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História Cinderella - Paz?!


Escrita por: kidrauhlquack

Notas do Autor


Penúltimo capítulo postado.
Boa leitura! *-*

Capítulo 41 - Paz?!


Ajoelhei-me de frente para ele e o abracei o mais forte que consegui. Lágrimas rolavam desesperadamente pelo meu rosto. Eu não queria sair de dentro daquele abraço nunca mais. Eu me sentia protegida. Sentia-me segura. Como se nada pudesse me atingir ou meu alcançar. Nos braços do Justin, eu era forte.

- Senti tanto a sua falta! - Falei entre soluços.

Era como se naquela sala estivéssemos apenas nós dois.

Alfredo, minha mãe, meu pai, Emily e todos os outros. Era como se nenhum deles estivesse lá.

Eu sei que aquele abraço durou apenas um instante, mas pareceu uma eternidade. Como se compensasse tudo àquilo que eu havia passado, pois no fim das contas, eu finalmente estava junto a ele novamente.

- O que pensa que está fazendo? – Ouvi meu pai gritar. – Afaste-se da minha filha, agora mesmo!

Eu nem sequer me movi, permaneci em seu abraço. Não deixaria ninguém afastá-lo de mim novamente.

Senti alguém puxar Justin pelas costas. Tentei segurá-lo, mas meu pai me empurrou para trás e continuou puxando Justin.

- Pai, solte-o. Deixe-o em paz! – Gritei.

Meu pai nem se deu o trabalho de olhar para mim. Seus olhos estavam vermelhos de raiva. Ele estava irreversível. Previ o que viria a seguir, e me coloquei à sua frente.

- Pare!

- Saia da minha frente Bell, não quero te machucar! – Ele disse, sem me olhar.

Senti uma mão no meu ombro, me afastando. Justin.

- Bell, por favor, deixe comigo! – Ele disse, delicadamente.

- Não toque nela! – Meu pai gritou.

- Eu não quero brigar, não quero nem sequer alterar a minha voz. Eu quero ser feliz, e quero que sua filha seja feliz comigo.

- Nunca!

- Você quer mesmo deixa-la presa aqui para sempre? – Justin perguntou. – Quer mesmo que sua filha seja infeliz por sua causa?

- Você não sabe de nada, seu moleque!

- Posso até ser um moleque, mas eu e você sabemos que eu posso fazê-la feliz. E ela nunca será feliz aqui dentro.

- Você vai fazê-la ir embora novamente!

- Não, eu nunca mais vou deixa-la ir!

Eu não conseguia me mover, nem piscar. Todos na sala estavam concentrados nos dois, prestando o máximo de atenção em cada palavra. Como se, se alguém se movesse, uma onça fosse atacar.

- Eu já acreditei nisso tudo uma vez. Desde o princípio eu sabia que isso não se passava de uma doença, de uma obsessão, mas eu permiti que ela se aproximasse de você. E o que você fez? Você quase fez com que ela morresse. Você a fez ir embora. Você a fez sofrer e se ferir.

- Eu a amo!

- Não, você não a ama!

- Você acha que sabe muito bem qual o significado de amar alguém, mas você não sabe o que é isso. Se soubesse, não a prenderia aqui. Isso não é amor, muito menos proteção. Isso é loucura. Você me culpou por algo que eu não fiz. Sabe o que eu fiz? – Justin fez uma pausa. – Eu a fiz feliz, nada mais que isso!

Antes que qualquer pessoa pudesse impedir, meu pai avançou para ele e lhe deu um soco no olho direito. Justin colocou a mão no olho e o esfregou um pouco antes de responder.

- Sabe por que você sente tanta raiva de mim? – Ele perguntou. – Porque eu a fiz feliz de uma forma que você nunca conseguiu. Porque você sempre a chamou de doente, enquanto tudo o que ela sentia era amor. Tudo o que ela queria era alguém ao lado dela, e eu, mesmo sem saber, estava lá, enquanto você não estava. – Ele fez uma pausa, e esfregou novamente o olho machucado. – Isso não é nada. Você já conseguiu me fazer sofrer durante todo esse tempo que a deixou longe de mim. Agora, nada mais me afeta, porque eu sei que ela está aqui e nunca mais sairá do meu lado. Pode me bater o quanto quiser. Pode ferir o meu corpo, mas minha alma está inteira novamente!

O que aconteceu a seguir foi o oposto do que eu imaginei. Meu pai caiu de joelhos e enterrou o rosto em suas mãos. Sim, ele estava realmente chorando.

Ninguém se moveu.

- Você vai feri-la novamente, eu não posso permitir! – Meu pai gritou, mais para si mesmo do que para o Justin.

- Não vou deixar que nada aconteça com ela! – Ele disse. – Eu prometo!

Meu pai levantou a cabeça.

- Nada nem ninguém vão feri-la novamente, isso é uma promessa!

Ele estendeu a mão para Justin, que a apertou.

- Se você algum dia quebrar essa promessa...

- Pode deixar que eu mesmo estarei causando sofrimento à mim. – Justin completou a frase.

Eu sabia que naquele olhar havia mais que simples palavras, eles estavam fazendo uma promessa silenciosa um ao outro. Uma oferta de paz. E aquilo era mais do que eu poderia ter imaginado que algum dia aconteceria naqueles dias de prisão.

~Justin~

~Flashback~

- Justin! - Ele disse, de repente, e eu o encarei. Seu rosto dizia que ele tinha uma ideia. - Qual o DDD do número que te ligou?

Arregalei meus olhos.

- Eu não havia pensado nisso!

Peguei meu celular.

- 212!

Scooter sorriu.

- Então nossa garota misteriosa está em Nova York?

Eu sorri. A fagulha de esperança que havia dentro de mim crescia a cada minuto.

O meu celular começou a tocar. Era ela.

- Bell, o que aconteceu? Você está bem? – Perguntei desesperando, quando atendi o celular.

- Quero que você me ouça muito bem e me responda com toda a sua sinceridade!

- Helena? – Perguntei.

- Você realmente ama a Bell?

- Mais que tudo! – Respondi. – O que está acontecendo?

- Eu quero que você me ouça com toda a atenção possível. – Ela fez uma pausa. – Eu preciso de uma prova desse amor que vocês tanto dizem sentir um pelo outro. Eu preciso de uma prova dela. Uma prova de que ela não é doente.

- Ela não é doente! – Eu disse.

- Eu sei, mas eu preciso de provas! – Ela disse. – Isso não é para mim, é para o Robert.

- Ele sabe disso?

- Não. Ele deve saber apenas na hora certa, quando ele estiver pronto!

- E quando ele estará pronto?

- Quando eu puder provar que ela não é doente. Ele terá que aceitar!

- E o que você tem em mente?

- Será possível se apaixonar duas vezes pela mesma pessoa?

- O que quer dizer com isso?

- Será que se você não fosse quem é ela te amaria? Será que se você não tivesse essa aparência, ela sentiria a mesma coisa que diz sentir?

- O que eu devo fazer então?

- Deve se transformar fisicamente. Ela não pode te reconhecer!

- Mas como vou encontra-la, e como ela não me reconhecerá?

- É o seguinte, terá um baile em Nova York daqui alguns dias, nesse baile ela não poderá te reconhecer, você terá que ser outra pessoa. Se ela se apaixonar por você, eu te ajudarei, mas ela não pode saber que é você, ela tem que acreditar que é outra pessoa.

- E o que acontece depois disso?

- Se ela se apaixonar por você novamente, eu te explico o resto.

- E o que eu devo fazer agora?

- Venha para Nova York e aguarde minha próxima ligação!

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela desligou.

- Era a Helena? – Scooter perguntou. – O que ela disse?

- Que devemos ir para Nova York.

Expliquei rapidamente ao Scooter tudo o que ela havia dito, cancelei todos os meus compromissos dos próximos dias, e embarquei para Nova York.

Eu, Alfredo e Scooter. Apenas. Eu preferia que mais ninguém soubesse do que estava havendo. Não queria que ninguém estragasse.

No dia seguinte ela me ligou novamente.

- Já está em Nova York?

- Sim, o que devo fazer agora?

- Comprar uma fantasia de príncipe.

- De príncipe?

- Quero que combine com o vestido dela. Branco e azul. E não se esqueça da mascara, ela precisa cobrir o rosto todo.

- Quando é o baile?

- Amanha.

- E o que acontece amanha?

- Tudo o que você precisa saber é que você é um garoto normal, que mora em Nova York, chamado Derek.

- E o resto?

- Seja você mesmo. – Ela fez uma pausa. – Se ela se apaixonar novamente por você, eu te darei o sinal. Fique atento!

Comprei a roupa de príncipe, a mascara, e me preparei para o baile.

Recebi uma mensagem uma hora antes do baile.

“Ela estará de azul. Você tem até à meia noite. Prove para mim que o amor de vocês é real. Prove ao mundo. Boa sorte, Derek!”

Sorri. Eu adorava vê-la de azul.

Fiquei sentado perto do balcão de bebidas até que algo chamou minha atenção.

Uma garota. Um vestido azul. Linda.

A minha vontade era sair correndo e abraça-la. Leva-la para longe de todo aquele sofrimento, e nunca mais deixa-la partir.

Observei-a durante todo o tempo que ela estava distante, esperando a hora certa. E aconteceu exatamente o que eu mais queria que acontecesse. Ela se sentou perto me mim. Ela estava pensando em algo, enquanto observava o salão. Uma música romântica tocava. Havia casais dançando por todo o salão. Aquilo me deixou um tanto triste, pois Bell estava bem ao meu lado e... Não! Eu sou o Derek, não o Justin. Hora de colocar o plano em ação. Tudo depende de hoje. Tudo depende desse momento.

- Essa música me deixa melancólico! – Eu disse, o mais casual que consegui.

Ela se virou e me encarou, perplexa.

- Justin? – Ela perguntou.

- Derek! – Eu disse, estendendo a mão, que ela apertou, hesitando.

- Sinto muito, pensei que fosse outra pessoa! – Disse ela, um tanto deprimida.

- Esse cara te deu um bolo? – Perguntei.

Ela sorriu.

- Não.

- Ou ele é apenas um fantasma do passado? – Perguntei, fazendo uma voz sinistra.

Ela riu.

- Mais ou menos isso.

Não conseguia disfarçar, eu analisava cada detalhe de suas feições. Eu analisava cada detalhe, para grava-la na minha mente.

- Desculpe, mas você me lembra muito alguém! – Ela disse, depois de um momento me analisando.

- Você também me lembra alguém. - Eu disse. - Acho que já vi você em algum lugar!

Ela se virou.

- Não, nunca nos vimos antes.

- Têm razão, me enganei.

Ela não queria ser reconhecida.

- Qual o seu nome? - Perguntei

- É... eu... Luna! – Não pude deixar de sorrir ao ouvir aquele nome falso que ela já usara para me enganar certa vez.

- Prazer, Luna! - Beijei sua mão.

Começou a tocar um tipo de valsa, e eu olhei para ela.

- Gostaria de dançar?

Ela assentiu, e eu a puxei para a pista de dança.

Comecei a conduzi-la pelo salão.

Uma multidão começou a se formar ao nosso redor.

A música acabou, e eu a conduzi de volta ao lugar onde estávamos sentados.

- Você realmente sabe dançar, Luna! - Eu disse, colocando ênfase em “seu nome”.

- Você também, Derek! - Ela disse, no mesmo tom que eu.

Sorri, e ela ficou me encarando por um momento.

- Você está bem? – Perguntei, tentando distrai-la de seja lá o quê que ela estivesse pensando.

- Estou, só preciso tomar um ar. - Ela disse, se levantando. - Gostaria de me acompanhar?

Assenti, e estendi o braço. Ela o pegou e fomos até o lado de fora do salão. Estava vazio. Nos sentamos em um banco.

Peguei sua mão, e fiquei brincando com ela. Foi então que percebi a pulseira no seu pulso. A pulseira de ouro que eu havia lhe dado dizendo para que nunca tirasse, e que eu sempre estaria com ela enquanto ela usasse aquela pulseira. Toquei a pulseira, mas ela puxou o braço.

- Desculpe, fiz alguma coisa que não lhe agradou? – Perguntei, voltando à realidade.

“Concentre-se Justin, você é o Derek!” eu disse à mim mesmo.

- É que eu nunca deixo ninguém tocar na minha pulseira. Sinto muito se fui grosseira!

Ela se levantou.

- Acho melhor eu entrar!

- Não, fique! – Segurei a ponta de seus dedos. - Prometo ser um impecável cavalheiro!

Ela sorriu.

Era mais forte que eu. Eu precisava beija-la, sentir seu corpo colado no meu novamente. Precisava me sentir completo novamente. Ela estava bem na minha frente, mas eu não podia toca-la. Eu era o Derek, e não o Justin.

No último minuto ela se afastou de mim com um salto.

- É... eu... e-eu... desculpe, eu... é... – Gaguejou.

Levantei-me, sorrindo.

- Eu... preciso ir! – Ela disse.

Toquei seu braço, mas ela se afastou rapidamente.

- Há algo errado? – Perguntei.

- Não, eu apenas... não sei! – Ela respondeu, evitando meu olhar.

- Quer conversar?

- Acho que perdi a prática de fazer isso!

Sentei-me e fiquei sorrindo para ela.

Ela se sentou o mais longe que conseguiu.

- O que há de errado? – Perguntei.

- Antes minha vida era completamente agitada, e eu desejava calmaria, mas hoje o que eu mais quero é tudo aquilo de volta! – Ela respondeu.

- É bom ficar em um lugar calmo, às vezes. – Eu disse, da mesma forma que eu havia respondido naquele pôr do sol, na primeira vez em que nos entendemos. - Fugir da correria que é a minha vida.

- O que mais tem na minha vida é silêncio, lugares calmos, e nenhuma correria. – Ela disse, da mesma forma que já havia feito naquele pôr do sol.

- Talvez possa dividir a calmaria comigo, e eu a agitação com você, o que acha? – Perguntei.

- Gostei da ideia – ela respondeu.

Depois de um instante, perguntei.

- O que você gosta de fazer?

- Ouvir música, escrever, e cantar, e tenho gostado muito de ir à festas... – Ela respondeu.

- Gosta de cantar? – Perguntei, com um sorriso de orelha a orelha.

- Eu costumava colocar algumas músicas e cantar junto com um cantor que eu sempre apreciei muito, como se fosse um dueto.

- Eu sempre faço isso. Coloco músicas de uma cantora que eu aprecio muito, e canto junto, como se estivéssemos fazendo um dueto.

- Qual a cantora que você admira tanto? – Ela perguntou.

- Bell Calouth. – Respondi, sem hesitar. - Qual o seu cantor?

- Justin Bieber.

- Sempre admirei esse cara. Acho ele muito talentoso, entendo o por quê da Bell Calouth gostar dele, mas eu gostaria de saber o que aconteceu com ela. O que você acha?

- Talvez tenha acontecido alguma coisa.

- O que, por exemplo?

- Não sei, o que você acha que poderia ter acontecido?

- Não sei, mas algo me diz que eles eram um casal real. Cada um conta uma história diferente sobre como começou, mas eu acho que começou da mesma forma que eu e você estamos aqui hoje, apenas conversando. Em um lugar calmo. Ela desejando algo que ele tinha e ele desejando algo que ela tinha, e assim os dois se completaram.

- Algo que ele tinha, como o quê?

- Não sei dizer ao certo. Não estou falando de algo material. Talvez os dois sentissem segurança quando estivessem juntos.

- Mais até do que você pode imaginar. – A ouvi sussurrando, mas decidi fingir que não tinha ouvido nada.

- Eu me lembro de quando eles foram sequestrados. Hoje eu fico pensando, não devem ter sido momentos completamente ruins lá dentro. Acho que lá dentro um provou algo para o outro, como se um representasse o outro, enquanto ela estivesse bem, ele estaria. É dessa forma que eu os vejo. - Fiz uma pausa. - E por isso, não pode ter acabado.

- Qual o seu maior sonho? – Perguntei.

- Poder fazer um dueto com ele novamente.

Aquilo despertou algo forte em mim. Aquele pôr do sol inteiro passou pela minha cabeça, como se fosse um filme. Como algo tão inalcançável.

Foi quando começou o soar das doze badaladas.

Ela se levantou e começou a andar, em direção à porta. Corri até ela e toquei no seu braço. Aproximei-me do seu ouvido e disse aquela frase. A frase de Beautiful, a frase do nosso pôr do sol.

- “I know, I know it's been a while I wonder where you are, and if you think of me.”

Ela continuou andando, e eu abaixei minha cabeça. Foi quando eu vi a pulseira no chão. Peguei a pulseira, e voltei para onde estávamos antes. Sentei-me e apertei a pulseira contra o peito. Mesmo sem a pulseira, eu sabia, ela estava comigo. Ela sempre estaria comigo.

Fiquei algum tempo lá parado, apenas me lembrando de cada detalhe, de cada instante daquela noite. E depois voltei para o hotel.

Alfredo e Scooter estavam no meu quarto, me esperando.

- Como foi? – Alfredo perguntou.

- Amanha descobriremos!

Na manha do dia seguinte, acordei com o meu celular tocando.

- Helena? – Perguntei, quando atendi.

- Obrigada, Justin! – Ela disse.

Ela chorava do outro lado da linha.

- Pelo quê? – Perguntei.

- Por me provar que é possível se apaixonar duas vezes pela mesma pessoa. Espero que vocês dois possam me perdoar algum dia!

- Então você quer dizer que...

- Venha logo, ela precisa de você!

Ela desligou. E menos de um minuto depois, chegou uma mensagem com um endereço.

Saí da cama correndo e bati na porta do Alfredo.

- ALFREDO! – Gritei. – ALFREDO, VAMOS, ACORDA, ESTÁ NA HORA DE IR BUSCAR A MINHA CINDERELLA!

Ele abriu a porta. Scooter, que havia acordado com o meu grito, já estava no corredor, sorrindo.

Antes de ir para o endereço da mensagem, parei em uma loja, e comprei um sapato de vidro. Não sei qual a possibilidade de se encontrar um sapato de vidro em uma loja de Nova York logo de manha, mas eu encontrei.

- Alfredo, entre você primeiro, e diga que precisa colocar esse sapatinho no pé de todas as moças solteiras da casa! – Eu disse.

Ele sorriu, pegou o sapato e saiu do carro.

Logo que alguém abriu a porta, eu saí do carro.

A mulher que havia aberto a porta para nós arregalou os olhos e sorriu.

Entrei no jardim, e ouvi os gritos do Robert lá dentro, mandando Alfredo ir embora.

- Talvez uma garota trancada em um quarto ou um sótão?

- Vai embora! – Robert gritou.

Eu sabia que aquela era a hora exata de entrar.

Entrei na sala, sorri para Helena, e disse:

- Será possível se apaixonar duas vezes pela mesma pessoa?

Foi quando a avistei na escada.

~Flashback Off~

Depois de apertar a mão de Robert e fazer nossa promessa silenciosa, me voltei para Bell, que correu até mim e me abraçou. Eu não queria solta-la. Eu queria permanecer com ela em meus braços para sempre. Agora tudo daria certo.

Eu não consegui impedir que algumas lágrimas me escapassem. Eu me sentia tão feliz. Tão em paz. Era uma sensação que nem a droga conseguiria me fazer sentir. Apenas a Bell.

- Eu te amo! – Sussurrei em seu ouvido.

- Eu também te amo! – Ela disse. – Senti tanto a sua falta!

- Mas agora eu estou aqui, e nunca mais vou deixar que tirem você de mim! – Eu disse, olhando em seus olhos.

- Como você descobriu onde eu estava? – Ela perguntou.

Olhai para Helena, que assentiu e sorriu para mim.

- Naquele dia que você me ligou, recebi uma outra ligação do mesmo número, mas não era você!

Ela franziu o cenho.

- Mas quem... – Ela parou e olhou para Helena. – Mãe, foi você?

- Eu quero que você seja feliz Bell! – Ela disse.

Bell me olhou e eu a soltei. Ela correu até Helena e a abraçou.

- Obrigada! – Ela disse.

Lágrimas escorreram pelo rosto de Helena.

Bell se afastou um pouco dela. Helena olhou para mim.

- Obrigada, Bieber!

Eu sorri.

- Obrigado a você!

Virei-me para Bell e estendi a mão.

- Quer voltar para casa?

~Bell~

Eu estava tão feliz, que era capaz sair correndo e pulando por Nova York.

Meu pai estava quieto, mas minha mãe sorria sem parar. Eu estava feliz em vê-la daquele jeito. Ela havia planejado tudo aquilo, enquanto eu achava que ela queria me afastar dele. Aquele baile havia sido um teste, para eu provar o meu amor pelo Justin, e eu realmente havia provado.

Despedi-me de todos os empregados da casa, e deixei Emily por último.

Abracei Emily, antes de ir para o carro.

- Vai ser feliz, Bell! – Ela disse. – Eu sempre soube que você não era louca!

Eu sorri.

- Quer começar uma nova vida em Washington, ou em Atlanta? – Perguntei.

- Eu ainda nem comecei minha vida aqui, mas agradeço. – Ela fez uma pausa. – Venha me visitar!

- Te peço o mesmo!

Ela me abraçou rapidamente, e eu entrei no carro.

Justin segurou minha mão durante todo o percurso até o aeroporto.

No carro estávamos eu, Justin, Alfredo e Scooter. E no carro que nos seguia estavam meus pais.

- O que vai acontecer agora? – Perguntei ao Justin, quando descemos do carro.

- Agora somos nós que vamos definir isso. O que quer que aconteça agora? – Ele perguntou.

- Quero ser feliz junto com você! – Eu respondi, sorrindo.

Ele me beijou.

- Então é isso o que vai acontecer!

Embarcamos no jatinho, e ele saiu do chão algum tempo depois. Voamos para Washington.

- Estou livre! – Eu disse a mim mesma, quando desci do avião. – Eu estou livre!

- Nós estamos livres! – Disse Justin.

Eu olhei para ele, e uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

- Obrigada por ter me tirado de lá!

- Eu já fui atrás de você uma vez, achou mesmo que eu não iria dessa vez?

Sorri.

Algum tempo depois já estávamos dentro do carro.

- Aonde vamos? – Perguntei.

- Rever uma amiga! – Justin disse.

- Andy? – Perguntei, esperançosa.

- A própria!

Sorri e o abracei.

- Como ela está? – Perguntei.

- Ela não estava muito bem, mas eu prometi a ela que traria a melhor amiga dela de volta, e é o que estou fazendo, então ela ficará bem!

- Obrigada, por isso, por tudo.

Ele me deu um selinho.

- Não precisa me agradecer, você sabe muito bem que eu faria tudo por você!

Eu o beijei rapidamente.

- E a Susan? – Perguntei. – Como ela está?

- Eu não a vejo desde que ela foi visitar a Stacy.

- Ela foi visitar a Stacy sozinha?

- Sim, ela não queria que ninguém fosse com ela, mas acho que não foi muito bem a conversa das duas. Susan não sai mais de casa. – Ele disse. – Comprei uma casa e lhe entreguei a chave. Não sabia quanto tempo ela ficaria por aqui então achei essa a melhor opção.

- Está certo. – Fiz uma pausa. – Mas não concordo que ela tenha ido sozinha. Stacy é perigosa, ela podia matar Susan ali mesmo.

- Mas ela está bem. – Ele disse. – Pelo menos, fisicamente.

- Susan foi para Las Vegas sozinha?

- Sim.

- Foi uma única vez, certo?

- Não falei com ela depois disso, mas acredito que sim.

Assenti pensativa.

O carro parou em frente a casa da Andy, e eu e Justin descemos. Ele tocou a campainha. Não demorou muito até Andy abrir a porta.

- Eu disse que a traria de volta! – Ele disse quando ela abriu a porta.

Passei o resto do dia na casa da Andy. Logo que o sol se pôs eu me despedi dela e disse que nos encontraríamos no dia seguinte para conversarmos sozinhas.

Eu e Justin entramos no carro. Estávamos a caminho do hotel.

- Podemos passar na casa da Susan antes? – Perguntei depois de algum tempo.

- Não é melhor deixar para amanha?

- Não, quero vê-la hoje. Algo está me incomodando.

- Pressentimento?

- Não deve ser nada, só estou preocupada com ela.

Ele dirigiu até a casa onde Susan estava, e estacionou do outro lado da rua.

A casa estava escura. Aproximei-me e toquei a campainha.

- Onde ela pode ter ido? – Perguntei.

- Talvez ela já esteja dormindo.

Balancei a cabeça negativamente.

- Não, ela não dorme cedo. Ela fica pesando na vida antes de dormir, mas sempre com as luzes acesas. Ela teme a escuridão.

Justin tocou a campainha. Ele tentava não demonstrar, mas algo o perturbava também.

Alguns minutos se passaram e nada de Susan.

Justin remexeu seu bolso e tirou um chaveiro de lá, onde se encontrava cerca de dez chaves.

- Você tem a chave da casa? – Perguntei.

- Sim. – Ele respondeu. – Não queria usa-la, mas fiquei com uma cópia para emergências.

Eu o observei destrancar a porta. E nós entramos a passos lentos.

- Susan? – Chamei.

Nada.

- Susan? – Chamei novamente.

Nada.

Havia três portas. Duas estavam fechadas, e uma aberta, onde se encontrava a cozinha.

Entrei na cozinha. Nada. Observei cada centímetro. Fogão. Geladeira. Mesa. Faqueiro...

Faqueiro?

Cinco facas.

Aproximei-me.

Havia cinco facas em um faqueiro para seis facas. Algo estava errado. Susan era muito organizada, ela nunca deixaria de fora uma faca. Algo estava realmente errado. Muito errado.

Senti um frio na barriga e corri de volta para o hall de entrada, onde estava o Justin.

- Há algo errado. – Eu disse.

- O que encontrou?

- Falta uma faca no faqueiro da cozinha.

- O que isso quer dizer?

- Espero que seja apenas um detalhe, mas algo me diz que é mais que isso.

Encarei a escada que levava ao andar de cima e peguei a mão de Justin. Subimos calmamente os degraus.

- Susan? – Chamei.

Nada.

O andar de cima estava escuro e quieto.

Entrei em todos os cômodos. Não havia nada em nenhum deles. Nenhum sinal de vida.

Descemos novamente ao primeiro andar.

Estávamos prestes a ir embora, mas algo chamou minha atenção. Uma porta estava entreaberta. Uma porta que antes estava fechada.

- Você abriu aquela porta? – Perguntei ao Justin.

Ele encarou a porta, e me segurou quando comecei a andar em direção a porta.

- Não, Bell! – Ele disse. – Se é para irmos, eu vou na frente!

Não discuti. Ele tomou a dianteira e eu o segui. Entramos no cômodo escuro. Estava quente e abafado. Ouvi uma respiração fraca e apertei meus olhos.

Encontrei Susan do outro lado do cômodo, sentada no chão. Havia uma faca ensanguentada ao seu lado. Sua barriga sangrava incessantemente.

- Susan, o que houve? – Perguntei, desesperada.

Agachei-me ao seu lado e Justin veio logo atrás.

- Me perdoe, Bell. – Ela disse, agarrando meus ombros. – Me desculpe, eu pensei... eu achei que... eu, eu... me desculpe! – Ela gaguejou, entre soluços fracos.

Lágrimas escorriam pelo meu rosto.

- O que aconteceu? – Perguntei. – Temos que tira-la daqui, Justin!

- Bell, olhe para mim! – Ela pediu com a voz fraca, e eu o fiz. – Por favor, me perdoe.

- Pelo que Susan? – Perguntei.

- Me perdoe. – Ela repetia sem parar. – Eu achei que ela tinha mudado, eu pensei que seria diferente!

Ela? Ela quem? O que Susan queria dizer com aquilo?

- Susan, o que você fez? – Perguntei. – O que aconteceu?

- Me perdoe, Bell, me perdoe! – Ela dizia.

- Temos que tira-la daqui! – Disse ao Justin.

- Não há tempo! – Ela disse. – Saiam daqui!

Eu e Justin nos entreolhamos.

- O que aconteceu aqui? – Perguntei novamente.

- Me perdoe. – Ela disse uma última vez, antes que a vida deixasse seus olhos.

- Você acha que ela... – Começou Justin.

- Se matou? – Disse aquela voz. – Ela não é corajosa, ela é um fracasso, ela nunca teria coragem nem de fazer um misero corte no dedo.

A porta se fechou atrás de nós.

- Eu entendo o medo que ela tem do escuro. – Ela disse. – É quando o pesadelo chega. E por isso eu estou aqui.

Stacy riu secamente e deu um passo a frente.


Notas Finais


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