História CamRen What? - Quadragésimo Terceiro Capítulo

Lauren,

Eu estava trocando de canal sem parar, não havia nada de interessante, e eu seguia a busca por um canal legal, precisava me entreter já que ficar quieta só iria me trazer lembrança das palavras de minha mãe.

- Lauren... – Dinah disse chamando minha atenção. Ela estava tensa apontando para trás discretamente. Eu franzi o cenho e ela gesticulou “Alejandro”.

Ele entrou logo após Dinah e eu levantei rapidamente, praticamente joguei o controle da TV no chão.

- Podemos conversar, Lauren? – Alejandro disse, sério. Eu assenti. – Bom dia, Milika.

- Bom dia, Alejandro. – Milika disse educadamente na entrada da cozinha. – Fique à vontade para conversar com ela na cozinha. – Milika apontou para detrás de si e se afastou. Eu engoli em seco olhando para Dinah.

- Vá... – Ela sussurrou e eu assenti. Alejandro estendeu o braço para que eu caminhasse a sua frente.

Minhas mãos estavam suando, meu coração estava acelerado, eu caminhava lentamente rumo a cozinha, estava temendo qualquer coisa vindo dele. Puxei uma cadeira e sentei de frente com a entrada da cozinha, assim eu poderia ver se tinha alguém nos vigiando. E lá estava, Dinah, pedindo que eu mantivesse a calma. Eu respirei fundo e vi Alejandro sentando-se a minha frente.

- Bom... – Ele disse colocando suas mãos sobre a mesa e cruzando seus dedos. – Acho que precisamos conversar. – Eu assenti. – Soube o que sua mãe fez... – Disse e calou-se. Eu respirei fundo e resolvi falar algo.

- É... E-ela... – Respirei fundo. – Ela não aprovou... E-e se você também não aprova, o que eu tenho certeza, isso não me vai fazer amar menos sua filha. – Ele riu, me deixando ainda mais tensa.

- Lauren... – Ele descruzou as mãos. – Eu vou ser sincero com você, menina. – Eu assenti. – Eu notava seus olhares, e o jeito de se tratarem diferente. Uma vez eu cheguei em silêncio e vocês duas estavam de sussurros na cozinha, eu as vi, estavam muito próximas, mas se afastaram assim que Sofia gritou por mim. Eu fiquei desconfiado, mas tentava fingir que estavam contando segredos, que não queriam que outras pessoas escutassem. Eu estava errado. Muitas vezes vi suas trocas de olharem, e caricias sentadas no sofá. Eu só não queria enxergar a verdade. – Eu engoli em seco.

- Eu a amo, eu a amo muito. Se o senhor soubesse o tamanho de meu sentimento por ela, o senhor não ficaria contra a nós. Eu sempre corri contra a isso, eu não queria sentir algo a mais por ela. Ela sofria por isso, ela sofria por não saber que eu a amava igualmente. O senhor sabe o poder do amor? – Ele assentiu. – Se sabe, entende, porque é isso o que sentimos uma pela outra.

- Lauren, eu passei toda a noite pensando nisso, confesso que nem dormi direito. Eu pensei muito sobre o amor. E agora, com suas palavras. Eu lembrei de mim, quando me certifiquei que amava Sinuhe, eu sofri, corria atrás, mas ela não me queria, ela amava outra pessoa. Eu a amei desde a adolescência até os dias de hoje. E quando finalmente ela resolveu me dar uma chance, foi porque a pessoa que ela amava, havia quebrados eu coração. Eu demorei muito para conquista-la. Eu a via chorando pela pessoa muitas vezes. Eu não faço ideia quem foi. Mas foi muito complicado. Mesmo que tenhamos casado rápido, foi complicado, tudo começou a melhorar depois que Camila nasceu. Antes disso, ela sofria igualmente, mesmo tentando esquecer.

- Nossa... Eu não imaginava... – Sussurrei atônita e ele suspirou.

- Não quero que minha filha sofra, eu a quero feliz. Me parece que é você quem faz, e parece que é realmente uma pessoa qualificada para estar ao lado dela. – Eu sorri e ele sorriu de volta. – Não quero pensar pelo lado ruim, principalmente a forma que todos reagem ao saber a sexualidade dos outros, confesso que há um ano atrás, eu teria feito algo, com toda certeza. Me arrependo amargamente de quase ter batido em minha filha, por ela insinuar ser homossexual... – Suspirou. – Mas ao longo dos tempos, dos dias, com Sinuhe falando sempre sobre homossexuais, tentando me convencer sobre isso. Hoje eu posso dizer a você, Lauren. Eu aceito. – Sorriu ficando de pé e caminhando até mim. – Você é uma boa menina, tive o prazer de ser o melhor amigo de seu pai quando fui mais novo, quem sabe vocês não estavam pré destinadas a serem um casal? – Sorriu. – Toda aquela coisa de alma gêmea! – Tocou em meu ombro. – Não é normal minha filha ter nascido nove meses depois que você, não acha? – Eu assenti sorrindo. – Faça ela feliz, seja feliz. Eu vejo que eu tinha uma opinião de merda. – Soltou meu ombro. – Seja uma boa menina, continue arrancando risadas de minha filha.

- Eu estou mais aliviada, seu Alejandro. – Fiquei de pé. – Eu estava com medo de falar com você, mas eu sabia que teria que falar.

- Quero que você volte para casa, acima de tudo, eu te adotei, você é minha terceira filha, ou quarta agora, não é? – Disse divertido e eu assenti. – Só lhe digo uma coisa... – Eu assenti. – Jamais, jamais faça ela sofrer, eu não sei se faria algo bom... – Disse ameaçador e depois riu. – Agora tenho que ir trabalhar, tenho mais uma menina para alimentar. – Segurou meu rosto e beijou-me a testa.

- Muito obrigada, seu Alejandro! – Ele assentiu e soltou meu rosto. – Até depois!

Ele sorriu e começou a caminhar até a saída da cozinha, Dinah estava lá, boquiaberta. Ele tocou no ombro dela e foi embora. Dinah caminhou até mim e sorriu.

- Eu não consigo acreditar que eu ouvi tudo isso! – Ela disse chocada e eu ri. – Caralho, ele aceitou de uma forma tão bonita, e eu nunca parei para pensar que Camila tinha nascido nove meses depois que você... – Disse com careta. – Isso é realmente bizarro.

- É, eu também nunca tinha notado isso. Alejandro é muito esperto, bem que meu pai disse que ele entenderia, era só ter uma boa conversa.

- Mas quem conversou foi ele, você não falou quase nada.

- É... Mas foi legal, nunca havia parado para conversar com ele, e não sabia que Sinu havia casado sem amá-lo. Isso me surpreendeu.

- Eu também... – Dinah suspirou. – Que tal jogarmos vídeo game? Porque se meus irmãos acordarem, nós não vamos poder fazer nada. E sei que você não para de pensar besteiras!

- É, eu sei! Vamos lá...

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Ally,

Eu estava correndo rumo ao parque no qual estumava correr todos os dias, digo, desde o momento que decidi sair do sedentarismo.

- Ally! – Ouvi uma voz conhecida e parei de andar. Virei-me em direção a voz e Normani praticamente me atropelou. – Ai, que droga... – Ela disse se afastando de mim. – Desculpa...  Eu fiquei empolgada para falar com você.

- Ainda está indo com toda essa pressa? – Perguntei curiosa e ela sorriu.

- Eu vou para aula de dança! Mas te vi correndo e resolvi falar com você, já que ontem a DJ apareceu e não tive a oportunidade de falar o que queria. – Sorriu abertamente e respirou fundo.

- O que foi? – Perguntei animada e ela me puxou para debaixo de uma arvore que havia perto da calçada.

- Vou até falar rápido, caso não apareça ninguém para atrapalhar de novo! – Disse divertida. – Eu estou apaixonada. – Eu entreabri a boca e sorri.

- Uou! E quem é o sortudo? – Perguntei acariciando seu braço.

- Ally... Não é um sortudo... – Disse desconfiada e eu ri.

- Ah, fala quem é a moça! Sabemos que andamos com várias lésbicas, não tem problemas.

- É a Dinah. – Eu arregalei os olhos. – É... Eu estou apaixonada por ela!

- Como assim? Mas... – Eu estava desconfortável, mas estava encarando tudo tranquilamente. – Mas, e o Carlos?

- Esse é o problema, ele é bom namorado e ela está envolvida, mesmo que tenhamos ficado, ela se envolveu mesmo com ele.

- Nossa...  Mas isso é... Louco! – Ri. – Você apaixonada por ela, e admitindo, não pode ser real! – Ela riu. – Como isso aconteceu?

- Eu não sei, talvez a forma que nos beijamos e a mudança que ocorreu entre nós duas depois disso, me fez ver que eu sinto algo diferente por ela, eu achava que tudo não passa de meu jeito possessivo de ser.

- Mas você é apenas possessiva com ela! – Brinquei lhe dando um tapa no ombro e ela riu. – Mas você está entrando em uma cilada!

- Eu tenho ciúmes deles...  Sei lá, eu conheci ele esses dias, ele é legal...  Mas eu queria estar no lugar dele. – Suspirou pesadamente. – Eu preciso parar com isso, sabe? Não devo ficar mostrando o que sinto, até porque ela deve saber, eu faço tudo por ela, deixo na cara. Se ela continua com ele, é porque gosta dele, então vou tomar meu rumo!

- Oh, amiga... – Suspirei com um sorriso de canto. – Não desiste...  Se você gosta e não tem medo disso, vai em frente.

- Mas é Dinah Jane, Ally! Ela passa o rodo em todos, inclusive pegou até vo... – Calou-se. – Pegou todos! – Eu ri negando com a cabeça.

- Se te conforta, eu estou saindo com alguém. – Ela arregalou os olhos. – Estamos nos conhecendo e ele é legal, um ótimo rapaz, quem sabe não rola? – Falei animada.

- Quem é? – Perguntou com a testa franzida.

- Se chama Troy, ele também estuda música.

- Eu conheço ele cara, é aquela vara branca que estuda na sala vizinha a nossa? – Eu ri e lhe bati. – Você adora coisas grandes, hein?

- Cala boca, sua idiota!

- Agora lembrei de uma coisa, eu te vi com ele no último dia de aula. Eu fiquei até brincando com a Lauren, fazendo comparação de qual dos dois eram mais brancos! – Riu. – Mas uma coisa, não importa o tamanho dele, se te fizer mal eu vou bater nele! Vou fazer a Dinah Jane e fazer ele ir ao hospital! – Disse divertida. – Espero que role!

- Não vamos nos adiantar, estamos nos conhecendo! Mas espero que sim. – Sorri abertamente.

- Bom, era isso! Eu tenho que ir para a aula, não conta a ninguém o que te falei, ok? – Eu assenti. – Boa corrida!

- Boa aula! – Ela sorriu e começou a caminhar na calçada.

A tarde fui ao hospital conhecer a pequena Carmen, ela é linda, lembrava muito a mãe que estava abobada com a criança, não só ela quanto Lauren. Sei que nunca na vida encontrarei um casal tão lindo e apaixonado quanto esse, morro shippando camren escondido, pois não quero que Lauren me bata.