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História Changes of Destiny - Mentes


Escrita por: sweetxnerbae

Notas do Autor


oiii, amores!!!! sei que sempre me desculpo pela demora, mas dessa vez foram por ótimas causas da minha vida pessoal. obrigada pela paciência e quem ainda está lendo!!! amo cada um.

> vou entrar de ferias da faculdade daqui a pouco, vou poder me dedicar mais
>>>> ESSE CAPÍTULO PODE SER UM POUCO CONFUSO, então só prestem atenção NAS PARTES EM ITALICO! eu não gosto de anunciar flashback, ainda mais quando sao longos e acontecem muitas vezes no capitulo, então peço que tentem acompanhar desse jeito.
> boa leitura!!! <33

Capítulo 38 - Mentes


— Wendy!

Sam gritava tentando aproximar-se da ruiva. Wendy corria atrás de alguém que não era possível enxergar, mas sabia que Freddie estava envolvido no caos que havia se formado. Carly conversara com a menina porque sabia que uma conversa com Sam não adiantaria.

— Sam, deu merda. – disparou Wendy – Acho que o Freddie vai sair da Ridgeway, essa semana foi muito pesada depois do boato que inventamos.

— Você realmente acha? Como sabe disso? – Sam olhava com curiosidade para os lados. Sempre fora de fazer pegadinhas, mas desta vez não queria ter ido longe demais. Arruinar a vida escolar de um garoto? Não era sua intenção principal. Queria apenas revidar uma pegadinha inocente de Freddie e não acabar com sua vida social.

— A Carly veio me contar que o garoto não fala nem mais com a mãe direito. – Wendy prosseguiu – Parece que ele está morando na saída de incêndio do Bushwell.

— E por quê exatamente a Carly não veio falar comigo sobre isso? 

A ruiva chacoalhou a cabeça um pouco nervosa. Sabia os motivos de Carly, porém seria brutal abrí-los para Sam?

— Sabe como é... – ela coçou a cabeça – você podia achar bobagem. 

Mas, Sam não achava bobagem. Ela queria falar com Freddie e, talvez, dizer o que sentia. Dizer que a implicância que estavam sustentando era apenas um fruto de insegurança interna, não era justo que ele pagasse por isso. "Ele é tão rendido pela Carly, duvido que vai querer ouvir minha ideia", pensou ela. Estava disposta a ter um potencial mico do século prestes a ser cometido do que contribuir com o caos que esse boato já estava formando. Também nunca havia beijado ninguém e se seu primeiro beijo fosse compartilhado com esse nerd?

— Quem você estava querendo alcançar? – perguntou a loira tentando esclarecer a situação.

— Era o diretor Franklin. Ele pediu pra falarmos com o Freddie, sabe? Não quer perder um dos alunos gênios dessa escola.

— Eu vou falar com ele, Wendy. 

— Diretor Franklin?

Sam revirou os olhos. Tudo bem estar se sentindo mal, mas, falar, explicitamente, em alto e bom som que queria resolver as coisas com Freddie Benson ainda era extremamente e bizarramente difícil. Esperava que Wendy entendesse as entrelinhas do comentário, mas a garota falhou.

— Não. – respondeu simplesmente antes de correr para a porta.

"Para Sam", pensou para tentar sair desses devaneios. Seu corpo gelando, inúmeras lágrimas escorrendo, um estrondoso som no seu cérebro. Incontrolável. Assustador. Isso acontecendo pela manhã? Pesado. Fechava os olhos afim de interromper essa sequência de tortura. Não já bastava Freddie tê-la visto com Griffin? Agora não era hora de se martirizar pelo passado.

A mente de Sam discordava. Os flashes daquele dia passavam até fora de ordem por toda a extensão de suas lembranças guardadas e não parariam. Não importava o quanto se balançasse com as mãos nos ouvidos em cima de sua cama, as memórias eram mais fortes que seu desejo irracional de pará-las.

Um trovão ensurdeceu seus tímpanos quando abriram-se as portas do Ridgeway. Mas, se importando com pouco, Sam importou-se menos ainda com a chuva. Ela devia correr para alcançar seu objetivo, porém seus passos ficaram naturalmente mais lentos. Sentia-se pesada, culpada. Era um pouco demais para uma garota de quinze anos aguentar, já não bastava estar sem pai e sem irmã? 

"Eu prometo que nunca mais implico com esse nerd se ele me escutar", pensou. "Ou, pelo menos, começo a me desculpar de vez em quando pra começar do zero". Freddie não aparecia na escola desde segunda-feira, no mesmo dia que saiu da sala de aula por receber uma ligação que parecia importante.

Ensopada, Sam passou pelos gritos do Lewbert na portaria e foi direto para o andar de Carly - que, por coincidência, era o mesmo de Freddie. Um riso preso escapou por seu nariz ao pensar que o nerd era muito fresco para permanecer na escada de incêndio com a chuva que estava caindo. Enquanto molhava o corredor por inteiro, suspirava também a cada cinco segundos para conter um nervosismo sem sentido. 

Esperara. Seus cachos pingavam no tapete de porta impecável de senhora Benson, mas isso pouco importava. Tocou a campainha mais duas vezes. Sua mente lhe contara que Freddie era muito teimoso para abrir a porta e conversar com alguém naquele momento. Ela tinha certeza disso.

— Freddie, abre! Sou eu, Sam! – gritou ainda do lado de fora – Eu sei que está com raiva, mas eu vim na paz. Sério! Pode atender? Eu peguei chuva! 

Esperava alguma compaixão. "O nerd me odeia, mas ele não deixaria uma menina quase indefesa ficar resfriada, não é?". Sua paciência começou a escorrer pelas laterais do corpo, então socava a porta em quase desespero. Queria consertar isso. Alguma célula esquisita do seu coração incomodou-se completamente com a vida de Fredward Benson. E isso era estranho para caralho.

— FREDDIE! 

Resolveu ligar, mas ninguém atendera. Gritou mais umas cinco vezes, porém a porta que abrira não era bem a que estava esperando.

— Sam? – Spencer indagou indo checar o barulho inusitado no corredor.

— Se não for me oferecer um banho quente nem olha pra mim. – disse sem olhá-lo.

— Está procurando o Freddie? – riu levemente – Logo você?

Sam fechou os olhos impaciente e virou-se finalmente para iniciar um diálogo decente.

— Mais ou menos, mas por que? Você sabe dele? – ela tentou transparecer o máximo de indiferença possível, mas Spencer julgou essa tentativa como falha.

Suspirou e sua expressão se formou séria por um instante. Sempre soube que Sam e Freddie eram amigos, por mais que se estranhassem. Na verdade, ele pensava que no futuro poderiam ser até mais que amigos. Mas, por agora, era praticamente inviável. Freddie já estava dentro daquele avião começando uma vida totalmente nova em outro país. Ele seria um grande sucesso no Canadá e Carly fora ao aeroporto despedir-se.

— Depois você toma um banho, primeiro toma um chocolate e me escuta? – Spencer pediu.

— Spencer, corta essa. – disse Sam chacoalhando o cabelo úmido – O que você quer me dizer?

— O Freddie foi embora, Sam. 

A garota riu e sua expressão era um pouco incrédula - não de choque, mas como se tivesse acabado de ouvir uma piada muito sem graça. Virou a cabeça e seu olhar em direção a Spencer era completamente regado de deboche, até porque, ir embora para onde? A mãe de Freddie não deixava que seu filho fosse à esquina, quanto mais "ir embora".

— No mercadinho aqui do lado? Tudo bem, eu espero. – sorriy e cruzou os braços encostando-se na porta de madeira do 8-D.

— É sério, menina. – falou ele relaxado – Faz um tempinho que o Freddie recebeu uma proposta pra ficar e trabalhar no Canadá, mas ele estava em dúvida se ia. Com tudo que rolou nesses últimos dias, ele disse que ficou claro que deveria aceitar. 

Sam arriou as sobrancelhas e piscava com mais frequência que o normal. Seus braços abaixaram, deu uma boa olhada em volta para certificar-se que não era apenas uma pegadinha. Ajeitou a franja e se pôs em dúvida do que fazer. Não queria perguntar mais detalhes disso, até porque Sam Puckett não se importa com nada que venha de Fredward Benson. Mas não mesmo, isso estava fora de seus limites.

Spencer pigarreou a fim de quebrar o gelo que havia se formado. Sam era esperta, mas o homem já tinha vivido a adolescência, muitas coisas não escapavam de seu olhar.

— Ele vai receber um prêmio de tecnologia, algo bem profissional. – Spencer prosseguiu – Essas coisas de nerd, sabe?

Sam sabia muito bem, mas por alguma razão, seu corpo não respondeu bem a esse aglomerado de informações. Queria voltar para casa e fingir que nunca fora procurar Freddie. Mas, também queria contar a Spencer qual era seu plano com tudo aquilo. Era um misto confuso de sensações, Sam não entendia e nem procurava entender, sejamos honestos.

— Legal, valeu, Spencer. - disse mexendo os ombros e tendenciando seus passos em direção à saída.

— Legal? Qual é, Sam, sei que são amigos! Não quer que eu deixe um recado pra Carly? Ela pode falar pra ele-

— Não quero nada disso. – ela interrompeu – Nunca fomos amigos, nunca vamos ser.

Spencer recuou pressionando os lábios. Sentiu-se em um clima pesado, mas não queria intervir e tentar resolver. Algumas coisas só o tempo poderia ditar.

— Vou nessa. – Sam avisou – É o último horário do meu ônibus.  

O barulho vindo da porta do seu quarto a fez ter um lapso de realidade. Seus olhos encharcados de lágrimas, seu cabelo bagunçado e alvoroçado e seu corpo infestado de calafrios foram um baque para que se percebesse em uma crise que nunca tinha experienciado. Suas forças tinham ido embora e isso não era nem um pouco típico de uma Puckett, muito menos Samantha Puckett.

— O que foi? – respondeu em tom mais alto para que Melanie ouvisse por trás da porta.

— Faz 2 dias que você não sai daí direito! Nem pra comer, Sam! Isso não é normal.

— Entra.

Melanie obedeceu. Logo de imediato percebeu a vermelhidão exagerada no nariz e nos lábios da irmã, mas ainda não entendia o que podia estar acontecendo. Os comprimidos de aspirina espalhados pela escrivaninha também expressavam sinais importantes. Porém, Melanie arqueou as sobrancelhas, fitou com expressão confusa todos os detalhes do ambiente por tempo demais. Sentou suspirando e ficou em silêncio.

Sam respirou, mas Melanie não entendia. Não conseguia compreender completamente. Sua irmã sempre fora aquela que enfrentava os problemas, mas agora parecia que estava consumida por eles. Sam a inspirava, a colocava em uma posição de coragem, porém nesse momento sentiu que as situações precisariam se inverter. Precisava servir exatamente isso para ela.

— Melanie, o Griffin me beijou. – Sam disse em um tom indignado e logo depois engoliu a bile – Foi inesperado, mas eu não consegui reagir. – suspirou – Ele me contou que compactou do sequestro da nossa mãe, porque queria ajuda pra falar com você, mas do nada ele surtou e me beijou. Foi horrível. 

Melanie acompanhou com a cabeça enquanto prestava atenção em cada sílaba que Sam dizia. Seus olhos encheram-se de lágrimas e ficou chocada com a bagunça que as mentes ficaram depois de todos os acontecimentos desse ano, mas era hora de seguir em frente sem fazer drama por coisas pequenas. Por isso Melanie estava indo para Inglaterra, achou que poderia ser uma opção para Sam também.

— Mas, pior que isso... o Freddie viu tudo, ele viu tudo. – Sam afastou a franja de sua testa em sinal de agonia. – Pela primeira vez eu queria encontrar ele e conversar, mas essa situação do Griffin estragou tudo, Melanie. Tudo. 

E como em um reflexo sem sentido, ele a beijou com força. Esmagou seus lábios sem receber um movimento de volta. 

Freddie observava a cena pela porta transparente do Groovie Smoothie.

— Então, era por isso que você estava se afastando de mim? – Freddie soltou com toda a força de sua voz quase esmagando a porta do estabelecimento.

Griffin soltou Samantha abruptamente. Sua respiração falhou e seus sentidos pareciam não estar presentes quando fechava os olhos. Seu cérebro percebeu todo o cenário. Os lábios comprimidos de Freddie tornaram-se o seu ponto de foco por um tempo, depois foram os olhos desesperados de Sam e seu azul escuro quase sem brilho. Ele respirou, seu olhar ficou zonzo, mas não encontrou som em sua voz para responder nada que estava sendo dito.

— Freddie, eu preciso ir embora, eu preciso ir! – Sam quase gritou, seu choro estava entalado na garganta, mas não conseguia lidar com esse tipo de drama agora. Apenas não conseguia! Seu mundo parecia desmoronar, era muito para carregar. Sua exaustão estava aparente.

— É ridículo! – gritava Freddie – Eu achei que isso podia funcionar, Sam, eu juro que pensei. Mas, sabe qual a verdade que eu não queria enxergar? Você é aquela mesma garota cruel que eu conheci anos atrás. Só se importa com você mesma, assim como o Griffin. Quer saber? Vocês dois se merecem.

— Freddie, não é nada disso, por favor, foi culpa minh-

Antes que Griffin pudesse terminar qualquer frase, ou pelo menos, respirar um pouco, Freddie o nocauteou com toda força que encontrara em seu corpo. Havia sido um bom amigo para esse cara por todos esses anos, por que ele tinha que se tornar um incrível babaca? Não era justo. Freddie começara a perceber que a vida não era justa, nunca fora, pelo menos para ele, nada esteve ao seu favor.

Mesmo que Sam estivesse extremamente aflita pela briga violenta que tinha se iniciado, não raciocinou como intervir. T-Bo e outros funcionários saíram da cozinha e se encarregaram de pôr um fim naquela confusão enquanto haviam mesas e cadeiras inteiras naquele lugar. Os lábios de Griffin sangravam incessantemente. Sam e Freddie observaram calados sua saída dramática do Groovie.

Freddie já sentia uma de suas têmporas arder em dor, então após massageá-la um pouco com os dedos, direcionou seu olhar para Samantha. Ambos tinham os olhos mais escuros do que desejavam, suas feições estavam diferentes de um jeito literalmente oposto. Benson parecia mais forte, seu maxilar estava travado pela raiva que ainda corria em suas veias e seus músculos da face permaneciam tencionados. Por outro lado, as sobrancelhas da garota estavam arriadas e seu olhar nunca estivera mais decepcionado. Não chorava mais. Apenas o formigamento em seu peito a encarregou de levar uma tristeza e agonia profundas ao seu coração.

— É uma pena que nada do que a gente viveu tenha te ensinado quem eu realmente sou.

Ela disse e suspirou uma última vez encarando a visão de algo que perderia para sempre depois de cruzar aquela porta. 

— Eu não sei porque me meti nessa roubada. – declarou Sam para Melanie – Assim que eu percebi que estava afim do Griffin naquela maldita festa de começo de ano, deveria ter pulado fora. Olha o que aconteceu! Nossa mãe, Melanie. Sofrendo traumas de um sequestro que acabou de acontecer, você vai embora, a família do Freddie se desmanchou. O que é Seattle agora?

Melanie pegou na mão de sua irmã. Claro que havia estranhado certas falas, porque sabia que Pam estava bem e se recuperando melhor do que em qualquer clínica. A Puckett mais doce pensava que Sam não entendia o quanto sua mãe a amava e encontrava sua força nela. Sempre foram o porto seguro uma da outra, então queria que sua irmã soubesse que Pam apenas precisava dela do seu lado. 

— É a nossa casa, sempre vai ser. Eu vou embora porque minha vida é na Inglaterra, Sam. – ela queria chorar, mas segurou para servir de rocha para sua irmã – Você precisa saber que esse tempo aqui mudou tudo pra mim. Vocês vão ser sempre minha família não importa o que aconteça. Agora olha bem pra mim.

Sam levantou a cabeça devagar e parou de mexer nas unhas. Sua mente começou a ser rodeada por uma aura clara, sem tantas profundeza em confusão e escuridão. As coisas pareciam mais assertivas e não tão fora da curva. O tempo pareceu se alinhar e suas noções de proporção começaram a melhorar.

— Enquanto você ficar perto da mamãe, as coisas vão ficar bem. Vocês tem uma a outra, é só disso que precisam. É sério e eu prometo que vamos nos falar todos os dias. Eu nunca quero perder vocês.

— E não vai. Eu acredito em você. – Sam respondeu antes de debruçar-se em um abraço quase bruto em Melanie.

— Senhores passageiros, estamos nos preparando para nossa decolagem, por favor afivelem seus cintos e permaneçam com suas poltronas na posição vertical. Obrigado.

"Calma, Freddie, uma nova vida no Canadá vai te fazer aprender a viver. Sozinho. Experiências novas. Novas pessoas. Chega de Seattle.", pensava Freddie. Nenhuma Sam Puckett poderia acabar com sua reputação no Canadá, mesmo que fosse ela ligando em seu celular já desligado. Nunca contaria isso para ninguém, mas assim que chegou em seu quarto discou os números proibidos apenas para pedir desculpas para Freddie, mas ele nunca atendera.

Depois de um vôo relativamente curto, mas exaustivo considerando a mente de Freddie, sua chegada no hotel não fora exatamente para descansar. Já teria a primeira reunião do Prêmio de Tecnologia naquela noite. Uma van um pouco grande demais o viera buscar no aeroporto e pela primeira vez em muito tempo, sentiu-se importante. Sentiu que tinha algum valor naquele lugar, então ali ficaria.

— Bem vindo, Freddie. Estamos muito felizes em te premiar e trabalhar com você pelos próximos meses. – quando notara, Freddie já estava ouvindo o presidente do Prêmio fazendo seu discurso na mesa de reunião.

Um garoto de cabelo preto havia chamado sua atenção logo de cara, então não tivera tempo de ficar aterrorizado com a pressão da fala do presidente. Talvez, Griffin Andrews fosse tudo que Freddie queria ser mas nunca conseguira. Jamais sairia com o cabelo desarrumado, e céus, a jaqueta dele estava esfolada dos lados, mas ele nem parecia se importar. Era importante relaxar em alguns momentos, mas esse nerd queria ser como o bad-boy: ficar relaxado por uns anos.

Quando o briefing tinha finalizado, Freddie apressou-se para ir ao hotel apressar suas buscas por um loft ou dormitórios decentes ali perto. Sua rapidez era um pouco exagerada o que chamou a atenção do rapaz de jaqueta esfolada, como julgou o seu futuro amigo.

— Ei, Freddie, né? – Griffin indagou – Sou Griffin Andrews! Sei que vou ser seu juiz, mas fica tranquilo. Pesquisei seu trabalho e gosto dele.

— Sério? – Freddie respondeu abobado – Muito obrigado, cara!

— Não é nada. – o outro desviou enquanto envolvia um dos braços no ombro de Freddie – E aí? Procurando lugar pra morar? 

"Muito idiota, nem se mudar pra outro país naquela época me fez desviar de gente babaca", pensara Freddie com as paredes de seu quarto. Olhava para a cama e lembrava de Sam, para o banheiro suíte e os cachos loiros pareciam passar em sua visão de maneira repentina. Até olhar para os cantos desse lugar remetia a ela. Era insano. Talvez nunca mais dirigisse a palavra a Griffin e isso doía. Mas, ainda amar as características pequenas e minúsculas de Sam doía muito mais.

Lembrara-se de quando a escreveu uma carta e lutou para tê-la de volta. Custou para que Sam acreditasse que ele dizia a verdade. Custou. Freddie sabia que a garota não era mais a mesma de anos atrás, sabia que por trás da pose de valentona existia alguém dócil, inseguranças e tristezas humanas e até uma falta de comunicação. Porém, o medo e a raiva haviam consumido seu corpo. As atitudes de Sam naquela semana também contribuíram para seu veredito.

O seu dia inteiro estava silencioso, pois pensava nas possibilidades consideráveis. Formatura? Isso era uma bosta. Final escolar? Talvez a liberdade que esperava. Precisava tomar um novo rumo na vida, como sua mãe. Bem, com a diferença de que não tinha matado ninguém, mas isso era apenas detalhe. 

Sua calça de moletom estava limpa, então resolveu colocar uma blusa qualquer para tomar um ar nas ruas de Seattle. Seu par de all-star mais velho ainda estava em perfeito estado - como um Benson deve fazer, enfim o calçou. Queria observar a Space Needle, mas o caminho seria mais importante que o destino final. Precisava pensar, precisava de umas férias de toda essa confusão que a vida se formou.

Saiu em passos lentos colocando as chaves no bolso. Observou as luzes dos postes e os letreiros iluminados de lojas e restaurantes na rua. Tudo tinha seu brilho. A lua também tinha. Freddie pensara que mesmo que fossem fortes e às vezes cegantes, eram apenas artificiais ou roubadas. A lua, por mais bonita que fosse, pegava a luz do sol emprestado e no fim, teria que devolver. Esses letreiros uma hora iriam apagar e tudo ficaria escuro de novo. 

Sentia-se assim.

Sentia-se em completa escuridão.

Sua luz era Samantha Puckett. Ela era o sol de sua vida e ele apenas uma lua tentando captar toda essa luminosidade. Quem era ele sem aquela mulher? Realmente precisava descobrir isso?

Observando os detalhes da rua não percebera que havia esbarrado em alguém. 

— Ah, que ótimo, agora preciso ir me trocar! – todo o café que Sam segurava caíra em sua blusa. Carly, que estava ao seu lado, já tinha percebido que aquele era Freddie, mas como contaria isso?

Os ouvidos de Freddie tremeram antes de passar a informação de que aquela voz era mais que conhecida. Seu coração errou as batidas por dois segundos, mas foram suficientes para desmontá-lo.

— Sam? 

— Freddie...

Os dois gelaram. O moreno tentava lembrar do que tinha acontecido para mantê-los separados, mas por mais dois segundos, havia fugido. Sam esperou que alguma palavra saísse de seus lábios e dessa vez não fora em vão.

— Desculpa. – Freddie disse baixo e desviou das duas para continuar caminhando. A sua voz mal saíra e com certeza falhara, mas Sam havia escutado com clareza.

— Vamos fingir que não nos conhecemos mesmo?

Freddie parou ainda de costas. Seus olhos fecharam espontaneamente. Estava cansado de tudo isso, queria fugir de tudo que lembrasse aquela mulher. Olhar para Carly não o ajudava esquecer Griffin também. Nada parecia fazer sentido em Seattle, até os ares podiam estar contaminados.

— Não precisamos mais conviver, Samantha. – ele soltou ainda sem olhá-la. Virou-se. Seus olhos ainda tinham fúria, mas pareciam vazios de qualquer sentimento ao mesmo tempo.

"Samantha". Ele estava jogando sujo.

— Você sabe de tudo que a gente passou, mas se prefere fingir que não, tudo bem. Eu não obrigo ninguém a nada. - retrucou Sam – Se você acha que ainda sou aquela criança de quinze anos, fica a vontade. Quer saber? Eu fiz muita merda mesmo com você, mas tentei consertar! Você não sabe metade do que aconteceu na noite que se foi.

A nuca de Freddie esquentou, podia ser de mais fúria ou uma paixão rescendente, mas não era nenhuma dessas opções. Na verdade, nada sentiria ao ouvir Sam dizer essas palavras, porque nada mais importava. Nada. Nem Sam, nem Carly e muito menos Griffin. Estava tudo as cinzas no chão.

— Eu não preciso saber de nada e nem quero. Você não vai mais precisar se importar com o que eu penso ou não penso de você também, Sam. – suspirou sem humor – Estou indo embora dessa cidade. Pra sempre. 


Notas Finais


eu volto com uma atualizaçao mais cedo, acho que essa semana ainda!!! :) nao sofram e comentem o q estao achando... vamo p reta final!!! amo vcs


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