História Chance or fate? (Reavaliando) - The surprises of life

Pov. Jimin

      Mais um final de semana se  aproxima. Os corredores estão mais agitados, os alunos estão discutindo sobre as possíveis festas que irão acontecer. E eu agora estou sentado em baixo de uma árvore arborizada que tem no pátio da escola. Estou rodeado de amigos e com Mi Chay em meu colo. Todos animados, comentando como vão e os meninos quem vão pegar. É sempre a mesma coisa, é tanto que festa já virou rotina por aqui. Pra onde se olha nesse lugar podemos   ver vários grupos populares fazendo a mesma coisa que nós. Permiti meus olhos passearem pelo lugar até que eles se fixaram em um reflexo de uma pessoa atrás de uma janela do segundo andar. Possivelmente a janela da sala da biblioteca da escola. Olhei mais firme pra poder constatar ser a pessoa que eu já esperava, Jeon Jungkook. Se encontrava como sempre, sentado em uma mesa qualquer com seus fones de ouvido pouco escondidos pelo capuz e lendo um livro. Por alguns segundos fiquei me questionando
      Que estilo de música ele gosta?
       Que tipo de livros ele lê?
        Será que ele sempre vai pra sala da biblioteca no intervalo? Por quê?
      Esse garoto faz surgir dentro da minha cabeça muitos questionamentos, ele me deixa curioso de uma forma que não da pra explicar. Talvez por ser misterioso, não sei. Acho que isso não tem explicação. Teria se eu me aproximasse dele e tirasse essas dúvidas que corroem meus pensamentos. Mas eu não faria isso, seria estranho tanto pra mim como pra ele. Além de que ele é um garoto complicado de se aproximar. A pessoa tenta chegar perto  e ele já vem com cinco pedras na mão. Com certeza é uma forma de defesa, mas defesa do que? Normalmente pessoas caladas como ele passam por problemas na família. Qual será o seu passado?  Balancei a cabeça negativa afim de afastar esses pensamentos, se não minha cabeça dará pane. O olhei mais uma vez e instantaneamente me recordei da nossa conversa na cozinha da escola. A forma como ele falou com a Mi Chay, parecia uma conversa que só eles conseguiam entender. Quer dizer, não parecia, era. Ele sabe alguma coisa sobre ela que eu ainda não sei. E parece ser coisa séria, se não fosse ela não teria aquela reação explosiva com ele. O que será que ela está me escondendo? Levei meu olhar a ela, sentada no meu colo. Um rosto tão ingênuo agora marcado por traços de maquiagem não muito fortes. Até aparenta ser aquela mocinha que conheci a poucos anos atrás. Mordi o lábio inferior, eu queria saber o que se passava.
      - Mi Chay -  a chamei e ela virou seu rosto me encarando com um sorriso inocente.
      - Que foi amor? - falou com a voz suave passando seus braços finos em volta do meu pescoço. Por um segundo senti saudades de quando nos conhecemos. Ela era tão doce, tão calma. Passei meu polegar sobre sua bochecha. Suspirei fundo e fiquei na minha pergunta.
      - Você não esconderia nada de mim não é? Mesmo que fosse algo sério e que afetaria algo na sua vida - não desviei o olhar dela nem por um segundo enquanto transmiti as tais palavras. Eu queria sentir sinceridade vindo de si. Ela fechou um pouco o sorriso e franziu o cenho.
      - Claro que não Jimin, o que eu deveria esconder de você? - ela falou tão firme que quem a ouvisse diria que ela é a pessoa mais sincera do mundo.
     - Não sei, acho que nada. - sorri sem mostrar os dentes. Ela me deu um selinho rápido.
      - Então. Mas por que isso agora? Ja conversamos sobre isso. - retrucou séria. E eu assenti.
      - Por nada, eu só queria ter a divina certeza. - falei mantendo a pose de antes.
      - Agora você tem. - ela capturou meus lábios num beijo nao muito calmo. Os nossos beijos ficaram mais agressivos de um tempo pra cá. Não que eu não gostasse, é só que é bom de vez em quando beijar devagar, transpassar carinho pelo beijo, sentir o gosto um do outro.
      Mas ela poderia jurar de pés juntos que jamais mentiria pra mim, eu ainda não acreditaria. E não é so porque o novato falou, ela já escondeu muitas coisas de mim e  eram mentiras que ela negou muitas e muitas vezes. Eu descobri a pouco tempo atrás que eu não fui o primeiro cara a ir pra cama com ela. Ela tinha uma melhor amiga e a mesma tinha um irmão. Na época Mi Chay tinha doze anos e o garoto quatorze. Ela foi dormir na casa dessa amiga e durante a madrugada eles se viram e aconteceu. E quem me contou isso foi a própria amiga dela. A maioria de suas amigas são loucas por mim e fazem de tudo pra nos separar. Eu fiquei chateado alguns dias, mas nem liguei muito, afinal era uma coisa que aconteceu no passado. Mas ela deveria ter me falado a verdade e não dizer que a primeira vez dela foi comigo. Ouvi o sino tocar, anunciando que já teríamos que enfrentar algumas horas de aula. Mi Chay saiu do meu colo e eu me levantei acompanhado por todos a nossa volta. Seguimos até os corredores das salas, tínhamos aulas separadas, ela me deu um selinho e foi pra sua sala. Quando fui até a minha sala  vi ele, o novato, no momento que meus olhos bateram nele ele desviou o olhar. Ele estava nos observando?      virou-se para a sala e entrou na mesma. Nossos horários eram os mesmos pelo visto. Entrei na sala e por ironia do destino eu e ele sempre sentávamos perto, eram as únicas cadeiras que sobravam. Fui até meu devido lugar e quando passei por ele vi que a capa de seu caderno era uma paisagem, uma paisagem muito bonita. Parecia mais uma foto. Então ele gosta de paisagens?
   **
      As aulas se passaram até que  rápidas. Eu queria ter prestado mais atenção nas aulas, porém tive que suportar a minha curiosidade me atiçando. Não deixei de ficar observando o garoto a minha frente. Sempre prestando atenção nas aulas, uma vez ou outra rabiscava o caderno. Pra mim, cada ação sua era digna de observação.  A pergunta que mais me afrontava
      Por que ele não abaixa esse capuz?
      Eu queria conversar com ele, queria de uma vez por todas acabar essa curiosidade. Eu até tentaria algo se ele não tivesse sido mais rápido saindo assim que o sinal tocou finalizando as aulas do dia. Suspirei fundo, guardei minhas coisas e saí da sala. Quando ja estou  saindo da mesma e olho pro final do corredor vejo Hyuna tendo uma conversa com Jeon Jungkook. O jeito dela não agrada ele, o mesmo a olha com um olhar sério, irônico. Desvio o olhar quando sinto meu braço ser puxado.
     - Vamos Jiminnie - Mi Chay  da sorrindo assim que a encaro. Assinto.
     - Eu só preciso ir no meu armário, me espere lá fora, eu já vou.- ela assentiu e selou nossos lábios. Voltei meu olhar pro final do corredor novamente e eles não estavam mais lá. Fui até os corredores dos armários abri o meu e peguei um livro que vi na biblioteca, achei interessante e levarei pra casa, depois do final de semana devolvo. Fechei o mesmo e segui até a saída. O corredor já estava vazio. Foi ai que me lembrei que tinha que conversar com o treinador sobre o tamanho da minha roupa do jogo. O short havia ficado grande demais. Voltei para os corredores  e segui caminho para a quadra. Eu estava observando os armários enquanto andava e acabei esbarrando uma pessoa que carregava um livro na mão, ja que o mesmo caiu.
      - Oh me desculpe, eu estava distraído - me abaixei pra pegar o livro e reconheci pela capa que se tratava de um romance policial, na verdade é um dos meus livros favoritos. Me ergui e observei a capa.- Não conte a ninguém, Harlan Coben. É um ótimo livro, tem bom gosto.- falei antes de encarar o ser a minha frente. Era ele, novamente nos esbarramos na escola. Fiquei surpreso em ser ele, mas não demonstrei isso. Ergui o livro lhe entregando.
      - Obrigado- ele falou em seco. Arqueei minha sobrancelha, eu não esperava uma resposta dessas vindo dele. Normalmente ele me trata com ignorância. Não perdi tempo e me aproveitei da situação.- sim, é um bom livro- continuou.
      - Gosta dele? - perguntei normalmente e ele guardava o livro na mochila.
      - É um dos meus favoritos- falou frio, como sempre. Não deixei de ficar surpreso novamente.
      - Olha só, pelo menos temos algo em comum - falei divertido e ele me encarou com seus olhos negros parcialmente desinteressados.- É um dos meus favoritos também. - sorri simpático. Finalmente uma conversa civilizada com ele. E além do mais, descobri uma coisa sobre ele. Tem um ótimo gosto pra livros. Obvio que fiquei feliz, ja foi um começo.
     - Legal- murmurou desinteressado de novo. Porém não liguei pra isso. Acho que já estou me acostumando com seu jeito. Eu queria continuar aquela conversa e descobrir mais sobre isso, mas parece que ele não. Ele virou as costas e foi saindo. Suspirei e continuei o meu caminho até a quadra. Mas fui interrompido por sua voz no final do corredor.
      - Não sabia que Park Jimin se interessava por livros desse tipo.- falou quase pra si mesmo. Não estávamos muito longe e consegui ouvir sua fala. Sorri nasalado e virei pra sua direção, ele ainda andava a passos não muito rápidos.
      - Tem muitas coisas sobre mim que você não sabe Jeon Jungkook- murmurei de volta, ele parou no meio do corredor e ficou assim por alguns segundos. Depois continuou seguindo. Balancei a cabeça negativamente e continuei também o meu caminho. Chegando na quadra eu não achei o treinador.
     - Treinador Namjoom?! - chamei e minha voz ecoou no lugar e nada. - É, acho que vim tarde demais. Depois eu falo com ele.- falei já saindo do lugar e indo pra saída, Mi Chay já deve estar soltando fumaça pela minha demora.

Todos os meus amigos estavam reunidos, com certeza me esperando. Quando me aproximei passei meu braço pelo pescoço de Mi Chay que sorriu ao me ver. Todos ali me cumprimentaram e encarei Hyuna ,que estava a nossa frente.
      - Ainda quer insistir em conquistar o novato Hyuna? - perguntei divertido e ela apenas riu.
      - Conquistar? Qual é Jimin - retrucou divertida. - esse lance de gostar não é pra mim, você sabe muito bem o que eu quero com ele- falou em tom malicioso. Quem não conhece essa garota acredita que ela é boa moça, mas não tem um cristão dessa escola que já não passou por ela, imagina quem é de fora. Ela consegue todos fáceis. Duvido muito que ela consiga com Jungkook. Ele ja deu um baita fora nela,segundo Mi Chay me contou. Enquanto estávamos na cozinha da escola ela tentava seduzir o garoto na maior cara de pau. O que não deu muito certo.
      - É claro que eu sei, mas duvido muito que consiga. Ele é um garoto complicado, fora que ele te deu um fora uma vez e pode dar de novo. - falei tentando alertar. Tempo perdido. Quando ela põe uma coisa na cabeça é muito difícil faze-la desistir assim de cara.
     - Não se preocupe, essa reação de rejeição dele não vai durar muito, eu sei exatamente o que fazer e como fazer.- lançou seu olhar que todos ja conhecem. Ela vai aprontar.
      - Se você está dizendo - retruquei debochado. - Eu só acho que você deveria mudar de alvo logo, vai que algo da errado.- tentei mais uma vez. Eu não conheço ele, mas sei que ele pode não ter uma boa reação em relação a isso. Se é difícil ter uma conversa com ele imagina outras coisas.
      - Jimin, você ja viu as coxas daquele garoto? - perguntou com as sobrancelhas arqueadas e eu neguei com a cabeça sorrindo. - Você acha mesmo que eu vou deixar aquele corpinho passar por mim despercebido. E também ele não parece ser tão feio assim, da pra tirar muito proveito dessa aberração.- falou mordendo os lábios. Todos riram. - Anotem o que eu estou dizendo, eu vou conseguir amansar a fera ou não me chamo Hyuna. - falou convencida.
      - E qual será seu nome então? - perguntei divertido e todos gargalharam, menos ela. Ela fez uma cara de "vocês vão ver".
     - Vai duvidando Park Jimin - fez tom de ameaça. Eu apenas levantei as mãos em sinal de rendição. Alguns começaram a se despedir combinando de se encontrar mais tarde na festa da Mi Chay. Hoje é na casa dela. Os pais estão viajando pelo final de semana inteiro e lógico que ela aproveita pra se soltar.
      - Você vai na minha festa né jiminnie?! - Mi Chay passou as mãos pelos meus fios pretos deslizando seus braços finos em meu pescoço. Eu agarrei sua cintura.
      - Claro que eu vou - ela sorriu e me beijou. Soltou meus lábios mordendo os mesmos. Ouvimos uma buzina, vinha do carro da família dela. Ela  me deu um último selinho e entrou no carro.
     **
      A rua se encontrava movimentada, os restaurantes cheios e pessoas correndo de um lado para o outro. Meus pais pagam um motorista pra me levar e trazer da escola, mas eu dispenso. Prefiro sair pelas ruas e ver essas movimentações, sentir o ar livre batendo contra meu rosto balançando meus cabelos, gosto de sentir o perfume agradável das flores presas na árvores que decoram meu caminho até em casa. E além do mais andar faz bem pra mente e pro corpo. Acabo chegando na rua da minha casa, não fica tão longe da escola, já que está ultima se localiza em uma rua bem rica e valorizada da cidade. Pego a chave na minha mochila e abro a porta da minha casa, logo sinto um delicioso cheiro de comida preencher minhas narinas. Meu hyung deve ta fazendo o melhor almoço do mundo. Jogo minhas coisas no sofá e me dirigi até a cozinha, quando estava me aproximando ouço a voz do meu hyung e uma voz fina feminina, e eu já sei de quem se trata.
      - Acho que cheguei na hora certa - falei divertido assim que entrei no cômodo, as duas pessoas ali presentes me viram e sorriram - Olá Taeyone, não sabia que iria almoçar aqui hoje - cumprimentei a moça sentada na cadeira da mesa da cozinha e me sentei também.
     - Oi Jimin- retribuiu o sorriso.- pois é, o Tae me chamou pra almoçar hoje aqui - disse sorridente. Ela é bem simpática, mas é o tipo de pessoa que fala demais. Não sei como o Tae hyung aguenta.
      - Não me digam que isso era um almoço romântico e eu vim pra atrapalhar- reclamei com as sobrancelhas arqueadas. Afinal eles são namorados e o que eu menos quero é quebrar o clima dos dois.
      - Claro que não Jimin - Taehyung retrucou- Eu apenas queria uma companhia agradável, e também faz um tempinho que ela não vem aqui pra experimentar minhas comidas. -disse enquanto colocava alguns pratos na mesa.
      - E você sabe o quanto eu amo as comidas do seu irmão não é?! - sorri e assenti. Eu, particularmente, acho o namoro deles estranho. Eles se parecem mais amigos do que um casal de namorados. Raramente vejo beijos entre eles ou trocas de carícias. Quando ela vem dormir aqui não escuro barulhos vindo do quarto deles. Não que eu queira ouvir, mas normalmente um casal de verdade aproveita muito desses momentos  a sós. Mas deixa eles, se eles se entendem está tudo bem.
      - Eu sei que sou o cara - falou convencido e todos ali riram.
       - Menos hyung- reclamei ainda sorrindo.
      - A comida está pronta. Podem se servir.- disse ele assim que pôs as coisas na mesa. O cheiro estava muito bom, ele havia preparado um beoseot jeongol, uma espécie de caldo de cogumelo com muitas iguarias dentro. Bastante gostoso. Peguei meu prato e me servi, e o casal fez o mesmo. Estava ansioso pra colocar aquilo na boca, assim que o fiz pude sentir o sabor tão único daquela comida. - E então? O que acharam da minha comida? - Tae perguntou receoso.
      -Está divina - falei com a boca um pouco cheia ainda. Taeyone concordou comigo. Logo sinto um tapa transferido do hyung. Franzi o cenho confuso.
       - quantas vezes eu ja disse pra não falar de boca cheia?! É falta de educação. Principalmente na frente das visitas- o hyung reclamou a mim referindo-se a sua namorada.
      - Desculpe hyung, não resisti. - falei sorrindo sincero.
       - Visita? - Taeyone se pronunciou. - Que besteira amor, eu não ligo pra isso. Sou sua namorada e ja estou acostumada com as manias da sua família - disse ela um pouco intrigada.  Tae sorriu leve.
      - Desculpe querida, é só que esse garoto tem manias feias em horas erradas -falou me olhando de lado. Sorri sem mostrar os dentes e voltei a comer. Notei um silêncio na casa e geralmente quando Taeyone vem pra cá costuma ser mais agitado.
      - Taeyone, onde estão Cho Hee e Eunji? - perguntei a mesma.
      - Deixei na casa da minha omma, queria ficar um tempo sozinha com seu irmão - falou enquanto passava a mão pelo braço do hyung, que retribuiu com um sorriso. De vez em quando eles são carinhosos. Quando os filhos dela estão aqui é diversão pura, não é atoa que dizem que uma criança é a luz de um lugar. Mas eles não deixam o casal fazer nada.

          Voltamos a comer em silêncio. Após terminar minha refeição fui para meu quarto, peguei minha mochila na sala e fui ao corredor. Adentrei o cômodo e fechei a porta, coloquei minha bolsa na mesinha que tinha ao lado da porta. Puxei a gravata do uniforme, afrouxando a mesma e me joguei na cama. O dia hoje foi bastante exaustivo, uma massagem não faria mal. Olhei meu celular e havia muitas mensagens e chamadas de Mi Chay, eu mal chego em casa e ela já enche meu saco. Apenas deixei isso de lado, queria paz, pelo menos por essa tarde. Ouvi batidas na porta.
      - Pode entrar - murmurei e me sentei na cama.
       - Não vai querer a sobremesa não ? - meu hyung entra com uma fatia enorme de bolo de chocolate com muita cobertura.
      - Nem sabia que tinha - falei e peguei e prato da mão dele. Comi um pedaço e parece que tinha ido da terra ao céu de tão gostoso que estava. Pelo visto os cursos de culinária que ele fez fizeram efeito. - Está delicioso hyung - sorri e ele retribuiu. Ele se levantou da cama e foi em direção a porta.
      - Vai ficar no quarto? Eu e a Tae vamos assistir um filme. - perguntou e eu assenti com a cabeça.
        - Vou sim, não quero atrapalhar o momento casal de vocês - falei e ele revirou os olhos.
      - Nem vem Jimin, nós não vamos fazer nada.- falou e eu arqueei uma sobrancelha.
      - Como assim não vão fazer nada? -coloquei o prato de bolo sobre a cama. - Taehyung vocês são namorados e namorados namoram, aproveitam o momento a sós - expliquei e ele revirou os olhos novamente.
      - Eu sei, mas hoje eu não tô com vontade - retrucou.
      - Justamente quando as crianças não vem você não fica com vontade. - murmurei de volta.
      -Aish Jimin, já chega de me da aulas sobre relacionamento - reclamou e eu sorri. - Vai mesmo ficar no quarto? - perguntou novamente.
      - Vou, preciso economizar energia pra mais tarde.- me deitei na cama e ele suspirou pesado.
      - Não me diga que é mais uma daquelas festinhas de adolescente?!-  perguntou debochado.
      - Sim - ele revirou os olhos. - Hoje é na casa da Mi Chay.
      - Nossa, não sei como você suporta namorar com essa garota, ela muito irritante. - falou serio. - Eu pelo menos tenho um motivo pra namorar a Taeyone, que você sabe muito bem qual é. Por causa dos nossos nomes que são parecidos. Mas você não tem motivo algum de estar com aquela garota.- falou e eu ri alto. Quando ele começou a namorar  a Taeyone eu achei bem interessante eles terem o nome parecido, foi ai que ele me disse o motivo de namorar com ela. Tae não parecia o tipo de pessoa que se interessava por outras que tinham filhos

- O seu motivo pra gostar da Taeyone é bem relevante - sorri- Mas no fundo você gosta dela, admita.- retruquei.
      -É, ela é legal - falou e eu sorri.
      - So você mesmo hyung - murmurei.
      - To indo então, ja que você não vem.-  Falou e saiu do quarto. Ainda me permiti sorrir do seu jeito. É único. Fui até minha mochila e peguei o livro que vi na biblioteca da escola. Voltei para a cama e assim que folheei o livro o flash do acontecimento de mais cedo veio a tona na minha mente. Eu esbarrei no novato e ele não me tratou com grosseria, como sempre faz. E eu ainda tive a oportunidade de descobrir qual o livro que ocupa ele nas horas vagas. Acho que devo concluir que temos gostos parecidos nesse quesito. O que mais mexeu comigo foi o fato dele dizer que não sabia que eu me interessava por romance e foi por isso que lhe falei aquilo. Digamos que foi uma tentativa de deixa-lo curioso também. Ele me faz ter muitos questionamentos, por que não fazer o mesmo com ele?
    **
      Ouvi o barulho irritante de várias notificações chegando em meu celular. Me praguejei mentalmente por não ter desligado o mesmo. Acabo por acordar de um sono que não sei como e quando aconteceu, já que eu estava lendo o livro antes. Pego meu celular e vejo varias fotos e mensagens sendo postadas no aplicativo e vejo que são da festa, da festa que estou definitivamente atrasado. Olho a hora e vejo que perdi muito tempo dormindo.
      -A festa, droga - falei em quanto me levantava e ia ao banheiro. Comecei a me despir e percebi que ainda estava de farda. Assim que tirei a roupa entrei no box do banheiro e liguei o chuveiro. Deixei a agua fria molhar meus fios, pra despertar por completo. Após um bom banho saí do box, lacei uma toalha na minha cintura e com a outra eu secava meu cabelo. Comecei a procurar uma roupa. Vesti uma cueca box, uma calça preta que ficava bem justa em minhas pernas e uma regata branca folgada e calcei meus coturnos vinho, que mais pareciam preto. Peguei o secador e sequei  meu cabelo, após mais ou menos secos deixei alguns fios desarrumados, davam um toque de sensualidade. Enquanto descia as escadas liguei para o motorista, eu não faria isso se não estivesse tão atrasado. Quando cheguei na sala encontrei um casal de namorados chorando enquanto assistia um filme na TV. Sorri com essa cena cômica. Me aproximei. - Desculpem atrapalhar esse momento de vocês, só vim avisar que ja estou saindo.- falei e os dois me olharam com os olhos vermelhos. Fala sério.
      - Nada de voltar tarde viu Park Jimin? - falou e tive com conter a vontade rir, um Tae choroso brigando serio. - E se chegar bêbado já sabe... -  me alertou com um olhar ameaçador, assenti e saí daquela sala do drama.
      O motorista já estava a minha espera. Entrei no carro e disse aonde iríamos. Assim que chagamos na rua da casa da Mi Chay ja era possível ouvir as batidas da musica alta que tocava. Com certeza os vizinhos devem estar com o sague fervendo. A situação ficou pior assim que paramos em frente a casa. Tinha mais gente ali do que na escola todinha. No jardim da frente tinha todo tipo de situação. Casais se beijando, pessoas bêbadas dançando, jogadas no chão. Respirei fundo e desci do carro, dispensei o motorista, que saiu logo em seguida. Passei pelo jardim e as pessoas me cumprimentavam, mesmo bêbadas. Entrei na casa a procura da minha namorada. O cheiro de álcool e cigarro estava impregnado na casa, pra onde se olhava via casais se pegando, tinha um no sofá que, se não estivessem de roupa eu diria que estavam transando ali mesmo. As pessoas dançavam como loucas, como so fosse o ultimo dia de vida delas. Dando mais uma olhada pela casa eu avistei de longe a minha querida namorada dançando até o chão no meio da pista, com uma rodinha de pessoas ao seu redor, maioria homens lógico. Fiquei admirando a cena ainda incrédulo, a garota que um dia corava forte ao receber um simples olhar, hoje veste roupas curtas e joga charme pra quem der vontade. O mundo dá voltas não? É claro que dava raiva  ver outros olhos desejando minha garota, mas sou controlado em relação a isso. Não gosto de escândalos e o jeito dela não vai mudar. Talvez seja por isso que eu acho que não me sinto tão incomodado com o fato dela despertar desejo em outros. Isso é bastante confuso pra mim. Saio do meu mundinho confuso ao receber um toque no ombro, olho pro lado e vejo meu melhor amigo, Koo Junhoe, esse é meu amigo desde que cheguei na cidade, conheci ele assim que comecei  a conviver com Mi Chay, eles eram vizinhos e hoje ele é o capitão do time de futebol.
      - Por que ainda não ta bebendo cara? -  sorriu e eu retribuí.
      - Eu acabei de chegar - respondi e voltei a olhar pra garota ainda dançando na rodinha.
      - Se quer falar com ela é melhor vocês irem logo pro quarto, do jeito que ela ta soltinha vocês irão ter outro tipo de conversa. - avisou e piscou o olho em seguida, sorri e balancei a cabeça negativamente.
      - Depois eu falo com ela, deixa ela se divertir. Vou pegar uma bebida - assentiu e saiu de perto de mim.
      Fui em direção a cozinha da casa e havia também  casais se beijando, ignorei e fui ao freezer, minha boca abriu um perfeito "O" havia muitas bebidas alí, desde as mais fracas às mais fortes, de varias cores e sabores. Peguei uma não muito forte, não sou tão fã de bebidas e além de tudo tenho jogo amanhã e isso atrapalha e muito. Espero que os outros tenham remédio em casa, terão uma bela de uma ressaca amanhã. Saí do cômodo e fui perambulando pela casa,  olho novamente pra pista de dança e ela não estava mais lá. Dei de ombros e continuei, a musica alta acelerava os batimentos, vez ou outra eu fazia alguns movimentos, deixando a musica me levar. Vejo um casal num canta da sala e pelos cabelos ja reconheci de cara, Hyuna atacando mais uma vez. De relance bato o olho em outro canto da casa e meu sangue ferveu no exato memento que vi aquela cena, Mi Chay estava dançando coladinha com Junhoe, dançando não, se esfregando. Os dois se moviam pelas batidas da música, ali havia um tipo de clima que eu não conseguia explicar apenas olhando, estavam a ponto de ter uma relação sexual ali mesmo. Ele mordia o lábio inferior enquanto ela subia e descia seu quadril em sua pelve. Já chega, isso foi demais pra mim. Apertei a lata na minha mão com força fazendo um corte surgir na mesma e a bebida vazar pelas brechas abertas da lata. Joguei a mesma ou que restou dela no chão e saí dali. Era humilhação demais pra minha pessoa. Minha namorada se jogando outro, minha reputação ficaria no fundo do posso. Mas eu não estava me importando com isso agora, so o que martelava na minha cabeça era o fato de a garota que escolhi pra ter um relacionamento sério mais uma vez trai a minha confiança, so que dessa vez ela foi longe demais, não so ela, mas também o meu "melhor amigo" que a poucos minutos conversava  comigo como parceiro me apunhala pelas costas. O que mais me deixa intrigado é que ele foi o primeiro cara com quem Mi Chay foi pra cama. Como eu descobri isso? Ele mesmo me falou, me garantiu ter sido só uma vez e foi apenas um momento de curiosidade dos dois. Coisa que duvido muito. Eu não me sinto inseguro, é so que eu não suporto alguém que trai a confiança de outro, alguém que age errado mesmo sabendo o certo.
      Continuei andando pelas ruas, não iria pra casa agora, precisava esfriar minha cabeça. Quando me dei fé ja estava na frente da casa da pessoa que sempre me ouvira e me dera conselhos. Bati na porta e esperei, demorou alguns instantes e logo a porta foi aberta me dando visão de um ser de cabelos esverdeados com a maior cara de sono. Ele arregalou os olhos surpresos, acho que ele jamais esperaria que eu fosse a sua casa em plena sexta-feira à essa hora da noite, mas logo bufou e me deu passagem. Fui à sua sala e me sentei no sofá suspirando cansado. Ele logo sentou-se ao meu lado e me encarou.
      - O que traz Park Jimin a essa hora na minha casa? - foi direto - Espero que seja um bom motivo, sabe que detesto ser tirado do meu precioso sono por besteira.- sorri.
      - Min Yoongi e seu bom humor de sempre - falei divertido e o mesmo revirou os olhos.
        - Achei que tivesse ido pra mais uma dessas festas que costuma ir, bêbado, dançando e agarrando a patricinha patética - disse debochado e eu sorri simplista.
      - E eu fui - ele me encarou confuso - mas acabou acontecendo coisas e preferi sair de lá. - falei e peguei uma almofada que se encontrava no braço do sofá e  comecei a brincar com ela.
      - O que ela aprontou dessa vez? - me questionou enquanto ia na cozinha. Devo admitir que não é a primeira vez que Mi Chay apronta comigo nas festas e sempre conto pro Yoongi, ele é meu único amigo de verdade, quero dizer, depois do meu hyung claro. Ele sempre me aconselha e me diz o que fazer, confio muito nele. Foi ele quem me ajudou a superar os grandes problemas que me cercavam na infância pra adolescência. Por isso ele sempre sabe o que acontece comigo, conhece muito bem a minha namorada.

- O mesmo de sempre... Bêbada e passando dos limites. - ele suspirou pesado.
      - Jimin, eu já te disse um milhão de vezes pra largar essa garota, ela não te merece, so fica te menosprezando, fazendo vergonha a você. Por que não aceita de uma vez que ela não é e nem vai voltar a ser aquela mesma garotinha que você conheceu anos atrás? - me encarou, mas não o olhei.
      - Eu simplesmente não sei... - suspirei pesado. - Você sabe que ela foi a primeira pessoa que confiei quando... - fui interrompido.
      - Foi a primeira pessoa que você confiou quando chegou aqui e que te fez voltar a viver..blá blá blá.. - continuou irônico - eu sei de toda essa ladainha, mas não pode ficar com ela por gratidão. Ela não é a mesma pessoa. Ela cresceu, teve novas experiências e chegou ao ponto que está. Sabe melhor do que eu que vive nesse relacionamento sozinho. - reclamou enquanto terminava de preparar um café.
      - Eu sei, mas... Eu não posso deixa-la- me olhou irritado- pelo menos não agora. Meus pais gostam muito dela, e talvez não tenham uma boa reação bem a isso - continuei calmo. Ele me fitou incrédulo. - O que? - perguntei confuso.
      -Desde quando você se preocupa com o que seus pais acham ou deixam de achar em relação seu lado amoroso? - continuou a me encarar. - Quem tem que decidir isso é você não eles. E também eles so gostam dela por causa de que o pai dela é uma das grandes oportunidades pra empresinha dele.- falou meio irritado. Tenho que concordar com ele. Quando eles souberam da minha aproximação com ela quase soltaram fogos por Seul inteira. Eles não querem saber se realmente gosto ou não.
      - E você acha que eu não sei?! - arqueei uma sobrancelha, ele me olhou como uma cara de "e então?"- So que... Eu sinto que não posso terminar essa relação de anos com ela assim, de repente. É como se essa relação fosse me levar a outro lugar, eu não sei bem explicar, eu so não posso deixar ela agora. -  ele trouxe uma xicara de café quente pra mim e se sentou na poltrona oposta ao sofá em que eu estava.
       - Vai mesmo, te levar pro fundo do posso da amargura.- falou e ri negando com a cabeça. - vai se arrepender disso no futuro, e eu vou viver só pra olhar a sua cara de idiota e poder dizer "eu te disse que ia dar merda" - falou sarcástico e bebeu um gole do café.
      - Credo Yoongi - falei rindo e ele deu de ombros. - Vamos mudar de assunto, eu vim aqui so pra poder esquecer dela pelo menos por essa noite. - ele deu de ombros. Bebi um gole do café pouco amargo e observei o garoto a minha frente. A alguns dias eu venho notado que ele anda diferente e com... Olheiras. Isso é novidade nele. Ele bebia seu café com a cabeça baixa, pensativo, como se alguma coisa estivesse pressionando ele. Eu irei descobrir o que está acontecendo com ele essa noite. - E você? - perguntei o encarando ele me olhou.
      - Eu o que? - perguntou confuso.
      - De uns dias pra cá eu tenho notado que você anda diferente, meio distraído e com olheiras, o que é raro em você. Está acontecendo algo? - questionei preocupado. Eu me preocupo com ele também, não gosto dele passando por situações difíceis, ja basta morar sozinho aqui. Ele negou com a cabeça, mas eu sei que esta sim acontecendo alguma coisa. - Tem certeza? Sabe que pode contar comigo pro que precisar. - falei passando confiança, embora ele ja tivesse. Eu acho.
       - Não  é nada de muita importância. Coisa minha mesmo.- tentou me convencer, mas eu sou osso duro de roer. Nada que uma pressão não resolva. Fiquei o encarando por longos segundos, se ele ficar nervoso é porque esta escondendo algo. Ele não me encarou em nenhum momento, mas eu sabia que ele estava sentindo a pressão. -Aish.. Dá pra parar de me olhar? Isso é irritante.- falou nervoso ainda sem me olhar.
      - Está me escondendo algo. Me conte logo e ai sim eu paro de lhe encarar. - ele revirou os olhos. - Vamos Min Yoongi, sabe que sou seu amigo e que pode me contar qualquer coisa. Irei te ouvir sem te julgar, assim como faz comigo.-ele bufou derrotado. E sorri vitorioso.
       -  É que... eu ... ando sentindo umas coisas estranhas ultimamente, coisas que eu não queria sentir e nem sei como sinto- Lhe encarei preocupado. Ele está doente? Não pode ser, mas se for eu irei ajuda-lo obvio. Nunca deixaria meu amigo desamparado numa hora dessas.
      - O que sente? Se precisar ir ao medico eu irei te levar. Devia ter me dito antes. - falei demonstrando preocupação na voz. Ele me encarou confuso.
      - Eu não estou doente, se é o que está pensando. - essa fala dele me aliviou e me deixou ainda sem entender.
      - E o qual é o problema então? - me ajeitei melhor no sofá pra ouvir o que ele tinha a dizer. Ele respirou fundo.
      - Se você tiver qualquer reação que eu não goste eu te expulso daqui e nunca mais conto nada a você, estamos entendidos? - retrucou ameaçador. Eu assenti rendendo as mãos para cima. Ele raspou a garganta e se pôs a falar.
      - Se lembra de quando fomos aquele circo e eu acabei esbarrando num garoto, que derrubou minha pipoca? - começou perguntando e eu assenti.- Então... Como você deve ter visto ele estava sem camisa, porque eu acabei derrubado a bebida que ele carregava.- fiquei mais confuso, por isso prestava a atenção em cada palavra que saia da sua boca. De repente ele pausou e ficou pensativo por alguns segundos, e eu não sei se minha visão estava turva, mas ele pareceu ficar vermelho, como se estivesse envergonhado com algo. Fiz um sinal pra que ele continuasse. -Quando eu derrubei a bebida nele...   minha primeira reação foi brigar, so que... - ele estava enrolando muito. Arqueei as sobrancelhas esperando o resto sair e ele ficou mais vermelho ainda. - quando eu vi ele tirar a camisa eu... meu olhar focou no corpo dele. - falou a ultima parte rápido e fiquei estático. Como assim?  Ele se sentiu atraído por um corpo masculino?! Eu ainda tentava absorver tudo. Ele ele, um pimentão humano. Um silêncio se instalou naquela sala, eu ainda buscava palavras pra dizer algo.
       - Está me dizendo que se sentiu atraído pelo corpo dele? -  perguntei baixo e calmo. Ele assentiu ainda envergonhado. Cena muito rara de se ver. -  E... O que você sentiu exatamente? Continue - eu nunca tive um amigo que sentisse coisas por alguém do mesmo sexo, então eu queria saber se era a mesma coisa que acontece com casais opostos.
      - No momento em que meus olhos bateram ali eu senti  cada parte do meu corpo eletrizar... Parecia que tudo ficou em câmera lenta, pra mim só tinha eu e ele ali. Meus batimentos foram ficando acelerados em questão de segundos, minha respiração ficou descompassada. - eu ouvia tudo ainda em choque. Nunca pensei ouvir isso dele. - ... E eu já não controlava em mim... Meus olhos foram impulsivamente passeando pelo corpo dele... Como se... Eu estivesse desenhando ou até mesmo memorizando cada detalhe. E quando meus olhos subiram e se encontraram com os dele... Tudo que eu estava sentindo parecia ter duplicado e foi ai que eu caí na realidade. - falou tudo sem me encarar, parecia estar imaginando tudo de novo em sua mente. Eu tentava formular algo, minha boca abria e fechava diversas vezes, mas nada saía. Eu não sabia o que lhe dizer, foi uma surpresa em tanto. E mais uma vez o silencio se fez presente.
        - Eu estou tão assustado quanto você acredite. - ele quebrou o silêncio - Eu não sei como isso foi acontecer, so aconteceu ,parece que foi despertado instantaneamente. Isso a gente não controla. - suspirou pesado. Talvez ele estivesse pensando que eu estava de alguma forma o julgando. Mas eu não estou.
       - Não é isso...- finalmente consegui pronunciar alguma coisa.- é so que... eu fui pego de surpresa, eu... não esperava ouvir isso de você... o fato de você ser... Quer dizer.. Ter virado... - não pude terminar, pois ele me interrompeu.
      - Eu não sei se eu sou ou virei mesmo... gay, quer dizer, eu acho que não, não sei... Eu ainda tô confuso com tudo isso- suspirou derrotado passando as mãos no cabelo verde. Ele realmente estava confuso.
      - Isso aconteceu... Essas sensações.. Só aconteceram essa vez? - perguntei curioso. Ele negou e eu arregalei os olhos. O olhei como sinal pra que ele falasse.
      - Naquela noite, com esses acontecimentos eu acabei ficando perturbado. - se deitou no sofá olhando pro teto.
       - Eu vi. Agora eu sei o porque daquilo. - falei entendendo toda a situação. - mas continue, você ficou perturbado e ai... - retruquei pra que ele continuasse.
      - Aquelas imagens ficaram na minha cabeça... Então eu tentei dormir pra ver se essas coisas saíam da minha mente. Tentativa falha. Eu acabei sonhando com aquele... Garoto. - falou a ultima parte firme e depois suspirou alto. Eu ficava cada vez mais surpreso, cada vez mais curiosos. Pareciam pancadas na minha cabeça.
        - E o que aconteceu no sonho? - perguntei e vi ele ficar vermelho novamente. Com certeza foi algo bem constrangedor.
      - Não vou detalhar porque... De alguma forma isso mexe comigo e é... constrangedor.- assenti e ele continuou - bom... no sonho eu estava dormindo e a tocavam a minha campainha, eu levantava irritado e abria a porta, dando de cara com ele... Sem camisa... E com um olhar bastante tentador... Ele ficava me provocando... - vi ele ficar vermelho novamente. - ... Até que eu acordei e vi ser um sonho. Fiquei bastante aliviado por isso, porém... Outra coisa não ... - deixou o resto da fala no ar. Fiquei alguns segundos tentando compreender até que entendi.  Coloquei a mão na boca ainda não acreditando.
      - você... ficou... ? - ele me interrompeu assentindo.
       - Sim, eu fiquei excitado - assumiu baixo. - então eu entrei num conflito interno com a minha mente, tentando entender o porque dele mexer tanto assim comigo.
        - E ai você acabou perdendo o sono.. -  continuei e ele assentiu.- Nossa, por essa eu não esperava. Foi uma surpresa em tanto. - passei a mãos nos meus fios negros. - mas... Antes de isso tudo acontecer você era... Hetero?- perguntei receoso, não queria deixar ele envergonhado.
       - O mais estranho é justamente isso, eu era... sou.. Não sei mais é de nada- ficou nervoso. - esse tipo de coisa nunca aconteceu comigo, mas ai foi só eu ver aquela criatura e "bam" isso surgiu. - explicou sério. - se eu soubesse, não teria ido aquela merda se circo. - seu rosto formou-se uma expressão de arrependimento. Ele deve está bem confuso, até eu estou. Muita coisa pra digerir.
      - Você acha isso ruim?- ele me encarou- Essa coisa de sentir atração por outro homem.. - ele pareceu ficar pensativo.
      - Eu ainda não sei Jimin. Eu nunca passei por isso... Nunca fui de ver um corpo feminino e não ligar. É estranho. - arregalei os olhos. Ele meio que perdeu o interesse por meninas? Então eu posso afirmar que ele pode sim ter virado... Homossexual.

**
      Depois de tantas descobertas e surpresas decidi ir pra casa, o Yoongi devia está cansado e precisando colocar os pensamentos no lugar. E com razão. Não era muito tarde da noite, meu hyung ainda deveria está acordado.
      De longe pude ver algumas luzes  acesas na minha residência. Peguei a chave e adentrei na mesma. Meu hyung estava no sofá ajeitando as unhas, ele é bastante vaidoso. Assim que me viu sorrio.
      - Olha só, vejo que não chegou muito tarde nem com sinal de bêbado. - garotinho obediente. Sorri.
      - A festa estava chata e então fui passar um tempo na casa do Suga- retruquei e sentei no sofá ao lado dele.
      - Se a festa foi chata tem dedo de Mi Chay nisso. O que aquela vaca aprontou? -  questionou enquanto terminava de passar base na unha do pé.
      - Ah não, eu não quero falar sobre isso de novo, ja basta o Yoongi me dando sermão - bufei alto. Ele arqueou uma sobrancelha.
      - Se o Suga reclamou é porque foi uma merda bem ruim. - retrucou  debochado. Ele é bem sincero. - Pode me contar logo. - apontou um alicate na minha direção.
      - Eu conto - sorriu vitorioso.- amanhã. - me levantei do sofá.
      - Como é que é? - perguntou fingindo irritação.
      - Tae, não sei se você se lembra, mas eu tenho um jogo amanhã e preciso estar concentrado. - retruquei de volta. Ele reprimiu os olhos me encarando.
        - Salvo pelo jogo. - sorri um pouco alto. - Mas de amanhã você não escapa - falou pausadamente e eu assenti ainda rindo.
      - Você não presta hyung - falei e ele me encarou sério segurando seu chinelo na mão.
      - É melhor você ir pro quarto antes que eu jogue esse chinelo em você.- falou ameaçador. Corri pro corredor. Foi ai que eu percebi que a Taeyone não se encontrava na casa. Voltei receoso pra sala.
      - Cadê a Taeyone? - perguntei se longe.
      - Foi pra casa. Parece que a Cho Hee teve febre. Por que?- questionou de volta.
        - Achei que ela dormiria aqui. - fiz expressão maliciosa, ele me olhou com uma cara de reprovação.- Boa noite hyung. - terminei simpático.
       - Boa noite Jimin - retribuiu sorrindo.
      Voltei pro quarto e comecei a me despir. Fui ao meu closet e escolhi um short folgado com uma blusa de mangas curtas. Me joguei na cama. Precisava descansar, absorver tudo que ouvi hoje. Um dia de muitas descobertas, surpresas. Fechei os olhos e não demorei a sentir meu corpo mole e meus olhos pesarem. Adormeci.
      
      Uma musica extremamente irritante começou a invadir meus ouvidos, despertei praguejando tal objeto, era meu celular. Peguei o mesmo no criado-mudo e encarei o nome que brilhava na tela. Mi Chay.
         - Agora você lembra da minha existência não é?!- falei irônico enquanto o celular ainda tocava. Minha voz ainda estava um pouco rouca por ser a primeira vez falando no dia.- Dessa vez não Mi Chay- ignorei sua ligação. Ela vai ficar muito brava comigo, mas não ligo. Antes de desligar o aparelho vejo que já são nove e trinta e dois. Dormi demais. Mas não tem problema, meu jogo é so a tarde mesmo. Tomei coragem e me levantei. Fui ao banheiro e fiz minhas higienes pessoais. Tirei minha roupa e fui tomar uma boa ducha. Deixei a água fria molhar todo o meu corpo, relaxando os músculos pouco tensos. Passei longos minutos ali. O banheiro ficou cheirando ao sabonete aromatizado de flores do campo. Gosto desse cheiro, me acalma, me traz uma paz interior. Desliguei o chuveiro e saí do cômodo enrolado na cintura. Vesti uma roupa confortável e fui até a cozinha. Durante o caminho senti um cheiro bom de limpeza. A nossa empregada com certeza estava aqui. Cheguei a cozinha e vi apenas ela passando com algumas roupas na mão.
        - Oh, bom dia senhor Jimin- falou ela simpática. Retribui sorrindo.
      - Bom dia nonna. Eu ja disse que não precisa me chamar de senhor, sou muito novo pra isso.- falei divertido e ela riu assentindo. Ela voltou ao que fazia e eu me sentei na mesa, que ainda estava posta, coloquei um copo de suco de laranja e cortei uma fatia de bolo.
      - Bom dia bela adormecida - quase me engasguei com o suco quando essa voz surgiu do nada. - Achei que fosse ficar naquele quarto durante cem anos.-   falou irônico.
       - Que susto hyung- ele sorriu- Bom dia. - falei voltando a comer. - Achei que tivesse ido pro curso. - continuei.
      - Hoje o professor faltou - pegou uma maça- pelo que me disseram uma parente dele faleceu. - continuou.
      - Entendi. - o silêncio se fez presente. - vai assistir o meu jogo hoje a tarde não vai? - questionei ao mais velho. Ele me encarou sério.
      - ah Jimin, você sabe que eu não sou muito ligado a essas coisas de jogo. - fiz uma expressão triste. Eu gosto quando ele assiste, a torcida dele é fundamental pra mim.- Mas, isso não me impediria de ver meu maninho jogando - falou e um sorriso se formou em meus lábios. Ele bagunçou meus cabelos sorrindo.
      - Para hyung- reclamei tirando sua mão de meu cabelo.
       - precisava ver a sua cara quando eu falei que não gostava de jogo. Foi hilária. - sorriu alto e eu o acompanhei.
      - Seu chato.- joguei um pedaço de pão nele.
      - Um chato que você ama- falou divertido e eu sorri. É verdade, eu gosto muito do meu hyung. Voltei a comer e ele ficou me encarando fixamente. Já estava ficando constrangedor.
      - Aigoo, o que foi? - perguntei ja nervoso.
      - Tô esperando você me contar o que foi que a Mi vaca fez dessa vez. - falou serio e eu ri. Taehyung e seus apelidos.
      - Você não esquece de nada nunca né? - retruquei e ele negou com a cabeça.- Tudo bem então...
      Contei tudo o que tinha acontecido na noite anterior e ele ficava cada vez mais irritado com as minhas palavras. E com razão. Me perguntava como eu ainda conseguia olhar pra cara dela. Eu simplesmente não sei, algo dentro de mim me impede de tal ato. Então vou suportar isso até chegar no meu limite. Depois de muito sermão eu e meu hyung fomos passar um tempo juntos até dá a hora de irmos pro jogo. Faz um bom tempo que não fazemos coisas de irmãos, então as horas que passamos juntos foram bastante divertidas. Segundo o treinador Namjoom eu tenho que estar relaxado pra poder ter um bom desempenho no jogo.
        **
      - Olha, é bom que quando eu chegar naquele jogo eu não dê de cara com aquela vadia que você chama de namorada, se não eu acabo com aquela pose de líder de torcida dela em dois minutos.- O mais velho reclamava alto enquanto dirigia o carro.
      - Tá bom hyung, não exagera vai. Eu também estou irritado com tudo isso, mas não posso ficar me preocupando com isso ao ponto de querer estrangular ela. - rebati sério. Ja estava irritado de ouvir ele reclamar o tempo sobre esse assunto.
      - Pois deveria. Ora Jimin, você é namorado dela, merece respeito da parte dela também. Não precisa ficar aguentando essas humilhações, se eu fosse você terminaria com ela na frente de todos daquele estádio e esfregaria na cara dela que ela não faria falta na minha vida. - continuou brigando, isso já estava passando dos limites. - E ainda diria a ela na cara dura que peguei as que se dizem "amiguinhas" delas. Eu fico imaginando a cara dela após descobrir que você fez isso. - falou em tom maníaco. Eu até riria se eu não estivesse de saco cheio.
      - Taehyung- massageei minhas têmporas - eu não sei se você ta lembrado, mas eu tenho um jogo em poucos minutos e não posso estar com a mente perturbada. Então se você dizer o favor se guardar essa discussão pra mais tarde eu agradeceria muito-falei o encarando sério. Ele bufou alto.
        - Desculpa, é que eu não suporto ver como essa garota te trata e você não fazer nada.-  disse mais calmo. Suspirei.
        - Eu vou resolver isso tá? Eu vou, na hora certa. E agora não é essa hora. - retruquei no mesmo tom. Ele assentiu. Seguimos o resto do caminho em silêncio.
       - Pronto. - disse ele assim que chegamos em frente ao estádio. - Eu só vou buscar a Taeyone e as crianças e volto. - assenti e desci do carro. Entrei no lugar já cheio de gente e professores.
      - Jimin, ainda bem que você chegou. - o treinador veio até mim. - agora vá lá pro campo e se aqueça junto com os outros. Obedeci. Logo vi quem menos queria ver hoje. Junhoe. Que por sinal teve a audácia de falar comigo. Fingi que não era pra mim.

Depois de mais ou menos meia hora de aquecimento, o estádio ja estava completamente movimentado. Olhei em volta e meus olhos arregalaram ao ver duas pessoas ali nos acentos. Min Yoongi acompanhado da pessoa que menos esperava ver naquele jogo, Jeon Jungkook. Que tipo de feitiço Suga usou pra traze-lo ate aqui? Ele não tem cara de quem curte isso, e também sua cara não estava nada boa. Continuei passeando meu olhar e de longe eu avistei uma Mi Chay com a cara completamente fechada. Decidi virar de costas e sair dali antes que ela me veja. Uma tentativa completamente falha.
       - PARK JIMIN - gritou de longe ai ver minha ideia de sair dali. Sua voz apresentava muita irritação. Assim que senti sua presença próxima me virei pra encara-la com desdém.
      - O que foi, Mi Chay ? - perguntei sério. Ela estava parecendo uma boneca de tanta maquiagem, com certeza deve ter amanhecido com olheiras. A mesma me encarou vermelha de raiva.
      - O QUE FOI? - sorriu irônica - ALÉM DE NÃO IR A MINHA FESTA, IGNORAR MEUS TELEFONEMAS AINDA TEM A CORAGEM DE SER GROSSO COMIGO?! - sua voz estava alta, chegava a chamar a atenção de algumas pessoas para nós.- QUAL O SEU PROBLEMA? PIROU DE VEZ?  - meu sangue ja estava começando a ferver pelo tom que ela usara comigo na frente de todos. Respirei fundo e tentei mantar a calma pra nao explodir ali mesmo.
       - Mi Chay, eu preciso treinar. Depois conversamos. - falei sem interesse e virei as costas pra sair dali, porém ela puxou meu braço com uma certa força e suas unhas acabaram fazendo dois pequenos cortes no meu pulso. Trinquei meus dentes e fechei meus punhos, surgiu uma raiva intensa em mim, misturada com a pouca dor dos cortes.
     - Não vire as costas pra mim, eu ainda não terminei - falou entre os dentes - parou esperando alguma atitude minha e como não fiz nada ela continuou. - Porque você não foi a minha festa? - perguntou ainda entre os dentes e eu continuei de costas em silencio, tentando acalmar meus ânimos.  RESPONDE JIMIN - Gritou chamando mais atenção para nós. E esse foi o limite que a minha paciência aguentou.
     - EU FUI MI CHAY, EU FUI NA PORCARIA DA SUA FESTA- virei pra ela a encarando intensamente, de raiva. E ela  pareceu ficar irritada também. Eu já não estava me importando se estavam olhando pra nós.
       - E POR QUE EU NÃO TE VI LÁ? POR QUE VOCÊ NÃO FALOU COMIGO? - gritou impaciente, e eu estava na mesma situação.
       - Talvez porque você estivesse muito ocupada SE ESFREGANDO NO CAPITÃO DO TIME DE FUTEBOL  - gritei ainda mais alto e a garota a minha frente passou de uma coloração vermelha pra branca. Senti as veias do meu pescoço saltarem. Ela olhou de relance pro lado, onde se encontrava Junhoe, que se encontrava na mesma situação que ela. Até então ela ainda se encontrava calada, talvez até envergonhada, afinal todos ali olhavam para nós.
      - Jimin, eu estava bêbada, e você sabe que quando eu fico nesse estado eu.. - falou já mais calma, porém, minha paciência ja tinha se esgotado.
      - POIS NÃO BEBA, SE VOCÊ SABE OS SEUS LIMITES MI CHAY, NÃO BEBA. - falei alto e ela arregalou os olhos, ela raramente me via assim. -  FAZ AS COISAS ERRADAS E AINDA TEM A CORAGEM DE VIR AQUI E GRITAR COMIGO NA FRENTE DE TODO MUNDO, MAS É MUITO OUSADA MESMO -  continuei.
      - QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA FALAR COMIGO DESSE JEITO? - ela resmungou desaforada.
     - O SEU NAMORADO - gritei de volta. -   POR ISSO,DA PRÓXIMA VEZ QUE EU PEGAR VOCÊ NUMA CENA VERGONHOSA DAQUELAS PODE SE CONSIDERAR SOLTEIRA Á PARTIR DAQUELE MOMENTO.-  falei apontando o dedo pra ela,  a mesma olhou pra todos os lados percebendo que estava chamando muita atenção, ficou mais alterada ainda.
      - NÃO APONTE O DEDO PRA MIM, ME RESPEITE JIMIN, ME RESPEITE - falou dando um tapa forte na minha mão. Eu ri irônico .
      - QUER QUE EU TE RESPEITE?- PERGUNTEI IRÔNICO. - ENTÃO CRIE VERGONHA NA CARA E ME RESPEITE TAMBÉM - eu já estava alterado demais. Em trincou os dentes e levantou a mão pra me dar um tapa.
      - ORA, SEU... - quando ela ia lançar o tapa alguém segurou seu pulso.
      - O que está acontecendo aqui? - o treinador Namjoom interrompeu sua ação. Ela o encarou com raiva o puxou o seu pulso da mão dele.
       - Eu estou acertando umas contas com esse... - falou irritada, mas foi interrompida de novo.
      - Não interessa Mi Chay. Aqui não é lugar pra discutir relacionamento. - explicou olhando para ambos. - Aqui dentro a relação de vocês é atleta e líder de torcida. Lá fora vocês podem fazer o que quiser aqui não. - continuou. Mi Chay bufou de ódio. - Por que que de vez de ficar desconcentrando o meu atleta você não se põe no seu lugar e usa essa sua euforia toda pra ensaiar a coreografia com as outras enquanto o jogo não começa? - encarou a garota a sua frente sério, ela parecia nem ligar.
      - Por mim ele se ferrava- me olhou com desdém, ignorei. O treinador a encarou.
      - Acontece que o time não é só dele, agora faça o favor de voltar pro seu posto antes que eu fale com seu professor e peça pra te tirar do grupo. - ela o olhou debochada, iria devolver sua respostas, mas foi repreendida antes disso. - Eu tô falando grego por acaso? - perguntou com as sobrancelhas arqueadas. Ela rosnou alto irritada e saiu pisando fundo no chão. O treinador nao tinha medo de enfrentar ela, agora eu também não.
       - Devo te agradecer por ter me tirado dessa? - perguntei o encarando divertido. Em riu.
      - Agradeça se concentrando e vencendo a partida. - retrucou de volta e eu assenti sorrindo.
      - pode deixar. - falei e corri pra me preparar, o jogo irá começar em cinco minutos. Olhei de relance pra platéia e me deparei com um Yoongi sorridente me olhando, um Taehyung soltando fogos de felicidade olhando debochado pra Mi Chay e um Jeon Jungkook com os olhos arregalados, que logo desviou quando me viu olhando.  Ri da reação deles, suga e Tae adoram confusão. O treinador me chamou e fui pra minha posição. O jogo começa.
      **
      O jogo tinha começado tranquilo, foi ficando mais tenso no segundo tempo, mas isso não impediu nossa vitória. Três á dois é um bom resultado. Todos ali vieram cumprimentar os vencedores, até mesmo pessoas da plateia. Vi meu hyung, sua namorada, Yoongi e as crianças se aproximando sorrindo, retribui.
      - Parabéns maninho - meu hyung gritou assim que chegou mais perto de mim. - Pelo jogo e pela atitude com a vaca.- sorri- gostei de ver.
      - Ela tava merecendo, ficou me provocando. - respondi de volta. Senti mãos em minhas pernas.
      - Parabéns pelo jogo Jimin oppa - falou a pequena Cho Hee, junto com seu irmão. Me abaixei e  retribuí os abraços, eles eram muito fofinhos.
      - Obrigado meus queridos - sorri e eles retribuíram - Que bom que gostaram do jogo.- ouvi  Yoongi bufar e resmungar.
      - Por falar em vaca, lá vem uma atrás de capim novo. - falou olhando pra alguém que estava vindo atrás de mim. Olhei pelo ombro e vi Mi Chay sorrindo sínico vindo em minha direção. Me levantei.
      - Oi Jiminnie... - sorriu largo e eu permaneci quieto. - Vim pedir desculpas por mais cedo e dar parabéns pro meu namorado. - Disse levantando os braços pra me abraçar, segurei seus braços impedindo o contato. Ela franziu o cenho e eu neguei com a cabeça.
      - Pouco tempo atrás você queria me bater e agora quer me beijar?!- sorri irônico. - Qual o seu problema? - perguntei arqueando as sobrancelhas. Ouvi umas risadas baixas atrás de mim e Mi Chay fingiu não ouvir.
      -  A gente precisa conversar ... - tentou mais uma vez me convencer. Dessa vez eu não vou cair nos joguinhos dela.
       - Eu ja disse tudo o que tinha pra dizer a você, portanto não temos o que conversar - ela abriu a boca incrédula. Mas logo se irritou quando os meninos começaram a fazer piada e rir. Confesso que eu estava me segurando pra não rir também.
       - É isso que acontece quando uma vaca vai pastar no gramado do vizinho - Yoongi falou como se fosse pras crianças. Mi Chay o encarou raivosa, pronta pra dizer umas verdades.
      - Não ouse - me pus na frente dela, Yoongi sorriu e piscou pra ela e a mesma saiu soltando fumaça pelas orelhas.
      - Sei bem que tipo de conversa ela queria ter com você.- sorri. Ele tem razão. Ela sempre resolve assim.- Eu sabia que esse  jogo tava prometendo.- Falou ele com o braço em volta do meu pescoço, todos rimos.- Temos que comemorar esse dia. - continuou e Tae assentiu animado.
       - E nós vamos - o treinador Namjoom se aproximou da gente. - Estávamos planejando ir comemorar em um restaurante novo que inaugura hoje na cidade. Todos estão convidados. Topam? Não aceito não como resposta. - falou encarando todos ali. As crianças se animaram.
       -Claro que sim- falei por todos e ele retribuiu sorrindo. - Eu só preciso passar em casa e tomar uma ducha, nos encontramos lá.- ele concordou com a cabeça.
      - Vocês sabem onde é né? - perguntou e o Tae assentiu. Ele sabe se tudo. - Ótimo, nos vemos la então. - se despediu e saiu. Conversamos mais um pouco com os técnicos e fomos para  casa. Durante o caminho notei que faltava alguém ali. Jungkook, ele também estava no jogo, depois disso não o vi mais.
      - Me conta como você fez pra levar o novato até o jogo?!- Questionei o ser de cabelos esverdeados. Ele sorriu.
       - Segredo - falou se achando, o encarei sério. - Uma longa história, depois conto.- piscou pra mim sorri.
      **
      Finalmente a noite ja caíra e já estávamos na frente do restaurante novo. Parecia ser um lugar bastante organizado, nem muito rico nem muito simples. Gosto disso. Adentramos o local e eu estava certo, não era exageradamente iluminado, era diversificado, com varias cores que davam uma áurea confortável ao lugar, uma música singela tocando. Logo achamos uma mesa bastante larga cheia de gente, os jogadores, o treinador, amigos, as líderes de torcida. Todos. Fomos até lá e nos sentamos nas cadeiras vazias. Busquei um lugar distante de Mi Chay, não tava afim de papo com ela. Começamos a conversar coisas aleatórias até uma voz, que eu julguei conhecer de algum lugar surgiu atrás de nós.
      - Boa noite, já querem fazer os pedidos? - falou a pessoa não muito simpático. Olhei pra trás e meus olhos arregalaram assim como os da pessoa.
      - Você? - falamos em uníssono.