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História Cheese and Wine - Capítulo 10 - Untitled, 2017


Escrita por: Elloo

Notas do Autor


Bom dia
Boa tarde
Boa noite
Boa madrugada.
Feliz Natal adiantado.

Ps: O CAP DE HOJE ESTÁ EM 3 PESSOA!
Ps 2: CHEGAMOS A 300 FAVORITOS!

Notas finais! Boa leitura ❤

Capítulo 11 - Capítulo 10 - Untitled, 2017


Fanfic / Fanfiction Cheese and Wine - Capítulo 10 - Untitled, 2017

A manhã ensolarada transpassava pela janela do quarto silencioso. Os raios de sol subiam em direção a cama onde os dois seres dorminhocos, dormiam abraçados e aconchegados.

Já se passava das 09h e o barulho e o cheiro de comida sendo feita no andar debaixo arrancava Otabek de seu sono profundo ao lado do mais novo namorado. O mais velho acordou abraçado ao loiro, viu que suas mãos estavam entrelaçadas, cheirou os cabelos dourados do namorado e depositou um beijo em sua testa. Retirou o braço debaixo do pescoço do menor e antes de sair por completo da cama, o cobriu com o lençol.

Espreguiçou o corpo, ouvindo estalos vindos das costas e foi em direção as escadas tentando espantar o sono de seus olhos.

Ao chegar a porta da cozinha grande, viu Jean fritando alguns ovos em uma frigideira grande e preta. Sorriu da cena e foi em direção ao balcão, logo se sentando no banco alto e tamborilando seus dedos no mármore gelado.

O moreno não disse nada, apenas continuava fritando ovos e bacon, os colocando no prato ao lado. Duas torradas saltaram da torradeira ao lado de Otabek o assustando. Jean sorrio divertido.

- Não foi engraçado. – Altin avisava. Jean por outro lado apenas colocou os ovos e bacon no prato; pegou as torradas e depositou o prato a frente de Otabek.

- Bom dia para você também! – ria. O moreno de olhos azuis sorria largamente, o que incomodava Otabek em certo ponto. Pessoas felizes logo pela manhã era sinal de problema. Principalmente quando se tratava de Jean.

- Ok. O que você aprontou? – Otabek perguntava antes de morder uma das torradas.

- Nada de mais. – Jean falava ao se sentar ao lado de Otabek – Quer dizer, tem uma coisa, mas acho que não é tão importante assim.

- Fala logo! – Altin dizia dando um tapa no ombro do outro.

- Ok! Hipoteticamente falando....

- Hipoteticamente?

- Hipoteticamente.

- Ok, uma história hipotética. – Otabek dizia, fazendo com que Jean revirasse os olhos.

- Hipoteticamente falando, eu conheci um cara em um bar, a uns dois dias atrás. Nós transamos e...

- Poupe-me de detalhes hipotéticos logo pela manhã, Jean.

- E conversamos. Conversamos sobre nós, falei de Izabella e ele do antigo namorado que o traiu. Dormir lá. Na manhã seguinte, acordei com uma ligação de Mila, ela falava que eu tinha que voltar para casa, pois o papai estava me procurando, claro que eu não fui, fiquei mais um dia na casa desse cara e conversamos sobre Mila, meu pai, você e sobre nossa família. Ele disse que a nossa família não era diferente da dele... transamos de novo.

- Para de falar isso logo pela manhã! Respeita meu café! – Otabek dizia de boca cheia e distribuindo socos no ombro do primo.

- Para, isso dói! Não preparo mais café da manhã para você e nem para princesa loira.

- Não o chame assim.

- Tanto faz – Jean falava massageando o local dolorido – Depois que rolou, ele disse que precisava sair e eu disse que eu voltaria para casa, isso já era de noite. Quando cheguei em casa, meu pai estava sentado no sofá vendo qualquer merda naquela televisão. Eu ia direto para meu quarto, mas ele me viu e me chamou. Disse coisas sem sentido nenhum para o meu raciocínio lógico sequer lembrar para eu lhe contar, mas acabei brigando com ele e sai de casa novamente e vim para cá. Vi Mila saindo daqui rindo e perguntei o motivo, não dela está rindo, pouco me importava o que ela estava rindo, mas sim do motivo de tal ilustre visita a humilde residência Altin. Juro que preferia ter ficado calado.

Ele parou de falar e passou as mãos no rosto.

- Então, hipoteticamente, Mila te contou sobre Izabella.

- Hipoteticamente, sim. Depois disso, não quis mais voltar para casa. Entrei aqui e fui para o seu quarto. Eu iria dormir ali, mas você e Yuri estavam no décimo quinto sono!

- Iria dormir entre nós? – Otabek perguntava rindo.

- Relacionamento a três é bom sabia?

- Nem fodendo! – O moreno gargalhava.

- Dormi no quarto de hóspedes. Acabei acordando cedo e vim para cozinha ver se Francesca havia preparado alguma coisa, mas me deparei apenas com o seu pai tomando um suco e saindo para o trabalho.

- Meu pai? – Perguntou.

- Ele disse que só veio trocar de roupa e pegar uma outra muda, pois iria viajar. Disse que aconteceu uma tragédia na França e que o mandaram para lá para cobrir as notícias. Falou para eu te dar bom dia, então “Bom Dia.” – ele falava tentando imitar a voz grossa do tio – Disse também que Francesca não viria hoje, pois estava doente e aqui estou eu. Posso ficar aqui por um tempo?

- Hipoteticamente falando, sim, pode ficar aqui sem problema. – Dizia comendo o último pedaço de bacon – Como é o nome do cara?

- Lee, ele é um Alfa.

Jean olhava seu celular procurando a foto de perfil de Lee, e mostrando o celular para Otabek.

- Ele é bonito.

- E Safado.

- O que?!

- Você já terminou de comer. – Se ajeitou no banco e olhou sério para Otabek - Ele disse que gostava de ser a vadia da relação. Disse que não se importava em dar ou receber, mas que preferia receber... ele não brinca em serviço!

Jean jogava a cabeça para trás lembrando do dia na casa do coreano.

- Alfa com Alfa... isso deu certo? – A voz manhosa de Yuri atravessava a cozinha, espantando os dois ali sentados – Não foi um tanto selvagem? – Perguntava novamente, mas agora se apoiando no balcão.

- Alfa com alfa, ômega com ômega, beta com beta, e entre outros, sempre dar certo. Agora selvagem? Isso eu já deixo com vocês dois.

Jean apontava para o corpo marcado de Yuri e Otabek. Os roxos em suas clavícula, ombros e pescoços, eram gritantes. Otabek tinha arranhões nas costas e Yuri marcas de dedos em sua cintura.

- Que noite senhoras e senhores! – Jean atiçava, deixando o casal de namorados sem graça. – Vou fazer seu café da manhã, Leãozinho. – Dizia passando a mão nos cabelos embaraçados de Yuri, enquanto ia em direção do fogão novamente.

O loiro se sentou ao lado do namorado, que logo o beijou na bochecha, fazendo Yuri fechar os olhos.

- Estava na escada esse tempo todo? – Altin perguntava.

- Não. Acabei de acordar – Bocejou – Cheguei na parte de Lee gostar de ser a vadia da relação.

Otabek suspirou aliviado e sorriu para o namorado, que ainda fechava os olhos com sono.

- Meu avô vai me zoar tanto quando eu chegar em casa. – espalmava a testa.

- O quê? – Jean perguntava rindo ao colocar o prato farto em frente ao loiro.

- Meu avô, meio que deu uma força para mim e Otabek ontem...

- Meio? – O mais velho perguntava olhando para o namorado que acenava a cabeça em confirmação – Seu avô armou tudo Yuri! – Afirmava, fazendo com que Plisetsky revirasse os olhos.

- Meu avô gosta de Otabek e digamos que ele fez uma cena.

Otabek ria de Yuri envergonhado.

- O velho mandou eu ir para o quarto de Yuri, disse que era para eu espera-lo lá. Cheguei no quarto e ele estava no banho, então comecei a brincar com Snow, a gata do Yura. Do nada ele sai apenas de toalha no quarto.

- Eu não gosto de me vestir em banheiro! É apertado demais e eu sou espaçoso.

- Eu avisei que o avô havia saído, mas como é que fica calmo vendo a pessoa que você gosta apenas de toalha na cintura? – Perguntava olhando para Jean e depois para Yuri, que já mais parecia um pimentão.

Jean ria.

- Então quando você chegar em casa Leãozinho, agradeça ao seu avô.

Jean gargalhava ao voltar para o fogão. Ele gostava de cozinhar, queria fazer gastronomia para poder abrir um restaurante, mas seu pai queria que ele fosse médico e sua mãe, advogado. As vezes ele ficava imaginando que se fosse advogado, não teria a mínima paciência primeiro com o seu próprio cliente, pois sabia que iria gritar e fala varias merdas para a pessoa. E segundo, iria querer quebrar a cara do outro cara, acabaria sendo preso junto com o jugado.

- Você cozinha bem Jean. – Yuri dizia comendo o café da manhã. Agradeceu a Deus, Buda, Zeus e a todos os deuses existentes por Jean ter feito um prato farto.

- Quero abrir um restaurante um dia... gosto de cozinhar.

- Quando ele terminou com a Izabella, antes das cachaças e baladas, ele resolveu virar boleiro. – Otabek contava.

- Boleiro? – O loiro faminto perguntava encarando as costas largas de Jean.

- Eu não acreditava que meu relacionamento havia acabado, então, não chorei ou traspassei algum sentimento de dor. Apenas fiquei pensativo, tão pensativo que comecei a fazer receitas e receitas de bolos distintos, que chegou ao ponto da minha cozinha ficar lotada de bolos de vários sabores e tamanhos. Dei vários. Levei para a escola e distribui para os professores e amigos, mas eu chegava em casa e fazia mais, não conseguia me livrar deles – contava ainda de costas misturando algumas coisas na frigideira – Então, numa sexta feira a tarde, quando eu havia acabado de tirar um bolo do forno, comecei a chorar. Era deprimente meu estado naquele dia.

Suspirou.

- Jean me mandou mensagens, dizia que precisava de um favor. Quando cheguei a casa e entrei na cozinha, ele estava deitado no chão chorando em modo fetal. – parou de falar e olhou para Jean que colocava a fritura da frigideira em um prato limpo e colocando na frente de Otabek novamente, o mesmo sorriu simpático e voltou para o fogão, quebrando novos ovos e colocando novas fatias de bacon. – Ele pediu para que eu levasse os bolos para o quintal e os colocassem no chão. Depois que eu fiz isso, ele pisou e socou todos. – Dizia por fim.

- Então, quando alguma coisa de ruim acontece, ele cozinha por dias? - Yuri falava olhando para o prato vazio e olhando para o prato a frente de Otabek, que estava intacto.

- Sim. – Otabek o respondia. Ambos encaravam as costas de Jean. Yuri não sabia bem qual o motivo do café da manhã, por outro lado, Otabek sabia muito bem o motivo. E o motivo tinha nome e endereço, além de morar na casa a frente. – Jean?

- Eu tô bem.

- Ok.


[...]


- Consegui o emprego! – Yuuri gritava em frente ao computador. Estava em casa acompanhado apenas de Lalin, a pequena apenas olhava para o pai com um sorriso animado no pequeno rosto, sorria por ver o pai sorrir.

- Que isso papai? – A menina vinha em direção a cadeira onde o pai estava sentado. Passava as pequenas mãos no rosto tentando afastar os cabelos soltos. O mais velho olhou para a filha o olhando com um sorriso amplo e a pegou no colo.

- O papai consegui um emprego de professor em uma faculdade, filha. – Dizia animado.

- O senhor vai ser... fêssor de escolinha? – Perguntava curiosa e animada. Os olhos azuis o encaravam ansiosos.

- Sim Lalin, vou ser professor de uma escolinha! – Afirmava para a pequena, que logo deu um gritinho agudo e abraçou o pescoço do pai.

- Não fala para o papai quando ele chegar, ok? – Avisava a filha, que assentiu com a cabeça. Gostava da ideia de seu pai ser um professor.

Yuuri havia preparado o jantar. Já eram 19h e Viktor não havia dado nenhum tipo de sinal de vida.

Yuuri, apesar de ter trabalhado na empresa do esposo durante dois anos, viu que não era aquilo que ele queria para sua vida e estudou para psicologia em uma faculdade renomada. Engravidou no meio do último semestre de faculdade, ia nas aulas até seu sétimo mês de gestação. Lembrava-se bem de como a partir do oitavo mês suas costas já doíam pelo peso da barrigada, seus pés inchados só ficavam para cima e o cansaço em fazer qualquer coisa, era gritante. Trancou a faculdade. Depois que Lalin nasceu, seu tempo para a faculdade era zero. Viktor era um ótimo pai e o ajudava com tudo, o que fez Yuri não surtar. Depois que Lalin entrou na escola, Yuri resolveu voltar para a faculdade. Fez seu TCC e passou. Havia feito estágios e trabalhado como psicólogo em escolas antes da gravidez, o que facilitou bem o seu currículo para o mestrado. E agora ele havia conseguido um estágio como professor na própria faculdade. A animação para contar logo para o marido corria por suas veias.

Ele estava assistindo a algum desenho com a filha quando Viktor entrou pela porta desfazendo a gravata e suspirando cansado, mas não deixou de apreciar aquela cena fofa do marido assistindo desenho com a filha. Andou de vagar para trás do sofá e abraçou o pescoço de Yuuri, o que fez o mais novo se assustar um pouco e logo sorrir ao sentir beijos em sua bochecha.

- Está radiante Yuuri – Beijou o pescoço – Está lindo.

- Bem-vindo, Viktor.

- É bom está em casa. – Dizia abraçando o peitoral do marido e logo arranhando seu tronco por cima da camisa.

Lalin continuava assistindo o desenho, estava vidrada na televisão.

- Quero lhe falar uma coisa – Yuuri dizia se levantando do sofá e indo em direção a cozinha, sendo seguido por Viktor.

- O que aconteceu? É alguma coisa com a pequena? Ela está doente? – O platinado perguntava.

- Não, Lalin está bem! - Dizia parando o rosto do marido para que ele o olhasse nos olhos – Eu consegui o emprego como professor!

Yuuri falava sorridente. Os olhos de Viktor se estreitaram por conta do largo sorriso em seu rosto. Abraçou o marido pela cintura e o beijou voraz.

- Parabéns – beijava a bochecha e lábios – Querido, você vai ser um professor maravilhoso!

Sorriam.

- Você merece um Jantar!

- Não, não preciso. – Falava beijando os lábios rosados do maior a sua frente – Eu só preciso de você ao meu lado. Você e Lalin. É só disso que eu preciso.

Viktor olhava nos olhos castanhos de Yuuri, sentindo o mesmo sentimento de borboletas em seu estômago de quando o conheceu.

- Yuuri, eu te amo tanto querido, tanto. – Falava abraçando mais forte o marido. Acariciou as madeixas negras do outro e cheirou o pescoço do menor. – Eu realmente estou muito feliz por sua conquista – fungou – Sei bem o quanto isso se torna difícil para você, mas a sua garra para lutar contra e tão linda. Desculpe, estou molhando sua camisa.

Viktor chorava no ombro do marido. Yuuri levantou o rosto do platinado e enxugou suas lágrimas, dando leves selinhos nos olhos vermelhos logo em seguida. Ele amava aquele bebê chorão e protetor que estava a sua frente. Amava o fato dele ser o que ele é, e de o apoiar em suas escolhas.

- Eu também te amo Viktor!


* Meses depois *


O inverno havia chegado e com ele os enfeites de natal por toda a escola. As árvores de cerejeira ganhavam cor nos galhos desnudos, as luzinhas natalinas iluminavam as árvores no fim daquela tarde.

O vento frio chicoteava o rosto pálido de Yuuri, enquanto o mesmo encarava a longa listagem dos alunos que haviam entrado para a faculdade. Aquela listagem já estava ali a um belo mês, mas Yuri apenas passava reto, não queria saber o resultado antes de se formar, não queria ficar ansioso com aquilo.

A cerimônia de encerramento do ensino médio havia acabado a uns 10 minutos atrás, e a uns 5 minutos ele estava em frente ao quadro olhando nome por nome naquela listagem. Estava nos nomes com “O” e viu que Otabek havia passado em duas faculdades, uma de administração e outra de música. Sorriu com a ideia de vê-lo como um professor de música. Contudo, sabia muito bem que a música era apenas um hobbie e que ele queria mesmo era administração.

Olhou mais nomes e mais faculdades, até que chegou nos nomes com a sua letra. Lembrava-se bem de quando a listagem saiu e Otabek veio correndo lhe dizer, mas pediu para que não o fizesse.

“YURI PLISETSKY – ADMINISTRAÇÃO”

Um suspiro de alívio escapou de sua boca, relaxou os ombros e jogou a cabeça para trás. Não queria fazer uma faculdade, só queria abrir logo sua cafeteria, mas avô pediu para que fizesse uma, pois assim ninguém o passaria a perna.

Sentiu mãos pressionarem seu ombro e seu corpo se puxado pela cintura, logo se sentiu abraçado pelo corpo maior atrás de si.

- Parabéns. – A voz grossa de Otabek arrepiou os fios da nuca do loiro.

- Eu que o diga, você passou em duas. – Retrucou.

- Você sabe muito bem que eu vou seguir na área administrativa.

- Claro que eu sei. – Yuri falava se acomodando mais no corpo de Otabek.

- Todos vamos para a mesma faculdade... Vai ser bom em certa parte. – O moreno sorria.

- Achei que eu iria me livra do Jean. – Yuri dizia rindo da hipótese.

- Vocês não vão se livrar de mim tão cedo, Leãozinho! – Jean falava ao lado de um garoto de olhos puxados e um pouco mais baixo que o de olhos azuis. Então esse era o famoso Lee. Mesmo Jean falando que era tudo apenas uma amizade colorida, eles se falavam todos os dias, horas e minutos. Além de que, Jean vivia indo para a casa de Lee depois da escola ou apenas ficava por lá por semanas, pareciam casados. – Passei em Medicina – dizia apontando para o seu nome na listagem e sorrindo – Não estou fazendo isso por conta do meu pai, eu realmente gosto da profissão, quer dizer, aprendi a gostar dela durante esses meses.

Lee segurou o ombro do “amigo” e sorriu.

- Lee? – Yuri chamava a atenção do moreno que sorria para Jean.

- Sim?

- Você faz enfermagem, não é? – O loiro perguntava.

- Sim, estou no 4 semestre agora, por que?

- Nada não... agora eu entendo o porquê da medicina. – Disse por fim com certo sorriso cínico no rosto em direção a Jean, que ficou vermelho na hora em que foi encarado pelo loiro de olhos verdes. Otabek, que estava ainda o abraçando, escondeu o rosto no ombro do loiro e riu baixinho.

Otabek já havia notado a melhora entre a relação de Jean e Yura, os dois ainda trocavam farpas, mas como amigos. Em vez de ambos ficarem com raiva um do outro e os insultos fossem levados a sério, eles agora riam da situação e não discutiam; até mesmo brincavam um com o outro como havia acontecido agora.

- Que tal a gente ir comer alguma coisa? – Otabek sugeria ainda com um leve sorriso no rosto – Yura, chame o seu avô também.

- Acho que não é uma boa ideia...

- Tá com medo de passar vergonha Leãozinho? – Jean provocava.

- Eu? Imagina! Eu só estou com pena de você não conseguir parar de ficar vermelho com as provocações daquele velho.

- Então vamos chamar ele, não deve ser tão ruim assim. – O moreno de olhos azuis falava ao abraçar os ombros do “amigo”. Lee apenas riu daquela situação, dava para ver que ele não era acostumado com tantas pessoas.

Yuri disse que iria atrás do avô para chama-lo para comer, falou que era para esperarem por eles no portão da escola. Não demorou muito para o loiro encontrar o avô, que estava conversando com Christopher.

- Ah, vovô?

- Yuri, você passou? – O avô perguntava ansioso, estava esperando o neto voltar com a notícia, quer dizer, ele e Otabek estavam, porém, o moreno cansou de espera pelo loiro e disse para Nikolai que ia atrás de Yuri.

- Ah, sim. Administração...

- Eu sabia! Querido, sei que você preferia mil vezes abrir logo a bendita cafeteria, mas pense pelo lado positivo.

- E tem lado positivo?

- Claro! – O senhor dizia animado – Cela especial se você for preso um dia.

- Vovô... você precisa ser estudado pela NASA!

Yuri olhou para o lado, vendo que Chris ria abafado da situação a sua frente.

- Pode rir, ele gosta de chamar atenção! – Yuri falava apontando para Nikolai, que olhava para o neto com um sorriso grande no rosto, estava se divertindo com aquilo.

- Não, eu não estou rindo de vocês. – Christopher tentava se justificar.

- Por favor né? Você está chorando de rir garoto! – Nikolai falava lhe dando leves tapinhas no ombro, o que fez Yuri rir.

- Bom, Otabek mandou eu lhe chamar para ir comer, o senhor vem? – Perguntou para o avô.

- Ah, não. Eu vou sair com um velho amigo meu, ele está na cidade agora e não sei quando vou vê-lo novamente, então divirta-se.

- Ok... que amigo é esse que eu nunca ouvi falar? – Yuri perguntava cruzando os braços.

- Não lhe interessa, moleque fofoqueiro! – O avô praguejava enquanto colocava seu chapéu.

- Olha quem fala! – Yuri que antes estava com os braços cruzados, agora estava com eles na cintura, fazendo uma pose para seu avô como se o interrogasse. – Falou a pessoa que fica na janela espionando o neto!

- Ele faz isso? – Chris perguntava divertido.

- Até demais.

- Garoto, vai ver seu namorado e me deixa em paz.

O mais velho saiu andado em direção a saída da escola, encontrando Otabek e Jean em frente ao portão, cumprimentou Otabek e deu um “Oi. ” Para Jean, que lhe retribuiu um sorriso.

Yuri por outro lado ficou vendo o avô ir embora, olhou para Christopher, que estava com um sorriso no rosto por ver aquela conversa e suspirou.

- Vai continuar aqui na escola ainda – Yuri perguntava.

- Recebi uma proposta de emprego em um hospital escola, digamos que eu vou ser professor de internos de enfermagem.

- Que bom! Fico feliz por você Chris.

- É, eu também. Bom, eu já vou indo, parabéns pela entrada na faculdade.

- Obrigado! – Yuri agradecia enquanto Christopher se distanciava. Respirou fundo e foi em direção ao portão da saída da escola, vendo que havia mais duas pessoas no grupo. Ao chegar mais perto, viu que era Mila, irmã de Jean. Ela estava acompanhada de uma outra garota morena de cabelos negros, muito bonita por sinal.

- Seu avô passou por aqui – Otabek dizia ao ver o loiro se aproximar – ele foi primeiro?

- Não. Ele disse que ia encontrar um velho amigo que havia chegado na cidade.

- Amigo? – O moreno perguntava.

- Nem me pergunte. – Falou. Pegou o celular e mandou uma mensagem para o avô, dizendo que talvez demoraria, pois estava com várias pessoas.

- Vamos? Eu estou morrendo de fome! – Jean falava puxando o braço de Lee. Mila revirou os olhos e abraçou a garota ao seu lado, Otabek e Yuri apenas deram as mãos e os seguiram para algum restaurante ali perto.

[***]

Os flocos de neve caiam sobre os pinheiros de vários tamanhos. Otabek e Yuri foram obrigados a irem à procura de uma árvore de natal, pois haviam perdido no jogo de cartas contra Lee e Jean. A pena do perdedor do jogo era ir atrás de uma árvore de natal, pois Jean queria comemorar o natal como no Canadá, em família. Yuri não estava tão animado para isso, mas concordou com a ideia e disse que poderiam fazer tudo na sua casa, já que vivia apenas ele e o avô. Desde então, Jean vinha comprando coisas para a ceia e levava para a casa do loiro, entupindo a geladeira de comida para o dia 24 de dezembro.

Jean apareceu às 09h da manhã na casa de Yuri, com uma animação sem igual e com ele, um Lee preguiçoso com cara de sono. Yuri ofereceu seu quarto para o coreano dormi, já que o mesmo havia dito que estava finalmente estagiando e em um hospital e que seu residente era o próprio diabo.

No final da tarde Yuri e Otabek saíram a procura da tal árvore. Estava frio e nevava muito. As bochechas de Yuri estavam completamente vermelhas, o que realçava seus olhos verdes e deixava Otabek encantado com tanta fofura. Depois que conseguiram a árvore, pediram para entregarem no endereço de Yuri, já que ambos estavam de metrô e não tinha como carregar uma árvore dentro de um transporte público.

Pararam para tomar um café e como sempre, Yuri pegava folhetos. Otabek já havia se acostumado com a mania do namorado, as vezes até pegava para o loiro.

Não demorou muito para que chegassem a casa de Yuri, onde um cheiro de comida forte invadia a casa. Yuri ao abrir a porta viu a bagunça em que tudo se encontrava. A árvore havia chegado e estava no canto da pequena sala sendo enfeitada por Nikolai e Lee, que estavam com certa dificuldade para colocar as luzes. Na cozinha, Jean trabalhava a todo vapor. O balcão e mesa de jantar estavam lotados de ingredientes para a comida, a geladeira continha as sobremesas e no forno, um peru imenso que o mesmo havia comprado a uns dois dias atrás.

- Isso aqui tá uma loucura! – Otabek falava colocando o casaco bege pendurado atrás da porta.

- Vocês querem ajuda? – Yuri perguntava indo em direção a Lee e o avô.

- Otabek, me ajuda aqui! – Jean gritava da cozinha chamando pelo primo.

- Ainda bem que compramos uma pequena – Yuri falava amarrando os cabelos e ajudando o avô com as luzes embraçadas.

- Eu mataria vocês se comprassem uma grande! – Lee falava – Uma morte bem dolorosa.

Yuri acabou rindo da ameaça.

- Aproposito, Mila e Sara ainda não chegaram, será que aconteceu alguma coisa?

- Não quero imaginar – Lee falava fazendo uma cara enjoada.

- Eca.

- Eca mesmo! – Lee falava fazendo careta, o que fez Yuri rir e Nikolai apenas balançar a cabeça em negação.

Yuri e Lee haviam ficado bem próximos durante o último mês, haviam virado melhores amigos na verdade.

As horas se passaram, as comidas estavam prontas e a árvore estava arrumada. Mila e Sara já haviam chegado e estavam sentadas no sofá enquanto conversavam e riam. Jean e Lee estavam na cozinha conversando sobre o estágio de Lee, enquanto tomavam café.

Otabek e Yuri estavam no quarto do loiro, deitados na cama, aconchegados um no outro debaixo do cobertor grosso. O loiro abraçava o corpo musculoso do namorado, enquanto podia sentir o aroma amadeirado que vinha dele. Otabek apenas aproveitava aqueles momentos de carinho entre ambos, aquilo era precioso para os dois.

- Sabe, eu nunca esperei que eu passaria o natal com um namorado - Yuri dizia contra o peito de Otabek. O maior suspirou fundo e o abraçou mais forte.

- Vamos passar muitos natais assim. Somos almas destinadas! – Ele falava olhando para o rosto de Yuri, que logo corou com a confirmação do mais velho.

- É, somos.

Yuri levantou a cabeça e beijou o queixo do moreno, que fechou os olhos ao sentir os lábios gelados do loiro tocarem sua pele. Uma de suas mãos foram para o rosto de Yuri, massageando sua bochecha e se aproximando para lhe beijar. Yuri se inclinou para frente, encostando seu nariz no de Otabek, mordiscou seu lábio inferior e por fim o beijou. Não um beijo rápido, mas sim calmo e cálido, com paixão. Sentiu seu peito palpitar forte, o que o fez colocar uma das mãos de Otabek em seu peito para que o outro soubesse como ele se sentia em relação a ele.

- Feliz natal, Beka! – Dizia sorrindo ainda de olhos fechados.

- Feliz natal, Yura.

[...]

- Já é meia noite? – Christopher Perguntava para Yuuri, que colocava um peru enorme sobre a mesa de jantar. Ambos estavam ansiosos para que desse meia noite. Primeiro por ser natal e segundo por ser aniversario de Viktor.

- Na Rússia não comemoramos natal e nem aniversários, isso é desnecessário! Só me lembra que estou ficando velho.

- Querido, não estamos na Rússia e sim no Japão! Admita de uma vez que é por que você está ficando velho. – Yuuri falava.

- Não vai fazer diferença, se nascer cabelo branco ninguém vai perceber, você sempre foi grisalho desde muito novo – Christopher falava se sentando ao lado do namorado, que brincava com Lalin.

- Yuuriii!

- É verdade.

- Que complô é esse na minha própria casa? – Viktor perguntava com as mãos na cintura.

- Ah, cala a boca! Você é muito dramático. – Christopher falava se levantando e indo em direção a cozinha – Faltam dois minutos!

O loiro falava radiante enquanto voltava para a sala e sentou- se no colo do namorado, tirando um riso de Phichit, que estava brincando com a criança a sua frente. Soltou a boneca em cima do sofá e agarrou o loiro pela cintura, fazendo o cacheado gargalhar. Lalin observava a cena com certa relutância, mas depois se permitiu rir.

Viktor, apesar de não querer comemorar seu aniversário, tirava fotos e fotos do marido, da filha e dos amigos. Eles estavam esperando a família de Yuuri aparecer, mas a meia hora atrás a irmã de Yuuri ligou dizendo que não poderiam vim, mas que desejavam um bom natal e felicidades para Viktor.

A exata meia noite, Christopher e Yuuri estouraram confetes para o aniversário do platinado, que estava puto com tal comemoração. Ele não se importava de comemorar o natal, até gostava e achava aquilo tudo muito legal, mas não queria envelhecer mais um ano.

Yuuri pegou Lalin no colo, a pequena segurava um embrulho em verde e vermelho, além de sorrir amplamente para o pai, que estava com cara de poucos amigos. A menina estendeu o presente com tanta animação, que fez Viktor soltar um leve sorriso para a filha.

- Papai, Parabéns! – Dizia com o presente estendido – O papai que comprou, mas foi eu que escolhi.

- Sério, princesa? – Viktor perguntava desentendido, enquanto olhava para o marido, que sorria. – Tem até um desenho!

- Sim! Eu que fiz, gostou? – Perguntava. As orbitas azuis ansiosas o olhavam com cautela.

- Eu amei.

- Eu disse! – A menina falava olhando para Yuuri, seus pés balançavam em alegria, o que fez Yuuri a descer e ver a menina correr para o colo do Pai e terminar de abrir o presente. – TCHARAM!

- Um relógio! – Viktor fingia surpresa.

- Papai disse que precisava – falou pegando o relógio e colocando no pulso do platinado – Bonito!

- É sim, obrigado pelo presente.

Viktor beijou o rosto da menina e a desceu de seu colo, indo para a sala ver televisão.

Christopher botou um embrulho rosa na mesa, o que fez Viktor fazer uma careta. Phichit apertou o ombro do amigo e foi para o lado de Yuuri, o acompanhando até a cozinha.

- Por favor, me diz que não comprou nada no sexy shop. – O platinado falava abrindo de leve o embrulho.

- Eu não sou tão imoral assim, Viktor.

- Tem certeza? – Perguntou.

- Tá, algumas vezes.

- Obrigado! – Agradeceu. Ao abrir o embrulho rosa, viu que não era nada de sexy shop, mas sim uma pequena caixa de chocolates – Doce?

- Vai precisar para hoje – Christopher falava apoiando o rosto em sua mão e olhando para a cozinha, onde Yuuri e Phichit conversavam aos risos.

- O quê?

- Não seja burro, usa o chocolate! – Falava.

- Você disse que não era de sexy shop!

- E não são. Eu comprei em um supermercado, achei que poderia ser legal atiçar a noite de vocês. É seu aniversário, aproveite! Para de reclamar como uma criança chorona. Nem Lalin é assim!

Viktor encarava o melhor amigo incrédulo.

- Por que somos amigos mesmo? – Perguntava para o loiro, que estava encarando a bunda do namorado.

- Por que Deus quis!

Viktor riu e se levantou, indo em direção a cozinha. Phichit viu quando o platinado chegou e falou para Yuuri que iria falar com Chris, deixando os dois sozinhos.

- Então, feliz aniversário – Yuuri falava abraçando o marido pelo pescoço e lhe dando leves selinhos na boca – Espero que tenha gostado do relógio.

- Não fale com essa entonação sexy, senhor culpado por quebrar meu relógio no meio de uma transa!

- Não foi de certa forma minha culpa. – Yuuri sorria levemente ainda abraçado no marido.

- Eu ainda estou tentando entender como você conseguiu essa proeza – Viktor ria da lembrança. Passou as mãos pelo rosto de Yuuri e massageou as bochechas com os dedos –, mas obrigado pelo presente, ele é mais bonito que o anterior.

- Eu sei, tenho bom gosto! – Yuuri afirmava rindo.

- Falando em gosto – Viktor se aproximou do ouvido de Yuuri e sussurrou – Christopher me deu chocolate... quer experimentar mais tarde? – Perguntava ao mordiscar o lóbulo da orelha de Yuuri, que estremeceu ao toque.

- Claro.

- Ótimo.

- Ah, Feliz natal Vitya! – Yuuri falava dando um leve selinho em Viktor.

- Feliz Natal, Yuu. – Viktor beijou novamente Yuuri, mas parou o beijo logo depois – E meus parabéns?

O japonês sorriu travesso antes de voltar a andar para a sala.

- Vai vim com chocolate mais tarde.

- Ok.

Viktor olhava para o marido embasbacado, como ainda ser surpreendia com as atitudes sexys, mesmo depois de tantos anos de casado?


Naquela noite as comemorações vieram de diversas e distintas direções, fossem elas pequenas ou em uma grande família. A neve caia forte fora das casas, as luzes natalinas iluminavam a cidade no branco gelado, dando um ar alegre. Em certas partes da cidade pessoas cantavam em frente a igrejas formando um belo coral. Em certas partes da cidade, famílias novas se formavam. Em certas partes da cidade, o natal apenas acontecia como tinha que acontecer. Em outras partes elas apenas desejavam um “ Feliz Natal! ”


Notas Finais


Ok vamo lá.
Me desculpa pela demora. Me desculpa mesmo! Tive problemas pra escrever esse capítulo. Tudo o que eu escrevia ficava um lixo e eu acabava apagando de raiva. Foi ai que em um dia eu comecei a escrever em terceira pessoa, não é um problema pra mim, mas eu estou sem um pc, então eu escrevi no celular. Eu jurava que eu tinha feito uma 5k palavras mas não passou de 2k. Eu fiquei muito full pistola akskdnmf e resovi esperar minha amiga entrar em recesso da faculdade para eu poder fazer direito e com calma, MAS QUANDO EU VI JÁ ERA DIA 23! WTF?
Eu não tô mais estudando, os cap vão ser mais rapidos apartir de agora. Esse cap não tem título, tentei de todas as formas inventar um, mas não achei. Até que eu ouvi Utitled, 2014 do Jiyong hoje e me deu a ideia. Não queria estragar a surpresa do aniversário do Viktor, já que é na virada do Natal.
Aqui se encerra a primeira fase da fic. Vou fazer um especial de ano novo, não vou prometer palavras, mas trago ele no dia 30/12.
Espero que vocês tenham gostado do capítulo.
Escrever em 3 pessoa foi a maneira mais dinâmica que eu achei pra escrever ele, se você não gostou, me desculpa.

Feliz Natal ❤

Ps: Vou editar o cap de manhã, pq tô morrendo de sono. Beijus ❤❤🙏
Ps 2: obriga pelos favoritos, eu tô chorando feito criança ajjsjd sei que é bobagem, mas pra mim significa muito ❤❤❤❤


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