História Champions - The grand plan

- Lisa. Pov. On. –

- O quê?! – Rosnei, em choque. – Mas como assim?! Vocês não se odeiam?! – Indaguei, nervosa.

- Eu posso te explicar isso, querida. – O homem de preto me encarou, sarcástico. – Estamos aqui à pedido do próprio Derek, viemos em paz. Não é um momento propício para o nosso esperado acerto de contas. Não acha, Bieber? – Riu baixo, nos encarando.

- Eu acho que eu vou te mandar pro inferno se continuar abrindo essa boca, verme. – Justin retrucou, puto de ódio. – Precisava trazer teu cachorrinho na coleira, é? Derek não se garante sozinho não?! – Atacou, rindo.

- Mas, é claro que ele se garante! – O homem sorriu. – Confio em Derek. A questão é que eu não confio em você. Então, para evitar maiores problemas, eu resolvi aparecer. – Ele piscou.

- Puta merda... – Alexia resmungou, tão horrorizada quanto eu. – Vocês não estão pensando em se matar, né gente?! É o teste de DNA do meu filho! TENHAM MAIS EMPATIA! – Ela gritou.

- Relaxa aí, Alexia. – Ryan rebateu. – POR ISSO, E SÓ POR ISSO, vamos baixar a guarda. Mas, é bom ficar claro, seus arrombados, depois que essa porra aqui acabar, se nossos homens toparem com alguma das madames aí, cabeças irão rolar... – Ele cuspiu as palavras, raivoso.

A energia nesse cômodo estava tão negativa que eu mal conseguia respirar aqui.

- Faço das suas palavras, as minhas, caro Butler.

O homem de preto sorriu, com seu olhar direcionado à Justin. Era visível que os dois tinham alguma rixa pessoal fodida. Algo surreal mesmo.

Meu Deus.

- Por favor, vamos parar com tantas ameaças! – Me intrometi. – Já que todos vieram em paz, não há motivos para tantas armas, não é?! – Apontei para Ryan e Bieber. – Baixem isso, garotos.

- Não confio nesses filhos da puta aí, nem fodendo! – Justin teimou. – Estão armando alguma...

- Me poupe, Bieber. Seja inteligente. Se eu estivesse armando algo, sabemos que já estaria com a sua cabeça em mãos. E vamos ao que interessa, pois tenho outros compromissos. – Os olhos negros toparam com os meus e me arrepiei de medo.

Encarei o pescoço dele e vi uma grande tatuagem que o contornava, parecia ser uma grande águia, de fora a fora na pele. As mãos também eram tatuadas, e o restante do corpo estava tapado pelas roupas. O cabelo era cortado no estilo militar, acompanhado pela barba rala.

Os olhos...alguma coisa nos olhos dele. Podia soar quase como se fosse...conhecido.

Credo! Vira esse pensamento ruim pra lá, Lisa!

- Vai nessa, seu desgraçado. O que é teu tá mais do que reservado, caralho. – Bieber riu em tom baixo, colocando sua arma na cintura. – Anda, cacete. Termina logo com essa porra aqui porque tá difícil olhar pra esses merdas e não meter uma bala na cara deles! – Completou.

Ouvimos batidas novamente na porta e era o doutor, responsável pelo pré-natal de Alexia. O senhor de cabelos brancos chamou todos nós para sua sala de consultas e o seguimos pelo vasto corredor, cheio de funcionários apressados e outras pessoas aguardando consultas.

Quando chegamos à porta de seu consultório, ele foi enfático:

- Somente três pessoas poderão acompanha-la, senhorita Jones.

- Ok... – Alexia respirou fundo, ansiosa. – Ryan, Elizabeth e...o Derek. – Afirmou, decidida.

- Sem provocações, seu pau no cú. – Butler ameaçou Derek, que apenas riu em resposta.

Depois do “leve stress”, todos entramos na sala do doutor. Me sentei ao lado de Alexia e Butler parou do outro lado do cômodo, enquanto Derek apenas ficou em pé, ao nosso lado.

Havia chegado à hora. O momento que nós mais esperamos.

- Isso é seu. É o resultado do exame. – O doutor entrou um grande envelope amarelado para a Alex, que o pegou, trêmula. – O senhor Derek nos forneceu sua amostra genética há alguns dias, por isso demoramos um pouco mais para realizar o exame. – O senhor explicou, simples.

- Você veio até aqui e...fez isso? Sem nem me dizer nada?! – Alexia encarou Derek, confusa.

- Não sou do tipo de homem que foge, Alexia. Diferente de outros, não é, Butler?! – Derek atacou Ryan, que mostrou seu dedo do meio em resposta. – Prometi que te apoiaria, linda.

- Obrigada... – Alex falou, meio que sem saber o que responder para ele.

- Já chega de tanta enrolação, caralho! ABRE ISSO, ALEXIA! – Ryan gritou, estressado. – POR FAVOR, GAROTA! EU VOU TER UM SURTO AQUI, CACETE! – Bufou, tentando se acalmar.

Minha amiga revirou os olhos para Butler, finalmente tirando os documentos do envelope. Eu apertei minhas mãos, tão nervosa quanto todos eles! Puta merda...parece até que vou infartar!

Alexia me encarou com receio, deixando o envelope em cima da mesa.

Ela respirou bem fundo, encorajando-se.

- Não importa mais! – Garanti, a vendo sorrir. – Estamos juntas nessa, sua otária... – Sorri.

- Obrigada, Lisa. Não sei o que seria de mim sem você! – Minha amiga riu, mordendo o lábio.

- Amigas são pra isso, Alexia. Momentos bons e ruins. Fáceis e...complicados. – Pisquei.

Suas mãos contornaram o documento e seus olhos desceram pelo papel, como se ela quisesse apenas ler a parte que REALMENTE importava! Alex suspirou, o segurando mais forte. E aí, aconteceu. Vi seus olhos marejarem e sua boca se entreabrir. Ela havia lido. Com certeza.

- O que diz aí?! – Perguntei, morta de curiosidade! – Vamos, amiga! Quem é o pai do bebê?!

- Merda... – Alexia jogou todos os papeis, num surto de raiva. – MIL VEZES MERDA! – Ela gritou, completamente irada. – Eu não acredito nisso...não...não pode ser! ARH, MAS QUE INFERNO! – Ela tapou com olhos, começando a chorar rapidamente. Ah não...

Puta que me pariu.

- ALEXIA! – Gritei, me levantei no mesmo segundo que ela. – FALE DE UMA VEZ, MEU DEUS!

Ela não me respondeu, apenas foi em direção ao Butler, que estava tentando entender, assim como nós, o que estava acontecendo na cabeça confusa de Alex. Minha amiga ficou frente à frente com ele, olhando no fundo de seus olhos.

Ela tomou forças, antes de finalmente dizer:

- Preferia mil e uma vezes que fosse o Derek. Infiltrado ou não, ele é bem mais homem do que você. Meus parabéns, Butler! Infelizmente, VOCÊ é o pai do meu filho. E sim, é um menino. Um menino que eu espero ser o mais DIFERENTE possível de você, porra! – Rosnou.

Depois disso, vi apenas a sombra rápida de Alexia sair do consultório, batendo a porta atrás de si. E nós ficamos ali, apenas tentando digerir a insanidade que havia acabado de acontecer.

Que barraco. Gente do céu. Será que isso ainda consegue piorar?!

- Cacete. – Butler murmurou, fechando seus olhos azuis e passando a mão pela boca.

Eu peguei os papeis do chão e entreguei ao doutor, que deu sorriso torto em resposta. Encarei o Derek, que tinha uma expressão serena no rosto, apesar de tudo. Ele é um homem bem calmo.

Um cretino. Mas, é calmo.

- Obrigada...por vir, cara. Isso era muito importante pra ela.

 O agradeci, vendo Derek sorrir.

- Alexia é uma mulher incrível, Elizabeth. Mesmo sabendo que eu não era o pai, não poderia deixar de dar apoio à ela. Uma mulher jamais deveria passar por algo assim. – Disse, simples.

- Então tu sabia que não era o pai desde o começo, seu filho da puta do caralho?! – Ryan rosnou, se aproximando mais. – ASSUME, SEU PORRA! Isso tudo era um plano teu e dos merdinhas do Caleb e do Dylan, né?! MAS TU É UM VERME MESMO, ARROMBADO! – Ele gritou, fora de si.

Ok, isso aqui acabou de piorar.

- Talvez sim, talvez não. Era mesmo um plano, Butler. Mas isso, nem de longe, tem a ver com você e a sua trupe de palhaços amadores. Justin precisa entender que ele não é centro de tudo... – Derek me lançou um olhar bem fixo, antes de continuar. – Até breve, Elizabeth. E diga para Alexia que eu...sinto muito, por tudo isso. – Suspirou, me vendo concordar.

- Eu direi.

Derek saiu tão repentinamente quanto entrou, deixando apenas Ryan, o doutor e eu, na sala.

- Não me olha assim, gatinha... – Butler reclamou, me fazendo respirar fundo. – Eu sei que eu fui meio babaca com a mina, tá?! Não precisa piorar a minha situação! – Resmungou, irritado.

Ah, pronto. Agora, eu sou a culpada!

- Você vai resolver essa merda, seu idiota. E aja feito homem. Alexia precisa de um ao lado dela esse tempo todo, mas era o Derek estava fazendo esse papel por você! Devia agradecer ele por isso! – Ataquei, puta da cara.

- Eu, Lisa?! Agradecer aquele veadinho fodido?! NUNCA NA VIDA! – Butler riu alto.

- Alexia estava certa, Ryan. – Suspirei pesado. – Teria sido melhor se o Derek fosse o pai.

Em seguida, larguei o doido do Butler ao gritos dentro da sala e bati a porta também, sem saco para ouvir a masculinidade frágil daquele imbecil. No momento, eu só queria encontrar a coitada da Alexia e verificar se ela estava bem, só isso...ah, mas que merda!

Topei com Justin e o tal Caleb, logo no hall da clínica. Ambos se olhavam com puro ódio, como se fossem se matar à qualquer minuto mesmo. Dei alguns passos pra trás, encarando aquilo.

- O que tu tá cheirando na minha cidade, hein desgraçado?! – Bieber atacou, muito irritado.

- Não é da sua conta, Justin. Abaixe seus ataques, garotão. – Ele riu, irônico. – Relaxe...

- Eu te conheço, seu filho da puta. Sei que tu tá aqui por um motivo. E a tua marionete não me convenceu de que veio aqui só pra fazer essa porra de exame. O maldito tava na MINHA BOATE, na noite que disse que fodeu com a mina. O que ele tava fazendo por lá?! Vai contar mentira pra outro otário, cacete! – Bieber peitou Caleb, o fazendo dar dois passos pra trás.

Poucas vezes eu vi Justin tão irritado assim. E confesso, é aterrorizante.

- O enviei até aqui por motivos muito mais relevantes, Justin. Você me conhece para saber que eu não viria até os Estados Unidos por algo sem importância, como você, por exemplo. – Ele riu.

- Tu não me convenceu... – Justin negou com a cabeça. – E já te aviso, se vier com putaria pra cima de mim, eu vou fazer bem pior do já planejei fazer contigo, caralho. Tu vai se arrepender!

 Bieber e Caleb finalmente me notaram no cômodo e eu dei um passo à frente, com receio.

- Se bem que você merecia uma boa lição, por aquela vez que surrou o meu irmão, não é? Hayes ficou sem jogar por anos, Bieber. Você acabou com o joelho do meu garoto... – Caleb argumentou, parecendo indiferente. – Cada ação tem uma reação, cara. – Terminou.

- Hayes? – Perguntei, sem perceber que estava me intrometendo na discussão.

- John Hayes, querida. – Caleb respondeu, sorrindo. – Você já ouviu falar dele, não é?

- NÃO FALA COM ELA, SEU PORRA. – Bieber gritou com fúria, me fazendo pular de susto!

Merda. O John Hayes. A estrela do meu colégio. Justo o maldito garoto que Justin raptou naquela tarde, há cinco anos. A mesma tarde em que eu fiz a burrada de me meter aonde não fui chamada. No exato dia em que Justin Bieber apareceu na minha cozinha, me ameaçando que nem um maluco surtado. Exatamente aonde tudo isso começou.

Porra do caralho.

- Você é irmão do John Hayes?! – Arregalei meus olhos, desacreditada.

- Ele é meu meio-irmão, na verdade. – Caleb me olhou fixamente. – Nosso pai era um senhor muito animado, digamos assim. Mas, ele morreu há muitos anos. Desde então, eu cuido daquele garoto. Porém, nosso Hayes vive se metendo em problemas...não é, Justin? – O homem riu, em tom de deboche.

Caleb e Justin, em níveis de debochar de alguém, são iguaizinhos.

- EU JÁ NÃO TE MANDEI VAZAR DAQUI, ARROMBADO DO CACETE?! – Bieber tirou sua arma e apontou diretamente pra cabeça de Caleb, que rendeu suas mãos, sorrindo. – SOME, PORRA.

- Já estou de saída, Justin. Não se preocupe. – Garantiu. – E...foi um prazer rever você, Elizabeth. Um grande...prazer.

Caleb suspirou, me encarando profundamente, antes de se afastar de nós. Essa situação foi a mais bizarra dessa semana, eu diria.

Fiquei observando Caleb chamar o cara chamado Dylan, apenas com um olhar sombrio, e ambos seguiram até a saída da clínica. Eles entraram numa Range Rover preta e blindada.

Encarei Bieber, ainda em choque com tudo aquilo. Eu nem consegui dizer mais nada depois dessa conversa pra lá de estranha. “Rever”. Eu nunca nem vi esse homem na minha vida! Ele está drogado ou o quê?

E essa maluquice de que um homem desses é irmão do John Hayes?! O idiota do time do meu antigo colégio? Meu senhor.... Esse mundo é pequeno mesmo. Sem condições.

- Você também ouviu esse doido falar que foi um prazer me “rever”? – Perguntei imediatamente ao Bieber, que apenas negou com a cabeça. – Que cara mais estranho, credo!

- Ele e os cachorros na coleira devem estar de olho em ti faz tempo, certeza que tem parada errada aí, só pra me atingir. Malditos. Mas, tu pode ficar de boa. Eu resolvo isso, tá? – Justin suspirou pesado.

Algo me diz que tem algo muito mais sombrio embaixo dessa estranha conversa.

 

 

***

In Bel Air.

 

- Eu não acredito que o tapado do Ryan está namorando com a vadia da Hilary! – Rosnei.

Larguei minha bolsa de mão da Gucci na sala e baguncei meus cabelos, com ódio!

QUE PORRA!

- Pivete, respira... – Justin veio atrás de mim, debochado. – O que tem demais nisso, Elizabeth?

- O QUE TEM DEMAIS?! – Gritei, assustando Bieber. – SÉRIO MESMO, SEU RETARDADO? Aquela puta infernizou a minha vida, no colégio! Ela irritou a coitada da Alex tantas vezes que eu MAL CONSIGO CONTAR! – Surtei de vez, me esforçando pra não esganar o loiro na minha frente.

- Puta merda. – Justin riu, revirando os olhos. – Gata, pensa comigo. Ela é só mais uma puta qualquer que o Butler vai comer até enjoar e depois, vai largar de mão. Hilary não é um problema pra ti. Então...relaxa, vai? – Bieber veio até mim, mas me afastei. – Elizabeth, porra!

- Imagina só a Alexia tendo que enfrentar uma gravidez sem ter um namorado ao lado e ainda com a merda da Hilary em todos os ultrassons?! – Argumentei, irritada. – O Ryan é muito ridículo, Bieber! Por que os homens são tão desgraçados, hein?! – Ataquei, nervosa.

MAS QUAL É O PROBLEMA DESSES CARAS?! DEVEM PENSAR SÓ COM O PINTO, É ISSO!

- Para de se preocupar com o problema dos outros, pivete. Que caralho. – Bieber se estressou.

- Ela é minha melhor amiga! Poxa, Bieber. Alex saiu correndo depois de saber que o Ryan era o pai do filhinho dela. É um menino! E ela queria que fosse o Derek, tava na cara! – Resmunguei.

Tadinha da Alex. Ela não merecia passar por essa barra toda.

- Que bom que ele não é, acredita em mim. Ia dar uma merda do caralho isso aí. – Justin voltou da cozinha, agora com uma garrafa de cerveja.

Ele se jogou no sofá, todo tranquilão. Arh, que raiva!

– Escuta, porra. A tua amiga maluca não tem ideia do filho da puta do caralho que aquele Derek é, Lisa. – Suspirou, bebendo. – Se ela reclama do Butler, Derek é mais arrombado ainda.

Ele me chamou de Lisa? “Lisa”?!

- Do que você me chamou, cara?! – Ri, me aproximando dele. – Você nunca, NUNCA, me chama de Lisa, senhor Justin Bieber. O que foi agora?

Debochei, me sentando ao seu lado.

- Eu falei foi Elizabeth. Tu que ouviu errado. Viu só? Essa parada de gravidez da tua amiga tá te deixando maluca também. – Justin me zoou e revirei os olhos. Como é otário! – Só fica de boa por aqui, fechou?

- Não vai ser nada fácil...

Peguei a garrafa de sua mão, bebendo quase metade dela de uma vez. Bieber riu, divertido.

- Eu já te disse que adoro essa? – Perguntei, rindo. – É a melhor cerveja de todas!

- Da última vez que tu disse isso, me pagou um boquete incrível aqui no sofá. – Justin soltou uma dessa e dei um tapa em seu ombro, horrorizada! – Lembra? Ah, não faz a santa, né pivete?!

- Eu era só uma menina boba, Justin! Você que se aproveitava! – Ri, revirando meus olhos.

- Não é bem por aí não... – Bieber retrucou, rindo também.

São raras as vezes que nos damos bem assim, mas ultimamente, isso está se tornando comum. Estranhamente comum.

Eu gosto de conversar assim com Bieber. Ele me faz rir, me irrita, mas...eu confesso que gosto.

- É bom conversar contigo, Justin. – Soltei, sem pensar. Bieber me encarou. – É sério!

- Também curto quando tu não é insuportável e consegue conversar que nem gente. Quase como se fosse adulta. – Ele debochou e mostrei meu dedo do meio pro Bieber, esse babaca...

- Sabe que agora eu sou uma adulta, não é? – Perguntei, rindo. – Então, você já pode parar de me chamar de “pivete”. – Revirei os olhos. – Me sinto com três anos quando escuto isso!

- Jamais. Só se tu me matar. – Bieber piscou, tomando sua cerveja de mim. – Me dá isso. Tu é muito criança pra ficar se embebedando por aí, Elizabeth. – Rebateu, me provocando.

O tom que ele usa pra falar meu nome me faz querer bater na cara dele, ao mesmo tempo que me faz querer beijar Justin até todo o ar do meu pulmão acabar. Confuso? Nenhum um pouco.

- Você é um idiota! – Ri. – Quer dizer que eu sou criança pra beber, mas não sou criança pra transar com você?! Que porra de lógica é essa, Justin? – Cai no riso, chocada com ele.

- Que bom que tu entendeu. – Bieber ergueu sua cerveja, pouco antes de voltar à beber.

Encostei no ombro de Justin e tentei relaxar. Mandei algumas mensagens de apoio para Alex e tentei ligar pra ela, mas acho que minha amiga precisa de um tempo pra digerir tudo aquilo.

- “Preciso ficar sozinha, mana. Ainda tô meio surtada. À noite podemos sair”?

- “Fechadíssimo. Amo você, não se esqueça, otária”.

Suspirei, bloqueando meu celular. Ah, Alex...

Ouvi a grande porta da frente se abrir e no segundo seguinte, a família inteira do Bieber estava na nossa frente. Jaxon e Jazmyn não paravam de gritar, Pattie e Jeremy discutiam sobre alguma bobagem ser importância e Chelsey segurava a pobre Bay no colo, ainda em choque.

- Dá pra calarem essas bocas, cacete?! – Justin se estressou. – Tô tentando relaxar aqui, porra!

- Ah querido, seu pai é um ridículo, um verdadeiro palhaço! – Pattie revirou os olhos, irritada.

- E eu não tô nem aí pra putaria de vocês. Agora vazem. – Bieber murmurou, sem paciência.

E lá se foram todos, brigando e me fazendo rir. Pelo jeito, isso deve ser normal, né? Em menos de DOIS MINUTOS, Pattie e Jeremy já estavam rindo, enquanto Chelsey fazia a mamadeira de Bay e Jaxon e Jazmyn subiram para seus quartos. Que maluquice...

- Não liga, geral é assim aqui. Quebra o pau e depois dá risada. – Bieber explicou, eu ri.

- Deve ser legal, ter todo esse clima familiar. Você gosta? – Perguntei, me aninhando nele.

Bieber riu com minha aproximação rápida e colocou sua mão em minha coxa, rindo de lado. Cachorro.

Senti seus dedos brincando com a barra da minha saia, enquanto ele pensava em algo.

- Odeio quando esses otários se reúnem, mas sinto falta. É estranho. Acho que quando tiver meus filhos, vou curtir mais. Tentar ser um pai foda pra caralho pra eles, sacou? – Concordei.

- Quando eu for mãe, quero dar todo o carinho e sempre dizer a verdade pra eles. – Disse.

Ouvíamos a campainha tocar e um dos seguranças de Justin enviou uma mensagem à ele. Bieber autorizou a entrada de alguém e o vi revirar os olhos. Estranhei.

- O que foi? Alguém chegou? – Perguntei, sem me mover contra o peito dele.

Justin ia dizer algo, mas fomos interrompidos pela porta se abrindo. Adivinhem só quem era?

Estava toda estilosa, com um incrível vestido Chanel, maquiada e parecendo ter saído direto de uma revista da Vogue?! Hailey meus amados, exatamente. A ex-noiva de Justin Bieber.

E uma ficante fixa, até onde eu costumava saber...

- Não queria atrapalhar nada. – Ela coçou sua garganta. Eu vi sua clara irritação. – Justin, será que podemos conversar por alguns minutos? – Hailey indagou firme, segurando sua bolsa.

Bieber olhou pra mim, tentando encontrar as palavras certas para me “expulsar” dali. Não foi necessário. Eu sei quando estou atrapalhando algo ou alguém. Suspirei, antes de me levantar.

- Pivete...tu não prec... – Justin tentou dizer algo, mas o cortei.

- Está tudo bem! – Respondi. – Você não me deve satisfações. Nem ela. – Forcei um sorriso falso, subindo as escadas e sentindo minhas costas queimarem com os olhares de ambos.

Inferno. Não acredito que essa droga sem importância me afetou tanto, cara. Sinto que meu coração vai pular do peito, de tanta raiva! Eu odeio Justin e esse maldito efeito que ele tem sobre mim! ODEIO!

 

***

- Algumas horas depois... –

 

Desci para o almoço, após Pattie vir me chamar no quarto e praticamente me forçar a comer sua lasanha. Sinceramente? Nem com fome eu estava! Conversei com os familiares de Bieber durante a refeição, mas ele não apareceu. Ficou lá, trancado em seu QUARTO, apenas CONVERSANDO com a Hailey.

- Querida? – Pattie me chamou, desconfiada. – Está tudo bem?

- Tudo ótimo! – Respondi, sorrindo amarelo.

- Lisa... – Pattie riu, me encarando. – Você acabou de amassar um garfo de prata. – Ela apontou para o meu talher e arregalei os olhos ao ver que estava amassado mesmo! – Tem certeza que está bem, amor?

- Tenho...e-eu só estou...p-preocupada com a Alexia e... – Me embaralhei toda, meu Deus!

- Entendo. A Alexia. É claro. – Jeremy rebateu, me fazendo rir. – À propósito, Justin não virá almoçar? Eu e as crianças vamos ao parque de diversões hoje. Jazmyn quer ir na roda gigante de Santa Mônica. – Explicou. – Nós já estamos de saída e...

Senti aquele maldito perfume adentrar o cômodo e quando me virei, dei de cara com Justin e Hailey, se sentando lado a lado para comer. Quase que eu vomito todo o meu almoço, porra!

Eu não acredito na putaria que eu estou vendo...

- Oh, Hailey! – Pattie disse, surpresa. – Que prazer te rever! Vou pegar um prato pra você! – A mãe de Justin me encarou, como se não estivesse entendendo nada daquilo. Nem eu estava!

- Obrigada, Sra. Malette. É muito gentil. – Hailey sorriu, satisfeita.

Nossos olhares se trombavam e vi aquela mulher me encarando como se estivesse plenamente feliz com a situação, ela queria me provocar, é isso? Ah, puta merda...

- Com licença, gente. Preciso fazer algumas ligações. - Resmunguei, me levantando da mesa.

- Mas, você mal tocou na comida, Lisa! – Jeremy comentou, me fazendo respirar fundo.

- Perdi a fome. – Sorri, falsa.

Saí de lá, ignorando a cara de tacho de Justin e o sorrisinho filho da puta daquela Hailey. Dois otários! Quer saber?! Podem enfiar toda a lasanha de Pattie no...

Abri a porta do quarto de hóspedes e fiquei por lá mesmo. Fiz alguns posts no Instagram e gravei alguns stories idiotas para os meus seguidores. Minha caixa de mensagens estava completamente lotada de pessoas me perguntando quem era o Bieber, porque nós estávamos saindo juntos, se eu havia traído Tristan com ele, era UM TOTAL CAOS!

Ok, eu preciso assumir. Essa situação definitivamente saiu de controle.

Finalmente decidi retornar as ligações de Camille. Me preparei para ouvir um sermão de duas horas e a escutei atender no segundo toque:

- “ELIZABETH! EU VOU MATAR VOCÊ”!

- “Bom dia pra você também, Camille”.

- “BOM DIA?! JÁ VIU SUAS REDES SOCIAIS?! AS NOTÍCIAS?! O MUNDO QUER SABER QUEM É O BANDIDO COM QUEM VOCÊ ESTÁ SAINDO, GAROTA! Mas que merda, Elizabeth! O que está acontecendo com você aí?!”

- “Nada, já te disse! Eu sei que aquelas fotos vazaram de novo, mas nós podemos dar um jeito nisso e...”

- “Você está em Los Angeles, Elizabeth. A CIDADE DOS PAPARAZZIS. Acha mesmo que nossa equipe vai ser capaz de acobertar suas escapadinhas com esse Justin?! Você sumiu por dois dias, garota! Isso é uma eternidade para celebridades como você. Estou fazendo o possível para que as marcas continuem contratando você, mas está quase IMPOSSÍVEL”.

- “Sinceramente? EU NÃO ESTOU NEM AÍ PRA CONTRATOS, CAMILLE! Minha vida pessoal é uma bagunça completa e eu preciso de um tempo disso tudo. NÃO CONSIGO MAIS. É ISSO”.

- “Me diga que está brincando...”

- “Não estou. Minha cabeça está à mil por aqui. Não sei quando e nem sei se vou voltar a Paris algum dia. Então, se quiser segurar as pontas, ótimo. Se não quiser, eu não ligo. Eu vou tirar um tempo pra mim, porque senão eu vou surtar, caralho”!

- “Uma semana, garota. É o máximo que eu posso fazer nesse momento. Vou dizer que você está em um retiro ou sei lá que droga, mas POR FAVOR, tente ser mais discreta, pode ser?!”

- “Já é alguma coisa, não é? Obrigada por tentar, Camille”.

- “À propósito, sua mãe me disse que está chegando aí e...”

- “ESPERA, A MINHA MÃE?! COMO ASSIM”?!

- “Por que? Você não sabia?! Elizabeth! Sua mãe e Tristan estão à caminho desde ontem...”

 

Joguei o telefone na puta que pariu e peguei a primeira mala que eu vi na minha frente! Lotei de roupas, peguei alguns sapatos e tudo que eu achei ser EMERGENCIAL. Porra do caralho, eu sabia, eu sabia!

CHLOÉ ESTAVA QUIETA DEMAIS! ELLORA ABRIU A BOCA E AGORA, ISSO VAI SER UM DRAMA SÓ! Se eu olhar pra ela, depois dessa merda toda, sou capaz de praticar um homicídio, isso sim!

COVARDE! E ainda vai trazer o TRISTAN JUNTO! Aonde já se viu isso?! ELA QUER É ME FORÇAR!

- Deus, que ódio, que ódio, que ódio! – Rosnei, sozinha. – Como essa mulherzinha pode ser minha mãe?! EU NEM SEI MAIS SE É! ELA PODE TER MENTIDO! FALSIFICADO AQUELE EXAME IDIOTA! – Gritei.

Pra quem mentiu sobre tudo na porra da minha vida, um exame de DNA não seria nada demais.

- Elizabeth, será que tu pode me explicar... – Bieber entrou com tudo no meu quarto e viu aquela bagunça toda. – Que merda tu tá fazendo, garota?! – Cruzou os braços, confuso.

- NÃO É DA SUA CONTA. – Gritei, enfurecida!

Voltei à arrumar todas as minhas coisas, ao mesmo tempo que comecei a chorar porque Justin estava ali, porque a louca da Chloé estava vindo até mim, porque Tristan estava do lado dela e porque toda a minha vida é uma droga sem fim e eu nunca consigo ter paz. Por tudo!

Sabe quando você se cansa?! Então, esse é o meu momento.

- Para, pivete... – Bieber veio até mim, mas me desviei. – ELIZABETH. – Ele gritou comigo. Me assustei e parei com tudo, tapando meus olhos. – O que foi, caralho?! O que tu tem agora?

- Já te disse que não é problema seu... – Sussurrei. – Por favor, Justin. Me deixa em paz!

- Nem por um cacete. – Ele rebateu. – O que foi? Tu tá indo embora, é isso? Tá indo embora pra fazer showzinho por ter visto a Hailey aqui?! TU TÁ ME TIRANDO, PIVETE?! – Justin já foi deduzindo as idiotices dele e revirei os olhos. – Larga de ser ridícula, porra! Tu tem merda na cabeça?! – Atacou.

- NEM TUDO AQUI É SOBRE VOCÊ! – Berrei, o vendo franzir o cenho. – QUE MERDA, JUSTIN!

Peguei mais algumas roupas e coloquei na mala, a fechando. Bieber encarava tudo aquilo, eu via em seus olhos que ele estava tentando entender tudo aquilo, mas eu estava tão surtada que não conseguia explicar.

Peguei meu celular, que havia caído no chão, e tentei ligar para Alexia, mas a filha da puta não me atendia! Justo agora, Alex?! É SÉRIO, PORRA?! Eu preciso de um dos seus conselhos loucos, garota!

- Tudo bem, Elizabeth. – Justin suspirou, parado ao lado da porta. – Vai ser do jeito difícil.

Ele se virou e passou a chave na porta do quarto, me encarando, puto da cara. Bieber guardou as chaves no bolso do jeans, bem ao lado de sua arma. Revirei meus olhos, o encarando.

Eu não queria mais incomoda-lo, porque já entendi que Justin tem suas coisas e eu estou trazendo muita merda pra vida dele. O idiota ficou uma eternidade trancado com Hailey no quarto e sei lá o que eles fizeram, cacete!

E EU NEM POSSO EXIGIR NADA DELE! JÁ ESTOU CANSADA DE TANTA CONFUSÃO!

É óbvio que a nossa ideia de “morarmos” juntos não daria certo. Não deu da primeira vez...por que daria agora?!

PERDA DE TEMPO. É isso que nós dois estamos fazendo agora. Perdendo muito tempo.

- Minha mãe...está vindo pra cá. Junto com o meu ex-noivo. Está satisfeito?! – Rosnei, indo em direção à ele. – Ela vai pressionar Ellora, Sadie e o caralho dessa cidade toda, até descobrir aonde eu estou. Então, eu vou embora para não te causar mais problemas, ok? – Completei.

Fui até ele e tentei pegar a chave, foi em vão, óbvio. Justin deu a volta atrás de mim e pegou seu celular, ligando para alguém. E ISSO É HORA DELE FAZER UMA LIGAÇÃO, CARALHO?! QUE RETARDADO!

- Justin, me dá essa merda de chave. – Disse, decidida. Ele me ignorou. – ME DÁ ESSA DROGA!

Tentei pegar a chave e Bieber agarrou minha mão com força, literalmente me girando no quarto e me fazendo ficar de costas pra ele. Pra completar com chave de ouro, o filho da puta ainda tapou a minha boca, acreditam?!

“ – Michael. Preciso do jatinho pra hoje. Pra agora, na real. Manda os manos daí triplicarem a segurança. Vou colar no casarão daqui à pouco e não quero ver ninguém de bobeira lá. Se ligou na viagem que eu te falei?! Vai rolar hoje, então adianta a porra toda por aí”.

Justin me largou e desligou o celular, bagunçando seus cabelos. Via o quanto ele estava irritado por dentro, mas Bieber fez um esforço surreal pra não ter um surto psicótico na minha frente.

- Depois a gente conversa sobre o resto. – Ele afirmou. – E tu vai conversar, Elizabeth. Ah, se tu vai. – Rosnou, em tom de ameaça.

Dito isso, Justin destrancou a porta, saindo de lá logo em seguida.

 

***

- À noite... –

 

- Tem certeza, amiga? Tu sabe que pode ficar comigo! A gente pode dar um perdido na Chloé e irmos para o Texas! Ninguém vai te procurar no Texas, cara! – Alex riu, me fazendo rir. – E aí?!

- Acredita em mim, Chloé me acharia até no inferno. – Revirei os olhos.

Justin passou por mim, colocando sua arma embaixo do moletom preto, sem estampa. Ele, Chaz e Nolan se juntaram pra conversar sobre algo, à sós. Enquanto eu, Alexia e Caitlin ficamos do outro lado, perto da entrada da jatinho. Sim, Justin Bieber tem um jatinho particular.

Depois da nossa discussão, se é que foi uma, não conversamos mais. Eu não suporto olhar pra Justin e pensar em Hailey. Eu não consigo mais, porra! Sei que não tenho nada a ver com a vida dele e é isso que me deixa ainda mais irritada! MINHA MENTE ESTÁ UMA BAGUNÇA!

- Tudo certo. Assim que rolar, me liguem. Não posso perder isso. – Justin riu, satisfeito.

Do que será que todos esses malucos estão falando?!

- Se precisar de alguma coisa, liga pra tia, ok? – Caitlin me zoou, ri baixo. Ela me abraçou, de uma forma carinhosa. – Tenha cuidado. E se Justin surtar, quebre um vaso na cabeça dele. – Ri.

- Vou me lembrar dessa dica. – Sorri, a vendo sorrir também.

- Meu convite ainda está de pé....sabe que faço tudo por você, sua estúpida. – Alexia alertou, se aproximando.

- Eu sei. E obrigada. Justin é a última pessoa com quem eu gostaria de ficar agora, mas é a única pessoa que consegue me manter longa da minha...da Chloé. – Suspirei. – É isso, amiga.

- Tudo bem. Nós vamos fofocar todos os dias! – Alex riu, me abraçando. – Precisa me ajudar à escolher um nomezinho pro meu garoto, Lisa. Pensei em chamar ele de Saturno, ou...Marte! São nomes bem originais, não é?! – Ela provocou, me fazendo dar um tapa em seu ombro.

- NEM PENSE NISSO, MALUCA. – Rosnei, a vendo rir. – Quando eu voltar, escolhemos o nome do seu feto, então me espere! – Ameacei, sorrindo.

Esse garoto vai me dever uma o resto da vida dele. Até no nome eu tenho que interferir!

Dei minha pequena mala de mão pra um dos seguranças deles, que a carregou para dentro do jatinho. Mandei beijos pra Alexia e Caitlin e entrei, largando Justin pra trás na cara dura. Não quero olhar na cara dele E NEM SEI O MOTIVO! Olha o que esse idiota está fazendo por mim...e eu simplesmente não consigo parar de pensar em socar ele! QUE ÓDIO!

Depois de uns cinco minutos, Bieber entrou, fechando a grande porta atrás de si. Fingi que estava dormindo e me cobri com meu casaco, suspirando alto de raiva. Meu Deus.

Alguém pode me explicar o porquê de estar tão puta de ódio com ele?!

- Eu sei que tu não tá dormindo, esperta. – Bieber se jogou do meu lado, tirando meus fones de ouvido. Suspirei, virando de costas pra ele. – O que tá rolando, hein Elizabeth? Tu tá de TPM agora, caralho?!

- NÃO É DA SUA CONTA. – Gritei de novo, fechando os olhos.

- Olha esse teu comportamento de criança, cacete! Puta que pariu, vou ter que queimar a porra da minha língua e assumir que a Hailey tava certa! PORQUE TU É UMA CRIANÇA! – Ele gritou comigo, se levantando e me largando ali. – ME LARGA EM PAZ, PORRA. – Rosnou.

- HAILEY, HAILEY, HAILEY! – Gritei também, jogando o casaco no chão e indo atrás dele, feito uma doida. – Tava pedindo conselhos à ela por acaso?! E outra, que moral você tem pra falar de mim assim, seu imbecil?! – Acusei, cruzando meus braços.

- Que moral?! OLHA PRA TI, ELIZABETH! Não sei se tu reparou, mas sou sempre eu que tenho que tomar conta de ti e das tuas merdinhas. Sempre que a parada esquenta pro teu lado, tu corre pra mim. TÔ COM CARA DE PRÍNCIPE ENCANTADO, SUA PIVETE?! - Justin riu, alto.

Ele apertou um botão azul na cabine, que fez abrirem as portas para a área VIP do jatinho.

Bieber saiu andando e derrubando as garrafas de bebidas que estavam no bar privado, feito um louco. Revirei meus olhos, batendo palmas pro show particular desse idiota! Que ridículo!

- VOCÊ SE OFERECE PRA ME AJUDAR E SOU EU QUE CORRO ATRÁS DE VOCÊ?! COM TODAS AS LETRAS: VAI SE FODER, JUSTIN! – Surtei também, foda-se. – Você e a filha da puta daquela Hailey, estou pouco me fodendo para o que ela pensa de mim, essa otária não paga as minhas contas! – Ataquei, rindo.

- É assim mesmo que ela disse que tu ia agir, como uma ingrata de merda, mimada pra cacete e que me trata mais como um pai do que qualquer outra desgraça! E EU NÃO SOU TEU PAI, CACETE! ENTÃO, PARA DE TRAZER A PORRA DOS TEUS PROBLEMAS PRA MIM! – Bieber deu meia volta, vindo até mim, com puro ódio em seu olhar. – E vê se para de se pagar de vítima pobre coitada, Elizabeth. Nós dois sabemos que tu não é tão inocente assim. – Atacou, sorrindo.

Eu odeio esse cara. Puta merda, como eu odeio o Justin...

- Você não sabe de porra nenhuma, Bieber. Idiota. – Tentei conter o choro. - É NISSO QUE DÁ SE ENVOLVER COM UM BANDIDO DE MERDA COMO VOCÊ! Espero que você e a Hailey, sua amiguinha, sejam muito felizes, lá nos quintos dos infernos. – Rosnei. – EU VOU EMBORA!

Sai correndo pelo jatinho e tentei abrir a porta, mas o jatinho já havia saído da pista. Olhei pelas janelas e observei o céu e as estrelas, estávamos no alto. Merda, não dá pra acreditar.

Estou literalmente presa com esse projeto de ser humano. Inacreditável.

- Não era tu que ia embora? – Bieber debochou, passando por mim. – Quer ajuda pra pular?

- Tô de boa. Só a Hailey ia conseguir voar aqui. Ah...me desculpe, esqueci que galinha não voa. Que coisa... – Ri, empurrando ele, antes de voltar pra minha poltrona. – Assim que a gente chegar, compro uma passagem de volta para Angeles. E para o mais longe de você!

Avisei, pegando meu celular. Justin me ignorou, sumindo pela área VIP do jatinho.

 

 

***

 

- Justin Bieber. Pov. On. –

Porra do caralho. Como essa filha da puta consegue me fazer meter o louco assim?! TÃO RÁPIDO?! A merda dessa pivete tem a necessidade de me irritar, não é possível, cacete!

Hailey colou lá em casa e não era com notícia boa. Parece que ela tá doente e a parada é em séria. Ela só queria compartilhar isso com alguém, caralho. Mas é claro, a Elizabeth tem que fazer showzinho e se comportar que nem uma mimada do cacete, só pra chamar a atenção.

Ela se comporta que nem a Jazmyn, mano. Não, mentira, porque a Jazmyn é mais madura.

Depois da briga fodida que tivemos no jatinho, a pivete deitou e se virou para a janela, claramente fingindo que estava dormindo. Eu sei que ela não dorme depois de brigar ou se estressar com alguma coisa, já me liguei nisso. Elizabeth se mexia sem parar, sussurrando paradas sem sentido e provavelmente me assassinando no sonho dela. Certeza.

- Inferno. Porra do caralho. – Suspirei, pegando meu celular.

Já era de madrugada quando recebi AQUELA mensagem, de Chaz. Nem abri aquela porra direito e sai correndo igual um filho da puta atrás do controle da TV do jatinho, mas no meio da confusão toda, acordei Elizabeth.

Ela me olhou como se eu fosse um maluco esquizofrênico e me viu achar o controle e ligar o aparelho, rindo como nunca na minha vida.

CARALHO, EU PRECISO VER ESSA MARAVILHA!

- “Na noite da última sexta-feira, 29, em Los Angeles, na Califórnia, Caleb Lansky Genovese, chefe da máfia espanhola e com uma extensa ficha criminal, foi preso em flagrante na cidade após orquestrar e autorizar um dos maiores assaltos dos últimos tempos, feito na casa da Moeda, em Madrid, capital da Espanha. Até o momento, não se sabe a quantia exata roubada de um dos bancos mais antigos do mundo, mas estima-se que tenha chegado a casa dos centenas de milhões de euros. Mais notícias no jornal da madrugada de Los Angeles”...

Elizabeth abriu a boca, simplesmente desacreditada. Eu sorri de orelha a orelha, mais do que feliz. Cacete, essa foi foda, Justin Bieber. Tu merece uma festa do caralho por esse plano!

Agora sim, a nossa brincadeira de gato e rato vai começar, Caleb Genovese.

- Você não fez isso, Bieber... – A pivete disse, de olhos arregalados. – Justin, por favor, me diga que não fez... – Ela coçou os olhos, chocada.

- Tu está olhando agora para o bilionário mais jovem da história dos Estados Unidos, Elizabeth. E olha que eu nem comecei.

Pisquei, voltando a me sentar, dessa vez, com um copo de um incrível conhaque de luxo.