acordou. – Eu franzi o cenho e ela riu. – Você estava exausta, não ouviu nenhuma vez. Até pensei que ela iria te acordar.
- Nossa, eu juro que não ouvi nada. E olha que meu sono é sensível... – Alisei a cabeça da pequena Carmen e suspirei.
- Vai para casa ou fica com a Dinah, você precisa de uma cama de verdade. – Camila pediu e eu assenti. – Agora tenta descansar mesmo, ok? – Eu assenti.
- Eu vou, amor. – Beijei sua testa. – Mais tarde eu venho.
- Ok, mas não fica pensando no que sua mãe disse, tudo bem? – Ela pediu preocupada e eu assenti.
- Prometo que vou ficar bem hoje, sem me preocupar com as coisas. – Lhe garanti e ela sorriu, abertamente. – Agora vou arrumar minhas coisas e ir. Estou com fome!
- Vá, e vá com cuidado!
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O táxi parou de frente a residência de Dinah que estava com cara de sono esperando-me. Ela estava irritada, atrapalhei seu sono e com certeza teria consequências.
- Sabem que horas são? – Dinah perguntou puxando-me pela mochila. – Seis e meia! Eu queria estar dormindo! Sabia que meu sono é muito importante?
- Ah, que drama! – Falei afastando-me para que ela largasse a mochila. – Eu estou com fome, e não acho certa eu invadir sua casa e comer como se morasse aqui. – Falei caminhando até sua casa e ela empurrou-me.
- Eu não vou fazer comida para você, se vire. Eu vou dormir, minha mãe já está acordada, então se fode aí. – Disse empurrando-me para dentro de casa. – Milika, a alma chegou!
- Bom dia, dona Milika! – Falei entrando na cozinha e a vendo preparar um café, o cheiro estava incrível, mas eu preferia um chá.
- Bom dia! – Ela sorriu para mim tampando a garrafa de café. – Desaparece logo daqui malcriada! – Ela disse olhando para Dinah que revirou os olhos. – Bruxa!
- Chata! – Dinah disse saindo da cozinha e eu sorri sentando-me.
- Como foi a noite?
- Nossa... – Suspirei. – Terrível! Acho que nunca me senti tão mal na vida.
- Não fique assim, meu amor. – Ela disse colocando uma xícara vazia a minha frente. – Ela vai voltar atrás. Sua mãe é legal.
- Assim espero...
Depois do café, resolvi sentar-me no banco que ficava no terraço. Não estava com vontade de dormir, minha cabeça gritava de problemas. Tanto com minha mãe, talvez com Alejandro, e como irei sustentar uma criança sem nem ao menor ter trabalho.
- Bom dia! – Olhei em direção a voz e vi Ally, com roupas de ginastica vindo até mim. – Mamãe coruja! – Ela sorriu e sentou-se a meu lado. – O que faz aqui?
- Não soube de nada? – Perguntei tocando em sua perna e ela assentiu. – Então, por isso estou aqui.
- Mas o Alejandro não aceitou a situação? – Perguntou duvidosa.
- Eu não sei, com a filha ele foi legal, mas não sei comigo. Eu não iria a casa dele sem ter uma segunda pessoa por perto. Eu lembro o quanto ele ficou irritado quando Camila defendeu um homossexual.
- Ah, não pensa assim! Vai que a Carmen amoleceu o coração dele. – Ela disse tocando em meu ombro e eu suspirei. – Acredita que eu nem consegui ver a Carmen? Eu fui embora depois que falei com você. Mamãe estava mal e eu precisava ajuda-la.
- Eu entendo... – Sussurrei pegando meu celular no bolso de minha jaqueta. – Mas eu tirei fotos dela, vou te mostrar. – Desbloqueei a tela do celular e procurei as fotos. – Ela é um amor! – Sorri lhe entregando o celular.
- Ain Jesus! Ela é linda, Lauren! – Ela disse animada. – Quero muito segurar essa criança.
- Ela é linda. – Sorri suspirando e ela me olhou.
- Seus olhos brilham falando dela! Você realmente merece ser chamada de mãe! – Eu sorri novamente e ela me devolveu o celular. – Mas agora... – Ficou de pé. – Eu vou continuar minha caminhada, preciso me exercitar ou vou morrer sedentária.
- Vai lá!
- A Dinah já acordou? – Perguntou apontando com o queixo para entrada da casa e eu neguei com a cabeça. – Ah... Como sempre! Vira urso. – Sorriu e se afastou. – Tchau, Lauren!
- Tchau... – Suspirei. – Ei, Ally! – Ela parou e olhou-me. – Mais tarde vou ver Camila, se quiser ir comigo...
- Eu estarei pronta!
- Às 16h! – Avisei e ela assentiu, em seguida foi embora.
- Sua sapatão psicopata! – Recebi um tapa na cabeça e olhei para o lado. – Mamãe me acordou mandando fazer companhia a você!
- E eu tenho culpa disso? – Perguntei passando a mão em minha cabeça e ela sentou-se a meu lado.
- Quem estava aqui?
- Era a Ally! – Falei irritada e ela me deu outro tapa. – Pode parar, eu não estou afim de ser saco de pancadas.
- Ally e eu não estamos nos falando. – Eu olhei-a e franzi o cenho. – Discutimos umas coisas aí, e eu mandei ela ir se foder.
- Como pode mandar ela ir se foder? Deixa de ser rude, garota. – Ela revirou os olhos.
- Amiga, eu não me importo. Tenho um chocolate para comer. – Eu franzi cenho e ela riu.
- Quê? – Perguntei sem entender absolutamente nada e ela riu novamente. Alguns segundos depois, eu arregalei os olhos. – Não... – Sorri. – Você está pegando a M... – Dinah tapou minha boca.
- Cala a boca! – Soltou-me. – Eu não estou pegando nada! Só ficamos. – Sorriu. – Talvez você tivesse razão quando disse para eu pegá-la. Ela beija bem pra caralho!
- Mas se vocês não estão ficando, só pegou uma vez ou o quê?
- Ficamos em uma festinha que fomos antes de oficializar meu namoro com o Carlos, desde então estamos mais grudadas e ela tem demonstrado mais afeto e parece que está tentando me conquistar. Não estamos mais ficando, entende? – Eu assenti. – Eu nunca tinha parado para ver esse lado da Normani.
- Hm... Eu shippo! – Sorri.
- Não começa! – Ela disse rindo.
- Vou criar um nome para essa merda! – Brinquei. – Dimani. – Ela fez careta. – Norminah?
- Gostei do último, mas se ficar falando disso por aí, eu quebro seu nariz. – Eu assenti e ri.
- Casalzinho gostoso... Adorei a ideia. – Ela revirou os olhos. – Foi por isso que você e a Ally discutiram?
- Não! Ela discutiu comigo por causa de um vestido. Ontem à noite depois da minha entrevista, eu encontrei ela e a Mani. Daí resolvemos tomar sorvete e no meio de uma brincadeira, eu derramei cauda de chocolate no vestido dela, e manchou lindamente porque era claro. Ela só não me chamou de santa... – Disse rindo. – Mas o bom de tudo isso é que... Todos nós estávamos bem, mas...
- Hm... E tu pensa que pode passar o rodo em todo mundo e ficar de boa, é?
- É, sabe por quê? – Neguei com a cabeça. – Porque eu sou a Dinah Jane, decora meu nome. Ainda vai ter milhares de fãs gritando meu nome por aí. Vou ser tão poderosa quanto a Beyonce.
- Depois que você acordar, me avise! Eu vou assistir um pouco de TV. – Levantei-me rindo e adentrei sua casa, ouvindo xingamentos por ter lhe deixado falando sozinha.
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