História Champions - Night Invasion

- Lisa. Pov. On. –

- Como foi seu trabalho hoje, tia?

Trombei com a madrinha na sala da nossa casa e rimos. Nos sentamos no sofá e tirei meus tênis e as meias. Roubei um pouco do chocolate quente dela, eu adoro!

- Mesma coisa. Muitos pedidos, pessoas estressadas e crianças escandalosas. – Rimos. – E você, como foi no seu novo serviço de babá, querida? – Tia Sadie sorriu.

Ah, tia. Nada demais. Vi o homem que entra na nossa casa de vez em quando para me ameaçar de morte e ele me beijou. O cara me pagou à mais por ter aturado o amigo dele comigo e eu peguei um táxi que tocou todas as músicas lentas do Michael Jackson até a nossa casa.

- Foi normal. – Sorri também. – O menino era um amor, foi super fácil. – Dei de ombros.

- Eu te admiro tanto, querida.... Tão esforçada, desde cedo! – A madrinha me abraçou. – Saiba que eu tenho muito orgulho de você, ok? Jamais se esqueça disso! – Ela acariciou meu cabelo.

- Ok. – A abracei de volta. – Eu te amo muito, muito mesmo... – Beijei sua bochecha.

Entreguei à ela os 200 dólares que eu havia dito e tia Sadie insistiu que o dinheiro ficasse comigo, mas eu neguei. Disse que daria tudo à ela e é isso que eu vou fazer.

Ajudar ela com as contas de casa me faz sentir útil e correta. Eu gosto de me sentir assim.

Amanhã eu entrego o restante, só pra disfarçar e não deixar a tia tão desconfiada.

O fato é, vou ter 200 dólares à mais e não sei como explicar isso! Posso mentir que fiz mais alguns serviços escondida ou que cuidei de mais uma criança no trabalho seguinte, então dobraram meu pagamento. De qualquer forma, penso nisso depois.

Subi pra dormir e tirei toda a minha roupa. Eu estava com tanto calor (o que nem de longe é normal) que nem coloquei pijama. Acabei dormindo só de lingerie mesmo.

Parei na frente do espelho para me observar. Era só uma lingerie branquinha, com detalhes mínimos de renda. Definitivamente, não é nada demais. Nunca parei pra me observar dessa maneira, com mais vaidade.... Nunca me preocupei com isso, sabe?

Mas, seria bom ter alguma coisa mais bonitinha no guarda-roupa.

Talvez, só talvez, eu gaste 200 dólares em lingeries novas. Só talvez!

Chamei Jansen pra dormir e tirei a coleirinha azul dele pro meu gatinho ficar mais confortável, nos ajeitamos na cama e acabei dormindo daquele jeito mesmo, poucos minutos depois.

Algo me incomodava nos sonhos, sentia aquela maldita mão na minha cintura, a respiração dele no meu pescoço e aquele...aquele beijo. Eu virava de um lado para o outro, mas nada me adiantava. Era impossível dormir assim! Não dava!

Fui olhar a hora e...puta que me pariu.

Eu esqueci meu celular lá! Ou melhor, joguei em Justin durante nossa briguinha...

E NÃO PEGUEI DE VOLTA! Arh. Eu realmente me apeguei com ele!

Mas, foi melhor devolver mesmo.... Deixa quieto. Foda-se. Nem ligava também.

- Inferno de vida! – Coloquei o travesseiro em meu rosto, irritada.

Nada de lingeries novas, Lisa. Vou usar os 200 dólares para parcelar um celular novo.

Fim de papo...

- Procurando por isso, Elizabeth?

Ouvi aquela voz de novo e me arrepiei dos pés à cabeça. Eu tô ficando tão atormentada com tudo isso que até vozes eu tô ouvindo! Se isso continuar e vou começar a ir pra igreja, sério!

- Sai da minha cabeça, cacete. Que saco! – Sussurrei sozinha, apertando o travesseiro roxo contra o meu rosto.

Eu tô ficando completamente maluca...

Senti um peso na minha cama e me assustei! Tirei o travesseiro do rosto na mesma hora e fiquei em choque. Justin estava em cima da minha cama e me olhando por inteira.

Eu nunca senti tanto medo e vergonha em toda a minha vida.

- AI MEU DEUS! – Dei um grito que deve ter assustado a rua todinha, jesus!

- Elizabeth, cala essa boca, caralho. – Justin calou minha boca com sua mão, igualzinho da vez em que me fez ficar quieta quando o carteiro estava na frente de casa.

Tentei dizer coisas, mas nada saia! Eu falava tudo embolado e a mão dele também não me ajudava! Justin se aproximou mais, invertendo o modo como eu estava e me puxando pra cima dele.

- Para de drama, até parece que eu vou te estuprar. Relaxa, porra. – Justin riu, de um jeito sacana.

E DESSE JEITO AQUI ELE QUER QUE EU ACHE O QUÊ?! HEIN, ME FALA?!

Com o tempo, consegui tirar a mão dele da minha boca e respirei fundo, dizendo:

- Justin, sai do meu quarto, por favor! – Implorei. - Eu tô com medo e tô com muita vergonha de estar desse jeito na sua frente! Você pode voltar aqui amanhã e me dizer a porcaria que quiser...Mas, só vá embora! – Fechei os olhos, sem coragem pra olhar para o Bieber.

Ele me esperou acabar de falar e pareceu pensar por algum tempo.

- Não.

Justin quer me matar mesmo, só pode! NÃO TEM OUTRA EXPLICAÇÃO!

- Por favor... – Disse baixo, com os olhos já marejados.

Eu tinha tanta vergonha do meu corpo...que quase ninguém me viu assim antes. Fico sem jeito até na frente da madrinha! Quem dirá na frente de um cara mais velho! O JUSTIN!

A ÚLTIMA PESSOA NA TERRA QUE EU IRIA QUERER QUE ME VISSE ASSIM, NA VIDA!

- A pirralha tem vergonha? É? – Justin disse baixo, parecia se divertir com a minha situação.

Eu comecei a chorar de vez e ele pareceu se assustar. Cobri meu corpo com as mãos, estava provavelmente roxa de tanta vergonha. Respirei bem fundo, encarando ele com medo.

- Olha pra mim.

Continuei de cabeça baixa, fungando e limpando minhas lágrimas.

- Olha pra mim, agora, Elizabeth. – Ele disse, com aquele tom de voz bravo e rouco.

Olhei nos olhos dele e Justin me surpreendeu com outro beijo. Arregalei meus olhos e tentei afastá-lo! Mas, ele nem se mexeu. Senti sua língua ao redor da minha e ele fez algo tão maravilhoso com ela ali que eu revirei levemente meu olhos, me entregando.

Coloquei minhas mãos espalmadas no peito de Justin e senti seu corpo reagir, mesmo que de forma discreta, ao meu toque inocente.

Puta que pariu. Estou beijando um criminoso que já tentou me matar. E estou no colo dele.

E o pior, eu estou gostando da porra do beijo...

Senti a mão dele se espalmar na minha bunda e o afastei na mesma hora, Justin riu baixo.

- Me responde uma parada, Elizabeth. Tu é virgem? – Ele perguntou, simples.

- Não é da sua conta! – Fui pra defensiva. Justin balançou sua cabeça. – Sai daqui, Justin!

- Eu até posso sair. Mas, vou voltar. E na próxima, eu levo tua calcinha comigo. – Senti sua boca contra meu pescoço, ele chupou tão forte que eu gemi. – Gostosa... – Justin mordeu minha orelha, rindo de maneira maldosa.

Ele saiu da minha cama e, no segundo seguinte, já havia pulado minha sacada. Corri para trancar minha porta e encostei minha cabeça no batente, assustada.

- Meu Deus, meu Deus, meu Deus... – Tapei minha boca, chocada!

Fui até o meu pequeno espelho no quarto e olhei aquela marca roxa e ENORME no meu pescoço. Agora sim, vai ser impossível de dormir por aqui.

E sim, quando olhei, meu celular estava de volta na cabeceira da minha cama.

 

***

 

No dia seguinte, tive que me arrumar e fingir para a madrinha que iria para o colégio. Se eu inventasse qualquer coisa hoje, ela com certeza desconfiaria.

Era arriscado demais mentir de novo, então simplesmente sai de casa.

Coloquei meus fones de ouvido e segui pela calçada. Coloquei algumas músicas aleatórias, para distrair minha cabeça mesmo. Vestia meu moletom azul claro (meu 3° favorito, depois do rosa e do preto), me sentindo quentinha e confortável.

Ás vezes eu paro e penso: Quem será que foram meus pais?

Ainda estão vivos?

Por que simplesmente abandonaram uma criança numa casa qualquer?

E se a madrinha não me quisesse? Aonde será que eu teria ido parar?!

Não é como se eu sentisse falta, porque amo a tia Sadie e tudo que ela fez e faz por mim. E por mais imbecil que o Mark seja, também o considero muito. Mas, essa é uma parte tão misteriosa da minha vida.... Eu realmente gostaria de saber mais sobre o meu passado.

Enfim. Desci a rua e parei ao ver uma das lojas do centro de Angeles, eu e a madrinha costumávamos comprar algumas decorações aqui na páscoa, natal e ano novo...

Avistei uma belíssima árvore de natal, bem na vitrine da loja. Me aproximei para ver o preço e era... 155 dólares! EU NÃO ACREDITO! E ELA É TÃO PERFEITA!

Ainda vai sobrar uma graninha para comprar alguns enfeites, está ótimo!

Entrei com tudo na loja e fui direto na árvore, analisando de perto.

Tia Sadie sempre quis ter uma dessas em casa. E esse ano ela VAI ter uma.

 

***

- Mais Tarde. –

 

Respondi algumas mensagens de Alex sobre a escola. Até agora, tudo está tranquilo por lá. Sem sinal da vadia feia da Hilary e ninguém anda falando nada sobre “expulsão”...

Acho que vou me safar dessa mesmo, GRAÇAS À DEUS.

- Que celular é esse, Elizabeth?! Aonde conseguiu isso?! – Ouvi a voz confusa e desconfiada da tia Sadie atrás de mim e congelei.

Caralho.... O que eu falo?!

- Foi...é... – Bolei uma desculpa rápida. – A irmã...da Alex! Ela tinha esse e estava vendendo bem baratinho, para poder comprar um novo, sabe? E...E como eu sou amiga da Alex e tal, ela disse que posso pagar aos poucos e do jeito que puder. – Sorri, nervosa.

- Mas, o que houve com o seu antigo, querida? Ele estragou? – A madrinha franziu o cenho.

Um filho da puta e muito idiota chamado Justin quebrou ele com as patas dele, tia Sadie.

- Eu derrubei no chão. – Bufei, irritada por mentir assim. – Nem comentei nada, pra senhora não se preocupar. Mas, agora eu consegui esse e tá tudo bem! – Sorri falsa.

- Tem certeza que vai poder pagar, Lisa? Ele parece ser caro... – Tia Sadie comentou.

E é, tia. Os olhos da cara. Nem em outra vida eu conseguiria pagar esse negócio!

- Consigo. Relaxa. Vou dar meu jeito. – Sorri, colocando meu prato na pia. – Eu preciso sair agora tia, Richard já deve estar me esperando, tá? – Beijei sua bochecha. – Até mais tarde!

Peguei minha mochila e saí. Hoje graças a Jesus minha tia não encrencou com a minha roupa e eu pude sair mais à vontade. Legging preta, básica, moletom preto e tênis.

Perfeita!

Ri com meus pensamentos e entrei num táxi, seguindo até Bel Air.

 

***

 

- Oi, garotão! Como passou seu dia? – O peguei no colo assim que Richard me recebeu na porta, todo animadinho!

- Ele tá apaixonado por você, cuidado, Elizabeth. – Ryan sorriu, abrindo a porta.

- Como vai? – Perguntei à ele.

- Tudo na boa, gata. Veio normal hoje? Que pena, eu gostei tanto daquela saia... – Ele fingiu uma expressão triste e revirei os olhos, rindo. – Entra aí, geral veio hoje!

- “Geral”? – Coloquei Richard no chão e o vi correr pela casa. – Geral quem?

- Tá ligada nos manos de ontem? – Ele riu sacana e concordei. – Então, geral tá aqui. Menos o Drew, que deve estar fodendo com alguma vadia por aí. Normal. – Ryan deu de ombros.

- Ah, sim. Claro. – Fingi indiferença, entrando na mansão.

Merda. Por que caralhos eu FIQUEI INCOMODADA?! Alguém me explica?!

Coisa mais ridícula, hein Elizabeth? Ficar se importando com aquele merdinha? Me poupe!

Justin é só um otário. Esqueça o que aconteceu ontem. Porque não deve ter significado nada pra ele. Nadinha de nada.

Respirei fundo e vi aqueles homens de ontem no sofá, acho que estão assistindo ao jogo que iria passar hoje, de basquete. Eu não entendo nada dessas coisas, óbvio, então nem comento.

- Cola aqui, Elizabeth. – Ryan me chamou, fui atrás. – Esse aqui é o Charles. – Ele me apontou o rapaz de cabelo cor de avelã e descarado de ontem, eu ri. – Esse é o Nolan. – Um rapaz moreno, meio bronzeado e com tatuagens na mão acenou pra mim. – E aquela merda ali é o Christian. Não tava aqui ontem. Chegou de Atlanta hoje de manhã. – O cumprimentei com um aperto de mão formal.

- Oi para todos vocês. – Sorri, educada. Eles retribuíram.

- Tava certo, Chaz. Gata pra caralho, puta merda. – Christian falou de cara e eu arregalei meus olhos!

- Eu disse, meu mano. Tenho bom gosto... – Chaz se gabou, fazendo os outros rirem.

- Acorda né sonhador? Isso aqui não é pro teu bico e nem pra tua idade. – Ryan sorriu falso, me abraçando de lado. Ele tem pegado essa mania ultimamente.

- Parece que idade é só um número pro Bieber então, hein manos? – O tal Nolan soltou essa e eles caíram na risada de vez, feito um idiotas. Eu não estava entendendo nada!

- Como assim? – Perguntei confusa. – Quem é “Bieber”?

- O nosso querido e estressado chefe. – Ryan respondeu. – Seu amigão Justin, lembrou?

- Não sou amiga dele. Que nojo. – Retruquei e eles riram outra vez. – Nenhum contato!

- Ah, mas o Drew quer um contato bem.... Íntimo com você, Elizabeth. – Ryan sussurrou no meu ouvido e minha careta de nojo e medo foi o suficiente como resposta.

Deixei os idiotas na sala e fui com Richard até o quarto dele. O ajudei a organizar as roupas na malinha e pegar os brinquedos do chão. Pelo que eu entendi, a mãe dele, ou seja, a irmã mais velha do Ryan, vem buscá-lo amanhã de manhã.

- E aí? O que quer comer hoje? – Perguntei, rindo.

- Biscoitos de chocolate! – Richard bateu palmas, animado. – Você faz?!

- Claro, vamos! – Sorri, pegando em sua mão.

Fomos até a cozinha maravilhosa do Ryan e peguei tudo que eu precisava para fazer os biscoitinhos. Abri a massa e Richard me ajudou a moldá-la.

Tentamos fazer bonequinhos e dinossauros, mas não deu muito certo...

- Que isso?! – Ryan passou por nós, abrindo uma cerveja. – Parece biscoitos de Chernobyl!

- Cala a boca! – Bati nele, rindo. – Está lindo, não está, Richard?

- Maravilhoso! – O menino sorriu, satisfeito com seu trabalho.

- Você me ouviu muito bem. ESTÁ MARAVILHOSO! – Ri alto.

Colocamos no forno e, agora, é só esperar e ver a magia acontecer.

- Aonde aprendeu a cozinhar, Lisa? Sei lá, tu é tão novinha pra essas paradas... – Ryan encostou no mármore preto, bebendo sua cerveja.

- Com a minha madrinha. Sei lá, eu gosto muito de fazer essas coisas. – Respondi, rindo.

- Você não mora com tua mãe?

- Não a conheço. – Dei de ombros. – Moro com a tia Sadie desde...sempre. Na verdade, me deixaram na porta da casa dela, numa noite dessas. – Ri baixo.

- Porra, sinto muito. Que merda... – Butler me encarou. – E tu tá bem com tudo isso?

- A gente não sente falta de algo que nunca teve, Ryan. – Sorri.

- Você é tão madura que até me assusta, gata. Na real mesmo. – Ele sorriu também.

- Mas, por algum motivo estranho, me deixaram com a minha certidão de nascimento. Então, tia Sadie nem pôde escolher o nome da sua nova filha. E a pessoa tinha um gosto de merda para nomes, como você pôde observar... – Continuei rindo.

- Eu gosto de Elizabeth. É bem bonito. Tu devia curtir também. – Ryan piscou.

- Não gosto. Não acho que quem me abandonou tivesse o direito de escolher. – Respondi, me escorando também. – Mas, a vida nem sempre é justa. Eu não posso reclamar.

- Tu não gosta porque não sabe quem o escolheu. É isso. Teu nome te lembra uma parte desconhecida da tua vida. Tu só associou as duas coisas. – Ele me abraçou e me surpreendi com o ato, mas correspondi.

- Tô atrapalhando algum cacete por aqui?!

Ouvi aquela maldita voz e já revirei meus olhos, encarando o ser demoníaco.

Justin Bieber. Em carne e osso e correntes de ouro.

- Nada que seja da sua conta. – Respondi na lata, sem paciência.

- Tô me retirando meus anjos, nada de briga ou sexo na minha cozinha. Obrigado. – Ryan saiu de fininho pela porta, rindo que nem um idiota!

- Tu não cansa de me desafiar, né pivete? – Bieber me encarou, de braços cruzados.

- E você não cansa de me infernizar! – Retruquei, rindo. – É justo, não acha?

- Algum dia, Elizabeth, eu vou perder a porra da cabeça e vou te ensinar a não me irritar. Tu tá testando a merda da minha paciência contigo, na boa mesmo. – Ele se aproximou mais.

Justin ficou frente à frente comigo e revirei os olhos outra vez.

- Tá tentando me intimidar?! – Perguntei, rindo. – Porque não está conseguindo...

- Mas, ontem à noite eu bem que consegui, né? – Ele afastou meu cabelo e dei um passo pra trás, Justin sorriu ao ver que o chupão dele ainda estava ali.

- Você é um idiota! – Disparei. – Eu não sou seu brinquedo pra você fazer o que fez ontem! E da próxima vez que entrar na minha casa daquele jeito, eu chamo é a polícia! – O acusei.

- E aí eu te mato, gata. – Bieber respondeu, sorrindo falso.

- Estando na cadeia? Acho difícil... – Sorri também. – Já tem meu voto de segredo sobre o que presenciei. Agora, por favor, vê se me deixa em paz! EU TE QUERO LONGE! – Gritei.

- Por que? – Justin se aproximou ainda mais, me encarando. – Por que tu não se controla quando está perto de mim? Por que sente uma puta vontade de me dar? Ou por que sente um medinho de morrer, Elizabeth? – Ele segurou na minha cintura, apertando.

- Porque você é problema, Bieber. Você é ruim. E de coisa ruim, minha vida já tá cheia. Não preciso de mais, acredita em mim. – O afastei, irritada.

- De uma coisa tu tá certa, tua vida é uma desgraça mesmo. – Ele riu. Idiota.

- É por isso mesmo que, quanto mais longe de radiação eu ficar, melhor. Então, vê se me dá licença, Chernobyl. – Empurrei Justin, passando reto.

- Tu vai se arrepender dessa merda, Elizabeth. – O escutei rosnar, estressado como sempre.

- Foda-se! – Rebati, subindo as escadas e indo para o quarto de Richard.

 

***

 

- Elizabeth?! – Ouvi batidas na porta e, em seguida, Ryan entrou.

- Pode falar... – Estava ajudando Richard a colocar seu pijama e escaramos Butler.

- Sinto muito pelo Bieber, ele flerta de um jeito intenso, saca? – Ri baixo. – Não queria que você se chateasse com a...intensidade dele. – Butler explicou.

- Eu não ligo para o seu amigo. Está tudo bem, Ryan. – Sorri.

Saimos os três até a cozinha e eu tirei os biscoitinhos do forno. Quando dei por mim, QUATRO ARMÁRIOS ENORMES ESTAVAM ATRÁS DE MIM farejando os nossos biscoitinhos!

- Que isso? – Encarei Nolan, Charles, Ryan e o Christian. – Gente?! – Falei. – EU QUERO ESPAÇO!

Os quatro deram um passo pra trás, rindo.

- Vai rolar uma boquinha livre pra gente também, né gata? Fala que vai! – Charles chegou atrás de mim, todo assanhado. – Eu curto tanto esses biscoitinhos coloridos aí...

- Porra, eu também! – Nolan passou a mão pela barriga. – Tô numa larica desgraçada...

- Eu só deixo se o Richard também deixar. – Cruzei os braços, rindo. – Os biscoitos são dele!

- E aí, carinha? Tu deixa né? Só unzinho pra cada, na moralzinha. – Ryan piscou para o sobrinho, que riu.

- SÓ UM! – Richard gritou e todos acataram. – Peguem os menores, tios!

Os quatro se empurraram pra pegar os biscoitinhos, xingando e batendo uns nos outros. Comeram tudo aquilo em segundos! Eu só ria da palhaçada e encarava toda aquela cena, pelo amor de Deus...

- E aí? Gostaram? – Perguntei, esperançosa.

- PUTA MERDA, ISSO TÁ BOM PRA CARALHO! – Charles respondeu de boca cheia.

- Parabéns gata, essa tua mão aí é abençoada. – Ryan disse, lambendo os dedos, eu ri.

- Essa mina manda bem, hein? Deve mandar bem em outras paradas também. – Christian me encarou de cima embaixo e arregalei meus olhos, ele riu de um jeito sacana.

- Acalma o teu pau, filho da puta. – Butler rebateu ele. – Ela é inocente, para com essa merda.

- As inocentes são as melhores, meu mano... – Charles retrucou, rindo.

- Gente, eu já vou. – Sorri, sem graça. Eu vou morrer aqui. – Richard, boa viagem! – O peguei no colo, beijando sua bochecha. – Espero te ver logo, tá? – Sorri, o vendo sorrir também.

- Você é minha melhor babá, tia Lisa. – Ele beijou minha bochecha também.

Meu Deus do céu, ele é tão fofo que chega a doer meu coração!

- E eu não ganho um beijo também, tia Lisa? – Charles se aproximou e tomou um tapa do Ryan, ri alto! Gente, que momento mais incrível!

- Já mandei vocês acalmarem o pau, cachorros. – Butler riu nasalar. – Bora menina Lisa, eu te levo até a porta. – Ele me abraçou outra vez.

- Eu levava ela é pra minha cama... – Christian sussurrou e Ryan tirou o sapato e ameaçou jogar no amigo, enquanto ria. – Cara, eu sou sincero, só isso!

Me afastei daqueles tarados e Ryan abriu a porta pra mim, sorri.

- Aqui. – Ele tirou da carteira os outros 200 dólares. – Seu pagamento, gatinha. Quer uma carona?

- Não precisa, eu chamo um táxi. – Respondi, agradecida pela preocupação dele.

- Eu insisto, gatinha. – Ryan colocou a mão no coração, ri. – Ô Drew, o que acha de dar uma carona pra Lisa? – Ele perguntou assim que vi o monstro loiro passando pela sala, nós dois nos encaramos, paralisados.

- NEM FODENDO! – Dissemos ao mesmo tempo.