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História Cheese and Wine - Capítulo 16 - Lembranças


Escrita por: Elloo

Notas do Autor


Oi! Então, uma breve explicação, então cê você não lê notas iniciais, leia!

Esse capítulo foi feito apartir das lembranças da Mila, irmã do Jean. Então vários momentos vão está passando, pode ser passado, presente ou futuro, mas é mais o passado em si explicando certas coisas.
Espero que gostem e boa leitura!

Capítulo 17 - Capítulo 16 - Lembranças


Fanfic / Fanfiction Cheese and Wine - Capítulo 16 - Lembranças

Era engraçado como esse negócio de sub-gênero funcionava. Aos 10 anos você era obrigado a passar por um exame que acontecia em toda a escola, onde eles fazem um pequeno furo em um dos seus dedos e colhem uma gota de sangue, e, a partir dessa pequenina gota, tudo pode mudar; principalmente como os outros vão te olhar a partir daquele resultado feito pela pequena gota de sangue.

Era estranho para mim na época, me perguntava o motivo disso tudo e o porquê de tanta diferença. Na época eu jurava que iria ser uma beta, achava que sendo uma eu poderia viver normalmente como uma pessoa normal e sem olhos de maldade ou interesse, e eu só tinha 10 anos quando pensava nisso. No entanto, o resultado chegou, a professora chamou um por um para ir a enfermaria para poder pegar os resultados, eu estava confiante que no exame apareceria um grande “B” maiúsculo e em negrito, mas não foi bem assim.

Lembro-me bem da expressão do enfermeiro em me entregar aquele envelope amarelo do tamanho de uma folha A4. Lembro-me bem do sorriso largo com dentes amarelados e olhos atentos em mim para ver minha reação ao abrir o envelope. Lembro do tapinha em meus ombros que a minha professora deu como uma forma de me encorajar a abri-lo logo e foi o que eu fiz na época e me decepcionei com o resultado. Eu era uma Alfa.

O enfermeiro falou muitas coisas para mim, e minha professora? Ela dava palminhas de alegria, e foi daquele dia em diante que eu percebi que o mundo era cruel.

Depois disso, os anos se passaram, eu estava no colegial, e era meu último ano na escola. Eu tinha vários amigos e amigas na época e eu nunca entrava no papo de “Qual gênero eu era?”, apesar de todo mundo já saber, eu apenas saia andando para algum lugar; as vezes eu ia na sala do meu irmão, que estava uma série abaixo de mim, e que também era um alfa; eu ficava por lá conversando com ele ou com meu primo, que não tirava os olhos de um garoto loiro que sempre se sentava no final da sala, perto a uma janela.

— Já falou com ele? — perguntei em uma de nossas conversas. Ele coçou os cabelos e suspirou em negação — Ano que vem é seu último ano, tem que falar com ele!

— Não é tão fácil assim e Jean também não ajuda. — dizia.

— E o que o meu irmão tem a ver com isso? — perguntei.

— Seu irmão é um babaca que zoa todo mundo! — diz elevando um pouco da voz e olhando de relance para o garoto.

— É só zoar ele de volta falando como ele faz voz de bebê quando fala com a Bella toda a noite. Você só tem mais um ano.

Lembro de dizer isso antes de sair da sala deles e voltar para a minha, e, entrar em uma conversão sobre gostar de outra pessoa. O que me fez lembrar na época, que, eu nunca tinha tinha entrando em um cio, já que eu tomava neutralizadores desde os meus 10 anos de idade, eu nunca tinha parado para pensar em ter um romance ou transar com outra pessoa, e, por eu nunca ter tido nada disso, eu não sabia o que aconteceria no meu primeiro cio, mesmo eu vendo as explicações na internet sobre alfas mulheres, eu não conseguia imaginar aquilo acontecendo comigo. Contudo, um ano depois da escola acabar e eu ter entrado na faculdade de artes visuais, eu conheci uma garota em uma festa do meu curso, ela cursava administração, e bom, ela era muito linda. Lembro de ficar olhando para ela a festa toda e ver ela dispensando todos que chegavam perto. Numa hora eu fui ao banheiro do prédio e ela estava lá em uma das cabines colocando tudo para fora. O cabelo mal preso fazia com que alguns fios ficassem soltos. Eu não estava porre, mas um pouco alterada, já que na época me fizeram beber quase dois litros de água, e eu estava com uma garrafa d'água. O que me fez ir lá e abrir a cabine, porém, além do cheiro de vômito, um cheiro mais forte exalava por ali, era bastante adocicado e isso me fez ter ânsia de vômito.

— Hey… tá tudo bem? — perguntei para a garota que se virou para mim com os olhos molhados. — É, não tá nada bem.

Ela não respondeu, apenas voltou a sua cabeça para o vaso.

O cheiro estava forte, muito forte e isso estava me deixando muito enjoada, era tão doce que chegava a ser desagradável no momento. Procurei por papel higiênico nas outras cabines e achei um inteiro na última. Voltei para onde a garota estava e coloquei o papel entre minhas pernas a garrafa no chão e soltei os seus cabelos, ela grunhiu e me arranhou, era notável o sentido, já que estava com medo

— Eu não vou fazer nada, para de me arranhar, droga! Parece uma gata selvagem. — digo prendendo seu cabelo longo e escuro em um coque bem alto e bem preso. Me ajoelho à sua frente e pego um pouco do papel limpando o seu rosto — Se sabia que o seu cio iria vim hoje, não deveria ter vindo para a festa. — limpo sua boca e os cantos. Minha cabeça rodava um pouco. Tirou mais um pouco de papel e limpo seu rosto, tirando a maquiagem preta borrada debaixo de seus olhos e deixando enfim seu rosto seco. — Beba. Você vai vomitar mais, só que isso vai ajudar a limpar tudo de ruim ai dentro. Enquanto isso, eu vou no banheiro. — ela apenas me olhava atenta. — Não tá batizada não! Eu não sou esse tipo de pessoa.

Acabo grunhindo com a lerdeza da garota, era muito linda, muito mesmo, porém lerda.

Lavo minhas mãos, rosto e amarro o meu cabelo curto em um pequeno rabo de cavalo.

— Já? — perguntei ao ver que ela limpava a boca novamente e balançar a cabeça em confirmação. — Quer ajuda pra ir pra casa?

— Quero.

Depois disso Jean veio nos buscar, falei que precisava da ajuda dele e ele veio com aquele papo de que a filhinha de papai estava precisando da ajuda do irmão rebelde, se ele soubesse...

A garota não morava muito longe da faculdade e quando chegamos em frente a sua casa, um cara estava sentado nas escadas olhando para o celular com as sobrancelhas enrugadas. Ao ver a garota saindo do carro, deu para ver o alívio em seu rosto.

— Sara! Graças a deus! — suspirava aliviado. — Vocês são amigos dela? — perguntou.

— Nhá. Encontrei ela no banheiro vomitando tudo o que poderia pôr para fora, ai a ajudei. — digo soltando meus cabelos e os bagunçado, sentindo o ar frio em meu couro cabeludo.

— Obrigado! — diz segurando a garota pela cintura.

— Por nada. — digo. Jean apenas sorriu em confirmação na época.

Ela era muito bonita, de fato, porém era uma louca por sair em condições assim.

— Vamos embora, filhinho de papai.

— Ah, sou eu mesmo. — dizia debochado ao entrar no carro.

Depois de um longo tempo que a festa aconteceu, eu estava no restaurante da faculdade, precisava terminar um desenho para a próxima aula e eu não fazia a menor idéia do que fazer, então, eu estava ali avulsa esperando algum milagre cair sobre mim enquanto almoçava. Num momento de desespero comecei a desenhar pessoas aleatórias, já que o trabalho era entregar um desenho de uma pessoa conhecida ou personagem, porém, eu não tinha nenhum tipo de personagem ou nenhuma pessoa conhecida perto de mim para poder desenhar. Tipo, eu só precisava dos malditos traços, era demais?

E enquanto eu estava num momento de desespero, a mesma menina que ajudei no banheiro e que fiquei encarando na festa, sentou-se à minha frente mordendo seu lábio inferior. Lembro que olhei para ela e fiquei um bom tempo a encarando, pois eu tentava entender o que ela estava fazendo ali. Ela suspirou e começou a falar:

— Eu não entrei no cio naquele dia, quer dizer eu entrei, mas não era na época para eu ter entrado… não me olhe assim. — dizia encolhendo os ombros — Me drogaram na festa. A droga fez com que meu cio começasse e eu passasse mal para que fizessem coisas… comigo.

Fiquei rncanrando ela por alguns segundos antes da fixa caur que ela estava ali na minha frente, falando sovre aquele dia.

— Oh… desculpa pelo que eu disse naquele dia, eu não sabia. — largo a caneta  sobre o pequeno caderno de folha amarelada.

— Não tinha como você saber. Eu só vim agradecer pela ajuda, se você não tivesse lá naquela hora, acho que poderia ter acontecido o pior… — diz com a voz um pouco baixa, fazendo com que sumisse em meio ao monte de vozes aglomeradas no restaurante.

— Não precisa contar isso, eu sei que deve ter sido horrível, lembro de como o cheiro estava tão forte que estava me dando vontade de vomitar… era efeito das drogas?

— Provavelmente. — suspira. — Por que você não me atacou naquela hora? Tipo, eu agradeço, mas eu fico me perguntando sobre isso desde aquele dia.

— Hum… bom, seu cheiro estava me dando muita vontade de vomitar, mesmo! Já senti aromas de outros ômegas quando entram em um cio, mas o seu estava muito enjoativo e também, eu tomo neutralizadores desde os 10 anos de idade.

— Nossa! — diz colocando alguns fios de cabelo para atrás de sua orelha. Ela era muito bonita, ainda mais de perto.

— Bom, de qualquer forma, eu me chamo Mila, sei que seu nome é Sara, certo?

— Sim.

— Bom, Sara; eu preciso de ajuda agora, e isso com toda a certeza seria uma boa recompensa. — digo afastando a bandeja de comida quase cheia.

— E o que seria? — perguntou receosa.

— Preciso que me deixei te desenhar. Eu tenho uma hora para fazer um trabalho e não tenho nenhum modelo, poderia ser a minha modelo? — digo vendo seu rosto aliviar.

— Há! Ah sim, claro! — dizia aliviada. — Como eu fico?

— Como desejar, pode comer, mexer no telefone, qualquer coisa. — digo por fim.

Ela decidiu olhar as mensagens do celular. Então comecei a desenhá-la. O rosto fino, os olhos grandes e um tanto claros, a sua boca cheia e as mínimas sardinhas claras embaixo de seus olhos. Era tão… bonita. A forma como os cabelos castanhos caiam pelo seu rosto e o sorriso que dava ao ler as mensagens, isso realmente mexia comigo.

Acabo sorrindo ao terminar os traços o mais rápido que eu posso.

— Eu vou ajeitar isso na sala, obrigada por me ajudar. — digo arrumando as minhas coisas, eu podia sentir minhas bochechas queimarem.

—  Ah! De nada. —  suspira — Poderia me dar o seu número? — perguntava para mim.

— Hum? Meu número?

— Sim.

— Ah, Claro! Me de seu celular.

Lembro do sorriso largo em seu rosto quando falei isso e de como os dedos eram finos e cálidos. Coloquei meu número em sua agenda e disse que precisava ir. Meu rosto estava tão vermelho, que lembro de apenas andar de cabeça abaixada pelos corredores abarrotados. Eu sentia uma queimação por dentro do meu ser e estava ficando forte e eu podia sentir meu peito subir e descer tentando controlar aquela sensação que eu nunca tive e isso me fez ir ao banheiro mais próximo e me trancar ali enquanto via os traços de Sara em meu caderno de folhas amareladas. Me olhei no espelho e vi meu rosto completamente vermelho e eu estava arfando. Era estranho, pois eu achava que o cio em alfas era como os dos ômegas, mas era apenas uma vontade esmagadora de querer transar a todo custo, não tinha descontrole de feromônios, era apenas uma vontade extrema de fazer sexo! Porém, por eu sempre ter tomado neutralizadores esse desejo poderia está mais fraco que o “normal”, mas mesmo assim, para mim era algo totalmente novo e sentir uma coisa dura sendo pressionada na minha calça era algo totalmente estranho!

— O quê… — sussurro para mim mesma ao tirar metade da minha minha calça e ver por cima da minha calcinha que eu tinha um pinto!

Não era tão grande como os dos rapazes, mas ainda sim era um pênis ali me encarando, e foi nessa hora que lembrei que em uma das minhas pesquisas no Google sobre como funcionava o órgão reprodutor das mulheres alfas veio como uma pedra na minha cabeça, me lembrando que meu clitóris quando ficasse ereto, sairia todo para fora, ficando parecido como um pênis de um ômega. Eu era uma concha!

Então meu primeiro “cio” veio na faculdade depois de falar com aquela garota, e depois disso, começamos a trocar mensagens e nos encontrar com mais e mais frequência, porém, tive que parar com isso por uns dias, pois depois do término de Bella com Jean e o que ela me disse naquele dia, comecei ter os dois pés atrás com o meu pai, já Jean? Preferiu sair de casa.

No dia que Bella me contou toda a situação pelo que ela passou, no início eu não pude acreditar, porém com o decorrer da história, tudo ficava mais claro e fazendo sentido para mim, me lembrando de coisas que eu achava que só era fruto da minha imaginação, depois, contei a Otabek sobre, no início ele me recebeu mal, pois eu estava apoiando Bella em vez do meu irmão e para eles, eu era um nada. Fingiam que não me viam e quando me enxergavam, eu era tratada como se fosse algum tipo de lixo podre, no entanto, fui falar com Otabek sobre, pois eu sabia que meu irmão não iria me ouvir e como o destino é um ser cômico, colocou ele na minha frente logo depois de eu sair da casa do garoto. A gente brigou, e brigou feio em frente a casa do Ota, porém, no meio da briga eu comecei a falar tudo o que eu sabia de uma vez.

— Você acha que eu gosto quando você me chama de filhinha de papai? Que eu sou um cachorrinho? Acorda garoto, eu odeio ele da mesma forma que você! A diferença é que eu aguentava calada!

— E o que te fez mudar de ideia tão rapidamente assim, princesa Leroy? — perguntou debochado, o que me fez grunhir.

— Pelo o que ele fez com a Bella! Pelo que ele fez com você e o que ele pode fazer comigo e com Otabek! É por isso que eu mudei de idéia! Eu não quero que aconteça, o que aconteceu com a Bella… inferno! — meu peito subia e descia em arfadas pesadas.

— O-o quê? —  gaguejou.

— Vamos conversar sério Jean, sem deboche, sem apelidos, apenas nós dois. Foi nosso pai que acabou com o seu relacionamento com a Bella, foi ele que fez tudo isso, ele subornou ela, e ela não aceitou, então ele chegou ao ponto mais sórdido e a sequestrou e a ameaçou, falou que se ficassem juntos iria machucar o irmão mais novo dela! Ele tem fotos, tem capangas, tem gente te seguindo para todo o lado! E eu sei que você tá se relacionando com outra pessoa, eu sei muito bem disso, então toma cuidado! Não quer conversar comigo? Beleza! Mas eu não iria deixar de te avisar sobre isso.

E depois que eu apenas joguei isso tudo em cima dele, fui embora para a minha casa, e quando entrei naquele lugar, eu me senti tão oprimida, tão encurralada, que um nó surgiu em minha garganta ao pensar na possibilidade de um dia ele descobrir que eu estava saindo com uma garota e que ainda por cima, era uma ômega.

Todas essas lembranças me fazem sentir medo desse tempo calmo, hoje eu estava na casa de Sara, era final de semana e seu irmão, Michele, batia na porta do quarto da minha namorada, e bem, isso atrapalhou a gente.

— Vai embora! — ela reclamava. Comecei a rir ao ver ela revirar os olhos, beijei seu pescoço e destrui beijinhos em sua clavícula.

— Mamãe tá mandando vocês descerem para tomar café. É sério, desçam logo!

— Daqui a pouco nós vamos! — diz suspirando e tocando a parte de trás de minha nuca, puxando meus cabelos curtos e me trazendo para cima de novo, me deixando encarar seu rosto. Ela sorriu e me beijou.

Eu definitivamente amava os fins de semana.


Notas Finais


Então beninas e beninos, último casal apresentado wjskskdkdmdmdm
Aiai, espero que tenham gostado do cap, me desculpe a demora em postar as coisas, de verdade, porém não vou abandonar e espero que não me abandonem tbm.
Obrigada por continuarem aqui, até o próximo cap 💖


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