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História Caos é o melhor - Vol 4. Tsukihime?


Escrita por: Kamiyan

Capítulo 19 - Vol 4. Tsukihime?


Fanfic / Fanfiction Caos é o melhor - Vol 4. Tsukihime?

Parte 1

 

 

...............................................................................................................

 

Uma cratera de trinta metros de profundidade se formou.

 

Nós fomos pegos desprevenidos, não, eu baixei minha guarda por ter pensado que havia acabado.

 

De alguma forma eu pude sobreviver à explosão repentina, mas eu não sei quantos aos outros.

 

Não. Mais importante que isso. A Hitori está à salvo...?

 

Logo me arrependo de ter feito essa pergunta.

 

Pois, logo à minha frente estava ela. A poeira e a fumaça devem ter embaçado minha visão ao ponto de não conseguir vê-la, mesmo a apenas vinte metros de mim.

 

“Hi... To... Ri...” Que estranho, meu corpo foi tão afetado assim? Eu mal consigo formular uma frase.

 

Também não sou capaz de reunir força em minhas pernas, então decido me arrastar por todo caminho até ela.

 

A explosão parece ter sido bem grande, a cratera tinha cerca de cinquenta metros de diâmetro.

 

Atravessando a terra, o cascalho e outros detritos do que deveria ser o asfalto, eu noto que meu sangue marcava o chão por onde eu passava. Embora eu não esteja sentindo tanta dor, talvez por causa da adrenalina.

 

Tudo que existe em minha mente é: alcançar a Hitori.

 

Quando cheguei perto o suficiente eu quase me arrependi de ter sobrevivido.

 

Lá havia minha irmã, caída de bruços e coberta de sangue da altura dos ombros até a base das costas. Seu corpo estava imóvel e frio.

 

Além do sangue, e do músculo rosa e gordura amarela, algo duro e branco aparentava ser sua espinha dorsal.

 

É uma visão aterrorizante. Eu quero vomitar. Eu quero gritar e chorar. Eu quero chamar por ela. Eu quero salvá-la, com todas as minhas forças.

 

No entanto, algo maior que todos estes meus desejos genuínos ruge dentro de mim.

 

Sinto como se meu corpo fosse derreter de tão quente. Eu mal consigo pensar, e a dor que eu mal sentia havia se tornado nada.

 

Não–––

 

Esqueça essa raiva, seu imbecil estúpido! Nada é mais importante que ela!! Mas... O que eu posso fazer? Minha mão direita pode devorar qualquer poder sobrenatural, mas nada pode ser feito quanto à esse tipo de dano.

 

“Ama-chan!” Eu digo impensadamente.

 

Isso veio rapidamente, não há outras opções, nem tempo. Posso ser apenas um amador, mas até mesmo eu posso dizer que um ferimento daqueles é fatal.

 

Eu procuro pelo Makoto desesperadamente. Logo eu o encontro soterrado pelos escombros e ao seu lado, tentando ajudá-lo, está a menina ruiva, Ama-chan, a Senpai também estava lá.

 

E o outro cara? Onde está o Karasumi?

 

Não estou vendo Karasumi, mas o som de impacto que veio de lá de cima me diz que era ele quem estava lutando. O som parecia de madeira batendo em carne, então, assim como eu, o inimigo lutava com os punhos.

 

Provavelmente ele também era capaz de gerar ondas de choque com seus punhos, o que talvez pudesse ser um problema.

 

Espera... Que merda você tá fazendo, estúpido? Primeiro eu preciso cuidar da Hitori!

 

Eu corro até eles, e finalmente posso ver. “Senpai, você não está ferida...”

 

Ela se vira freneticamente para me olhar enquanto tenta empurrar a parte do asfalto que esmagava Makoto. “Namiari-chan! Sim, o Makoto usou a Ama-chan para me proteger, no fim ele acabou assim.” Ela diz como se estivesse arrependida de algo, eu entendo isso muito bem. O sentimento de ver seu irmão menor se machucar e estar imponente para salvá-lo.

 

Eu aperto o punho direito agredido.

 

Makoto estava coberto pelo cascalho e estava esmagado debaixo de um pedaço do asfalto que era do tamanho de uma mesa.

 

Amaterasu estava curando ele, então eu não fico surpreso que esteja vivo.

 

Eu desfaço o punho cerrado e uso minhas duas mãos para empurrar o detrito que está sobre Makoto. Não requeria muita força, embora a Senpai estivesse tendo dificuldades. Talvez isso fosse por ela não ser muito atlética, ou talvez eu estivesse irritado demais para sentir que estava me esforçando.

 

De qualquer forma, Makoto estava livre agora.

Eu murmuro baixinho, estou tentando me conter pelo menos por enquanto. “Ei, Ama-chan... Você pode cuidar da minha irmã, por favor?”

 

“Eh? Mas o Kurokami-sama...!” Ela tenta recusar, mas é impedida.

 

“Faça isso, Amaterasu, eu não seria útil de qualquer forma e nós devemos isso à eles...” Makoto diz, um pouco antes de perder a consciência.

 

Amaterasu ainda relutava em sair do lado dele, mas ela o obedece e vai até Hitori.

 

Os ferimentos dela se fecham aos poucos.

 

Silenciosamente eu agradeço aqueles dois, e–––

 

“Depois que eu terminar com quem te machucou, eu vou te dar quanto sangue quiser.” Parece idiota, mas eu deixo um sorriso escapar.

 

Os sons altos, que explodiam até agora pouco, finalmente cessaram.

 

Eu corro até o final e subo escalando a terra, e apesar dos meus ferimentos e cansaço, não foi tão difícil de subir.

 

Uma espada de madeira estava caída na beirada, ela continuava quebrada após Makoto tê-la partido ao meio. Provavelmente Karasumi havia lutado, mesmo com sua arma naquele estado.

 

No entanto ele não estava em meu campo de visão.

 

“...?”

 

Uma gota de sangue caiu no asfalto quente. O vapor subiu e o cheiro de ferrugem entrou por minhas narinas.

 

Eu inadvertidamente franzi a testa e olhei para cima.

Lá estava ele, Kurokami Karasumi.

 

“–––Que?”

 

Ele pendia no céu, cerca de sessenta metros acima de mim, e eu não podia ver direito, mas me parecia que sua pele havia sido arrancada, então seu sangue escorria de sua carne exposta.

 

Eu levo minha mão esquerda à boca, preciso contar a vontade de vomitar. Não, mais importante que isso... Quem foi que fez isso com ele?

 

Ele não era particularmente forte. Makoto poderia lidar com ele se usasse aquela lança, e eu venceria facilmente se usasse minha mão direita.

 

Mas mesmo assim––– Não é qualquer um que poderia deixá-lo assim em tão pouco tempo.

 

Eu ouço um passo, dois, três. Seja lá quem for, está se aproximando mais e mais.

 

A pessoa está tão próxima que sinto sua respiração em meu pescoço.

 

Minha respiração parou, como se meu corpo estivesse se preparando para ser morto.

 

Eu cerro meu punho direito, surpreendentemente eu tenho tempo para isso.

 

Eu giro meus quadris e meu punho voa para trás como se eu apertasse um martelo com toda minha força.

 

Nada... Minha mão não atingiu nada.

Ao invés disso, eu sinto uma pontada no meu tronco.

 

Foi muito rápido, então eu nem reparei, a dor apenas cresceu e senti como se tivessem me atravessado com uma barra de ferro. Bem, não era muito diferente disso.

 

“Ahg!!”

Eu aperto os dentes e puxo o pedaço de madeira cravado no meu peito, estava quebrado mas ainda tinha a forma de uma espada de madeira.

 

“Kh––––!”

 

Minha força se desfaz em um instante e meu corpo mal consegue se manter de pé.

Eu apoio meus braços em meus joelhos usando o máximo de esforço possível, apenas para não cair ajoelhado.

 

Não tenho tempo para me recuperar––––

 

“Ugh. Ah–––!”

Usando toda minha força eu chuto o chão e mergulho para trás, minhas costas batendo no chão rugem de dor. Fiz isso pois uma chuva quase transparente está caindo sobre mim!

 

O som da minha pele sendo rasgada é aterrorizante mas, tudo bem, a maior parte da chuva transparente foi devorada pela God Eater.

 

“Fuh!”

 

Sem me dar um momento de descanso, eu sou golpeado no lado direito mas ainda consegui rolar à tempo, então apenas uma costela está quebrada.

Correndo de quatro como um animal, eu tento me afastar o mais rápido possível.

 

“Que...?” Eu saí do chão.

 

Em vez de atirado é mais como se estivesse levitando, como se fosse uma pena soprada pelo vento.

 

Estou suspenso, quatro metros acima do chão, mas não há nada me segurando, então como!?

 

“Eh...?”

 

Finalmente estou vendo.

Estava concentrado em evitar uma segunda chuva transparente, então acho que não percebi.

 

Um pouco mais acima, cerca de oitenta metros, e sentada sobre o nada, estava ela.

 

Eu nem preciso pensar para dizer quem era.

 

A cor de sua pele é pálida, e a pupila de seus olhos, que estavam parcialmente escondidos atrás de uma viseira preta, são douradas diferente do preto de antes. Seu cabelo está entre branco e louro, ela mantém o uniforme de marinheiro porém seu esquema de cores mudou para vermelho e preto, ela veste uma armadura preta por cima também.

 

“Hime–––”

 

Seu nome escapa pela minha boca. Não há como errar, ela está totalmente diferente do habitual, mas definitivamente é ela.

 

...?

Acho que ela está abrindo a boca e sussurrando algo.

 

“Phantasm.”

 

“Aagha!! AAAAaaaAaaaAAaaaaHhhhhhh!!!!!!!?????”

 

A pele a baixo do meu pulso está sendo raspada como se fosse sorvete!

 

“Ugh!” Eu tento tocar o que quer que esteja destruindo minha pele e deixando apenas a carne com a mão esquerda, mas é em vão. É como se uma doença cujo único propósito era rasgar a pele das pessoas estivesse me atacando de lugar nenhum.

Sem poder fazer nada, minha pele fora arrancada do pulso até o cotovelo.

 

“Uuh–––” Eu já nem sinto dor.

Estou afogado em um mar anestésico e a dor se perdeu.

Se pelo menos eu pudesse tocar com minha mão direita...

 

Minha consciência está se esvaindo. Não adianta, não há nada que eu possa fazer. Sem a God Eater, eu só posso esperar para ter toda minha pele arrancada e morrer.

 

 

Parte 2

 

“Hum? Isso está certo?” A voz de Tsukihime era completamente desprovida de emoção ou interesse. “Tudo bem para um herói ser derrotado logo no início?” Ela disse, mas pela total falta de interesse em sua voz era difícil dizer se ela estava realmente preocupada ou se estava apenas zombando dele.

 

Tsukihime apontou para a cratera e a explodiu. A cratera já havia se tornado do tamanho de um estádio. As brasas, e a fumaça tornavam difícil de ver mas era claro que ninguém sobreviveria––––

 

“...”

 

“–––––Galahad.” Disse uma voz.

 

Ela não viera de dentro da cratera do tamanho de um estádio, nem sequer viera de perto.

A voz era do cavaleiro reluzente a mais de oitenta quilômetros dali.

 

Porém, apesar da distância, o cavaleiro conseguiu chutar Tsukihime no ar.

Não era que sua perna havia se esticado por no mínimo oitenta quilômetros, ele apenas saltou na direção dela e a atacou em um instante.

 

Tsukihime estava esperando por isso, então usou seus braços para formar uma guarda em X e deixou que suas braçadeiras absorvessem o impacto, então não houve dano algum, nem mesmo na armadura preta.

 

 

O cavaleiro logo caiu no chão.

 

“Harutora, acalme-se. Você não será capaz de lutar eficientemente se estiver cego pela fúria.” Disse a espada dourada em sua mão direita.

 

Ela poderia dizer isso, mas era realmente difícil dizer que ele estava irritado.

Diferente de Tsukihime que não tinha emoções, ele era simplesmente bom em escondê-las.

 

“Eu entendo.” O cavaleiro reluzente, Harutora, respondeu.

 

Tsukihime, que apenas observava em silêncio, finalmente disse: “Gostei dessa arma. Eu posso estar vestindo uma armadura, mas ainda não havia encontrado minha arma. Então, me dê ela.” Sua voz era tão vazia que parecia uma piada.

 

Tsukihime estendeu a mão.

“Me dê.”

 

A resposta de Harutora havia sido cortar a mão dela quando pulou. Não... A espada não fora capaz de cortar através da armadura preta.

 

Claro, atacar no ar enquanto não se tem uma base firme era realmente problemático, mas a armadura também era resistente o suficiente para resistir seus ataques sem ser esmagada.

 

“Nesse caso.” O cavaleiro murmurou enquanto caia para o chão, novamente.

 

Assim que pousou, ele chutou o chão com força.

Um uppercut atingiu lindamente o queixo de Tsukihime e mandou ela voando centenas de metros acima. E então, enquanto caia––

 

“EX–––”

 

Ele apontou a espada dourada para o céu,

“–––CALIBUR!!”

 

E um clarão explodiu na direção das nuvens.

Aquela luz era completamente bela e pura, apenas vê-la uma vez faria com que alguém se apaixonasse por ela e quisesse ver de novo e de novo.

 

O raio de luz que se estendeu muito além das nuvens se dissipou após alguns segundos.

 

“Ah. Acho que eu deveria ter usado mais prana¹.” Ele disse enquanto fingia não ter expressão.

 

“Então, reúna mais energia da próxima vez que for usá-la, Harutora.” A espada dourada disse em descontentamento.

 

Ela parece ter finalmente entendido porquê alguém como Harutora era amigo de alguém como Namiari Kazuo. Os dois perdiam a razão quando o problema envolvia alguém que eles gostavam.

 

Embora, agora, isso fosse uma desvantagem para o cavaleiro.

Tsukihime, que havia tido um terço da armadura preta destruída e queimada, já estava atrás dele.

 

“Realmente, é uma boa arma.” Ela falou.

 

Esfaqueando as costas de Harutora, ela puxa a espada negra e a encara por alguns segundos.

O sangue dele deveria estar na arma, mas mesmo assim ela não perdia sua beleza.

 

“Como você a chamou?” Ela perguntou desinteressadamente, para o garoto caído no chão.

 

O sangue se espalhava pelo asfalto quente, mas a ferida estava se fechando aos poucos.

 

Com sua expressão vazia e cheia de nada, ela diz como se tivesse lembrado de algo engraçado que ouviu na manhã passada. “Ah, sim. Era algo como isso.” Ela levantou a espada acima da cabeça.

 

“Engula a luz, destrua tudo e esmague todos–––– Ghostcalibur.”

Abaixando a espada como um martelo, o garoto caído à sua frente fora coberto pela escuridão e empurrado milhares de metros para longe dali. Além disso, tudo no caminho da escuridão fora prontamente engolido também. E, como a enorme escuridão tinha massa, tudo fora destruído por onde ela passava.

 

Subitamente, ela fora golpeada nas costas, diferente da parte da frente da armadura, onde estava intacta então pôde tranquilamente suportar o ataque repentino.

 

No entanto isso não era relevante.

 

“Belphegor.”  Disse a voz feminina no corpo de um garoto loiro e de pele morena.

Assim como seu nome poderia indicar, era uma voz pura e limpa de qualquer hostilidade.

 

Embora ela ainda fosse capaz de atacar Tsukihime com toda sua força.

 

Onde ela havia sido atingida, um frio enorme enchia suas costas. Era óbvio, quando se era atacado por algo que congelava em um nível atômico. Logo, Tsukihime perderia seus movimentos.

 

“Humph.” Ela bufou inabalada, e depois balançou sua espada mirando o pescoço de Pureza.

 

Pureza apenas se abaixou e o golpe passou por cima de sua cabeça.

E assim que isso aconteceu, ela socou o peito da armadura e a mesma se tornou um bloco de gelo.

 

Pureza circulava em volta de Tsukihime e a golpeava toda vez que tinha oportunidade. Uma troca de golpes. Enquanto Pureza a circulava e socava com seus punhos, Tsukihime virava-se para ela e a cortava com sua espada negra.

As duas se moviam tão rapidamente que lembravam um tornado. Parecia que tudo que se aproximasse seria mandado voando pelos ares.

 

De qualquer forma, não durou muito tempo.

 

Conforme elas se acertavam incessantemente, Tsukihime ficava mais congelada e perdia os movimentos.

 

Finalmente ela parou.

 

A silhueta escura não poderia mais se mover ao ter seus átomos congelados.

 

Pureza parou. Não havia mais necessidade de atacar já que a inimiga fora derrotada, e além disso certas pessoas ficariam bravas se ela matasse um inimigo que já fora derrotado.

 

“Mestre, terminou––” Antes que pudesse completar sua frase seu corpo fora pisado.

 

Mais alguns segundos depois e ela havia se tornado algo semelhante à um pão achatado.

Completamente rente ao chão, como em um desenho animado.

 

“...”

 

Tsukihime havia experimentado o ‘Zero absoluto’ e não poderia se mover já que seus átomos estavam congelados.

Mesmo que Pureza estivesse dando seu máximo para circular em volta de Tsukihime e atingir suas aberturas, não havia necessidade de tanta crueldade.

 

Realmente, atacar alguém que não poderia se mover era verdadeiramente cruel. Mas de qualquer forma, era uma atitude louvável para alguém que entende contra o que estava lutando.

 

O gelo explodiu de repente. Independentemente de como, o monstro chamado Tsukihime estava livre mais uma vez.

 

Isso era bom, já que logo em seguida ela fora atingida por algo que veio como um míssil e voou para mais de trinta metros de distância, batendo contra um prédio de dois andares e o demolindo.

 

“Hum. Vocês continuam aparecendo um atrás do outro.” Ela disse enquanto lentamente se levantava.

“...?” Parecia que a espada negra havia se perdido quando ela fora atingida.

 

Não importa.

 

Ela pode apenas fazer outra.

E assim aconteceu, a espada já estava de volta em suas mãos.

 

“Eu ouvi um barulho enorme e então vim para cá. Parece que você foi um problema para aqueles três.” Ele dizia como se fosse começar a cantar. “Se é o caso, talvez eu acabe matando você. Mas não se preocupe, eu vou me segurar para que você não morra muito rápido ♪”

 

Após dizer isso, Hanejima chutou o chão.

Não para correr ou saltar. Ele o fez apenas para levantar o asfalto, do tamanho de um carro, e usá-lo como algo semelhante à um escudo.

 

E, ao invés de usá-lo como um escudo, ele o atirou como um frisbee.

Tsukihime tentou bloquear com a espada mas, assim como os destroços do prédio, ela foi soprada para longe.

 

O garoto loiro saltou na direção dela e apontou seu punho para o abdômen da garota, enquanto ainda no ar.

 

“Guh!” Tsukihime vomitou sangue, aparentemente seus ossos foram quebrados e os órgãos esmagados. Mas mesmo assim ela não ganhava expressão.

 

Ela freneticamente se levantou e tentou cortá-lo com a espada. E apesar de ter conseguido esfaquear ele na barriga, não parecia que seria o suficiente para fazê-lo parar.

 

Hanejima Shizuo acertou a espada e ela quebrou. Tsukihime levantou os braços à frente do rosto para suportar os golpes que vieram como uma chuva.

 

Conforme ela era atingida impiedosamente, seus ossos se quebravam por trás da armadura.

Ela nem podia revidar, a chuva de socos não parava e não dava sinais de que terminaria.

 

Se Tsukihime e Pureza lutando era como um tornado. Apenas o balanço dos punhos de Hanejima era um furacão.

 

As ondas de choque e as brisas de vento explodindo conforme ele estendia os braços eram o suficiente para se comparar com um ataque nuclear. Os prédios, as casas, as árvores, os postes e as ruas em volta pareciam estar tremendo, implorando para serem soprados dali para se afastarem daquele demônio.

 

Hanejima era um monstro de verdade.

De uma escala completamente diferente de todos os outros, e ele estava se segurando? O que aconteceria com aquela frágil garota se ele decidisse ficar sério?

 

Ela podia não se importar com a ‘vida’ mas definitivamente não queria ‘morrer’.

 

Tsukihime apontou seu pé no estômago de Hanejima, e ele dobrou para frente por um segundo, embora sem nenhum dano significativo.

Mas já era o bastante, um segundo era o suficiente.

 

A espada negra surgiu de repente em suas mãos, mesmo que seus braços estivessem quebrados ela era capaz de mover eles normalmente. “Ghostcalibur.”

 

A escuridão explodiu para matar Hanejima Shizuo.

 

Não era o suficiente, então ela explodiu mais uma vez––– Duas, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze, treze... Ao todo, a escuridão fora disparada vinte vezes em rápida sucessão.

 

Se atirado em uma pessoa normal, apenas o calor do disparo teria sido o suficiente para matar essa pessoa pelo menos umas duas ou três mil vezes.

 

De qualquer forma, Hanejima Shizuo conseguiu suportar sem muito dano. Ele teve apenas umas queimaduras de segundo a terceiro grau aqui e ali. Seu corpo nem mesmo foi empurrado.

 

Ele suspirou em descontentamento. Ele não sentia dor, nem medo? Era digno de ser chamado de monstro.

 

Ele estendeu sua mão e agarrou a lâmina da espada.

Ele puxou a lâmina e a encostou no próprio peito enquanto um pouco de sangue escorria e pingava da lâmina.

 

“Tente mais de perto. Talvez dessa distância possa fazer alguma coisa de verdade ♪” Ele disse enquanto mostrava seus caninos.

 

Monstro. Tsukihime, que não tem o costume de pensar, pensou isso do fundo de seu coração.

 

Se isso era o suficiente para fazê-la pensar. Sua aura apenas bastava para matar uma pessoa vinte ou trinta milhões de vezes.

 

Esse era o tipo de monstro que Hanejima Shizuo era.

 

As mãos dela tremiam.

Mas não importava como a aura dele era, mesmo que fosse um medo diferente daquele causado pelo poder na mão de Namiari Kazuo ainda era algo que ela não podia enfrentar.

 

Hanejima Shizuo subitamente sumiu. Ele fora atacado pelo Phantasm.

 

A força Invisível começou a trocar golpes com o jovem que estava em seu caminho. E embora ele pudesse restringi-lo, ele não era capaz de derrotar aquela coisa.

 

Esse era o quão forte o monstro chamado de Humano Mais Forte era. Ser capaz de enfrentar todo o poder de uma “deusa” era impressionante.

 

Mas agora ele estava fora do caminho, e mesmo que eventualmente fosse derrotar Phantasm, ele provavelmente estaria cansado demais para suportar enfrentar centenas de milhares de Ghostcalibur disparadas à queima-roupa.

 

Tsukihime, sem conseguir manter a compostura, suspirou. Essa deve ter sido a única vez na vida em que ela se sentiu desta maneira.

 

 

Parte 3

 

Ela se aproximou lentamente. Seu corpo estava machucado então ela não poderia avançar de outra forma.

 

“Você me pegou de guarda baixa, lá atrás...” Disse a garota que queria derrotar o próprio pai, ela falava pesadamente por estar ferida e cansada.

 

O ataque que ela recebeu antes não era o bastante para esgotá-la assim, o problema real era a energia que ela havia gastado cortando a ‘Lua’ que tentou cair na terra.

 

Dito isso, não havia tempo há perder.

 

“Taiyou Shin Apollo!”

 

Annya balançou sua lâmina e o fogo cortou o ar na direção de Tsukihime.

 

Um balançar da espada negra e o fogo se dissipou. Mais um balanço e Annya fora cortada da base do pescoço até o umbigo.

 

A garota que desejava se tornar a melhor espadachim fora derrotada em um instante. Ela nem era um desafio.

Sem prana o suficiente, seu ataque não passava de um peteleco se comparado com os golpes duros e pesados daquele monstro. E o calor também não se comparava com o da luz daquela arma sagrada. Ela nem mesmo era rápida como o mandamento da pureza. Muito menos era uma ameaça como Namiari Kazuo.

 

Ela fora derrotada facilmente, como se Tsukihime dissesse “não tenha sonhos tão grandes quando se é tão pequena” e a deixasse ali para se afundar sozinha.

 

Um peixe que não sabe nadar não tinha propósito, assim como uma Espadachim que não pode cortar.

Parte 4

 

Em algum momento, ela parou de fornecer energia para ele.

Aquilo era algo importante, que o impedia de atacar outros seres apenas para se alimentar. E ela deveria ter um estoque virtualmente ilimitado, mas mesmo assim ela parou de fornecer para ele.

 

Isso era estranho.

 

Por isso, ele criou duas asas e disparou para àquela estranha cidade.

Não demorou e, em uma velocidade acima de Mach 3, ele rapidamente chegou lá.

 

...?

 

Ele imediatamente ficou confuso.

 

Tsukihime não parecia mostrar interesse ao ver o demônio azul.

A princesa da escuridão saltou e bateu em Aoni com todas as forças.

 

O demônio realmente não entendia o que estava acontecendo, mas ela não se parecia muito com a Tsukihime que ele havia conhecido. Ele tentou revidar, mas foi casualmente surrado.

 

Tsukihime não pôde deixar de notar que ele estava bem mais resistente que antes.

Esqueça sua capacidade absurda de regeneração, seu corpo suportava os ataques dela muito melhor que quando usava seu Inferno antes.

 

Antes ele era um demônio de Rank C... Nesse ponto, ele poderia facilmente ser chamado de Rank A.

 

Que tipo de inferno ele atravessado para crescer tanto em um espaço de um mês e meio? 

 

A pele dele se tornou negra como piche.

Atualmente, seu Inferno era de “Rank A+”, o que era verdadeiramente impressionante.

Neste estado, ele poderia suportar vários Lebewohl Vaters antes de ser realmente cortado fatalmente. 

 

Mas isso não significava muita coisa.

 

“Ghostcalibur–––!”

 

Apenas um destes bastava para encerrar a vida daquela criatura inferior.

 

Seu corpo fora engolido pela escuridão de Tsukihime.

Braços, pernas, tronco e até mesmo sua cabeça havia se tornado algo grotesco enquanto um som crepitante ecoava de seu corpo (?) esparramado no chão.

 

Rapidamente ele se reconstruiu. Seu corpo retornando ao normal lembrava um vídeo sendo rebobinado lentamente.

 

“Humph. Eu não tenho paciência para lidar com isso.” Ela cuspiu.

 

Tsukihime saltou para cima dele e o socou com tanta força que fez ele desaparecer––––

 

Não...

 

Fora algo diferente.

 

“Vamos testar se sua imortalidade é capaz de suportar toda a escuridão da guerra.”

 

Seu próximo ataque não poderia ser chamado de nada além de exagero — Ele sequer estava na atmosfera do planeta, afinal.

 

A espada fora coberta por chamas negras e logo depois as disparou num fluxo de energia capaz de destruir tudo no caminho.

 

Ela provavelmente atingiu Aoni, e com todo seu poder provavelmente dizimou até o último pedaço dele.

 

Ela suspirou, embora com uma expressão que não mostrava nada.

 

‘Ghostcalibur, A Espada Sagrada que Mantém a Escuridão da Guerra' era um nome adequado para uma arma que só carrega destruição.

 

Embora provavelmente pudesse replicar a verdadeira Excalibur, ela não via necessidade e nem se achava digna de tê-la.

 

Por isso algo como aquela espada era perfeito para ela.

Tsukihime não é nada mais que um fantasma.

 

Por isso ela suspirou, com uma expressão que não mostrava nada, para arrepender-se completamente de ter nascido.

 

 

Parte 5

 

Levou algum tempo para que elas chegassem, mas Hajime e Kyouko finalmente estavam no céu do Distrito 1. Alguns metros acima do chão, ela parecia estar planando mas na verdade estava apenas constantemente teleportando-se para o mesmo lugar.

 

Cerca de oitenta metros a frente estava um garoto de cabelo espetado. Do pulso até o cotovelo, sua pele havia sumido e a carne estava totalmente exposta. Ele estava tentando balançar a mão direita, para se livrar do que quer estivesse o prendendo no ar, mas seu braço recusava-se à obedecer. A visão era perturbadora, mas elas controlaram aquela urgência de vomitar rapidamente, elas já haviam visto coisas piores então, não foi difícil.

 

“Namiari-san!” Hajime imediatamente gritou.

 

Num piscar de olhos, ela o alcançou, tocou em suas costas e desapareceu para o chão.

 

“Ei, o que podemos fazer!?” Kyouko gritou, olhando em volta.

 

Namiari Kazuo estava respirando fracamente, mas parecia que ainda estava vivo. Suas feridas provavelmente infeccionariam mas dificilmente ele se importaria. “E-Ei...” Kyouko não sabia se deveria contê-lo ou não.

 

De repente ele começou à adicionar força em seus joelhos e se levantar.

 

“Hi... Me...”

 

“Hime...? Você quer dizer a Tsukihime-san? O que houve com ela, Namiari-san!?” Hajime perguntou.

 

Silenciosamente o garoto apontou para o norte, a pessoa para quem ele estava apontando estava a duzentos ou trezentos metros então era complicado de ter uma boa visão dela.

Ele nem precisava dizer algo para ela entender o que estava acontecendo.

 

“E-Ei... Hi... To... Ri...” As palavras dele não faziam sentido, mas um nome é o suficiente para que se possa perceber suas intenções. Namiari aponta para um enorme buraco cravado no chão com o queixo, enquanto toca o ombro de Nishikata Kyouko.

 

Ela assente e corre para lá, deslizando no chão íngreme, ela desaparece na cratera.

 

“Namiari-san...” A garota de cabelo vermelho vinho falou com ele. “Por favor, permita-me ajudá-lo, mesmo que apenas um pouco.” Ela desapareceu.

 

A habilidade de Hajime tinha um limite (embora ela tenha aprendido à superar este limite ao troco de danificar o próprio corpo), ela só poderia se teleportar numa distância de 87.5 metros. Ou seja, ela precisava se teleportar três ou quatro vezes antes de chegar à Tsukihime.

 

Aparentemente havia um espaço de 0.1 segundos entre um teleporte e outro. Além disso, com teletransportes consecutivos, ela poderia alcançar uma velocidade de 311 km/h.

.

Ela chegou até lá. Bateu sua palma no ombro de Tsukihime e teleportou novamente.

 

Em 0.1 segundos... Isso era tempo suficiente para Tsukihime matar aquela garota cinco ou seis  vezes. Hajime Kuroko sabia disso e então, entre cada teleporte, ela teleportava mais uma vez para poder sobreviver aos socos, cortes e chutes que miravam seu pescoço. Isto significava que ela precisava teleportar mais de sete vezes enquanto contava com a sorte para evitar o ataque de Tsukihime, já que ela era muito mais rápida do que um simples humano poderia acompanhar. Era uma enorme pressão.

 

E na última vez, ela não suportou. Não era que ela havia desistido, mas sim que seus cálculos foram atrapalhados e então ela não pôde suportar. Se sua mente não estivesse clara, ela não seria capaz de continuar usando seu poder.

 

Ela deveria ser elogiada e orgulhosamente estufar o peito. Não era qualquer garota do fundamental que seria capaz de encarar a morte consecutivas vezes e ainda suportar o suficiente para cumprir seu objetivo.

 

Sim. Ela havia se movido o suficiente para cortar a distância, embora não tenha conseguido desviar do último ataque.

Um punho atingiu seu pescoço, a mandou voando a dois metros e ela pousou sobre as próprias costas.

Hajime Kuroko estava imóvel... Ela estava inconsciente ou seu corpo estava temporariamente paralisado?

 

Bem, por enquanto, não importa.

 

Isso porquê Tsukihime estava perto o suficiente.

Perto ao ponto de que ele só precisava esticar o braço e a alcançaria.

 

“Humph.”

Mas esse fato também valia para ela.

 

Mas havia uma diferença discrepante entre Namiari Kazuo e Tsukihime.

 

Um era um humano. E a outra era uma autoproclamada Deusa, e quem poderia julgá-la?

Da perspectiva de um simples humano, ela realmente deveria se parecer com uma.

 

Não importava se outrora ela tivesse sido condenada à ficar presa na terra. Ela ainda era uma existência muito maior que aquele pequeno planeta.

 

Namiari Kazuo esticou o braço um pouco antes––– E daí?

Mesmo que demorasse três segundos para revidar, ela ainda acertaria antes do punho dele chegar na metade do caminho.

 

Além disso, existia uma enorme diferença nas forças de seus punhos.

Ao contrário de antes, ela não estava mais dando nada de prana para um certo demônio.

 

Ou seja, Tsukihime era forte como um urso e, comparado à ela, Namiari era forte como uma criança de cinco anos. Ser atingido com força total o mataria.

 

“...” Namiari sentiu isso enquanto balançava seu punho direito no ar.

 

Era um desastre. Não era possível para uma criança derrotar um urso.

––––– Assim como não era possível para Namiari Kazuo derrotar Tsukihime.

 

Namiari Kazuo sabia disso e Tsukihime também sabia.

 

Levou algum tempo, que para ela deve ter sido quase uma eternidade.

Como tal, ela se cansou de esperar e começou a empurrar seu punho direito também.

 

Namiari hesitou por um instante quando seus olhos encararam a morte vindo em sua direção.

Não––––

 

“...”

 

Não havia como o punho de Namiari alcançá-la primeiro, então...

 

*Bam*

Um som diferente da carne atingindo carne, era mais como se alguém tivesse socado o vidro e o feito rachar.

 

Ele não sente medo. Tsukihime pensou enquanto a parte de trás de sua cabeça tocava suas costas.

 

Namiari na verdade não havia hesitado por medo. Ele apenas estava recalculando seu movimento; deslizou seu pé esquerdo para a diagonal, e socou o canto direito da boca de Tsukihime com seu punho.

 

Namiari Kazuo não tinha medo. Mesmo diante da morte, ele só tinha olhos para uma única coisa.

 

Salvar a garota em sua frente, Tsukihime.

 

Um líquido escorreu pelo canto da boca da garota, como se fosse alcatrão. Aquele era seu sangue. Mas além disso, nela haviam rachaduras, como se ela fosse vidro. Um dano que eram totalmente diferente de quando fora atingida por Hanejima Shizuo, Harutora ou Pureza.

 

O garoto soltou uma risada abafada enquanto observava a garota.

 

Ele estava tão ferido que poderia vomitar seus órgãos se caso levantasse um de seus pés.

E ele estava tão cansado que poderia desmaiar caso olhasse para o antebraço que estava sem a pele e escorria sangue.

 

Tsukihime poderia ser como um urso, e ele como uma criança de cinco anos.

E não havia como uma criança derrotar um urso, assim como Namiari Kazuo não poderia derrotar Tsukihime.

Mas era por ser ela, e somente ela, que seu punho fraco e agredido se assemelhava tanto à um martelo.

 

Mas ele não poderia evitar de rir um pouco.

 

Havia uma verdade clara para ele, quando enfrentava um inimigo: não se pode salvar alguém que não deseja ser salvo. E não se pode salvar alguém sem ir de cabeça nisso.

 

Então, ele deu uma última risada para abandonar qualquer sentimento fraco que tivesse.

 

Ele não sabia o que havia acontecido para que ela ficasse assim, e muito menos se importava.

Mas seu breve reajuste de cálculos havia o feito perceber algo.

 

Ele, Namiari Kazuo, apertou o punho direito ao lado do corpo. Ele respirou fundo e se preparou.

 

Ele se preparou para salvar a garota que estava “implorando” por ajuda.



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