- Luísa, será que tem como você prestar atenção em mim por pelo menos um minuto? - Lucca ralhou, batendo sua mão direita com intensidade sobre a pedra de marmore clara da bancada da cozinha.
Um suspiro retórico escapará dos lábios carnudos da morena, que levou uma de suas mãos até a tela média do Macbook a sua frente, a abaixando milimetricamente para que pudesse entre-olhar melhor o mais velho, que andava de um lado a outro da extensa cozinha da casa dos pais. desesperado.
- Por Deus, Lucca, oque aconteceu? - Questionou, conforme deixava os inúmeros papéis pálidos sobre o mármore gélido, acompanhando com o olhar atento a figura do mais velho andar de um lado a outro.
- Eu e a Maria brigamos de novo. - O diretor chefe da Fia suspirou de forma cansada, apoiando todo peso de seu corpo sobre a bancada, entre-olhando a morena chacoalhar a cabeça em negação.
- Eu não estou surpresa, deveria estar? - Luísa o questinou em falsa colocação, se levantando em um pulo só do assento metálico, caminhando até um dos armários de vidraça, buscando por um copo. - Vocês estão juntos a quase três anos, Lucca, e desde então você vem a enrolando com falsas esperanças de um relacionamento mais progredido. - Concluiu sua fala com extrema sinceridade, cravando seu dedo indicador contra o botão acinzentado do filtro de água.
- Não é bem assim, Luísa. - Tentou rebater, mas sabia o quão errado estava, e não teria justificativa ao alcance para apresentar.
- Então é como? Pode me explicar, eu estou aqui para ouvir e, tentar entender. - A morena Alfineto-o, apertando levemente seus dedos sobre o objeto de vidro, levando-o com rapidez até seus lábios.
Lucca entre-olhou a mais nova agoniado, levando com agilidade suas mãos até seus fios de cabelo liso, necessitados de um corte, os puxando levemente.
- Eu não estou pronto para pedi-la em casamento, Luísa, é um passo muito grande. - O homem exclamou em tom notório, fitando com clareza a leve bagunça de papéis deixada pela irmã.
- Isso não justifica a falsa esperança que da à ela, Lucca. - Luísa rebateu, em tom firme. - Você assumiu o lugar de pai da Hellena, a menina é apaixonada por você, ela à vê como o pai dela. Então, não faça isso com a Maria.
- Lui...
A morena se limitou a fazer um gesto mínimo com uma de suas mãos, interrompendo-o com antecedência.
Deixou o copo sobre a pia metálica, se virando em direção a porta de entrada, avistando o patriacar da família adentrar pela extensa cozinha sorridente, levando consigo algumas sacolas plásticas.
- Olha quem finalmente veio nos visitar. - Davi exclamou brincalhão, deixando um beijo estalado sobre a testa da filha.
- Oi, papa! - Os lábios rosados da morena tomaram-se em um sorriso leve, conforme caminhava apressada até a bancada novamente, começando a juntar os papéis espalhados.
- Lucca estava me contando na hora do almoço que você irá expandir a le biscut para Espanha. - O senhor com os fios de cabelos levemente grizados comentou, apontando levemente seu dedo indicador a sentindo das pastas carregadas pela filha.
- Sim, terá uma cede em Barcelona, quem sabe mais para frente não se expanda para madri também. - Afirmou orgulhosa.
Ter a sua empresa se expandindo cada vez mais, deixava Luísa extremamente orgulhosa de seu trabalho.
Não fora fácil, a morena passará inúmeras noites acordadas, buscando formas de expandir seu negócio. Agatha, nunca apoiará a filha, que decidirá por conta própria seguir seu próprio caminho, fora da advocacia.
E ver tudo caminhando tão bem, trazia a saciável sensação de que estava fazendo tudo certo.
- Então a senhorita passará uns dias em Barcelona? - Davi a questinou, recebendo sua leve afirmação em resposta. Não estava nem um pouco animada para a viagem, que seria a trabalho. - Eu tenho muito orgulho de você, Princesse. - Revelou.
Luísa não teve tempo o suficiente para responde-lo.
A morena sentiu sua cabeça rodar, sua visão ficar turva, seu corpo se bambear e seu estômago se revirar em questão de pouquíssimos segundos.
Apoiou uma de suas mãos sobre o mármore, levando a outra até sua cabeça, fechando os olhos com intensidade, na tentativa de se recuperar.
- Luísa, oque foi? - Lucca saiu de seu incomparável transe, alcançando a irmã com rapidez, puxando um dos assentos da extensa bancada clara, lhe dando o apoio necessário para se sentar.
- Querida, oque houve? - Davi a analisou atento, esboçando sua expressão preocupada conforme se aproximava.
- Só um mal estar. - Respondeu-os simples, sentindo um suspiro retórico escapar de seus lábios entre-abertos.
- Vamos ao médico. - O ex piloto brandou, passeando uma de suas mãos com calma pelas costas trêmula da morena, coberta pelo fino tecido branco de sua blusa de trabalho.
- Ir ao médico, papai? Foi só um mal estar. - Luísa realizou uma simples pausa, o suficiente para retomar seu fôlego. - Eu estou bem. - Afirmou.
- Tem certeza, Luísa? Você está pálida e gélida. - Lucca a questinou, passeando suas mãos por sua testa.
- Você comeu hoje, querida? - O patriarca não deu tempo para que a mais nova respondesse a pergunta, a fazendo outra.
- Sim, eu estou assim desde de manhã, ach...
- Por Deus, oque está acontecendo? - Agatha berrou, adentrando com passos apressados pelo cômodo ao ver o marido segurando os curtos fios de cabelo da morena, enquanto abanava sua nuca com a outra mão livre, e Lucca, analisava com calma a temperatura da irmã.
- Luísa está com um mal estar. - Lucca se prontificou em responder o questionamento.
- Eu já estou bem, já passou. - Luísa os tranquilizou, entre-abrindo seus olhos escuros com calma, sentindo o olhar preocupado dos três pesar com intensidade sobre si.
- Isso é porque você não está comendo direito, Luísa. Só sabe comer besteira, e aquela governanta da sua casa mal sabe cozinhar. - A advogada indagou com desdenho, fitando suas extensas unhas recém pintadas de vermelho.
- Não vamos brigar agora, mãe. - Luísa advertiu, se levantando do assento com cautela. - Lucca, me leva em casa? - Perguntou, recebendo com rapidez a confirmação do irmão.
- Querida, fique aqui até se sentir melhor. - Davi pediu, amparando a filha do meio, que negou, sorrindo de forma simples.
- Eu já estou bem, não se preocupe. - Respirou profundamente, tomando sua bolsa em mãos, sendo ajudada por Lucca, que se prontificou em carregar as pastas e algumas cartolinas destinadas a irmã. - Eu amo vocês. - Luísa sorriu minimamente, deixando um beijo estalado sobre testa de cada um, começando seu trajeto até a porta.
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- Luísa, tem certeza que você está bem? - Liliana questiono-a pela terceira vez em um curto período de tempo, segurando firmamente os curtos fios de cabelo da irmã, conforme a entre-olhava sentada sobre o chão gélido do banheiro de seu escritório, debruçada sobre a privada.
Luísa apenas maneou com a cabeça, firmando suas mãos sobre a cerâmica pálida, se levantando com certa dificuldade, sendo ajudada pela loira, que ainda levava consigo a expressão preocupada estampada em seu rosto.
- Sim. - Afirmou, mesmo sabendo o quão incerta suas palavras soavam. - É só uma mal estar, vai passar. - Suspirou fundo, levando uma de suas mãos até o botão prateado da descarga, o pressionando com rapidez.
- Luísa, você está assim a quase uma semana, isso não é normal. - Liliana a analisou, buscando pela pequena necessaire dentro de uma das gavetas embutidas.
- Claro que é, Liliana. Isso é porque não estou me alimentando direito. - Explicou de forma simples, pegando com rapidez a escova de dente direcionada em sua direção.
- Mas é claro que não está, Luísa, você sente o cheiro da comida e já corre para o banheiro. - Liliana a alfinetou de forma rude, vendo-a chacoalhar os ombros, maneando o registro da torneira de água.
- Eu estou bem, é só uma mal estar. - Assegurou, levando suas mãos umidas pela água gélida, até seu rosto, passeando-a com calma. - Eu estou péssima! - A morena se entre-olhou através do extenso espelho, estranhando seu perfil.
- Você precisa descansar, isso sim. Olha essas olheiras, você 'ta pálida. - O rosto delicado de Liliana fora tomado por uma careta de desaprovação, conforme a encarava se debruçar sobre a pia de cerâmica.
- Eu estou bem. - Suspiro fundo, retomando sua postura habitual, ajeitando com rapidez seus fios emaranhados, com ajuda de suas mãos úmidas.
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