Ainda é P.O.V Rezende
- E você, está? – Pergunta e dou de ombros. – Parece que viu um fantasma, cara. Não vai me falar que desconfiam de nós... – Sussurra a última parte e o olho nos olhos.
Rafael já havia se afastado e voltado a conversar com os outros.
- Não... Ele só estava falando o quanto estava feliz. – Menti? Não. Realmente os olhos de Cellbit estavam dizendo o quanto ele estava feliz, enquanto cortava meu coração com um estilete feito de palavras.
Eu realmente vi um fantasma. O do meu melhor amigo indo embora com seu noivo, como se nunca mais fosse voltar. Como se eu fosse um nada que poderia ser deixado para trás. Como se eu fosse um merda de um substituto só nas horas que ele estivesse mal. Como se eu não tivesse sentimentos e o pior... Como se nunca tivéssemos tido algo profundo.
E como será agora? Rafael se casa e vive o tão esperado feliz para sempre com o Gabriel, provavelmente em Londres ou em Paris, a cidade romântica para o casal romântico perfeito? Ou eles se casam, adotam um casal de bebês, se mudam para uma mansão na Inglaterra e Gabriel decide adotar mais crianças para ter um time de futebol em casa?
E eu? E o restante do mundo? Como eles acham que ficamos nesta história? Se é que eles se lembram que existem pessoas com sentimentos ao seu redor...
Suspiro com meus pensamentos e bebo um gole longo da cerveja, sentindo a lata esvaziar.
- Vou pegar mais uma cerveja, você quer? – Pergunto para Felps.
- Vamos beber juntos. – Sorri com uma mão em meu ombro, o apertando levemente para não causar desconfiança de ninguém.
- Eu poderia te beijar aqui e agora. – Sussurro em seu ouvido e o vejo sorrir.
- Na minha casa hoje? – Pergunta e assinto me afastando indo pegar mais cerveja.
(...)
Depois que a festa acaba, perto das três da madrugada, pego meu carro e dirijo com Felps de passageiro até sua casa.
- O que achou? – Coloco a mão em sua coxa, concentrado nas ruas.
- Sem comentários, sério. – Fala deitando a cabeça no encosto do banco.
- Está bravo? – O olho brevemente.
- Bravo? Eu ‘to muito puto. – Solta bufante.
Estaciono o carro em sua garagem do apartamento e entramos no elevador.
- Com o Cellbit ou com a situação? – Pergunto o olhando, esperando chegarmos ao seu andar.
- Com essa palhaçada de situação. Não sei como você não ‘tá puto. – Se arruma no espelho.
Chegamos em seu andar e entramos em seu apartamento.
- Quem disse que eu não ‘to puto? Só não deixo transparecer igual você. – Tiro a camiseta e vejo ele bufar. – Desabafa comigo, Felps.
- Eu não quero desabafar, eu queria poder bater naquele Gabriel e dizer que o odeio com todas as minhas forças.
- Não pode bater nele. Aí é que você vai perder o Rafael pra sempre. – Me aproximo e fico a centímetros de distância dele.
- Foda-se, eu já perdi! – Grita me olhando com ódio.
- Sim, já perdeu. Aceita Felipe. Eu e você perdemos ele e já não é de hoje. Ele não gosta da gente dessa maneira. Só tirou uma casquinha de você assim como tirou de mim. – Recebo um tapa forte no rosto e vejo suas lágrimas deslizando. – Isso, me bate, vamos! – Digo e dou um tapa leve em seu rosto.
- Cala a boca, Rezende.
- O pior é que ele é bom de cama pra caralho, não? Fodia como ninguém. – Recebo outro tapa. – O que você viveu com ele eu também vivi, Felps. Foi bom enquanto durou, mas já acabou faz tempo. Aceita, caralho.
- Fica quieto! – Mais um tapa forte em meu rosto e já o sinto queimar.
- Me explica o que sente por ele! Vai, fala Felipe! Eu quero escutar o que você sente pelo Rafael.
Por favor não fala que o ama.
- Não... – O empurro para o sofá, bruscamente.
- Fala! Você ainda ama ele?
Por favor fala que não.
- Para! – Tenta levantar e subo por cima dele.
- FALA! – Grito o olhando nos olhos.
Quando Felps se prepara para me dar outro tapa, seguro sua mão e o beijo, enxugando suas lágrimas com minha mão livre.
- Não... – Sussurra durante o beijo.
- Shhh... – Desço meus beijos para seu pescoço.
Tiro a camiseta de Felps e ele tenta escapar do meu beijo. Apenas o deixo se afastar.
- Rezende, sai de cima de mim. – Fala e não me movo, observando seus olhos. – Sai, Rezende! - Me empurra e me desequilibro, caindo no chão.
- Que caralhos deu em você?! – Observo seus olhos confusos e me levanto. – Você me convidou pra sua casa pra isso?! Me bater e não querer nada?! – Meus olhos são preenchidos por lágrimas invasoras.
- Ele mexe pra caralho comigo. – Diz como num sussurro e rio, desacreditando na situação, deixando minhas lágrimas rolarem por minhas bochechas sem ao menos eu fazer força.
- Depois de estarmos tanto tempo juntos, você ainda me fala isso? – Me levanto, verificando se minha carteira está no bolso.
- O que está fazendo? Não vai embora, por favor. – Me olha com os olhos marejados.
- Vou fazer você gostar de mim como gosta dele. – Saio de seu apartamento.
(...)
Passado algumas horas, volto para a casa de Felps com mágoa nos olhos. Uma mágoa que jamais senti com ele e que nunca queria ter sentido. Uma mágoa que me fez cometer uma idiotice só para agradá-lo.
Assim que bati na porta de seu apartamento e ele abriu, foi como se eu estivesse nu. Seus olhos paralisaram em mim.
- O que você fez com o seu cabelo? – Perguntou, me puxando para dentro e fechando a porta. – Que porra é essa?
- Gostou? – O olhei sério. – Acabei com meu cabelo por você. – Engoli seco de raiva.
- Por mim? Não, não. Nem vem jogar a culpa disto em mim.
- Disto? – Rio, desacreditado.
- Tá legal, Rezende, porque caralhos você pintou seu cabelo?!
- Não quer o Rafael pra você? Bom, agora estou mais parecido com ele. Ou também quer que eu coloque lentes azuis?
- Não entendi. Você quer que eu pense que você é o Cellbit?
Não, seu imbecil. Eu quero que você se atraia por mim como eu me atraio por você. Quero que você se atraia por mim como se atrai pelo Rafael.
- Já ajudaria. – Suspirei pesado.
- Você é um idiota, Rezende. Por que fez isto? – Pergunta se aproximando.
- Se me xingar mais uma vez, eu juro que vou embora. – Forcei os dentes. – Queria que você se atraísse mais por mim, seu imbecil.
Felps começa a rir, então me viro para ir embora. Ele me puxa pelo ombro e me beija, invadindo minha boca com sua língua.
Aos poucos, damos passos lentos até que minha canela toca o sofá e me deito aí mesmo, com Felps por cima.
Acabo gemendo contra sua boca quando o sinto sentar em meu quadril.
Felps se afasta e sorri para mim.
- Se eu te xingar agora, você vai embora? – Sorri e aperta meu membro por cima da calça.
- Nem fodendo. – Arfo e deposito um chupão em seu pescoço. – Só quero que me dê valor, estúpido. – Sussurro em seu ouvido.
- Quer ir com calma hoje? - Acaricia meu cabelo, encarando meus olhos.
- Só se tiver Doritos nessa casa. – Rio fraco, sabendo que não tem e Felps se levanta e, após alguns segundos, volta da cozinha com um saco de Doritos na mão. – ‘Cê tá de brincadeira né? Desde quando você tem Doritos? Quando eu vim na sua casa a última vez, você disse que não tinha.
- E não tinha. – Ri. – Eu comprei naquele mesmo dia, quando você foi embora. Tenho que fazer compras no mercado para sobreviver, sabia? – Sobe novamente em cima de mim e me entrega o saco de Doritos. – Perdeu Rezende. Hoje você não vai ser comido igual uma puta. – Ri e abro o saco de Doritos, começando a me deliciar.
Felps tira sua roupa e a minha, começando a me masturbar.
- Eu não quero ir devagar. – Arfo excitado, mastigando.
- Hoje eu quero. Sério. – Felps sussurra em meu ouvido e beija meu pescoço.
Fecho os olhos sentindo seus beijos e mordiscadas ao redor de meu pescoço, até que quando vou colocar outro Doritos na boca, Felps segura minha mão e cola sua boca na minha, me beijando lentamente.
Retribuo estranhando o romantismo e profundidade no beijo e então um estalo em meu cérebro me faz perceber o porquê tudo está tão romântico.
Abro os olhos e o enxergo puxando minha nuca, cada vez para mais contra seus lábios, com os olhos fechados e me afasto, o fazendo abrir os olhos.
- Que foi? – Pergunta, ofegante, encarando meu olhar confuso. – Fiz alguma coisa errada? – Olha para meu membro e o enxerga nem tão excitado assim.
- Fez. Está transando comigo desse jeito por causa que está pensando no Cellbit. – Cuspo as palavras e o vejo abaixar a cabeça, rindo. – Por que está rindo, Felipe?
- Você mesmo foi quem pintou seu cabelo e disse para mim que ajudaria se eu pensasse nele, e agora eu que sou o culpado? – Ri, me broxando totalmente.
- Chega. – Jogo todo o salgadinho em cima dele e tento me levantar, mas Felps não sai de cima de mim.
- Chega o que?
- Disso. Chega disso, chega de pensar que você um dia vai superar ele, chega de tentar construir algo com você, Felps. Chega. – O empurro para fora do sofá.
- Rezende! – Fala alto mas não me intimido. – O que você ‘tá fazendo?
- Me vestindo para ir embora. – Recolho minhas roupas do chão. – Não quero mais tentar te fazer esquecer o Rafael, Felipe. Não quero mais ser seu boneco inflável.
- Que? O que caralho você quer então? Nós começamos tudo isso por causa do Cellbit. Tudo isso tem a ver com ele. Você e eu gostávamos dele. Por isso começamos isso.
- Isso o que? – O olho sério, parado.
Nós...
- Essa coisa colorida. – Fala óbvio e engulo seco.
- Pois sabe Felipe, essa “coisa colorida” – Faço aspas com os dedos. – ... Que temos, pra mim nunca existiu.
- Você transa comigo quase todo o santo dia e vem me falar que nunca existiu para você? Que merda é essa, Rezende?! – Me empurra.
- Eu transo. Mas não por essa “coisa colorida”, eu transo pelo “nós” que eu achava que existia. – Meus olhos marejam e vejo Felps bufar, rindo mais uma vez.
- “Nós”? Rezende eu nem sabia que existia esse “nós”. – Se aproxima de mim.
- Pois é, agora é que não existe mesmo. – Coloco minha cueca e procuro meu celular. – Não quero mais Felps. Na verdade a gente nunca se gostou. Nunca nos entendemos. Sempre nos odiamos. Nem sei porque tentamos essa merda toda. – Visto minha calça e coloco meu celular no bolso.
- Tudo isso porque você acha que eu estava transando devagar porque estava “pensando no Cellbit”?
- Tanto faz pra mim. Só sei que fodi meu cabelo só para piorar tudo. – Visto minha camisa e Felps a sua cueca, andando rápido e pisando forte até seu quarto.
Quando abro a porta a mão de Felps a fecha atrás de mim.
- Não vai. – Me encara nos olhos. – Eu não estava pensando no Cellbit. – Fala baixo mas de uma maneira que eu pudesse ouvir.
- Uhum. – Resmungo irônico.
- Você ficou muito gato de cabelo loiro, por isso que agi daquela forma. Você confundiu tudo. – Puxa minha nuca, querendo me aproximar para um beijo, mas resisto.
- Confundi, Felps? Prova então? Prova que você não estava olhando para o meu cabelo imaginando o Rafael.
- Obrigado por dizer isso. – Tirou sua outra mão de trás das costas, vestindo uma touca preta em minha cabeça.
- O que está fazendo?
- Te provando. – Felps me prensa na porta e me beija tão lentamente que minhas pernas quase falham de tão arrepiadas.
Seus lábios acariciam os meus, os massageando e suas mãos em meu quadril faz nosso corpo colar um no outro.
- Vem aqui... – Manda ofegante, me puxando para sua cama e ficando por cima de mim, após me deitar.
- Está calor com essa touca. – Enxuguei minha testa suada.
- Não tira. Não quero que pense que o que eu farei hoje é por causa do seu cabelo. – Arfo e tira minha camisa devagar.
- Não precisa. – Arfo quando Felps desce sua boca em um dos meus mamilos, o lambendo enquanto pinça o outro com seus dedos.
Em uma rápida pausa, ele tira minha calça junto de minha cueca, passando rapidamente a língua da base até a glande de meu membro excitado.
- Ah... – Gemo baixo querendo mais, mas Felps volta até minha boca, me beijando profundamente.
- Gostoso. – Sussurra entre o beijo.
- Acaba comigo. – Peço e Felps tira sua cueca.
- Que posição você quer? – Morde o lóbulo da minha orelha.
- Você por cima, lógico. – Sorrio e Felps posiciona sua ponta dura em minha entrada.
- Vou fazer uma coisa diferente antes de começarmos. – Sorri e desce sua boca até minha entrada a lambendo com tanta vontade que eu poderia gozar sem ao menos tocar em meu membro. Mas me seguro ao máximo para isso durar mais.
Felps penetra sua língua em minha entrada, me alargando devagar, e me fazendo gemer igual uma prostituta.
- O que achou do meu beijo grego? – Pergunta, subindo seu rosto e começando a entrar com sua tora em mim.
- Não me toca, senão eu vou gozar. – Digo, ofegante e Felps assente apenas se penetrando todo dentro de mim.
- Já vai gozar? – Pergunta, envolvendo meu membro com sua mão e antes mesmo de responder, quando sinto o contato de sua pele com a minha, me derramo em seus dedos.
- Ahh... – Estoco sua mão, devagar, e olho meu abdômen todo melado com meu líquido.
Felps sai de dentro de mim, se curvando e lambendo meu gozo espalhando até meu peitoral e o fazendo pingar de sua língua em meus lábios semiabertos.
O puxo pela nuca, o beijando e o sinto dobrar meus joelhos os encostando em meu peito. Em seguida Felps me penetra de uma vez, me fazendo gemer dentro de sua boca.
- Isso... – Me afasto do beijo enquanto o sinto socar minha próstata com seu membro. – Isso, ahh.
- Você gosta quando eu faço isso? – Pergunta, ofegante me penetrando fundo e forte.
- Muito... Ahh... – Felps começa a me masturbar. – Vou tirar a touca.
- Não vai mesmo. – Segura minhas mãos contra o colchão e continua me estocando rápido e sem perder o ritmo, encarando meus olhos. – Você gosta?
- Sim... – Respondo, arqueando meu quadril como se houvesse uma maneira de deixar Felps ir mais fundo em mim.
- Eu também gosto. – Sorri, suado, com as pernas cambaleando e diminuindo o ritmo. Ele está quase. – Gosto de você, Rezende. – Começa a me masturbar rápido.
- Ahh, isso, Felps. – Fecho os olhos sentindo uma corrente elétrica percorrer todo o meu corpo. – Eu vou gozar, nossa... Ahh Felps! – Acabo derramando meu líquido em sua mão e entre nossos abdomens, sentindo Felps me preencher com seu gozo quente.
- Ah, puta merda... – Geme e me beija enquanto goza litros dentro de mim, ainda me estocando.
Assim que sua energia zera, Felps cai em cima de mim e nossos suores se misturam. E eu enfim tiro a touca.
- Caralho... – Arfo sorrindo. – Isso foi muito bom.
- Demais. – Felps fala ofegante e me faz cafuné. – Então... O que gostaria que fôssemos? – Me olha.
- Como assim? Você diz da relação e tudo?
- Sim. Eu gosto de você, Pedro. Não quero mais fingir que não sinto mais nada.
- Sabe que eu até estou começando a gostar de você também? – Rio e Felps me da um soquinho no ombro. – Acha namoro algo muito forte? – Encaro seus olhos.
- E se for forte? Acho que estamos preparados, não? – Segura minha mão e entrelaça nossos dedos.
- Com certeza. – Sorrio e selamos nossos lábios num beijo profundo.
(...)
P.O.V Cellbit
Acordo sentindo Gab ainda na cama, então o abraço. Deve ser sua folga.
- Bom dia, meu noivo. – Dou vários beijinhos em seu rosto.
- Humm... – Geme baixo fazendo uma careta. Rio.
- Não vai trabalhar hoje, dorminhoco? – O viro e percebo que está suando muito. – Gab? – Coloco minha mão em sua testa e o sinto ferver. – Ah, você está fervendo, Gab. – Me levanto e abro a janela mas ele vira contra a Luz reclamando. – Amor? – Me sento ao seu lado e o vejo se impulsionar para a lateral da cama, vomitando e segurando a barriga. – Droga. – Solto e pego uma toalha pequena do armário, limpando a boca dele.
- Ahh... – Geme de dor.
- Fala comigo, o que está sentindo? – O olho nos olhos que marejam.
- Dor... – Geme ofegando.
- Aonde?
- Nas... Costas. – Ofega. – Corpo todo.
- Sua pele está manchada. – Passo a mão em seu rosto. – Vou te levar pro hospital. – Abro o aplicativo do Uber e Gabriel segura meu braço.
- Não. Tenho que ir trabalhar. – Fala em meio aos gemidos.
- Pelo amor de Deus, Gab, olha como você está. Não vai trabalhar nem ferrando.
- Eu tenho que ir. – Tenta se levantar e o vejo todo travado.
- Chega. – Digo e peço o Uber, vestindo uma roupa qualquer.
Pego uma calça de moletom e uma jaqueta, vestindo Gabriel com certa dificuldade por tanta dor que sente.
- Está doendo... Muito. – Geme e consigo terminar de encaixar sua jaqueta em seu corpo.
- Eu sei. Vem, um minuto para o carro chegar. – Falo, o apoiando em mim, mas Gabriel não suporta sua dor e grita, quando o puxo por debaixo das axilas.
O carro chega e me desespero, encarando Gabriel jogado na cama, gemendo de dor.
Vou correndo até a sala de casa e dou de casa com Mike que me olha assustado.
- Que grito foi esse? – Pergunta e o puxo pela mão até o quarto.
- Me ajuda, eu não sei o que ele tem. O Uber está chegando, mas não consigo pegar ele. – Meus olhos marejam.
- Calma. Vamos nós dois juntos. – Fala, levantando Gabriel, que continua gemendo, pelas axilas e eu o levanto pelas pernas.
- Para... – Gab geme, chorando e o deixamos na cama novamente.
- Gabriel, você vai ter que ser forte. – Mike fala e recebo uma mensagem do Uber dizendo que já chegou.
- O carro chegou. – Falo e Mike aponta com a cabeça para a porta e a abro.
Num movimento rápido, Mike pega Gabriel no colo, com um pouco de dificuldade, e praticamente corre com ele que geme até o Uber, o colocando deitado no banco de trás.
- Precisa que eu vá junto? – Mike pergunta e nego com a cabeça, entrando no carro. – Vai me avisando.
(...)
Assim que o motorista estacionou no hospital, chamei um enfermeiro que ajudou a colocar Gab numa cadeira de rodas, o encaminhando para a emergência.
Gabriel está com olheiras e pele avermelhada. Está com o corpo todo torto e parece confuso com tudo o que está acontecendo. Seguro sua mão enquanto é levado pelo enfermeiro.
- Senhor, preciso que aguarde aqui fora. – Diz o médico, levando Gabriel para dentro da sala.
- Não, eu vou entrar junto. – Falo não largando a mão de Gabriel após ele me olhar com medo.
- Parentesco? – Pergunta o médico.
- Noivo. – Disse grosso e o médico deu passagem para eu entrar.
Gabriel foi colocado em cima de uma maca, onde foi examinado e explicou tudo o que está sentindo. O médico conversou com dois enfermeiros e eles trouxeram alguns instrumentos para examinar Gabriel.
- O que ele tem? – Pergunto e o médico me olha.
- Tem grandes chances de ser meningite. Terei que fazer o exame para saber se o diagnóstico é esse mesmo. Preciso do documento dele e o seu para colocar na ficha.
- Meningite? – Digo e vejo o médico virando Gabriel que me busca com o olhar. – Como? – Lhe entrego os documentos.
- Pode ser viral. – O doutor fala e abre uma seringa que meu senhor, deve doer. – Fique em posição fetal, filho. – Pede o Médico e Gabriel obedece. – Não se mexa. Eu vou retirar o líquido cefalorraquidiano. Não se mexa em hipótese alguma.
- Dói? – Perguntei ao médico, com dó de Gab.
Ele apenas olhou para mim e assentiu com a cabeça.
Assim que o médico colocou a seringa no meio da vértebra de Gabriel, o mesmo gemeu alto de dor e segurei sua mão, o sentindo quase quebrá-la. O médico começou a puxar o líquido e as lágrimas caíam dos olhos de Gab.
Depois do grande sufoco, o doutor retirou a seringa de sua coluna.
- Não se mexa durante duas horas. É perigoso a perda dos movimentos de suas pernas. – Ele fala e Gabriel me encara preocupado.
- Doutor... – Esqueço o nome.
- César. – Sorri cerrado e me cumprimenta, também lhe informo meu nome. – Desculpe não me apresentar. Quando se trata de suspeita de meningite tem que ser diagnosticada rapidamente. – Explica, entregando o líquido escuro retirado de Gabriel à um enfermeiro.
- O que eu faço com ele agora? Não posso levá-lo para casa? – Pergunto e César me encara quieto por um momento. – O que foi?
- Você disse que são noivos? – Pergunta e assinto, dando de ombros.
- Por que? – fico confuso com a pergunta repentina.
- Meningite pode ser transmitida por contato íntimo. – Disse e Gabriel olhou para mim.
- Quer dizer que se ele tiver eu também posso ter?
- Sim. Vou ajudar no diagnóstico pelo líquido coletado e volto em alguns minutos. Se for meningite, teremos que fazer o exame em você também. – Sai da sala e fico pasmo, passando a mão nos cabelos.
- Não acredito. – Sussurro, segurando a mão de Gab que me olha preocupado. – Você sentiu alguma coisa esses dias?
- Dor de cabeça. – Sussurra com a voz trêmula. – Pensei que era enxaqueca ou por causa do trabalho. - Noto que está suando.
- Tudo bem. – Sorrio cerrado e olho para baixo. – E a dor?
- Muito forte. – Ofega.
Aperto o botão da enfermeira, que chega rápido na sala.
- Ele precisa de algum remédio, está morrendo de dor. – Digo preocupado a ela.
- Ele ainda não pode ser medicado, porque se for meningite, atrapalhará no tratamento. – Diz, pegando uma manta de uma das portas brancas da sala, que eu nem havia reparado, e cobre Gabriel. – Não se mexa. Precisa ficar nessa posição por enquanto. – Faz uma massagem, por cima da manta, onde Gabriel levou a agulhada. Ele geme de dor, com os olhos pesando.
- Está com sono? – Pergunto, acariciando seu rosto e ele assente.
- Pode dormir. Assim que soubermos o diagnóstico avisaremos para seu... – A enfermeira me olha.
- Noivo. – Digo e ela sorri.
- Seu noivo. – Sorrio e ela sai da sala.
- Dorme amor. – Passo a mão em seus cabelos e Gabriel fecha os olhos. Sinto sua respiração pesar mostrando que ele dormiu e saio da sala em silêncio.
Vejo o médico no balcão do laboratório, logo em frente, e vou até ele.
- Meningite? – Pergunto, preocupado.
- Sinto muito. – Fala, me mostrando uma papelada de exames onde aponta como positivo para meningite.
- Vou precisar fazer o mesmo exame? – Ele assente e me encaminha para a sala onde Gabriel está.
Pego meu celular e ligo para Mike avisando tudo o que está acontecendo e ele me fala que já está a caminho.
Preencho algumas fichas médicas e César coloca uma maca de frente com a de Gabriel, na mesma sala e pede com o olhar para eu deitar. Deito já em posição fetal e o sinto levantar minha camiseta, o ouvindo abrir uma embalagem da seringa.
Puta que pariu, vai doer para caralho.
Assim que o médico encostou a seringa em minhas costas e senti aquela dor horrível da agulha entrando no meio da minha coluna, gritei com a mão na boca.
- Meu Deus... – Falei entre dentes e querendo me mexer mas o médico segura minhas pernas contra a maca.
- Não se mexa, Rafael. – César me repreende e minhas lágrimas caem de dor quando ele começa a puxar o líquido.
Vejo que Gabriel acorda e olha para mim, ainda sem se mexer, pedindo desculpas com o olhar.
Depois de alguns minutos o médico encerra, tirando a seringa de dentro de mim e desce minha camiseta.
- Descanse e não se mexa. – Fala, saindo da sala.
A mesma enfermeira entra na sala alguns minutos depois, pegando uma outra manta e me cobrindo com ela, atrás de si vejo Mike e Pac entrando na sala e sorrio dolorido.
- Podemos ficar aqui? – Mike Pergunta e ela sorri assentindo e saindo da sala. – O que aconteceu?
- Meningite. – Digo fraco.
- Que Droga. – Pac fala e passa a mão em meu cabelo, ajeitando minha manta, logo em seguida.
(...)
Depois de esperarmos as duas horas parados, voltamos para a casa e Mike voltou dirigindo a Audi de Pac desta vez.
Ficamos deitados o restante do dia inteiro por conta da dor. No final eu não estava com meningite, somente Gabriel e tomaria antibiótico pelos 7 dias seguintes. Não poderíamos ter contatos íntimos como beijos e principalmente sexo oral. Combinamos em evitar o sexo também para previnir. Nunca mais queremos sentir aquela dor em toda nossa vida.
(...)
Dia seguinte
Acordo devagar e já consigo levantar mais facilmente. Como o líquido cefalorraquidiano é reposto em 10 horas após a retirada, já me sinto menos travado. Gabriel não está na cama, então vou até a cozinha e o vejo de camisa social e gravata azul, tomando seus antibióticos, tomando goles de água em seguida, para ajudar a descer os comprimidos.
- Bom dia. – Digo sem animação nenhuma, encostando minha testa em seu peito.
- Bom dia, Blue eyes. – Beija o topo da minha cabeça.
- O que está fazendo vestido? – O encaro.
- Vou trabalhar. – Sorri e me afasto dele, cruzando os braços.
- Não vai mesmo. – o encaro bravo nos olhos. – Vinte e quatro horas de repouso. Palavras do médico.
- Eu não posso Rafa. – Fala e toma mais um gole da sua água.
- Pode e vai. Liga para o seu chefe e fala que não vai trabalhar hoje. Você está de atestado médico.
- Eu acabei de entrar nesse emprego, não posso simplesmente faltar.
- Você não está simplesmente faltando. – Rio irônico. – Você está com meningite! Além de estar com o corpo todo dolorido, pode transmitir para todos de lá.
- Não tenho contato íntimo com ninguém. Só com você. – Me olhou sério.
- Não por contatos íntimos, Gabriel. É transmitido também por tosse, espirro... – Perco a paciência.
- Não estou tossindo nem espirrando, Rafa. – Fala e sorri, bagunçando meu cabelo.
- Ótimo. – Sento numa das cadeiras. – Se você passar mal essa noite de novo, eu não vou te socorrer. – Digo puto da vida.
- O que está acontecendo? – Mike acorda e vem até a cozinha.
- Amor, eu já estou melhor. – Gabriel fala e nego com a cabeça. – Por que você está assim?
- Por que? Furaram o meio da minha coluna, tirando uma seringa enorme e grossa de líquido cefalorraquidiano, para saber se o meu noivo me transmitiu meningite, e eu passei aquela dor do caralho, com risco de não mover mais as pernas pra você falar que tem que trabalhar hoje? Olha o que eu passei por você! – Levanto a voz e Gab faz um semblante de assustado.
- Calma Cell. – Mike pede e bufo. – Você vai trabalhar mesmo? Estão em repouso. Não pode fazer esforço. – Fala pra Gabriel.
- Eu preciso. – Gabriel fala e me olha. – Me desculpa amor. Eu preciso ir, estou atrasado.
Me da um beijo na testa e anda até a porta me encarando.
Vou até a porta com os olhos marejados.
- Já vi que esse seu trabalho vai ser um grande problema entre nós. – Sussurrei triste.
- Para com isso, Blue eyes. – Faz um carinho no meu rosto e quando vai me dar um selinho eu desvio.
- Ótimo trabalho. – Sorrio irônico e fecho a porta, andando devagar e com certa dificuldade até meu quarto.
(...)
Meu dia se resumiu em lágrimas e muita dor nas costas. Pac e Mike gravaram, saíram e eu fiquei aqui igual um imbecil.
- Cheguei amor. – Gabriel diz entrando no quarto exatamente às dez da noite. – Me dá um beijo no topo da cabeça e não falo nada. – Minhas costas doeram muito hoje. Me fala que as suas também, acho que é da agulhada né? – Se senta ao meu lado.
- Não senti dor alguma. – Minto e o vejo preocupado.
- Ainda está bravo comigo? – Tira a camisa e me encara.
- Sei lá, Gabriel. Será que eu não tenho um pouco de razão em ficar puto que meu noivo vai trabalhar estando de atestado e ainda chega essa hora em casa? – O encaro com raiva.
- A gente teve que ir e voltar do Rio umas cinco ou seis vezes. Desculpa. – Pede e suspiro. – Não quero ficar mal com você. – Sobe em cima de mim com muita dificuldade e beija meu pescoço. – Por favor...
- Vamos descansar, Gab. – Falo e ele não liga.
Desce seus beijos até meu peito, em seguida até meu abdômen e quando puxa meu membro para fora da minha calça, seguro sua mão.
- Não. – O olho assustado. – Lembra o que o doutor César falou? Nada se sexo oral.
- É... Me desculpa. Eu só estava tentando te animar. – Se deita ao meu lado com dificuldade e gemendo de dor, suspirando.
- Me desculpa por hoje de manhã. Eu sei que agi como um idiota, mas eu só estou preocupado com você. – Me viro sentindo minhas costas latejarem e acaricio seu rosto, mesmo com ele de costas para mim.
- Eu sei... Só não gostei do que falou do meu trabalho. – Suspirou. – Sabe o quanto é importante para mim. Eu precisava... – O interrompo.
- Tudo bem, eu sei. Me desculpa.
E assim dormimos... Os dois com dores e com a mente cheia.
(...)
Duas semanas se passaram e Gabriel melhorou da meningite. O mal entendido daquela noite ficou por aquilo e depois de quinze longos dias estou esperando por Gabriel para finalmente fazermos algo a mais que beijos na testa.
Meia-noite e vinte e ouço a chave encaixar na fechadura da porta e vou até a sala recepcioná-lo.
- Aleluia. – Sussurro, pulando em seu colo e começando a beija-lo, após Gab terminar de fechar a porta.
- Esperei viagens inteiras por essa noite. – Sussurra, jogando a maleta no sofá, me levando para o quarto.
Gab me coloca na cama e começa a tirar sua roupa, vejo tudo em câmera lenta por conta do tesão imenso. Primeiro tira sua gravata, desfazendo o nó, em seguida desabotoa sua camisa, mostrando seu peitoral que tanto amo, depois abre o zíper da calça, a descendo e por fim, fica por cima de mim na cama.
- Ainda bem que não tirou sua roupa. Porque eu quem quero deixar você nu. – Sussurra, distribuindo beijos em meu pescoço.
Gab sobe minha camiseta e trilha beijos dos meus ombros até o cós de minha bermuda, que é tirada, logo em seguida. Termina de tirar minha camiseta e leva sua boca até meus mamilos, os estimulando com a língua aos poucos, alternando entre os dois.
- Que saudade dos seus toques... – Gemo baixo, sentindo minha cueca molhar com meu pré-gozo.
- Que saudade do teu corpo. – Gab fala e, em seguida me beija intensamente, fazendo nossas línguas dançarem dentro de nossas bocas, enquanto aperta de modo sexy seu quadril contra o meu. – Eu preciso de você. – Ofega em meio ao beijo, descendo sua cueca e a tirando.
Tiro minha cueca e o encaro sorrindo.
- E eu de você. – Mordo meu lábio inferior quando nos vejo excitados e o beijo desesperadamente, louco de excitação.
Gab pega nosso lubrificante favorito do criado mudo ao lado de minha cama e despeja entre meu membro, meus testiculos e minha entrada, os massageando com suas mãos e dedos, numa massagem erótica.
Consigo enxergar todo seu desejo por mim, apenas pelo seu olhar e por sua boca vermelha salivando.
Gab junta sua mão direita ao seu membro, começando a se masturbar, enquanto afasto minhas pernas, o convidando desesperadamente para me deixar senti-lo dentro de mim.
Ele entende o recado e mira seu membro em minha entrada, buscando meu olhar.
- Ahh.. – Começo a gemer assim que ele o força para dentro de mim e quando finalmente entra devagar, seguro seu quadril para esperar. Dói.
Depois de alguns segundos assinto com a cabeça e Gab entra por completo dentro de mim, me fazendo arquear minhas costas de prazer. Que saudade de senti-lo.
- Nossa... – Geme em meu ouvido, passando o polegar em meus lábios. – Já tinha me esquecido o quanto você é apertado e delicioso. – Morde meu pescoço com desejo e começa a me estocar.
- Ahh.. – Gemo em ritmo de suas estocadas. – Isso... – Arranho suas costas. – Gab... – Continuo gemendo enquanto o sinto estocar cada vez mais fundo.
Gabriel me beija apaixonadamente num ritmo cada vez mais frenético até que me vira na cama de barriga para baixo e se encaixa novamente sobre mim, voltando a me estocar. Eu amo essa posição
Ele se debruça sobre minhas costas, beijando carinhosamente minha nuca e gemendo, me deixando louco com suas estocadas.
- Rafa... Eu não vou aguentar muito mais... – Ofega em meu ouvido, apalpando minha bunda com uma de suas mãos.
- Eu também não... – Gemo o olhando ladino e vejo meu noivo totalmente suado e ofegante.
Suas pupilas dilatadas de prazer e sua boca vermelha de tão quente. Essa sim é a visão do paraíso.
Assim que Gabriel começa a me masturbar, meu corpo tem um espasmo prazeroso que me leva ao ápice, me fazendo jorrar meu gozo no lençol da cama.
- Aaaahhh, nossa, Gab... – Gemo gozando e sinto seu líquido me preenchendo, enquanto o ouço gemer grave entre dentes para não gritar.
- Isso... Ahhh Rafa, Ahh... – Me estoca mais rapidamente e quando seu membro relaxa, Gab sai de dentro de mim e se deita ao meu lado, sorrindo e acariciando meu rosto.
- Isso foi espetacular. – Sussurro e sorrimos.
- Acho que foi uma das melhores que já tivemos. – Arfa enquanto fala.
- Eu te amo. – Dou um selinho demorado em seus lábios e volto a encará-lo.
- Eu também te amo, Blue eyes. – Sorri. – E advinha? - Dou de ombros. – Amanhã é minha primeira viagem internacional na Azul!!
Continua...
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