1. Spirit Fanfics >
  2. Carpe Diem >
  3. Not in that way

História Carpe Diem - Not in that way


Escrita por: giovanafernaandess

Capítulo 35 - Not in that way


• Metrópolis,

3h56 da manhã 

Apartamento dos Kent ||

Diana não conseguira voltar para Washington desde a sua conversa com Bruce. Sua consciência era como um âncora prendendo-a o mais próximo dele, então decidiu passar alguns dias com Clark, já que sua cidade era mais próxima de Gotham do que a dela.

A primeira noite foi de longe a pior noite de sua vida inteira. Lois e Jon já estavam dormindo enquanto Diana e Clark assistiam alguma série policial na televisão.

Houve um momento em que ambos dormiram em frente ao televisor e Clark acordou assustado com o grito de Diana.

Ele jurava que ela estava tendo um pesadelo. Antes fosse! Aquele era o pior sentimento que Diana já experimentara em toda a sua vida. 

A ligação dela com Bruce era incrivelmente forte, e isso não era devido apenas à Emily.

A sua testa estava suada, assim como o restante de seu corpo que parecia não poder parar de tremer. A respiração era tão acelerada que mais parecia uma convulsão no seu sistema nervoso.

Clark balançou seu rosto algumas vezes na tentativa de acordá-la fazendo-a abrir os olhos rapidamente.

- Bruce, Clark! Precisamos ir até a mansão! - ela apertou os braços dele desesperada.

Clark assentiu.

Ele confiava em Diana. Ela não agiria desta forma se não fosse por algo realmente sério.

Bruce havia ficado pensativo quanto ao assunto de Diana, mas não a levou a sério. Aquilo era mais que absurdo, era incoerente com qualquer realidade. 

Ele decidiu não acreditar nas suas palavras, e agora era tarde demais.

Alfred chorava como uma criança que perdera um ente querido. Ele fora responsável pelo encontro de Megan e Bruce, e agora a vida de seu filho estava em jogo disputado a própria sobrevivência porque ela tentara matá-lo.

Ele se culpava, mas não era o responsável. Boone nunca foi uma pessoa realmente boa, e esse detalhe era ocultado de todos que conviviam com a sua doce e bondosa personalidade. A verdade é que havia tanto ódio incrustado dentro do coração daquela garota, que homicídios pareciam ser como uma válvula de escape: ela já tentara matar outras pessoas, e nunca foi pega. Ela era tão boa no disfarce que Alfred se convencera de que ela poderia ser uma boa opção.

Bem, tentar se esconder do detetive mais bem aclamado em todo o país e no resto do mundo não seria uma missão fácil quando Bruce saísse do hospital. Ela também teria algumas contas a acertar com Diana caso ela descobrisse o aconteceu.

O mordomo acordou no meio da madrugada e encontrou Bruce jogado no enorme sofá da sala da lareira. Ele estava sozinho, agora.

Alfred se aproximou para mandá-lo ir para a cama, e quase teve uma parada cardíaca quando o viu transpirando e tremendo.

Bruce abraçava o abdômen com os dois braços tentando controlar uma dor incessante ali dentro.

O senhor de quase setenta anos era muito bem vivido para saber, sem muito esforço, o que todos aqueles sinais significavam. Ele precisaria ser rápido se quisesse salvar a vida de Bruce.

Um dia depois,

Hospital Ann Mary,

Gotham City ||

Diana sorriu para Dick quando ele lhe entregou um copo com café puro.

Ela estava acordada a noite inteira desde que Alfred comunicara sobre o que aconteceu com Bruce - depois que Clark a levou até a mansão e Jason os mandou ir ao hospital.

O garoto de sentou ao lado dela apoiando-se sobre os joelhos. Ele a encarou com seus óculos escuros fazendo-a se encolher ainda mais, afinal a tensão que ele parecia impor era muito grande.

- Não estou pedindo que vá embora, mas não sei como Bruce reagiria se a visse aqui. - ele procurou pelo tom menos incriminador que poderia encontrar.

Diana esboçou um sorriso fraco. Ela sabia que Dick estava certo.

- Eu posso imaginar... mas eu não vou conseguir ir, eu preciso ficar aqui até que ele acorde.

Dick suspirou olhando para as outras pessoas naquela mesma sala.

Ele costumava admirar o sentimento de Diana por Bruce, e não pensou que ele ainda existia depois de todos os problema que vieram a separá-los. Então pensou que levá-la até o quarto de Bruce poderia ajudá-la mais do que ficar ali.

Alfred estava certo quanto às suas suspeitas: Bruce havia sido envenenado, e isso fora provado com o exame de sangue coletado no momento em que ele foi internado.

Foram injetadas altas substâncias de antídotos reversores dentro do sua corrente sanguínea, o que ocasionara a decisão de levá-lo ao coma até que tudo fosse devidamente organizado no seu organismo.

Diana estava no hospital desde a madrugada com Alfred sem coragem para ir embora. Clark esteve lá, mas não esperou mais que duas horas, e Dick havia aparecido para 'substituir' o lugar de Alfred. Tão logo, convencer Diana a sair dali não seria uma tarefa fácil.

Os olhos dela se encheram de lágrimas quando ela tocou a testa de Bruce naquele quarto de hospital. Ele estava tão calmo! Como costumava ficar pela manhã em dias de domingo...

Ele estava sereno, sua expressão, apesar de tudo, parecia extasiada.

- Eu estou aqui, Bruce Bruce.

Dick deixou-os a sós por algum tempo, e Diana aproveitou para conversar com ele.

Suas mãos correram para segurar a dele e levá-la próxima ao seu rosto enquanto ela orava aos deuses gregos de sua mãe que guardassem a vida do homem que ela ama mais do que qualquer outro ser em todo o universo.

Ela deixou o quarto alguns minutos depois e encontrou Dick escorado na parede ao lado da porta.

Ele enfiou as mãos nos bolsos e começou a caminhar ao lado dela.

- Você deveria visitá-lo mais vezes. - o menino quebrou o silêncio.

Diana estranhou o comentário. Quer dizer, ele estava internado há dois dias apenas, não? 

- O quê?

- Você sabe, ir até a mansão.

Diana quase se perguntou se aquele era o mesmo Dick.

- Dick, eu...

- Você não faz ideia de como ele está, não é?

Ela negou devagar. Era uma resposta mais para ela mesma do que para ele.

Ela também percebeu que Dick não queria confessar que a falta que Bruce sentia dela era mais do que nítida.

- Foram muitas as vezes que ele chamou Megan pelo seu nome. - isso a impressionou e ela o parou no meio do corredor.

- Como é que é?

- Escuta, eu vou ser honesto. Eu, realmente, não queria que você voltasse para a vida do meu pai. Mas ele te ama demais, Diana. Por mais que negue. Ninguém pode tomar o seu lugar. Você viu o que aconteceu quando ele tentou substituí-la.

Diana não tinha palavras para expressar o que estava sentindo. Se ela apenas soubesse o que estava sentindo...

Dick tirou os óculos para limpá-los antes de prosseguir.

- Se for o melhor para ele, e se ele quiser, que assim seja. Você será bem vinda na nossa família outra vez. - ele esboçou um sorriso amigável tocando no ombro dela antes de convidá-la para comer rosquinhas na lanchonete do hospital.

Alfred não ia todos os dias ao encontro de Bruce. Três ou quatro dias por semana, afinal tinha muitos afazeres na mansão. Ambos os meninos só iam na companhia dele, diferente de Diana, que esteve naquele hospital todos os dias desde o dia da sua internação até o dia que recebeu alta.

Deus sabe o quanto hospitais são lugares temidos pelas memórias mais antigas de Diana. É impossível entrar em um deles e não se lembrar dos anos que sua irmã tão pequena sofreu com baterias de exames, testes e tratamentos, que acabaram por não surtir efeito contra a sua doença. Além de ter sido o lugar onde recebeu a notícia da morte da própria mãe.

Bem, hospitais não foram feitos para serem locais felizes e cheios de esperança, e por isso que ela não poderia abandonar Bruce sozinho naquele quarto gelado. Por mais que ele talvez nem soubesse da presença dela, ela chegava todas as manhãs e permanecia ao lado dele fazendo algo que a impedisse do tédio, e às vezes, com direitos à pausas apenas para observá-lo. Mesmo apesar das circunstâncias, era bom tê-lo por perto.

Na maior parte do tempo, ela estava lendo algum de seus livros preferidos, e em nenhum dos dias que passou da manhã até quase o fim da tarde com ele, ela percebeu os comentário à solta pelos corredores do hospital falando sobre 'o quão linda é a paixão daquela moça pelo milionário Wayne.'

É, era bonito mesmo. Era quase instigante poder observar o quão devota ao bem estar de Bruce ela tem se entregado desde que ele deu entrada no hospital. Até mesmo Dick, que a tem detestado desde o que ela fez, tem apreciado o cuidado que ela vem tendo com Bruce.

Claro, algumas pessoas maldosas ainda comentam coisas do tipo 'ela só quer se passar por boazinha', ou 'não passa de uma interesseira'. Mas não é a verdade. As pessoas são cruéis, algumas não são capaz de apenas aceitar um amor bonito e mútuo, e Diana não dá a mínima para o que pensam. Ela, provavelmente, nem sabe sobre nenhum deles, mas não seria do seu feitio dar atenção para algo assim.

Ela passava horas ali ao lado dele, implorando para que ele acordasse mas também torcendo para que não estivesse lá quando isso acontecesse. Ela não consegue explicar o porque quer tanto estar com ele nesse momento, e tem medo do modo como ele pode reagir ao vê-la esperando-o.

Era um dia frio naquela manhã de junho.

O nariz de Diana estava avermelhado, e Clark já tinha dito que isso era sinal de que ela estava ficando resfriada. Mas ela não ligaria para isso. Estar com Bruce parecia mais convidativo do que ligar para esse detalhe.

Os seus olhos observavam imóveis o subir e descer do peito de Bruce deitado na cama ao seu lado. Ela não percebeu o sorriso que se formara em seus lábios com aquela visão nos seus olhos.

- Já são quase nove, não vem tomar café da manhã? - Clark surgiu apoiado na porta, após alguns segundos apenas olhando para o cuidado de sua amiga com Bruce. 

Ela foi arrancada de seus devaneios de forma tão repentina que seu corpo inteiro ficou em alerta ao olhar para Clark.

- Claro! Um segundo.

Diana se levantou e procurou por todos os seus pertences espalhados pelo quarto fazendo Clark ficar confuso quanto ao que ela estava fazendo.

Por fim, ela depositou um beijo suave na testa de Bruce antes de se voltar para o seu outro melhor amigo e ser surpreendida pelas mãos dele pedindo para que ela parasse.

- O que foi isso?

- Eu não pretendo voltar mais hoje.

Clark ficou espantado.

- Por que não?

- Ele vai acordar.

- Vai? Como sabe?

- Eu não sei! Estou apenas dizendo. Ele não precisa mais de mim aqui. - Clark estava boquiaberto. - Podemos ir?

Ele balançou a cabeça algumas vezes, rindo das  atitudes espontâneas de sua melhor amiga.

Cinco dias depois,

Mansão Wayne ||

Coincidência ou não, Bruce acordou naquele dia.

Alfred estava lá neste dia após um pedido - um tanto complementado - de Diana dizendo que ele devia estar lá. Bruce foi recepcionado pelos seus filhos e por Alfred após quase um mês dentro daquele hospital.

Ele foi para a mansão na manhã seguinte, um tanto quanto exausto e morrendo de vontade de poder estar em casa novamente.

Dick insistiu para que Diana tentasse conversar com ele naquele dia.

Não, ela não queria ir. Mas após algumas palavras do menino, ele acabara por convencê-la.

Bruce estava apenas de cueca relaxando dentro de sua banheira quando Diana sentiu que seu corpo iria congelar ao entrar no banheiro e vê-lo acordado após tanto tempo, principalmente quando não enxergou aquela faísca de ignorância nos seus olhos e sim algo que ela já estava acostumada a ver dentro dele.

Bruce olhou para ela e o seu coração quis sair pela boca. Ele soube controlar bem as suas emoções e continuou ali observando-a. A troca de olhares era tão tensa que eles mais pareciam estar com medo um do outro.

Diana respirou fundo para poder manter a calma. Isso lhe deu coragem, e ela tirou o coturno de seus pés caminhando numa velocidade considerável até onde Bruce estava. Ela adentrou à banheira cheia d'água de calça e camiseta colocando uma perna a cada lado do corpo dele e apoiando os braços em seus ombros.

Em momento algum Bruce pensou em afastá-la, ele apenas queria sentir a pele e o calor do corpo dela pelo menos outra vez.

Uma das mãos dela deslizou sobre o rosto de Bruce contornando cada um dos seus detalhes. Um breve sorriso se formou nos lábios dela ao perceber que ele estava permitindo que ela o tocasse, afinal, na última vez que ele a viu acordado, não quis nem mesmo que ela se aproximasse.

Ele se surpreendeu quando ela deitou a cabeça sobre o seu ombro se aninhando completamente ao seu corpo. Ela fechou os olhos e o seu sorriso se tornou ainda maior ao sentir a mão dele repousando sobre a sua nuca, acariciando o seu cabelo.

Eles permaneceram ali dentro, sem dizer uma palavra.

Elas não eram necessárias. A cena já dizia tudo o que precisava ser dito entre eles, e Diana estava mais do que feliz com isso.

Houve um momento em que ela se desencostou dele. Seus olhos pousaram sobre os dele e Bruce suspirou abrindo um pequeno sorriso. Ele queria parecer amigável, e não queria demonstrar o quanto estava feliz por vê-la.

Ela passou os dedos sobre os lábios dele olhando-os fixamente, e Bruce fechou os olhos reunindo todas as forças para controlar o sinal da sua masculinidade se mostrando com aquele tipo de toque.

- Você não vai me mandar sair? - ela perguntou quase exitando com medo da resposta.

- Não, Diana. Eu não vou expulsá-la outra vez.

Diana olhou outra vez nos olhos dele procurando pela resposta de quando havia sido a vez que ele estava se referindo. Ela desviou os olhos rapidamente quando percebeu que ele não tiraria o seu olhar predador - e ameaçador - de cima das suas bochechas, agora avermelhadas.

- Então... você não sentiria raiva... caso eu contasse que estive com você todos os dias desde o último mês.

Ela mordeu os lábios e Bruce franziu o cenho.

"É mesmo?"

- Mas eu estive no hospital no último mês inteiro.

- Quem você acha que ficou ao seu lado, todos os dias, esperando para ver os seus olhos outra vez?

Ela escondeu o rosto outra vez ao ver a mandíbula de Bruce se contraindo com a sua revelação. Ele teria gostado ou odiado? Ela não fazia ideia.

- Eu realmente não percebi isso.

Diana abriu um sorriso divertido.

- Era de se esperar já que estava dormindo.

Ele riu como não ria há muito tempo das besteiras de alguém.

- Eu senti saudades, Bruce.

- Foi por isso que invadiu a minha casa naquele dia?

Ela passou a língua sobre os lábios.

- Não.

- Pois é o que devia ter feito.

A expressão no rosto dela se tornou mais confusa do que quando descobriram suas almas passadas.

Ela não tinha ideia do que quer que Bruce quis dizer com aquele comentário, e o observou por alguns segundos com a sobrancelha franzida esperando por uma explicação.

- Eu senti a sua falta durante todos esses dias. - ele entrelaçou seus dedos nos dela. - Você não sabia disso, sabia?

Ela negou sorrindo. A razão do sorriso era uma mistura da felicidade por saber sobre isso e por achar engraçado o fato de Dick ter dito isso algum tempo antes.

- Então não se surpreenderia caso eu fizesse isso.

Ela esperou por uma reação, até que aquilo se tornou entediante.

Ela já queria sair dali, e o faria caso Bruce não se explicasse.

- Fizesse o quê?

Ele não sorriu. Nem suspirou, nem respondeu.

Nem mesmo ponderou.

Bruce puxou a cabeça de Diana com uma força tão grande que ela teria se assustado caso ele não seguisse o seu próximo passo.

Ela não soube dizer o que o seu coração gritou no momento que os seus lábios tocaram os de Bruce.

Era uma sensação tão majestosa, que palavras não poderiam definir o que aquele beijo, repleto de desejo e saudade, poderia querer dizer.

Ela correspondeu com uma intensidade ainda maior, sustentando a cabeça dele com as duas mãos abaixo das orelhas e tocando o seu pescoço.

A vontade de sair da banheira agora já não existia mais. Ela só queria ficar ali para sempre, nos lábios do homem que ama, sentindo a pele dele tocando a sua e a água provocando os seus corpos.

A saudade havia ido embora. A vontade de Emily, saciada. E agora não eram mais eles ali. Não eram mais Emily e James, apenas Bruce e Diana.

Eles aprenderam a se amar com as suas almas. Com o tempo, não era mais uma questão de unir as vidas passadas, mas de por um ponto final naquele desejo ardente que costumava rasgar os seus corações desde que eles se conheceram.

Eles não se amavam mais como Emily e James, e sim como eles mesmos. Com os seus próprios corações, as suas próprias almas.

O casal do século passado teve sorte ao escolher duas pessoas que, apesar de terem tantos problemas para que se unissem, se amam mais do que qualquer outro tipo de amor que pudesse ser expressado em palavras.

Eles se amam, e só isso importa.



Notas Finais


Eu realmente espero que estejam entendendo a trama e gostando dos rumos da relação deles, porque se não.... desculpa, hahahahah

Até logo!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...