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História Changes of Destiny - Nada será como antes


Escrita por: sweetxnerbae

Notas do Autor


oi. me desculpa ter demorado um mês pra atualizar. vocês sabem que faz exatamente um mês que o sequestro acabou? isso é abordado nesse capítulo, mas não, não foi de propósito.

> desculpa pela escrita possivelmente merda
> EU AMO VOCÊS, espero que leiam esse com carinho!
> prometo voltar mais cedo agora <3

boa leitura!

Capítulo 37 - Nada será como antes


Griffin acordava sozinho naquela manhã. Fazia exatamente um mês de toda a história do sequestro. Estava a salvo, estranhamente, graças a senhora Benson, mas esse era outro assunto. A claridade incomodava seus olhos, mas o lado de Melanie vazio incomodava muito mais. Até mais que as cicatrizes relutantes em sua canela pelo disparo da bala. Levantou-se, ouviu a voz da loira apenas como murmúrios que vinham de longe. Já estrava atrasado demais para aparecer na escola, então decidiu a tomar um café da manhã dos deuses para compensar os eternos dias sem comer direito naquele muquifo.

O mês tinha passado extremamente devagar, mas os preparativos para o baile de formatura animavam um pouco a todos. Pam, que decidira viver um dia de cada vez, já idealizava o vestido perfeito para Sam, o que enojava a filha um pouco. Carly tentava manter o otimismo, mas algo estava a puxando para baixo. Freddie já tinha tudo planejado, mas focava em outros assuntos agora. E, bem, Griffin esperava que pudesse convidar sua mais nova amada para ser seu par. 

Ele sentara na mesa pegando alguns condimentos para começar a comer. Melanie estava na cozinha conversando em quase sussurro com alguém no telefone. Sua roupa era bonita e ela estava calçando sapatos magníficos. Suas mãos inquietas na nuca, seus pés balançando nervosamente, tudo sobre ela estava estranho. Na verdade, o bad boy notara que fazia um tempo em que Melanie não estava em seus melhores dias, mas achava que naquele momento nenhum deles estava. Sam também apresentava comportamentos pouco usuais, devia ser algo das Puckett com Pam.

— Bom dia, loirinha. – Griffin soltou bem humorado assim que vira Melanie desligar o telefone.

— Não é assim que você chama a Sam? – ela disparou em resposta.

Griffin ergueu as sobrancelhas levemente, mas decidiu se abster da resposta. Melanie pegou o mel em cima da mesa e começou a espalhá-lo pelas suas panquecas nervosamente, tentando conter palavras que já estavam praticamente sendo pronunciadas sozinhas pela sua garganta.

— Está arrumada! Linda. – Griffin apontou – Aquele casaco no sofá é seu?

— Eu sei que você teve a ver com o sequestro da minha mãe. – Melanie soltou tão calmamente que parecia ter doses de psicopatia em sua frase. Ignorou as atiradas de Griffin, pois não podia mais suportar – Eu escutei antes de entrar no cativeiro e por isso não consegui mexer um dedo pra tentar te salvar. Eu ainda estou um pouco enojada de você, por isso não temos feito sexo. Continuo aqui porque a vida que você me proporciona é deliciosa, mas já me candidatei pra próxima pesquisa da Annie Wright e estou voltando pra Inglaterra amanhã.

— Espera, o quê? Está indo embora? – foi tudo que Griffin havia conseguido responder. Óbvio que não estava orgulhoso de ter compactuado com o plano de Leonard no início, mas o fato de ter se tornado uma vítima disso tudo já era castigo demais. Realmente estava apaixonado por Melanie. Desejava viver experiências com ela, vê-la permanecer em Seattle.

— Está surdo?

— M-mas, você disse que tinha planos de continuar aqui. De continuar comigo. – ele levantou-se e ela também, dando as costas - Tudo que eu fiz é passado, eu estava com medo dele. Aceitei a proposta de me aproximar de você por ele, mas permaneci por você.

Melanie virou para olhá-lo incrédula. Não sabia dessa parte do plano, de fato, não fazia ideia. Seu sangue começou a esquentar e podia sentir suas veias pulsando em seu pescoço. Mais do que devastada, estava exausta, com raiva e querendo fugir. Sua casa era a Inglaterra, pois sentia-se completamente amedrontada em Seattle.

— Eu nem sabia disso e você é burro demais por deixar escapar. – suspirou – Esse lugar é um pesadelo, Andrews. Eu estou indo embora pra nunca mais voltar.

— Quando você aprendeu a ser tão rude? – ele a segurou pelo braço – Você me ama, está apaixonada por mim. Eu sinto, eu sei e eu também estou. Vamos construir algo novo juntos.

— Eu posso ser doce, mas ainda sou uma Puckett. – ela soltou-se do toque de Griffin – Minha irmã me ensinou a nunca me diminuir por ninguém e eu jamais faria isso por um homem. Muito menos faria pelo tipo de homem que você é.

A mala de Melanie estava recostada perto da porta esse tempo todo e o garoto nem sequer notara. Ele tinha pesar em seus olhos, uma mágoa remanescente em seu coração e definitivamente não queria que ela fosse embora pensando somente os males que ficaram. Queria abraçá-la e dizer que amou conhecê-la. Queria fazer diferente. Mas, era tarde demais. Melanie já havia resgatado seus pertences e deixado a casa de Griffin, talvez para sempre. 

Sam terminava a jornada maçante de suas três primeiras aulas. As provas estavam indo conforme o planejado, mas desde que o sequestro havia ocorrido seus pensamentos estavam em lugares intocáveis. Ainda sabia que amava Freddie mais que tudo, mas seus instintos se sustentavam em um estado vegetativo muito assustador. Seus pensamentos estavam lentos, sua gana quase inexistente, nem parecia a mesma Sam de antes.

Aproximando-se de seu armário avistou uma das cenas mais felizes dos últimos tempos – nem sabia que precisava daquilo, mas o rosto de Brad ao entregar uma flor a Carly era tão genuíno que até mesmo seu coração de valentona Puckett fora um pouco aquecido. As pétalas de plástico se abriram, e foi possível ver que havia um papel bem no miolo. Apesar de calma, Carly parecia feliz. Não se ouviram gritos histéricos ou uma movimentação completamente entusiasmada, mas seu sorriso foi sereno e Brad pareceu gostar do que via. Ela havia acabado de aceitar ser sua companhia para o baile. 

Encostou-se em seu armário e sua expressão não havia mudado nem mesmo nos pequenos cílios, mas sabia que internamente estava feliz por sua amiga. Preparou-se para colocar o seu tom de voz mais animado porque Carly se aproximava, mas estranhamente, não foi preciso.

— Que bonitinho. – disparou Sam tentando abrir um sorriso.

— Foi muito fofo mesmo. – Carly respondeu colocando um de seus livros com certa força no armário. Suas sobrancelhas mexiam um pouco e sua melhor amiga sabia que algo estava acontecendo. Era quase impossível que escondessem coisas uma da outra.

— As coisas estão esquisitas, não é? – a loira perguntou esperando que alguém a entendesse completamente.

— Eu não sei o que fazer pra voltarem ao normal. – confessou Carly – Me sinto um lixo. O Brad é incrível e temos momentos bons juntos, mas o Griffin me chamou de Melanie no cativeiro e eu simplesmente não consigo esquecer.

— Melanie está voltando pra Inglaterra amanhã, isso pode ajudar a voltar ao normal. – Sam apenas falou sem pensar enquanto mexia nas unhas devagar. Carly a observou por um tempo maior do que precisava. Bem maior.

As duas se entreolharam, mas a atmosfera não era confortável. O que havia mudado tudo por completo? O sequestro? Os traumas? Os fins de relacionamento? Era para existir uma grande felicidade desabrochando nas almas de todos, mas não era isso que ocorria.

Freddie desfocou de suas provas finais para ajustar a quase fuga de sua mãe – porque alegar que seu marido morreu por suicídio e depois querer viajar não é exatamente ir embora por livre e espontânea vontade. Sam parecia atônita e sem reações humanas durante todo o mês. Carly fingia um bem-estar inexistente. Melanie se preparava para ir embora sem motivações explícitas a sua família. Pam se mantinha longe do álcool como o diabo foge da cruz. E, bom, Griffin era apenas o Griffin e isso já era mais que suficiente. 

— Não é sobre isso. Deveríamos estar felizes, planejando nosso futuro, realizadas com o nosso ano. Mas, não é isso que tem acontecido, é? – Carly perguntou realmente esperando uma resposta genuína.

— Não. – Sam suspirou – Você ainda ama o Griffin depois de tudo e eu tenho o homem perfeito comigo mas não consigo demonstrar amor. 

— Em falar do Freddie, cadê ele? Ele nunca se atrasa.

— Foi levar a mãe no aeroporto. – ela fez uma careta e abaixou seu tom – Por mais que seja incrível que ela tenha nos livrado do Leonard, ainda é estranho carregar o fardo de ter matado alguém. Espero que Wisconsin a faça deitar a cabeça no travesseiro e dormir. 

— Ainda é estranha essa história do enterro, mas eu nunca mais quero ficar sabendo da vida desse povo.

— Muito menos eu. Vou esquecer que o Freddie tem essa família.

Carly inspirou pesadamente. Sua respiração era um pouco frenética, mas não deixaria sua ansiedade atrapalhar esse momento em que precisava esclarecer algumas coisas. Estava preocupada com Sam, de uma maneira bem intensa e válida. A personalidade da loira havia mudado completamente e seu humor jamais foi o mesmo. Andava pelos cantos deprimida e forçava Freddie a permanecer em casa assistindo reprises dos mesmos programas de sempre. Era realmente assustador. 

Nas primeiras semanas, isso poderia ser normal, porém agora estava fazendo exatamente um mês. As coisas deveriam ter melhorado pelo menos minimamente. 

— Você continua tendo aqueles pesadelos? Tipo... flashbacks do sequestro?

— Toda noite. – Sam respondeu quase tímida – Mas, é porque ainda está recente, não é? 

— Sam... hoje faz- 

Antes que a morena pudesse aprofundar-se no assunto, Freddie chegava as cumprimentando. Agarrou Sam de forma incisiva como se sentisse sua falta. Isso era impossível. Dormiam juntos todas as noites e acordavam tentando conectar-se de alguma forma, mas as últimas experiências acabaram tornando-se incompletas. Sam estava sempre levantando primeiro, por não conseguir manter o sono constantemente por mais de três horas. O nerd sentia falta do cheiro, do calor e das palavras bobas de sua loira. Mais do que tudo.

— Sammy, hoje vou pegar o smoking que aluguei. Acha que te mostro ou guardo pra ser surpresa? – Freddie indagou soltando uma piscadela amigável a Carly que sorriu alegremente para ele. 

— O que decidir vai ser ótimo. – um sorriso fraco se formou em seu rosto, mas repousou vagarosamente sua cabeça no ombro de Freddie. Ele tentou alegrar-se com o gesto, mas nada o entusiasmava mais.

Carly comprimiu os lábios em sinal de solidariedade e resolveu dar uma volta no jardim. Então, o garoto observou-a ir embora e pensou em Melanie. Sam tinha dito que sua irmã estava pensando em voltar para Annie Wright, porém sem nenhuma explicação. Talvez, Sam precisasse desabafar mais sobre isso para voltar a ter um pouco de alegria em seu coração. Foi assim que Freddie começou:

— Sua irmã ter vindo foi ótimo, amor. Agora vocês podem ter certeza que a relação de vocês como família está forte demais pra se perder com a distância. O que acha?

— Ela não nos contou porque vai embora. – Sam respondeu simplesmente.

— Acredito que a vida dela esteja na Inglaterra.

— Bem, a mãe recém sequestrada dela está aqui em Seattle. – Sam reagiu ríspida.

"Recém"? Freddie matutou, mas resolveu não verbalizar. Nem seus mais habilidosos neurônios conseguiam decifrar do que Sam precisava. Seu pai havia morrido, sua mãe fugido e ele não parecia estar tão abatido quanto ela. Pensou em mil possibilidades para fazer com que ela acordasse, vivesse e aproveitasse essa segunda chance que foi dada a eles dois, mas nada concreto vinha a sua mente.

— Eu te amo, sabia disso? – ele disse mexendo em uma das mechas loiras que caíam sobre a lateral do rosto dela – Muito.

Sam sentiu como se duzentas borboletas voassem ao mesmo tempo em seu estômago. Seus olhos encheram d'água, sua nuca esquentou completamente. Um calafrio totalmente poderoso atingiu seu coração e a ponta de seus dedos ficou imóvel por um poderoso formigamento instantâneo. A verdade é que seu olhar dizia mais que qualquer palavra. Sua mente repetia "eu estou tentando, eu juro" em um looping torturante. Sua fala era cortada, sua capacidade de oratória, de repente, limitada.

— Eu sei. – disse de maneira falha. 

Freddie suspirou em desapontamento, mas beijou sua testa com a maior longevidade que conseguiu. Cada toque merecia uma eternidade, pois sentia que estes haviam se tornado raros. Agora, Sam dificilmente correspondia, mas ele seguia tentando se satisfazer com pequenas migalhas diárias. Seu coração estava confuso sobre essa frieza, mas sua alma ofegante e exausta gritava por uma pitada de otimismo. Simplesmente já chega de sempre pensar o pior.

(...)

Quando o alaranjado do céu começou a sumir em um gradiente poético, Sam deitava-se em sua cama com os maiores fones de ouvido que achara no fundo de uma gaveta qualquer. Eles estouravam em seus ouvidos os acordes acústicos de Orange Sky. Suas funções eram claras: acalmar o pequeno coração em chamas de aflição de Sam, mas não pareciam funcionar pela letra que acompanhava.


Mas, irmã, você sabe que estou tão cansada 
E você sabe, irmã
Meu coração está quebrado
Às vezes, às vezes
Minha mente é muito pesada para lidar
Muito pesada para lidar

 

Abaixou o volume um pouco e ao fundo conseguia ouvir as vozes de sua irmã e mãe misturando-se. Não fazia ideia sobre o que conversavam, mas as vozes calmas e serenas a tranquilizaram um pouco. Não sabia porquê todo o caos que parecia estar no mundo externo foi trazido diretamente pro seu íntimo. Para seus pensamentos, seus sonhos, seus delírios. Costumava sonhar com bifes empanados enrolados por uma crosta deliciosa de frango, mas agora, seus sonhos eram repletos de barulhos desagradáveis e imagens mórbidas. Nem os fortes braços de seu amado nerd eram capazes de acalmá-la e aquilo já estava ficando cansativo.

Seus pés dançavam involuntariamente pelas notas musicais ainda de Orange Sky - porque essa música tem belos seis minutos - e pela primeira vez sentiu-se realmente confortável em respirar um ar puro. Claro que seria a duas quadras de sua casa, mas ainda era alguma coisa. Pegou o celular e imediatamente mandou uma mensagem para Freddie encontrá-la daqui a vinte minutos no Groovie Smoothie. Seria bom pelo menos uma vez que ele pagasse pelo shake compartilhado feito para casais somente para animá-la.

Sam levantou-se um pouco mais disposta, mas foi completamente distraída pelo estrondo diferente que seu celular soou. Era uma ligação de Griffin. Fazia tempo que não se falavam, até porque Sam parou de visitá-lo no hospital depois do terceiro dia. Simplesmente não aguentava o clima mórbido que existia lá. (Sem falar do fiasco que já havia acontecido com Freddie e as noites em claro que passara com ele desacordado, era demais para aguentar mais uma vez.).

Atendeu prontamente porque poderia ser algo importante, e, para ele, era.

— Loirinha? – disse um pouco afobado do outro lado da linha.

— Motoqueiro? – Sam respondeu com um resquício de deboche.

— Só você pode me ajudar. Só você. – suspirou – É sobre a Melanie!

— Aconteceu alguma coisa? 

— Só me encontra no Groovie agora. Agora! 

Griffin abruptamente encerrou a ligação deixando Sam euforicamente esquisita. Melanie estava no quarto ao lado, sabia que nada grave havia acontecido com ela, mas o bad boy não era de fazer drama, então certamente teria um pensamento interessante para compartilhar. Então, a menina desceu as escadas rapidamente e calçou os tênis estacionados no canto da porta de saída. Não avisou a ninguém e apenas foi o mais rápido que pôde.

Sua primeira vez propícia a apreciar as ruas e o ar puro foram por água abaixo, ao invés disso, foram substituídas por uma pressa avassaladora e um pouco de agonia. Sam já não sentia-se cem por cento, mas essa extra preocupação não lhe caiu leve como uma pétala, porém como um tijolo doloroso. Sua vulnerabilidade permitiu que algumas coisas mínimas a afetassem de maneira vigorosa - no pior sentido da palavra.

Sentou-se em uma cadeira qualquer onde pudesse ficar encarando a porta até que seu amigo chegasse. Mas, como seu estado natural estava desligado, Griffin a surpreendeu vindo do caixa e aproximando-se por trás de sua visão. Ele riu um pouco, mas viu que a loira não estava em seu mesmo estado de espírito. Deu um gole em sua vitamina dupla de banana e formou uma feição satisfeita.

— Quer? – ofereceu ele.

— Não. – Sam disparou.

— Não? Você recusando comida? 

Sam queria abrir um sorriso pequeno, mas não conseguira.

— O que aconteceu? Na ligação você não parecia relaxado assim.

Griffin observou um pouco Sam. A jaqueta de couro que ela usava era simplesmente genial. A customização com tinta branca dos lados, o nome "Dirty Sam" nas costas, tudo era absolutamente genial. Pensou até que esse alterego poderia ser usado se um dia a garota decidisse trabalhar fazendo saltos radicais em uma boa motocicleta. Andrews achava que ela merecia ter sua própria logo. Podia perceber que ela era talentosa e tinha jeito pra coisa.

— O que está pensando? Fala logo! – Sam interrompeu seus devaneios apressando-o.

O Groovie estava vazio e nem T-Bo estava visível para clientes, provavelmente estava na cozinha colocando algum alimento exótico em um espeto gigante. O clima lá devia estar divertido para ele, diferentemente do que se via na mesa dos motoqueiros. Griffin abaixou a cabeça como um reflexo de sua tristeza, Sam esperava um pouco impaciente, mas também havia notado a decepção do rapaz.

— Eu gosto pra valer da Melanie. Ela vai embora me achando um idiota e eu não queria isso. – ele voltou a olhar para as mãos – Me ajuda, Sam.

— Vocês brigaram? 

— Rolou uma briga sim, mas eu não a culpo. Sério, eu sou um imbecil. Um fraco. 

Sam estalou a língua em um sinal de tristeza. Sabia exatamente como era sentir-se assim e conseguia relacionar-se a Griffin em diversas ocasiões, essa era uma delas. Conhecia sua irmã o suficiente para saber que nenhuma mágoa durava muito tempo em seu corpo, então estava preparada para consolar seu amigo dessa forma: dizendo que nada com Melanie era tão ruim que não pudesse resolver.

Segurou em uma das mãos do amigo e ele subiu a cabeça rapidamente para olhá-la. Por mais que sua última noite tenha sido ao lado de Melanie, Griffin sentia falta de tudo sobre aquela garota. Eles já estavam distantes desde o sequestro, então nada parecia o suficiente para que ele exterminasse a saudade. Começou a lembrar dos cabelos  loiros repousados em seu braço, lembrou-se também como aquele azul de seus olhos parecia uma sessão de hipnose. Sam estava bem a sua frente e céus, como eram parecidas. O mesmo nariz arredondado que Griffin adorava mexer, o mesmo brilho no olhar, a mesma franja caindo nos cílios.

Ele estava completamente perdido em Samantha. Sua visão pregava peças e seus sentimentos estavam confusos. Ele conseguia enxergar a doçura de Melanie nos traços de sua irmã gêmea. Podia estar delirando.

Sam pigarreou.

— Nada pode ser tão grave que a Melanie não consiga perdoar, confia em mim, ela é-

— Eu compactuei com o sequestro da sua mãe. Eu era cúmplice do Leonard no começo de tudo porque ele me ameaçou e eu pensei que não tinha escolha. Tentei salvar a Pam depois, mas era tarde demais, Sam, era tarde demais. – ele soluçou um pouco anunciando um choro – Eu só queria o perdão da sua irmã, o seu perdão, por favor, me ajuda.

Samantha virou a cabeça um pouco de lado com as sobrancelhas completamente arriadas. Seu olhar era de fúria, mas também de desconfiança. Era muita coisa para ser processada, sua mente travou em imagens horrendas, seu corpo ficou imóvel por um tempo. Seu instinto era chorar, mas lágrimas não caíam. Seu instinto era acertar um soco no meio da face daquele garoto, mas suas forças não mais existiam. Ela não conseguia reagir a isso. Como não conseguia? Não poder reagir a isso é o mesmo que estar morta.

Sam levantou-se da cadeira com a expressão totalmente incrédula, mas seus músculos ainda pareciam atrofiados. Seu olhar vegetativo não havia mudado, seu andar estava estranho. Griffin levantou e a seguiu para esperar melhor a reação que ela normalmente teria. Mas, ela não teve. Sam apenas andou em direção a saída tentando fingir que aquela conversa não devia ter acontecido. Mas, o bad boy a impediu. Griffin a puxou pelo braço com toda a força que conseguira. A olhou nos olhos por dois segundos e sua mente se embaralhou.

Sua respiração falhou.

Suas pernas vacilaram.

E como em um reflexo sem sentido, ele a beijou com força. Esmagou seus lábios sem receber um movimento de volta. Os olhos estavam fechados, ele sentia como se aquela fosse Melanie, e não a irmã gêmea valentona. Não sua grande amiga. Não a namorada de seu melhor amigo. 

Sam ficou imóvel sem corresponder, mas seu cérebro reagiu ao tentar se desvencilhar daqueles braços. Era tarde demais. Assim, como nas palavras de Griffin, era tarde demais. Ele ainda a segurava com força e Freddie observava a cena pela porta transparente do Groovie Smoothie.

Ele observava tudo. 


Notas Finais


gente, sério.... paz? será que tem???? PASSO MAL!!!!

o que vcs acharam? o que a sam tem? o que o freddie vai pensar? aaaaaaa


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