História CamRen What? - Quadragésimo Quarto Capítulo.

Lauren,

Camila estava jantando enquanto eu segurava Carmen que estava de olhinhos abertos. Eu lhe mimava, beijava, e conversava coisas diversas, a pequena ficava com os olhos perdidos movendo-os para todo lado.

- Amor, você jantou? – Camila perguntou tirando minha atenção da pequena.

- Sim, quando voltei com a Ally, fui direto jantar, jantei com seu pai. – Ela franziu o cenho.

- Tem algo que você não me contou?

- Sim, eu esqueci, desculpe. – Levantei-me da poltrona com cuidado e fui até o pequeno berço e coloquei Carmen dentro. Sentei-me ao lado de Camila na cama e suspirei. – Seu pai conversou comigo. Ele me surpreendeu, foi uma conversa rápida, mas está tudo bem entre nós. – Sorri para ela que sorriu abertamente limpando os lábios com o guardanapo. – E outra coisa, amanhã ele vem nos buscar.

- Ok, estou feliz que o papai tenha falado com você. – Segurou meu rosto e beijou-me a bochecha.

- Ah, tenho uma novidade! – Falei empolgada. – A Mani e a Dinah ficaram! – Ela franziu o cenho.

- O quê? – Perguntou incrédula. – Dinah não tem jeito! Traiu o Carlos?!

- Não, elas ficaram antes disso. Mas parece que a Dinah está curtindo a Mani, quem sabe qualquer dia cheguem nos dizendo que estão namorando. – Camila riu negando com a cabeça. – E eu deixei currículo lá no restaurante que a Dinah fez entrevista.

- Ela conseguiu?

- Não sei, parece que ainda não ligaram. Mas estou torcendo para que sim!

- Ela vai conseguir. – Camila disse afastando o suporte aonde havia seu jantar. – Estou farta dessa comida, quero minha casa.

- Amanhã, Camz! Amanhã! – Beijei sua bochecha e me levantei para pegar Carmen. – Ei, neném! Vem pra cá. – Peguei-a com cuidado e voltei a sentar na cama. – Oi, mama Camz! – Camila beijou o rosto da pequena que sorriu. – Tão lindinha! – Beijei o rosto da pequena.

- Hoje eu fiz o teste do pezinho, mama Lolo, chorei muito, a doutora April foi malvada comigo, furando meu pezinho. – Camila disse segurando a mãozinha da pequena. – E sofri de novo, porque furei minha orelha!

- Nossa, Camz. Tinha que deixar ela sofrer tanto em um dia só?

- Eu chorei junto, de verdade, mamãe que me conteve, eu não ia deixar.

- Ai, meu Deus que judiação comigo! – Falei olhando a pequena e beijando-a. – Eu não vou deixar maltratarem você de novo. – Beijei-a e afastei meu rosto para bocejar.

- Está com sono? – Camila perguntou e eu assenti. – Vá dormir, me dê ela. – Neguei com a cabeça. – O que fez o dia todo? Eu mandei você descansar.

- Não consegui, fiquei o dia todo no meio da bagunça com os irmãos de Dinah, descansar não, mas esquece um pouco dos problemas sim. – Suspirei alisando a cabeça da pequena que bocejou. – Estou com sono mama Camz!

- É, ela está! E você aproveite para dormir, meu amor. Me dê ela. – Fiz bico olhando para Camila e ela me beijou. – Vai dormir!

- Já vou, mandona! Já vou!

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Senti mão tocarem meu braço e o balançar, abri meus olhos e vi Camila. Sorri para ela que beijou meu rosto.

- Vamos, acorde! O papai já chegou, levou minhas coisas com ele, só falta nós três! – Eu sentei-me sobre a poltrona e olhei ao redor.

- Já? – Ela assentiu caminhando até Carmen que estava no bercinho. – Nossa, que sono... – Levantei-me com muita preguiça. – Vou ao banheiro rapidinho. – Ela assentiu e eu fui, lavei meu rosto para ver se eu despertava e enxuguei com a toalha de rosto. – Sua mãe não veio? – Perguntei saindo do banheiro e ela assentiu arrumando um lacinho rosa na cabeça de Carmen.

- Ela foi levar minhas coisas. – Caminhei até a poltrona e peguei minhas coisas, jogando de qualquer jeito na mochila. – Em casa você dorme mais.

- Não, tudo bem. Eu vou ficar acordada. – Coloquei a mochila em minhas costas e fui até ela. – Preparada para nova vida? – Perguntei alisando o rosto da pequena Carmen e em seguida fitei minha namorada.

- Ao seu lado, eu enfrento quantas vidas for necessário. – Eu sorri e beijei seu rosto.

- Então vamos lá! – Abri a porta do quarto para que saíssemos. – Seja bem-vinda ao mundo, Carmen!

Assim que chegamos a casa de Camila, seus familiares estavam por lá, tomaram quase toda a manhã fazendo perguntas a Camila que estava claramente cansada de tudo aquilo. Eu observava tudo de longe, não estava querendo encher a bola de quem só estava ali para conhecer a Carmen que por sinal encantou a todos.

Mais tarde Camila ficou finalmente livre, estávamos sentadas no sofá mimando nossa filha.

- Lauren, seu pai e sua irmã estão lá na frente. – Alejandro disse tocando em meu ombro e eu assenti levantando-me animadamente e saindo da sala rumo ao encontro de meus parentes.

- Ei! – Falei animada abraçando os dois ao mesmo tempo. – Vocês vão entrar?

- Vim dizer que vamos embora hoje à noite. – Meu pai disse e eu entreabri a boca em seguida fiz bico. – E que seu irmão ficou louco ao saber de tudo, ele não reagiu bem, por isso vim com a Taylor. – Suspirei pesadamente e meu pai me abraçou. – Não fique triste, vai tudo voltar ao normal, eu prometo.

- Tudo bem... – Sussurrei me desvencilhando dele. – Eu ainda tenho vocês dois, meus avós, e minhas amigas. Sei que não vão ficar contra a mim.

- Eu jamais ficaria. – Taylor disse. – E eu já sabia sobre vocês duas! – Ela piscou para mim e eu sorri. – Era impossível não notar que havia algo, principalmente porque a Vero ficava jogando indiretas. – Eu ri e lhe abracei. – Não se preocupa, Lo. Eu estou para sempre ao seu lado.

- Obrigada, meu amor. Eu amo você.

- Eu também te amo. – Ela se desvencilhou de mim e suspirou. – Aonde está a Carmen? Eu quero conhecer.

- Ah! – Empolguei-me. – Venham, ela teve uma manhã corrida, então pode ter adormecido, mas está lá na sala. – Segurei a mão de minha mãe e puxei-a para que me acompanhasse.

Meu pai e Taylor aproveitaram o máximo que puderam a tarde comigo, confesso fiquei triste, pois eu sentia falta do Chris e da minha mãe. Quando os dois foram embora e eu imaginei que não iria me despedir de minha mãe, chorei muito, e assim fiquei até dormir. Nunca pensei que algo do tipo doesse tanto, e ela nem se quer mandou um beijo para mim.

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Camila,

Eu colocando Carmen de volta no berço após trocar sua frauda e lhe amamentar, eram três horas da manhã e só havia eu andando de meu quarto para o dela. Minha sorte que ela adormece rápido ou poderia ser pior minha situação.

Voltei para o quarto e ouvi um gemido, franzi o cenho e liguei a luz. Lauren estava falando algo e não dava para entender. Aproximei-me dela e toquei sua testa. Ela estava quente e banhada de suor e vermelha.

- Lauren. – Balancei seu corpo e ela gemeu um “não”. – Amor, acorde. Você está ardendo em febre. – Ela abriu os olhos espantada e passou a mão no rosto.

- Ai, meu corpo está doendo, e eu estou com frio. – Disse tentando cobrir o rosto com a coberta.

- Vou chamar a mamãe! – Falei saindo do quarto e andando até o quarto de minha mãe, ela dormia tranquilamente, tive pena de acordá-la, mas era necessário. – Mãe! – Sussurrei sacudindo seu corpo. – Por favor, acorde! A Lauren está ardendo em febre. – Ela virou-se para mim e abriu os olhos. – Mãe, a Lauren está ardendo em febre.

- Oh, Jesus! – Ela disse sentando-se e pegando seus óculos em cima do criado mudo. – Faz muito tempo?

- Eu não sei, acabei de voltar para o quarto e ouvi ela gemer, quando liguei a luz vi ela toda vermelha, quente e suada.

- Vamos lá. – Ela levantou-se e fomos direto para meu quarto. – Lauren. – Ela disse tocando o pescoço de Lauren. – Venha, meu anjo, levante. Você precisa tomar remédio e um banho para aliviar essa quentura.

- Não... – Lauren sussurrou cobrindo o rosto e minha mãe tirou a coberta calmamente de cima de seu corpo. – Dona Sinu, não, me deixe aqui.

- Vamos, Lauren! Levante! Você precisa tomar banho! – Lauren levantou a contragosto e eu a segui até o banheiro.

- Amor, tome banho. Você não pode ficar assim. – Ela tirou a roupa em silêncio e entrou no chuveiro.

- Filha, eu vou trocar as roupas de cama dela e vou pegar um remédio para ela, não a deixe sozinha. – Eu assenti.

Ao invés de dormir tive que cuidar de Lauren que acabou tendo que ir ao hospital, tudo porque estava muito abalada com o que aconteceu entre ela e sua mãe. Eu estava feliz por meu pai ter finalmente entendido o que era o amor, mas uma parte de mim estava com Lauren, e tudo que ela sentia, com toda certeza eu sentiria também, mesmo tentando manter a força para ajudá-la a seguir em frente.

E assim foi durante todo o primeiro mês, e início de aula, o que eu infelizmente não pude participar, só estava realmente certo minha volta para a faculdade após o segundo mês de vida de Carmen. Tenho que dizer que não estava sendo nada fácil. Eu estava dormindo pouco e ainda assim, haviam trabalhos para entregar.

- Cheguei! – Lauren disse entrando no quarto da pequena Carmen. – E você tem uma coisa importante. – Ela disse esticando uma pasta.

- O que tem aí? – Eu estava sentada na poltrona amamentando Carmen.

- Lembra que eu e as meninas escolhemos músicas para cantar na faculdade? – Eu assenti. – Nós ganhamos boa nota, sendo que você como não pode participar, vai dar um jeito de gravar uma música que a professora Chelsea fez.

- Sério isso? – Perguntei fazendo careta e ela assentiu.

- É para fechar sua nota, amor. Ela me indicou um programa legal, daí gravamos e ela dá sua nota. Aqui tem um pen drive com o ritmo da música. Não vai ser difícil, mas eu acho que ela pegou pesado, porque pediu para todos escolherem e a você mandou isso, algo que ela escreveu.

- Ela só me fode. – Suspirei e olhei para Carmen. – Qual o nome da música? – Voltei a fitar Lauren.

- Vou ver aqui. – Ela disse abrindo a pasta. – Cinderella. – Eu fiz careta. – Nossa, Camz. Ela é zoada, a professora quer te zoar. – Riu olhando para mim e eu revirei os olhos.

- Fala sério, vou me foder.

- O Robert, aquele garoto de nossa sala me ofereceu ajuda, ele disse que tem um pequeno “estúdio” em casa e pode te ajudar a gravar de boa. É até melhor que ele sabe trabalhar com várias partes do vocal, então você vai basicamente gravar a primeira música de sua vida.

- Ok, fala com ele que eu vou estudar essa droga aí, e espero que isso me ajude.

- Claro que vai, você canta muito bem.

- É, eu acredito em você, só não confio em minha voz.

- Para de coisa, vai ficar legal! E ninguém vai ouvir ela, é só um trabalho, só a professora vai ouvir.

- E você, e a mamãe e o papai e a Carmen, Sofia e o Robert! – Lauren revirou os olhos.

- E só, não vai tocar em rádio nem nada do tipo, é só um mero trabalho! – Sorriu abertamente.

- Ok, ok! – Suspirei. – Dando para não reprovar é o que vale!

- Então senhora, brava! Vou colocar minhas coisas no quarto, tomar banho, almoçar e ir trabalho. Hoje é meu primeiro dia! – Disse animada e eu sorri.

- Bom trabalho, garçonete mais competente de Miami! – Sorri abertamente.

Lauren sorriu abertamente e aproximou-se de mim para beijar-me. Ela estava feliz, e eu estava junto com ela.