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História Carpe Diem - Bad blood


Escrita por: giovanafernaandess

Notas do Autor


Espero que fiquem felizes hahahahaha

Boa leitura!

Capítulo 34 - Bad blood


- Será que você pode me deixar em paz?!

Foi o momento que tudo parou.

Em um segundo, pareciam que todas as coisas haviam desaparecido. Todos os sons, todos os sentimentos, todos os afetos.

Diana chorava tão forte, que os soluços em seu peito chegavam a machucar. As lágrimas caíam pesadas como lágrimas de ferro! O seu coração queimava em tristeza e um sentimento terrível de vulnerabilidade.

Há duas semanas, uma sensação terrivelmente perturbadora havia se instalado dentro se seu corpo. Algo dizendo que Bruce corria perigo, que algo ruim iria acontecer com ele caso ela não fosse rápida.

Ela sabia quais eram as origens dessa sensação e estavam mais que óbvias. Não haviam outras explicações a não ser a aristocrata do século passado, habitante da sua alma.

Emily sabia o que estava acontecendo com Bruce. Ela sabia que Diana não era a razão, mas outra pessoa que estava entrando aos poucos na sua vida e que não fazia mais que oferecer-lhe grande perigo sem que ele soubesse.

Emily tentava de todas as formas alertar Diana que ela precisava avisá-lo de que algo não estava bem. Mas a sua reencarnação era muito cabeça dura e insistia em dizer 'não'. Diana já estava ficando farta daquela perturbação constante.

A chuva ao lado de fora caía furiosa na escuridão das oito da noite. Diana estava afundada nos cobertores colocando para fora todas as lágrimas contidas - de raiva ou não - durante os últimos dias que vieram de uma vez jorrando como rios de desespero.

Ela gritou e Emily se calou.

Como uma criança que leva um sermão dos pais.

A dor não estava mais lá. Nem a vontade de chorar, apenas o sentimento doentio.

- Ei, o que houve? - Dinah surgiu trazendo a xícara de um chá calmante.

Ela já estava na casa de Diana há dois ou três dias desde que percebeu mudanças radicais na aparência de sua amiga e a convencera a passar um tempo ali.

Ela sentou-se nos pés da cama observando Diana atentamente e entregando-lhe a xícara.

- Está tudo bem? Por que estava gritando?

Diana sentou-se mas não respondeu.

- Você precisa parar de agir dessa forma, está começando a me assustar.

O olhar que ela lançou-lhe foi tão frio que Dinah quase sentiu medo. Se ela conhecesse Bruce, com certeza teria se lembrado dele.

- Você não vai me segurar por muito tempo.

- O que disse?

Diana colocou a xícara no criado mudo e esfregou os olhos.

- Eu vou até Bruce antes que você perceba.

Dinah respirou fundo e passou os dedos nos olhos. Realmente, uma de suas novas melhores amigas era a pessoa mais teimosa existente no planeta.

- Tudo bem, Diana. Faça o que quiser. Se você se sentir melhor com ele, eu quebro a promessa.

Dinah começou a pensar que, ao invés de prender Diana para que não fosse até Bruce, ela deveria ajuda-la a ir o mais rápido possível.

Após Diana ter decidido contar sobre as vidas - que custou para que Dinah acreditasse - ela soube que Bruce estava no destino de sua amiga. Eles devem permanecer juntos, não importam as circunstâncias.

É claro, ela não revelou que estava ponderando a possibilidade de ceder, mas ela o faria caso necessário. 

No fim da semana, alguns dias depois que Dinah já havia ido embora, Diana decidiu que ficar parada em relação aos últimos acontecimentos não era mais uma opção. Ela estava convicta: iria até a mansão e contaria para Bruce exatamente o que precisava que ele soubesse.

Sua áurea amanheceu iluminada naquele dia. Ela estava feliz! Sua alma estava feliz.

Ela sentia uma pontada crescente em seu peito que se aliviou no exato segundo que ela finalmente optou por visita-lo. Como se fosse um lembrete do que ela tinha que fazer.  Bruce não esperava que Diana aparecesse na mansão numa manhã ensolarada de sábado. Na verdade, não esperava vê-la nunca mais.

Ele estava quase completamente recuperado dede a sua queda, e Alfred não poderia estar mais feliz por isso. O que gerou nele um sentimento agressivo quanto a reaparição de Diana que, apesar de também ama-la muito como ama a Dick e Jason, sabia que a sua volta poderia significar também a volta de uma versão ruim de seu filho.

Bruce estava diferente, a mudança no seu comportamento e no seu físico eram visíveis. Mas ele também estava aprendendo a seguir em frente.

Ele havia recuperado o seu cargo na empresa e agora sua vida estava de volta nos eixos.

Seu coração experimentou o gosto amargo de viver sem Diana, mas o luto havia finalmente chegado ao fim. Apesar de que, às vezes, seus filhos e Alfred pensavam que aquilo era uma fachada que ele impôs apenas para que pensassem que o bom e velho Bruce havia voltado.

Bem, estava longe disso. Bruce era finalmente o mesmo Bruce que não conhecia a Diana perfeita.

Naquela mesma semana, aconteceu um genocídio gigantesco em um colégio elite no centro de Gotham City.

O número de mortos era incalculável até então, e a pressão imposta pelas pessoas desesperadas sem notícias de seus filhos que ali estudavam não cooperava para que a perícia fizesse bem o seu trabalho. 

Bruce estava encarregado do caso, seria o seu primeiro desde que voltou à 'ativa'.

Até então, não haviam pistas ou suspeitos. O que se sabia era que, supostamente, um grupo havia adentrado à escola durante o período de aulas e feito um massacre às escondidas. Pessoas usando máscaras e armadas.

Esse tipo de coisa já vinha acontecendo desde o último mês quando, Bruce acredita, que o mesmo grupo tenha invadido um hospital particular e feito algo semelhante, mas não tão grave, e o grupo estava sendo procurado.

Bruce acredita que a escola e o hospital tenham sido locais escolhidos à dedo pelos assassinos. O hospital era referência em toda a costa estadunidense, e a escola era no estilo dos internatos britânicos, logo apenas os 'filhinhos de papai' frequentariam esse colégio.

Era esse o assunto que vinha prendendo a mente de Bruce, e ele até que estava feliz por ter algo com o que se ocupar. Sua cabeça estava fresca, ele logo descobriria o que de fato acontecera.
Ainda que, na verdade, houvesse uma outra coisa que andava invadindo a mente dele desde os dois últimos meses. Uma mulher.

Não, não era Diana. O nome dela era Megan Boone. A filha de um grande e muito querido amigo de Alfred, e ele mesmo havia apresentado-os.

Megan era uma boa mulher e, por mais que Dick e Jason a odiassem, Alfred via grande futuro na relação dela com Bruce, visto que eles vinham se encontrando constantemente desde que se conheceram, e o mordomo já perdeu as contas das vezes que Megan esteve na mansão.

Ela e Bruce estavam conversando na enorme sala da mansão quando Diana resolveu fazer a sua surpresa.

Bruce até que gostava de Megan, mas não conseguia parar de pensar que isso era apenas devido à semelhança que ela tinha com Diana.

Exatamente as mesmas características. O que as diferenciava era apenas a cor dos olhos. Ou melhor, o que ele mesmo enxergava ali.

Os olhos de Diana eram tão transparentes quanto a sua alma, e ele podia não saber o que se passava na cabeça dela, mas através dos olhos, ela dizia-lhe tudo o que sentia dentro de seu coração.

Megan era diferente, seus olhos não demonstravam emoção, diferente da sua voz estridente e de seus exageros em todo tipo de reação. Ela sim deixa claro tudo o que pensa e sente, mas o próprio Bruce às vezes sente que aquilo não é a verdade.

Sem que ele percebesse, Megan estava cada vez mais entrando em sua vida, e ocupando o lugar de alguém que não podia ser preenchido por outra pessoa.

Os olhos dele estavam grudados nos dela enquanto ela se debruçava sobre a mesa de centro para mover o seu boneco de ação. Jogos de tabuleiro com ela se tornaram bem comuns nos últimos dias e Bruce, particularmente, gostava bastante.

Ele ouviu o sinal de que alguém estava à porta, mas não se deu o trabalho de atender pessoalmente. Alfred o fez. E se surpreendeu com quem encontrara ali.

- Senhorita Prince? - o mordomo perguntou. A sua voz quase vacilou quando ele pensou no que poderia acontecer com o encontro dos três. 

- Olá, Alfred! - a voz de Diana era suave, ela estava tentando se manter calma apesar de tudo. Havia também um sorriso solidário nos seus lábios que Alfred, até então, não sabia que sentia a falta.

Diana estava receosa quanto ao que estava prestes a pedir, mas precisava ser direta: - O Bruce está? - sua voz agora saiu baixa.

Alfred tremeu com o pedido. Ele não negaria, é claro. Para outras pessoas talvez, mas para Diana não. 

- Sim! Gostaria de entrar?

- Por favor.

Alfred deu passagem para que ela adentrasse à enorme sala da mansão e ela observou aquele lugar como se não acreditasse que estava ali novamente.

Ela atravessou o cômodo a passos firmes, temendo que a qualquer momento decidisse dar a volta e ir embora.

Ela quase fez isso quando avistou Bruce de frente para Megan se divertindo como ela costumava se divertir com ele. Diana congelou naquela posição como se desejasse ser invisível. A respiração falhou e os batimentos perderam o ritmo calmo.

- Quer que eu a anuncie? - Alfred surgiu atrás de suas costas. Ele sentiu a tensão que tomara conta de Diana quando olhou para o mesmo ponto que ela e imaginou o que estaria se passando dentro do seu coração naquele momento.

- Faria isso por mim? - ela perguntou forçando um sorriso.

Alfred se apressou a ir mais à frente e pedir à ela que o seguisse. Ele pediu proteção aos seus deuses antes de fazer o seu trabalho.

- Patrão Bruce, há alguém que deseja ver-lhe.

Diana estava em pé ao lado do senhor. Ela apenas conseguiu olhar para Bruce quando Alfred dissera o seu nome e deixara o lugar.

Bruce se levantou e parou a centímetros de Diana. Ele se surpreendeu quando viu que Megan não se importou nem um pouco com isso.

Uma onda de sentimentos percorreram todas as veias de Diana ao vê-lo tão perto e ela deu um passo para trás antes que resolvesse arruinar todo o seu plano.

- O que você está fazendo aqui? - Bruce perguntou. Seu tom era frio e rasteiro, assim como o seu olhar sobre ela.

- Nós podemos conversar?

Bruce respirou fundo. Na verdade, ele quis esconder a excitação ao ver Diana novamente.

Pelos deuses! Ela estava ainda mais bonita do que da última vez que a vira. O cabelo mais curto e o corpo ainda mais esguio do que como ele se lembrava. Ela estava perfeita!

Bruce lutou contra a vontade de tratá-la com aquele desdém, mas seria necessário. Ele tinha medo de fazer algo com o qual se arrependesse caso a tratasse com todo o amor e carinho que costumava tratar antes de tudo.

Ele foi até a cozinha e pediu para que ela o acompanhasse, e ela passou por Megan antes de chegar até o cômodo seguinte.

- Olá! - a moça disse. Havia um sorriso verdadeiro nos lábios dela, mas aquela expressão era perturbadora.

Diana imaginava o que aquela mulher poderia estar fazendo estando na mansão de Bruce, e ficou nervosa com isso.

- Bom dia! - foi a sua resposta curta enquanto ela tratou de apressar seus passos.

Ela entrou na cozinha com os olhos bem erguidos procurando por Bruce, e o encontrou apoiado na bancada do centro. Ele estava sem camisa naquele dia, foi a primeira coisa que Diana notou ao entrar em sua casa.

O seu torço nu lhe remeteu algumas lembranças  que ela não gostaria de ter lembrado naquele momento, e fez o seu coração se acelerar um pouco...

Ela também percebeu a diferença no físico de Bruce, principalmente no seu rosto.

Fazia tempo que ela não o via com o cabelo tão bem cortado quanto nesse dia. A barba estava feita revelando a sua mandíbula bem desenhada que costumava fazê-la se derreter.

Ele estava mais magro também, isso era bem visível. Ela não sabia, mas ele esteve bem pior nos primeiros dias. Apenas agora ele decidiu que seria melhor voltar a se alimentar corretamente. Os resultados dessa mudança estavam bem nítidos.

- Acorda! - ele disse para ela. Foi o momento que ela percebeu que estava hipnotizada pelo rosto dele e se perdeu nos pensamentos por alguns segundos.

Ela abaixou o rosto suspirando e escondendo um sorriso de nervoso. Suas bochechas ficaram levemente vermelhas, o que fez o corpo de Bruce relaxar.

- Quem era a mulher na sala? - ela perguntou por impulso e o rosto de Bruce se fechou.

- O que lhe interessa?

Diana tentou ignorar o tom ríspido usado por ele.

- Ok, não é da minha conta.

- Diana, você pode me dizer por que motivo decidiu vir até aqui?

Ela o observou por alguns segundos boquiaberta, se perguntando em que momento Bruce passou a ser tão agressivo com as palavras quanto estava sendo agora.

- Tem algo que eu preciso muito lhe contar.

- Sou todo ouvidos.

Ela se aproximou alguns passos e Bruce se afastou ainda mais. Ela tentou não dar importância para isso.

- Eu tenho sentido coisas estranhas, Bruce.

- O que? Que tipo de coisas?

- Sentimentos ruins. Como se algo me dissesse que alguma coisa ruim vai acontecer... - ela engoliu seco. - Com você.

Bruce se segurou para não rir e Diana permaneceu imóvel. Ela já esperava por esse tipo de reação da parte dele.

- Qual é, Diana? Agora você virou algum tipo de sensitiva?

- Não foi isso o que eu disse, Bruce.

- Mas o que pareceu.

Certo, ela estava começando a ficar irritada com esse comportamento infantil.

Ele não poderia apenas escutar antes de sair falando?

- Bruce, você sabe que eu o conheço há bem mais tempo do que os últimos seis anos.

Foi a vez dele de sentir a tensão.

- Acredite em mim. Eu vim de Washington até aqui apenas para te dizer isso, Brucie.

Diana segurou o rosto dele com as duas mãos.

Ele não queria, mas permitiu, e sentiu o seu corpo inteiro se arrepiando em resposta daquele  contato.

- Por favor, Bruce. Tome cuidado! Eu não entendo o que está acontecendo e nem sei o que vai acontecer, mas por favor. Seja mais cauteloso de hoje em diante.

Os olhos de Bruce estavam semi-abertos. Aquele assunto não parecia ser agradável aos seus ouvidos. Ele até pensou que ela estivesse mentindo, mas, apesar de tudo, ele ainda a conhecia. E sabia que Diana, a sua Diana, não era de mentir...

Ela despediu-se após um curto período de espera por uma resposta dele, e caminhou em direção à saída dos fundos quando percebeu que ele não diria nada. Foi por isso que se surpreendeu quando sentiu a mão forte de Bruce agarrando-se ao seu pulso e impedindo-a de fazer outra coisa se não voltar o seu olhar curioso sobre ele.

- Isso tem algo a ver com Emily? - ele perguntou. Seu tom não era mais tão ríspido, ele agora estava menos sério.

Diana assentiu pausadamente sentindo seu coração implorar para que, agora, ele acreditasse.

Bruce a soltou com cuidado levando uma de suas mãos a esfregar a testa. Uma dor irritante floresceu dentro de sua cabeça ao ouvir aquela confirmação, e ele não quis admitir o que as palavras dela lhe haviam causado.

- Ok, já pode ir agora.

Diana deitou sua cabeça para o lado tentando decifrar o sentimento que assumira o controle daquele homem. Com certeza, sua reposta gerou algo diferente dentro do seu peito.

- Eu disse que já pode ir!

Ela abaixou a cabeça e olhou para o chão. Queria que Bruce não falasse desta forma, mas não o culparia. Ela sabia bem o motivo pelo qual ele a estava tratando daquela forma.

Diana respirou fundo e reergueu a cabeça novamente antes de se retirar sem dizer mais nenhuma palavra.

Ela queria que os seus pressentimentos estivessem errados, mas sabia que não era a verdade. Sabia que aqueles sinais, em algum momento, iriam ser confirmados, o que machucava profundamente o seu coração. Apenas pensar nas consequências já estava sendo extremamente sufocante.

Pelo menos, apesar da teimosia, agora Bruce também estava sabendo, e isso já era um grande alívio.

Ah, meu amor, meu peito ainda bate pela certeza - meio incerta - de que um dia tudo passa.

- Caio Fernando Abreu 


Notas Finais


Ela conseguiu vê-lo, pelo menos hahahah
Desculpinha.

Até logo!


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