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História Champions - Precious Secret


Escrita por: Gimendess13

Notas do Autor


Volteeeeei, meus amoresss!
<333
E com uma dos capítulos mais tensos da fanfic até agora!
Aproveitem e tenham uma ótima leitura, ok?
Nos vemos nas notas finais...
<33

Capítulo 11 - Precious Secret


Fanfic / Fanfiction Champions - Precious Secret

- Lisa. Pov. On. –

Eu e Alexia chegamos em casa perto das 4 da manhã. David me deixou em casa e logo em seguida, deixou a Alex. Fechei a porta e a tranquei na ponta dos pés, para evitar qualquer barulho.

Graças à Deus todos aqui já estavam dormindo...

Passei as mãos por meu cabelo totalmente molhado, já que o trouxa do Bieber e os amigos idiotas dele fizeram QUESTÃO de me arremessar na piscina em plena madrugada fria!

Alexia riu até morrer enquanto todo mundo batia palmas e comemorava aquele grande absurdo, acreditam?!

Revirei os olhos, rindo baixo e me recordando de tudo que aconteceu. Subi as escadas calmamente e abri a porta do meu quarto, a fechando em seguida.

Tirei o lindo biquíni de Caitlin, o deixando no cesto de roupas. Vou deixá-lo bem limpinho e tomar o maior cuidado, até porque deve ser bem caro, e vou devolvê-lo assim que a ver outra vez.

Tomei um banho relaxante, deixando toda aquela água quente escorrer com a espuma. Coloquei uma música pra tocar no celular, Nothing Breaks Like a Heart, do Mark Ronson. A voz da Miley nessa música simplesmente derruba as minhas estruturas!

- Things fall apart, but nothing breaks like a heart.... Mhmm, and nothing breaks like a heart...

Cansei, fazendo alguns passinhos no chuveiro. Abri meus olhos e me encostei no box, lembrando de Justin. A forma como ele me toca. Como ele me beija. Como eu alucino com ele.

Esse é um jogo perigoso, Lisa. Tome cuidado...

Ele é 12 anos mais velho que eu. Não que seja um absurdo! Mas, considerando as circunstâncias, o trabalho dele e todo o resto...eu sinto que isso não acabar nada bem.

Não sei se vou sair ilesa depois de tudo que vivi com o Bieber em menos de um mês!

Se eu pudesse encontrar uma palavra para definir o que sinto agora, seria....Surreal.

 

***

 

Encostei na cama, já devia passar das 5h da manhã agora. Passei a mão por meus cabelos ainda molhados e tirei de debaixo do meu colchão a carta. Aquela carta.

Eu sinceramente não posso mais esperar, eu não consigo!

Desamassei o papel envelhecido pelo tempo, respirando bem fundo.

Vou me sentir super mal se isso for uma surpresa da aniversário ou de Natal, mas sei que irei conseguir disfarçar e fingir animação e surpresa quando a tia Sadie me entregar ela!

Vai dar tudo certo...

- Vamos , vovô. Vamos ver o que tem pra mim... – Suspirei, passando os olhos pela carta.

 

Los Angeles,12/07/2013.

Querida menina Lisa,

Gostaria de começar esta carta com um pequeno comunicado à você. Eu sinto muito. O que virá a seguir não será nada fácil, eu lhe garanto isso.

Às vezes as coisas saem de controle. Mentiras duram por tempo demais e tudo vira uma verdadeira bagunça, querida. Sua mãe, Sadie, me prometeu que entregaria isso assim que você estivesse com idade suficiente para lidar com a situação. Mas, eu a conheço bem. E Sadie te ama demais para acabar com toda essa farsa de décadas. Não sei se viverei tempo o bastante para ver suas coisas se ajeitarem, mas não quero mais carregar esse peso comigo. Não conseguiria. É algo duro demais para um velho fraco como eu...

O amor que sentimos faz os humanos realizarem atos impensáveis. É cruel, mas é real. Eu vi de perto até onde alguém consegue ir em prol da própria imagem, Lisa. Até aonde alguém vai para esconder um grande segredo ou para destruir a vida de uma outra pessoa.

Você é um segredo precioso, Elizabeth. Muito precioso.

Você foi a maior vítima de toda uma mentira, a maior prejudicada. E se quiser saber da verdade, de toda a verdade, vá até à Hollywood Boulevard. Peça para conversar com uma senhora que anda por lá. Sra. Howell. Ela te dirá tudo o que precisa saber. De onde você veio e para onde irá, um dia.

Boa sorte em sua jornada por seu passado, minha querida.

Estarei com você, aqui ou entre as estrelas. E se puder, algum dia, perdoe-me. Sei que não sou digno do seu perdão. Mas, tenho esperanças de conquistá-lo, cedo ou tarde.

 Amo você, meu pequeno amendoim.

Com amor, seu eterno Vovô.

                                                                                                         

Eu chorava copiosamente, sem rumo algum. Peguei o velho papel e o abracei, sentindo o vovô Collins comigo, mais uma vez. Ele me chamava de amendoim! E eu nem sei a porra do porquê!

- Que merda...que grande, grande merda. – Rosnei, limpando as lágrimas, com raiva.

Por que eu sou um segredo tão precioso?! O que o vovô quis dizer com “o amor faz coisas impensáveis e cruéis”?! E por que uma senhora idiota e qualquer poderia me ajudar a desvendar tantos mistérios do meu próprio passado?!

ISSO NÃO FAZ NENHUM SENTIDO, CARALHO!

Eu nem sei o que acontece na porra da minha própria vida. E isso me mata por dentro. Por que será que ele me pediu perdão?! O que você fez comigo, vovô?!

O que fez para querer meu perdão, hein?!

Eu não sabia nenhuma das respostas para essas perguntas. Mas, eu sei que vou descobrir. Uma por uma. Nem que eu tenha que ir para o outro lado do mundo. É a minha vida, cacete!

- Eu vou acabar com toda essa droga. Ah, se vou.

Escondi a carta no colchão, mais uma vez.

Respirei fundo, me acalmando. Amanhã mesmo eu irei até a maldita avenida do Hollywood Boulevard e vou falar com essa velha. E acho bom ela ter respostas pra mim!

E MUITAS, MAS MUITAS RESPOSTAS!

Então, meu Jansen pulou na minha cama, se deitando ao meu lado.

Passei as mãos por seu pelinho laranja e bem brilhante. Só esse gatinho para conseguir me acalmar em um momento tão desesperador...Obrigada, Jansen.

Não sei o que seria de mim sem ele. Não sei mesmo.

 

***

 

Deixei um bilhete idiota para a madrinha, em cima da mesa. Avisei que sairia para fazer uma caminhada qualquer na cidade e estaria de volta logo. Coloquei o meu moletom rosa claro, arrumei a touca dele na minha cabeça, vesti um tênis de corrida, uma Legging preta e pronto.

Deixei Jansen comendo sua ração e tranquei a porta, ligando a música nos meus fones de ouvido. Eu simplesmente não conseguia disfarçar minha expressão de puro ódio. Mas, não dava. Nem fodendo!

POR QUE TODO MUNDO NESSA MERDA INSISTE EM ME FAZER DE BURRA?!

Coloquei Drake pra tocar. God’s Plan. Aumentei no último volume e sai por aí. Sem táxi nem nada. Segui por toda a rua, atravessando o famoso distrito de Venice de Los Angeles. Passei pelos vendedores, pelos vários artistas de rua e ignorei aquela bela costa oceânica.

Eu só queria chegar logo. Só isso.

Andei por mais meia hora, até chegar na grande Hollywood Boulevard. A avenida que tem a calçada da fama, com aquelas lojas bem caras e bonitas e onde gravaram a primeira cena de Uma Linda Mulher. Mas, quando se mora por aqui, acreditem em mim, isso se torna só mais uma avenida qualquer.

Quando não se tem dinheiro, nada disso é realmente importante.

Avistei uma simples senhora, com um avental bem branquinho e organizando sua banca de flores bonitas na parte de fora do que parecia ser uma floricultura. Era grande, toda branca e com um letreiro que imitava as famosas letras da nossa placa de Hollywood.

- Com licença... – Chamei à atenção dela, tirando os meus fones e a touca.

A senhora me analisou por algum tempo, ajeitou seus óculos redondos no rosto e sorriu, fofa.

- Posso te ajudar, moça bonita? – Ela limpou as mãos no avental, alegre.

- Espero que possa, na verdade. – Pisquei. – A senhora por um acaso conhece uma mulher com o sobrenome “Howell”? Me falaram que ela tem uma loja por aqui ou algo assim, mas não moro desse lado da cidade. Então...eu estou bem perdida, sabe? – Sorri, sem graça.

- Ah, eu conheço sim! – Ela concordou, feliz por ajudar. – Está vendo aquela boutique bem ali, naquela esquina? Com os vidros na frente? Toda elegante? – Eu balancei a cabeça. – A senhora Ellora sempre vem aqui buscar algumas flores para enfeitar sua boutique. Ela adora as rosas brancas, diz que deixam o lugar mais bonito, sabe? – A florista riu, alisando a banca de flores.

- Entendi... – Sorri. – Pode me dar um buquê de rosas brancas, então? Sabe como é...não quero chegar de mãos abanando. – Dei de ombros, envergonhada.

- Só um minutinho, querida! – A senhora se virou, entrando na floricultura.

 

***

 

Adentrei aquela loja grandiosa e precisei parar para babar pelo lugar. É simplesmente algo fantástico demais para não se reparar. Não conseguiria...

Eu via as roupas todas organizadas e separadas por ordens de cor, os chapéus caros, colocados em cantos estratégicos da boutique, as etiquetas nas roupas variavam entre Gucci, Louis Vuitton, Victor Hugo, Prada, ah...

Os móveis todos brancos, eram impecáveis. Vendedoras bem altas trabalhavam ali, eram super magras e com cara de metidas.

Correção aqui. Elas devem ser metidas. Com certeza.

- Eu posso... – Era uma morena de belos olhos azuis. – Te ajudar com algo? – Ela forçou simpatia e me esforcei para não mandar ela à merda, isso sim. – Está perdida? – A vendedora chata me perguntou.

- Gostaria de falar com a senhora Howell. Ellora Howell. – Sorri falsa. – Ela está por aqui?

- Sinto muito. Não está. – Ela fez pouco caso, obviamente. – Ellora está em Paris, visitando a filha e atualizando nossas coleções. Como pôde ver, são só marcas exclusivas! – A garota me olhou de cima embaixo, rindo. – Quer deixar algum recado, então? – Ela olhou as próprias unhas, totalmente arrogante.

- Não. Obrigada por sua...simpatia. – Ri, revirando os olhos. – Eu volto depois.

- Você que sabe. – Ela desdenhou, virando de costas e se afastando de mim.

Me virei para sair daquele lugar o mais rápido possível. Porém, logo que eu estava descendo as escadas, totalmente frustrada e decepcionada com minha viagem, trombei super sem querer em uma senhora que subia aquela escadaria, estava de óculos escuros e vestido vermelho.

Era loira. Com o cabelo bem platinado mesmo. Uma mulher elegante, claramente.

Típica senhora rica e americana.

Ela estava com outro buquê de flores brancas nas mãos e parou de andar ao reparar que eu também tinha um comigo. E nós ficamos simplesmente assim, uma olhando pra outra feito duas grandes idiotas!

- Desculpe! Eu não te vi mesmo... – Fui sincera.

- Tudo bem. – Ela sorriu. – Perdão pela falta de educação, mas...que flores mais lindas! Eu adoro rosas brancas! – A senhora passou a mão pelo meu buquê, rindo. – Aonde as comprou?

- Ali. Na floricultura da esquina mesmo. – Dei de ombros, triste. – Eram um presente para uma senhora que trabalha aqui. Mas como ela não está, então...acho que perdi a viagem.

Eu sorri pra ela e em seguida, continuei à descer as escadas.

- Espere, menina! Espere!

Parei de andar e coloquei as mãos contra o rosto, me protegendo do sol daquela manhã.

A senhora desceu as escadas meio apressada, toda elegante com aqueles saltos pretos e muito altos. Ela tirou seus óculos escuros e eu vi os olhos mais verdes que já vi na minha vida.

Pareciam até uma floresta densa, verde pura!

- Com quem gostaria de falar, por um acaso? – Ela me encarou, curiosa.

- Não sei se conhece. Eu também não a conheço. Mas, ela se chama Ellora Howell. – Expliquei.

- Está falando com ela própria, minha florzinha... – Ela sorriu, convencida. Ri também.

No último minuto possível! EU NÃO ACREDITO! Eu te devo uma, menino Jesus!

- Não estava em Paris?! – Entreguei o buquê de flores à ela, rindo. – Elas são pra você...

- Que gentileza! Muito obrigada. – Ela as pegou e ficou com um buquê em cada braço, chegava a ser engraçado de ver. – Por que está me procurando? Nós nos conhecemos? – Ellora franziu o cenho.

- Me chamo Elizabeth, Elizabeth Collins. O meu avô, o senhor Aspen Collins, me disse para vir aqui e procurar por você. – Olhei em seus olhos. – Acho que tem algo importante para me dizer, não tem? – Sorri sem jeito.

Isso chegava a ser ridículo de tão inacreditável...só piora.

Como uma mulher como ela poderia saber algo sobre uma pessoa qualquer como eu?!

Vovô só pode ter fumado maconha antes de escrever aquela carta pra mim. Não é possível.

- Elizabeth.... – Ellora me encarou, de um jeito que nunca vi alguém fazer antes.

Ela soltou os dois buquês no chão, prendendo um grito de susto! Dei um passo pra trás, não entendo o motivo da reação tão espontânea dela. Eu a olhei novamente e vi seus grandes olhos verdes marejando, pouco à pouco...senhor...

EU NÃO SEI O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI, PUTA QUE PARIU!

Em que furada você me pôs, hein vovô?!

- Senhora!  – A segurei pelo braço, sentindo a pele fria dela. – ALGUÉM ME AJUDE! – Gritei.

As vendedoras saíram correndo de dentro da loja, aparando a senhora Howell. Elas abanavam o rosto dela, enquanto a traziam para dentro, a sentando num dos primeiros sofás brancos.

Eu simplesmente não sabia que fazer! Então, apenas segui todas elas, parando na frente de Ellora. Só andava de um lado para o outro, nervosa e sem saber como me expressar!

- O que houve? – A perguntei, com medo. – Por que ficou assim?! – Indaguei, confusa.

- Elizabeth! ELIZABETH! CÉUS, MUITO OBRIGADA! – Ela sorriu, respirando fundo. – Liguem para a minha Chloé, garotas, POR FAVOR, FAÇAM ISSO NESSE MOMENTO! – Ellora dizia, em total choque.

- Senhora, eu preciso que me diga algo! – Arregalei meus olhos, em pânico...

Ah, minha amada Elizabeth... – Sua mão cheia de anéis de diamante pegou na minha, a apertando com muita, mas muita força mesmo. Ela parecia até temer que eu fugisse!

- Por favor, só me diz alguma coisa! Por que está desse jeito?! – Me ajoelhei em sua frente.

 – Eu...e-eu...Deus, obrigada... – Ellora só chorava, apertando minha mão.

- Meu Deus! – Eu disse, APAVORADA. – Eu não tô entendendo nada, senhora! – Fui sincera, me sentando ao lado dela. – Acho que foi uma péssima ideia vir aqui, não foi?! – Vi suas pequenas mãos tremendo, ela é vai infartar aqui...já chega disso!

Eu não sei o que está acontecendo e não irei ficar para descobrir. Me levantei para sair correndo logo dali! Mas, Ellora apertou com força o meu braço, me obrigando a ficar com ela.

- Não vá, meu amendoim. Não agora que eu achei você... – A senhora Howell sorriu.

- Me chamou de quê?!

A encarei, perplexa.

Como ela sabia do meu apelido de infância?!

– Esses seus olhos! Seus olhos... – Ellora riu, parecendo se acalmar mais. - Eu sabia que conhecia esses olhinhos de algum lugar, meu amendoim. Eu sabia. – Ela apertou meu rosto, colando as nossas testas. Um choque percorreu todo o meu corpo.

Um choque. Parecia ser quase um lembrança...eu não sei!

Meu Deus do céu. Eu perdi o controle de vez.

A senhora Howell me abraçou com tanto medo, como se temesse nunca mais me ver na vida!

- Eu esperei tanto tempo por você. Tanto, mas tanto tempo, Elizabeth... – Ellora me apertou ainda mais, chorando.

 

***

 

Depois que tudo se acalmou, Ellora arranjou forças para se levantar e me pediu para segui-la até uma grande sala, nos fundos da boutique. Descemos algumas escadas e ela abriu uma das portas, ela era grande e preta. E então, a senhora Howell me mandou entrar.

- Desculpe por te assustar, florzinha. Eu... só não pude me controlar. – Ela disse, respirando fundo. – Sei que deve estar muito confusa agora, não é?! – Ellora sorriu.

- Tudo bem, eu acho... – Ri, ainda sem graça. – Agora, pode me explicar o que aconteceu?!

- É você, Elizabeth. Nós duas nos conhecemos há muito, muito tempo. Collins finalmente criou humanidade naquela alma em te dizer para vir me procurar. Ele sabe que esse era o certo à se fazer desde o início! – Ela dizia, com raiva. – Aonde aquele velho covarde está?! – Ellora se irritou de vez, me encarando.

- No cemitério. – A encarei e Ellora se calou. – Ele morreu há uns anos. Infarto. – Suspirei.

- Covarde mesmo...preferiu morrer à vir me procurar! – A senhora suspirou. – Saiba de uma coisa, querida. O homem que você chama de “avôestragou as nossas vidas! Ele foi cúmplice de um crime absurdamente horrível! – Ellora voltou a chorar, fechando os olhos. - TUDO ISSO EM NOME DA LEALDADE AO MONSTRO COM QUEM MINHA FILHA SE ENVOLVEU! – Ela se exaltou, batendo contra a mesa.

Dei um pulo de susto, colocando as mãos no peito. Sentia meu coração pulando...

- Lealdade?! O quê?! Eu não entendo! O que ele fez à vocês, Ellora?! Diga! – Apertei minhas mãos. – O que um homem como o meu avô pôde ter feito de tão horrível?! – Indaguei, chocada.

Vovô...

- Ele nos tirou o nosso bem mais precioso. Ele nos tirou você, Elizabeth! – Eu tapei minha boca, em choque. – Você era nossa! Mas, causaria um caos enorme quando fosse descoberta! TUDO ISSO POR DINHEIRO E PODER! E ELE PREFERIU ESCONDER VOCÊ À TE ASSUMIR!

Ellora gritou, bagunçando seus cabelos. Eu nem tinha forças para me levantar dali.

Minha alma parecia ter saído do meu corpo. Eu estava em outra dimensão, vendo e ouvindo tudo aquilo. Apenas existindo e tentando encaixar aquele quebra-cabeças.

Era...algo doentio.

- Quem f-fez isso... – Disse, baixinho. – Quem me tirou de...v-vocês?! – Minha boca forçou-se à completar a última parte da frase. Isso era surreal demais para ser verdadeiro.

Senti minhas mãos tremendo como nunca na vida. Eu não acredito nisso.

- SEU PAI! AQUELE...AQUELE DESGRAÇADO! – Senhora Howell rosnou. – O filho da puta que se acha o dono do mundo todo! Ele brincou com os sentimentos da minha filha e quando você nasceu, pagou para que sumissem com você! – Ela cuspia os fatos contra mim. – Seu avô era o motorista dele e aceitou essa oferta nojenta... – Ellora limpou as lágrimas, suspirando. – E eu nunca mais o vi na minha vida, querida. Pensei que ele simplesmente tivesse sumido no mundo com você, Elizabeth. Eu te procurei por tantos anos, eu não sei como...como eu não...

Ela se sentou, traumatizada e nervosa por relembrar essa história horrível.

Meu coração se contraiu de tanta pena de Ellora. Eu logo corri para socorrê-la, a abraçando com muita força, sem nem saber o que fazer ou dizer agora!  

- Aspen teve coragem de continuar vivendo aqui em Los Angeles, tão perto de nós! Mentindo sobre não saber aonde você estava, florzinha. – Ela se deitou em meu peito. - Cheguei à ir na casa dele uma vez, encontrei com a filha dele e os dois filhos pequenos dela. Um menino e uma garotinha de colo. Ela só desconversou, disse que não sabia de nada...ah, céus. – Ellora chorava, abraçada à mim.

Eu só conseguia chorar. Só isso. Abracei seu pequeno corpo frágil, tomando a coragem que eu jamais teria. A coragem de realizar à última pergunta. Eu só quero estar errada. Só quero que seja terrível engano. Só quero que isso seja um pesadelo. Só quero ir embora! DROGA!

- Se lembra do nome...da filha de Aspen, Ellora?!

Fechei os meus olhos, começando à chorar. Por favor, só não me diga que é quem eu imagino que seja...eu imploro. Tudo, menos isso. Por favor. Deus, não faça isso comigo...

Por favor...

- Jamais me esqueceria dela. – Ellora sussurrou, rouca. – Sadie Collins. O monstro que ajudou Aspen à fugir com você. Eu sei que ela o ajudou. Aspen não conseguiria isso sozinho. – Ela completou.

E nada mais foi dito.

A abracei, chorando. Minha mente não processava mais nada. Eu não raciocinava.

- Eu não consigo acreditar... – Suspirei. – Desculpe, Ellora. Não posso acreditar nisso. É a minha mãe! A pessoa que eu mais amo no mundo! Tia Sadie não faria isso... – Deitei no chão, feito uma criança idiota. – Ela não...ela não faria... – Fechei os olhos.

Eu não sei quanto tempo eu passei ali. Sem nada. Meu coração havia se despedaçado. Eu tirei a carta do bolso e a entreguei, sem olhar em seus olhos. Eu só queria morrer.

No sentido literal. Eu quero morrer. Doeria bem menos do que isso.

- Eu sei o quanto isso é difícil, amendoim. – Ellora se deitou ao meu lado.

- Como sabe a porra do meu apelido?! Me diz?! – Tapei meus olhos, chorando. – Que merda?!

- Sua mãe adorava comer amendoim durante a sua gravidez, querida. – A senhora Howell respondeu, baixo o suficiente para que somente eu pudesse escutar.

Ela apertou minha mão e desmoronei de vez.

- Tome. – Ellora tirou de uma das gavetas de sua escrivaninha um pequeno papel e me entregou. Meus olhos continuavam fechados e senti nas mãos a textura de algo que parecia ser uma fotografia.

- Eu não consigo...não dá pra mim. Desculpe, de verdade. – Tentei me levantar, mas minhas pernas não...

- Ao menos olhe, Elizabeth. Olhe e verá tudo o que precisa, eu prometo à você!

Criei forças para encarar a fotografia. Uma pequena criança no colo de uma jovem mulher. Ela era loira, assim como Ellora, tinha grande olhos verdes e tinha cabelos bem curtos. Estavam em Paris. Eu via a torre Eiffel ao fundo. Era uma mulher tão linda...

- Essa é Chloé. A minha menina. – Ela explicou, sorrindo. – E esse bebê lindo aqui... – Ellora abraçou minha cintura, tentando me dar forças. – É você, amendoim. É você! – Ela riu.

- Isso aqui não prova nada! Pode ser só outro bebê! Ellora... – Neguei, eu não conseguia...

- Vire a fotografia.

“Nossas mais sinceras lembranças ao senhor Aspen Collins por nos ajudar à vir até Paris. Te devemos muito, querido amigo. Até breve.

De Chloé e Elizabeth. XX”.

- Eu roubei essa foto no dia em que visitei à casa de Aspen e Sadie. – Ellora disse. – Estava em um pequeno porta-retratos. Eu reconheci vocês no mesmo momento... – Ela suspirou.

Respirei fundo e guardei a foto em meu moletom.

- Eu...já vou.

Me levantei, em transe, apenas encarando meu estado deplorável pelo reflexo da janela. Estou um verdadeiro lixo. Por dentro e por fora, eu diria. Me sinto um caos.

- Meu telefone. – Ellora colocou um cartão em meu moletom. – Por favor, só me diga que irá voltar!

- Eu não sei...eu preciso ir. – Disse, piscando repetidas vezes. – Desculpe mesmo! Eu preciso sair daqui!

Saí correndo dali, ignorando todos os olhares curiosos de todas aquelas mulheres que estavam na boutique. Eu corri pela calçada da fama, corri pela floricultura e corri pelo Distrito de Venice. Eu corri muito. Como no dia em que vi o sequestro de John Hayes. Eu corri.

Eu corri. E eu fugi. Fugi de Ellora. Fugi do vovô. Fugi da história e fugi de mim também.

Eu nem sabia para onde ir! Merda, eu não podia ir pra casa...eu nem sabia se ainda existia uma casa! Parei no meio da praia de Santa Mônica e olhei novamente para aquela foto, em prantos.

Chloé...

- Esse maldito nome ainda soa familiar... – Respirei fundo, tentando parar de chorar!

Só existia um lugar em toda a terra no qual eu gostaria de estar agora. Eu só queria estar com alguém que não mentiria pra mim. Alguém que não me enganaria. Alguém que me faria esquecer de toda esse inferno que se instaurou na minha vida!

E é pra lá que eu vou. Foda-se tudo isso. Já chega disso.

Eu desisto.

 

***

 

Assim que ouvi as portas de vidro se abrirem, eu fiquei imóvel.

- Mas que porra... – Ouvi a voz rouca e ergui meu olhar. – Elizabeth?!

Justin cruzou seus braços, me encarando desacreditado.

 – O que aconteceu, caralho? Por que tu tá chorando, garota?! – Ele perguntou, chocado.

Não tinha cabeça para dizer nada, apenas o abracei com toda a força que me restou.

Bieber estava tão em choque que nem me disse nada, só correspondeu ao abraço. Senti os seus braços grandes me envolverem, no segundo seguinte em que ele colocou a cerveja que segurava em uma mesa, ao lado da porta.

- Ei... – Justin me abraçou com ainda mais força. Eu chorava feito um bebê. – Elizabeth, eu preciso que tu me diga o que aconteceu, pra eu poder te ajudar... - Ele sussurrou no meu ouvido, me puxando para si.

Eu apertava sua camiseta preta, com medo de que ele fosse embora e me abandonasse.

Eu jamais pensei em dizer isso, mas...eu estava me sentindo segura com o Bieber.

- M-Me enganaram... – Engoli o choro, o olhando nos olhos. Justin franziu o cenho, sem me soltar de perto dele. – Eles me enganaram, Justin! Todos eles! – Surtei. - A porra da minha vida toda foi uma MENTIRA! UMA GRANDE MENTIRA! – Eu voltei à chorar, colocando minha cabeça em seu peito.

Gosto muito do cheiro dele. Esse perfume.... Ele me faz sentir melhor, eu sinto isso.

Bieber fazia carinho no meu cabelo e tentava limpar minhas lágrimas com seu polegar. Eu olhei em seus olhos e vi suas íris preocupadas, encarando cada detalhe em meu rosto.

Eu preciso, de uma vez por todas na vida, parar de me enganar dessa maneira e assumir o fato de que possa estar apaixonada por ele. Meu coração pula quando o vejo. E não é de medo!

Eu realmente sinto que posso estar me apaixonando perdidamente por Justin...

E eu vou me foder ainda mais com isso.

 

 


Notas Finais


EU TÔ É JOGADA NO CHÃO, MEU DEUSSSS!
nossa Elizabeth aos poucos está descobrindo cada vez mais sobre seu passado...
E eu garanto, essa jornada pelo passado só começou!

Justin sendo fofo com a Lisa? Mas que milagre é esse?!
Um minutinho de aaawwwnnnn pra essa cena mais que fofíssima deles... <333

É isso amores! Um beijão e até o próximo capitulo...
<33


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