História Chained Up - Omma, cheguei!

- O quê? Mas já? Não era pra ser semana que vem?

Apertei meus olhos enquanto respirava fundo várias vezes. As contrações estavam aumentando, e Leo não ajudava em nada fazendo mil perguntas.

- Taekwoon, só me leva pro hospital!

Falei entredentes e ele pareceu entender, pois, no minuto seguinte, eu estava sendo carregado para fora do apartamento, rumo ao elevador. Só ouvi Taekwoon instruir Hyuk a pegar a minha mala e a do bebê e as levar para a maternidade o quanto antes. Logo chegamos ao estacionamento e ele me colocou dentro do carro, entrando em seguida e dirigindo em direção ao hospital.

No caminho, eu xinguei, me contorci, gritei, respirei fundo, mandei Taekwoon dirigir mais rápido, perguntei porquê ele colocou esse filho dentro de mim, falei algumas verdades sobre o Ken e esse casamento deles... Até, enfim, chegar no hospital e ser levado às pressas até a sala de cirurgia. Enquanto me arrumavam para começar os procedimentos, fiquei procurando Leo com os olhos. Ele não aparecia em lugar algum, e eu comecei a ficar desesperado. Os médicos falavam para eu me acalmar, mas eu estava com medo.

- Calma, eu 'tô aqui - Suspirei, aliviado, quando ele sussurrou no meu ouvido enquanto apertava minha mão.

- Ansioso para ver seu bebê, Hakyeon? - O Doutor Minho perguntou, sorrindo.

- Não sabe o quanto!

Uma hora se passou com Taekwoon me confortando enquanto os médico trabalhavam. Escutei estalos e, entre eles, um choro tímido, que fez Leo se ajoelhar, escondendo as lágrimas. Essas que também derramei por conta da emoção. O chorou se intensificou e o médico se aproximou com um pequeno pacotinho que se remexia, colocando-o nos braços de Leo.

- Olha, N. - Colocou o bebê próximo ao meu rosto. - Nosso filho.

- Oi, meu bebê.

Alguns segundos depois, a enfermeira pegou Baek e levou-o para o outro lado da sala. Os médicos continuaram trabalhando, enquanto eu sentia minhas pálpebras pesadas.

- Leo-yah, não saia de perto do nosso filho, por favor.

Depois disso, meu mundo escureceu. A última coisa que ouvi foi o chorinho distante do meu filho.

Hyuk's POV.

Minutos atrás.

Certo, o que era para eu fazer mesmo? Sim, buscar a malinha do bebê e da mãe. Ok!

Me levantei meio zonzo por causa das informações que foram ditas sem pausas. Fui até o quarto do N-hyung e peguei as benditas malas. Voltei para a sala, encontrando Hongbin e Ravi ainda sentados no chão, de boca aberta.

- MAS O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO PARADOS AÍ, SUAS ANTAS? Levantem! O bebê já deve estar pra nascer!

Eles acordaram do transe e correram para pegar seus documentos pessoais. Enquanto isso, eu desci para a garagem, colocando as coisas do N no banco de trás e esperando os seres humanos chegarem. Não demoraram muito, logo já estávamos a poucos metros do hospital.

Quando chegamos na recepção, eu entreguei tudo para as mulheres que me atenderam. Sim, mulheres. Eu cheguei feito um furacão, e elas tentaram me acalmar. Ficamos no corredor da sala de parto, Hongbin e Ravi sentados, e eu andando de um lado para o outro. Uns 40 minutos depois da nossa chegada, um choro forte se fez prevalecer naquele local silencioso. Nos abraçamos forte, chorando em comemoração.

- NASCEU! - Gritamos em uníssono.

Agora.

- Finalmente! Quero ver meu sobrinho. GENTE! Quero ver meu sobrinho.

- Calma, Hyuk! - Meu namorado (lindo, diga-se de passagem) me abraçou e beijou meu pescoço. - Eu também estou ansioso para vê-lo, mas temos que esperar.

- Não quero esperar. Eu é quem devia estar lá dentro com ele. Isso é injusto!

- E seu biquinho é lindo. - Beijou meu bico e se afastou, sorrindo. - Vem, vamos para o berçário. Daqui a pouco, ele chega por lá.

Olhei para Ravi, que estava de cabeça baixa, sentado no banco. Parecia chorar.

- Ei, Wonshik, o que houve?

- Nada não. - Fungou, se levantado, e limpou as lágrimas que escorriam pelo seu rosto. - Vamos lá.

- Eu acho melhor você conversar com ele. - Sussurrei no ouvido de Hongbin, que assentiu e puxou Ravi para o lado da cafeteria do hospital. - Vejo vocês depois.

Vi eles se distanciarem e caminhei em direção ao berçário. Eu entendo o que o Ravi deve estar sentindo. Ou talvez não. Mas, imagina, você ama uma pessoa, que ama outra pessoa que não merece esse amor e acaba tendo um filho dela. Como você se sentiria? Eu particularmente me sentiria um lixo. Principalmente, quando eu tenho consciência de que, se eu tivesse feito as escolhas corretas, talvez esse filho fosse meu.

Mas cada um com sua cruz. Minha preocupação agora é só com o Baekhyun e seu Omma. Não temos notícias do Ken há algum tempo, só Deus sabe o que ele pode estar planejando.

- Moça. - Cutuquei o ombro de uma enfermeira que estava parada na minha frente. - Sabe se o bebê de Cha Hakyeon já está aqui?

- Sim, ele chegou há poucos minutos. Quem é você?

- Han SangHyuk, amigo dele.

- Ah, senhor SangHyuk. Fui autorizada a deixá-lo entrar e pegar o bebê. - Meus olhos brilharam em empolgação. - Vejo que era o que queria. Venha, entre. - Entrei com ela no local super quentinho, onde fui instruído a lavar bem as mãos. Depois, ela pegou um bebê bochechudo, que resmungava. - Esse aqui é o Baekhyun. - Então ela me entregou o bebê, tão molinho. Ele deu indícios que choraria e eu quase me desesperei.

- Oh, tudo bem, calma. Sou o tio Hyuk, lembra de mim? Conversei tanto com você. - Ele parou de chorar e abriu os olhos, me analisando. Sorri e ele voltou a fechá-los. - Ah! Então você me reconhece? Sabe o quão ansioso eu estava pra te ver? - Ele sorriu novamente e eu beijei sua mão gordinha. - Bem vindo, Cha Baekhyun.

Ouvi alguns sons vindo da janela de vidro. Sorri ao ver Ravi e Hongbin parados, tentando olhar Baek. Com a autorização da enfermeira, eu saí da salinha quente e fui para o corredor onde eles estavam.

- Rápido, não posso demorar.

Hongbin deixou Ravi pegar Baekhyun primeiro. Ele sorria tanto enquanto ninava o bebê em seus braços. Me fez lembrar das noites em que N-hyung sentia dores, e era ele quem ficava em claro tentando acalmar Baek.

O médico apareceu e ergueu as sobrancelhas, estranhado o fato do bebê não estar dentro do berçário. Mas, depois, sorriu.

- Hakyeon havia avisado que você podia e devia ficar perto da criança. É bom saber que está aqui.

- E como ele está? Cadê o Taekwoon? O parto foi tranquilo?

- Uma pergunta de casa vez, meu rapaz. O parto foi ótimo. Hakyeon teve uma queda de pressão, mas foi normalizada, e ele passa bem. Está no quarto descansando. Já Taekwoon recebeu uma ligação e precisou sair. Ele me deu um recado: manter Hyuk perto do bebê e Hongbin ou Ravi perto de Hakyeon. Vocês sabem porquê?

- Pra falar a verdade, não. Mas desconfio. Binnie, Ravi, por favor, vão pro quarto do N. Eu vou poder ficar aqui, doutor?

- Não sempre. Mas, a cada uma hora, poderá entrar, amamentar e ninar o pequeno Baekhyun. Mas terá que passar o resto do tempo no corredor.

- Tudo bem, é o suficiente.

Binnie, que já estava com Baek nos braços, me entregou o bebê. Caminhou junto ao médico para o quarto do N-hyung. Olhei para o pequeno em meus braços de forma pensativa, e sorri amargamente.

- Você está correndo perigo.

O que fez Taekwoon sair com tanta pressa e deixar ordens tão...? Ah, cara. O que mais o Jaehwan quer? O que ele tem na cabeça?

- Está na hora da mamadeira dele. Sente-se.

A enfermeira me apontou um banquinho e me entregou a mamadeira. Baek não demorou a pegar, sugando rápido, sem abrir os olhos. Sorri. É incrível a sensação de ter um ser tão pequeno e adorável nos seus braços, dependendo de você para tudo. N-hyung deve estar feliz. Espero que ele se recupere logo e que nada de mal aconteça.