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História Ciranda da Bailarina - Entrevista.


Escrita por: buguei

Notas do Autor


➝ Notas finais. Boa leitura!!

Capítulo 6 - Entrevista.


Fanfic / Fanfiction Ciranda da Bailarina - Entrevista.

O hospital estava cheio e movimentado. Suzana estava sentada em um dos bancos daquele ambiente, chorando. Eu apenas andava de um lado para o outro, esperando notícias de Anelisse.

Eu havia chegado logo atrás da ambulância, eles rapidamente encaminharam Anelisse para uma sala. O médico dali já havia a recebido outras vezes e estava acostumado a atender Ane. Suzana estava tomando um gole da água que eu havia pego para ela, ela estava nervosa e com medo. Vez ou outra eu me aproximava para acalmá-la e dizer que Anelisse ficaria bem, era o que esperávamos.

Os fãs de Anelisse, que vieram até aqui, ficaram do lado de fora. A entrada de todos não havia sido permitida. Suzana havia me mandando avisar-nos que assim que Anelisse saísse dali ela daria notícias. Muitos foram embora receosos e preocupados, outros optaram por esperar.

Suzana levantou assim que o médico se aproximou, eu apenas me aproximei mais, já que estava em pé.

— A menina Anelisse está muito bem, ela apenas teve uma queda de pressão. — explicou sorrindo fraco. Ele não parecia estar sendo sincero, entretanto, parecia ter sido pressionado a dizer tal coisa.

Eu não sabia o que dizer, ao certo, talvez esse fosse o jeito de ele se expressar. Relaxei meus ombros e suspirei aliviado, pelo menos nada de mal havia acontecido com a minha bailarina.

— Podemos ir vê-la, doutor? — Suzana perguntou receosa e apressada. Eu a entendia, eu também queria muito ver o rosto branquinho de Ane.

— Sim, podem ir. Ela está no quarto 23, irei lá assim que adicionar algumas coisas na ficha dela. — piscou, assentimos e fomos atrás do quarto onde Anelisse se encontrava.

Assim que o achamos, entramos. Anelisse estava sentada e com o olhar perdido, em direção a janela do quarto. Suzana se aproximou acariciando o braço da filha, que logo nos deu atenção.

— Que susto que você nos deu. — falou rindo fraco, os olhos de Suzana brilhavam, ela parecia querer chorar ainda mais.

— Eu pensei que não ia resistir, mas ainda estou aqui. — beijou o topo da cabeça de sua mãe — E meus fãs? Como eles ficaram? — direcionou seu olhar para mim, sabendo que eu estava mais próximo de todos no momento em que aconteceu o ocorrido.

Sorri e me aproximei mais da cama. Anelisse parecia se preocupar mais com seus fãs do que com si própria. Ela era realmente um amor de pessoa, a qual eu queria levar para toda a minha vida.

— Eles ficaram bem preocupados. Muitos vieram até aqui, mas não puderam entrar. Ainda tem alguns lá fora, os que optaram por esperar, eles são bem insistentes. — sorri após escutar uma risadinha sacana de Anelisse.

— Por isso são os melhores fãs do mundo. — seus olhos brilharam.

Depois de conversar um pouco mais, saí do quarto para que Anelisse pudesse se trocar. Já na recepção, olhava o médico de Anelisse ler sua ficha com um semblante triste.

— Doutor? — ele assustou-se com meu chamado, abaixando a ficha — Anelisse está mesmo bem?

— Sim, ela está. — coçou a garganta — Tenho que fazer algo, até mais, rapaz. — sorriu nervoso e saiu.

Eu estava perdido, não conseguia entender nada. Anelisse estava tão tensa quando chegamos ao quarto, ela parecia ter recebido uma péssima notícia. E, parecia também querer escondê-la de nós.

Talvez isso tudo fosse coisa da minha cabeça, preocupação demais. Em tão pouco tempo Anelisse conseguiu me prender a ela, me fazendo se preocupar demais, me fazendo gostar demais de sua companhia, ao ponto de não aceitar perdê-la. A presença dela instiga os meus instintos mais profundos e eu entro em erupção com o mínimo toque da ponta dos teus dedos que arrepiam até o meu ego ferido. O fato de saber que ela tinha uma doença terminal talvez também ajudasse nesse meu medo de tê-la longe. Eu estava parecendo um adolescente apaixonado pela primeira vez, que não pode se ver sem a pessoa amada. Mas confesso, esse sentimento não é ruim. A presença de Anelisse não tem preço.

— Você quer mesmo fazer essa entrevista, filha? — despertei-me com a voz de Suzana na recepção.

— Sim! Eu não tenho nada demais, mãe, foi apenas pressão baixa, eu posso continuar com meus compromissos. — revirou os olhos, impaciente.

— Tudo bem, não irei te impedir. — deu fim ao assunto.

Anelisse estava muito quieta nesse tempo em que havíamos saído do hospital. Ela não falava direito, nem fazia brincadeiras e piadinhas que só eram engraçadas por ser ela contando.

Eu desconfiava de que ela tinha algo, mas não queria acreditar em mim mesmo. Talvez ela estivesse desanimada, ou um pouco mal pelo ocorrido de mais cedo. Eu queria poder conversar com ela e ela se abrir, dizer tudo o que está sentindo.

— Você está bem? — perguntei assim que parei ao lado dela, ela estava encostada na grade da janela do hotel.

— Sim, estou ótima. — sorriu fraco, parecia estar sem vontade — Só estou um pouco cansada, nada demais. — continuou, saindo de perto de mim e indo para a cozinha pegar um copo d’água.

Não fui atrás, talvez ela quisesse ficar sozinha mesmo. Apenas me sentei no sofá e peguei um jornal na mesinha de centro. Lembrei que Anelisse não quis que desmarcassem a entrevista dela de hoje, então logo iriamos para o estúdio de televisão.

(...)

Andávamos até a entrada do estúdio, Ane gravaria para o programa “Stars”. Ela dizia estar ansiosa, mas não era o que parecia. Ela estava calma demais, quieta demais. Essa não parecia ser a verdadeira Anelisse, a que não se deixa abalar, a animada.

Assim que adentramos o local, fomos até a parte onde seria a gravação. Anelisse fora até o camarim se trocar e se arrumar. A entrevista seria livre, não tinha um tema certo para que ela estivesse decorado algo.

— Ela está quieta demais, você percebeu? — Suzana chamou minha atenção, seu semblante estava preocupado.

— Percebi, claro. Talvez ela esteja desanimada, ou cansada pelo o que aconteceu. Ou talvez esteja triste por ter largado os fãs naquele momento. — tentei arranjar uma desculpa, uma que eu mesmo pudesse acreditar.

Suzana apenas assentiu e silenciou-se, dando um grande sorriso assim que Anelisse apareceu. Ela agora estava vestida com uma calça jeans clara e uma blusa sem manga larguinha. Seu rosto estava maquiado, mas nem tanto. Ela estava perfeita, ela era perfeita.

Antes mesmo de Anelisse falar algo, o cara que organizava o programa a chamou, já que faltavam alguns poucos minutos para começar e ela já teria que estar lá dentro.

Caminhamos até o estúdio, eu e Suzana fomos para a plateia, contudo, um pouco longe dos fãs. Eles dividiam um pouco para não dar tumulto, era até bom.

Depois de alguns minutos o programa já havia começado e a apresentadora falava do que iria ter hoje e, apresentava Anelisse. A minha bailarina sorria e acenava para a câmera e para o público presente.

— Estamos aqui com nossa bailarina preferida. — a apresentadora sorriu — Bom, ficamos sabendo que você passou mal hoje mais cedo, o que houve?

— Ah, foi só uma quedinha de pressão. — riu fraco — É normal para quem tem uma doença onde não se pode nem respirar normalmente. — acariciou seus próprios dedos.

A apresentadora assentiu e começou a olhar em volta, assim que seus olhos bateram em mim, ela sorriu e voltou sua atenção para Anelisse e para a câmera.

— Você está namorando, Ane? Conte-nos.

— Não, não. — riu — Eu estou solteira, acho que um relacionamento grande não seria tão bom nesse meu estágio entre a vida e a morte. — eu poderia até a entender, mas, no fundo fiquei um pouco magoado. Mesmo sabendo que já não tinha chances.

— E aquele rapaz... Justin? O que ele é seu? Nos jornais e programas alheios teve a notícia de que ele era seu parceiro, pois está sempre com você. — o público gritava para que Anelisse contasse, ela parecia estar com vergonha por ter que falar sobre isso.

— Justin é meu segurança-pessoal e meu amigo, apenas. Ele está me dando uma grande força e é uma ótima pessoa. — sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha — Além do mais, ele é muito bonito, minhas fãs estão pirando. — deu um sorriso envergonhado, sendo acompanhada pela plateia e pela apresentadora. Até eu ri, era engraçado ouvir isso dela.

Algum tempo depois elas começaram a conversar aletoriamente, mas sempre tinham perguntas. O comercial havia passado e dessa vez, as perguntas seriam dos fãs.

— Bom, como todas as vezes em que um artista vem aqui, fazemos o quadro "Responda seu fã". É o seguinte; os fãs fazem perguntas no Twitter ou outra rede social com nossa tag e nós escolhemos algumas aleatórias, certo?

Anelisse apenas assentiu, sorrindo e se ajeitando na cadeira depois. Ela parecia incomodada com algo, e eu certamente não sabia o que era.

— A primeira pergunta é: Anelisse, você tiraria fotos nua para alguma revista? — a apresentadora começou, olhei diretamente para Anelisse, ela estava corada e sem respostas, mas logo se ajeitou.

— Não. Além de tudo, sou menor de idade e, não irei estar aqui quando maior. — riu fraco, a apresentadora assentiu e leu algo a mais no tablet em sua mão.

— A segunda pergunta: Eu descobri que estou com AIDS, não sei como contar para os meus pais, eles são bem rigorosos com isso. Me dê uma ajuda, eu não posso esconder para sempre.

Anelisse olhou para a plateia e viu uma garota que havia abaixado a cabeça, Ane sorriu e olhou para frente novamente. Eu imaginei que Ane soubesse que fora ela quem mandou a mensagem.

— Olha, querida, conte para eles. Por mais rigorosos que sejam, eles são seus pais. Te criaram, nunca te deixaram passar necessidades, certo? Você pode ter sido sim irresponsável, mas, você tem chances de ser aceita do jeito que é. Contudo, apenas conte. Eles irão te apoiar e te cuidar, é essa a missão dos pais. — sorriu e virou para Suzana, que sorria grande, com os olhos brilhando de orgulho.

Todos batiam palmas, de pé. Alguns gritavam e sorriam grande. Ali, todos esbanjavam orgulho da pessoa que Anelisse era. Todos a amavam pelo seu jeito doce e meigo de ser, mas ela também tinha seu lado durão. Ela era uma mistura de tudo, ela sabia ser quem ela quisesse em qualquer momento.

— Bom, vamos a última de hoje, essa me parece ser bem indelicada, de certa forma: Anelisse, você sente que está morrendo? Acha que irá viver por mais quanto tempo? Você já recebeu alguma outra notícia sobre sua doença?

Anelisse havia ficado tensa e sem respostas, novamente. Ela parecia não querer dizer algo que sabia. Ela sorria fraco, enquanto todos esperavam por uma resposta, por mais dolorosa que fosse. Ela olhava para todos os cantos, parecia estar perdida e procurando uma saída.

Um longo suspiro saiu de seus lábios assim que mostraram uma placa de aviso, falando que faltavam poucos minutos para o programa acabar.

— É.… eu nunca sinto nada. A morte chega quando nós menos esperarmo. Ela vem e nos surpreende. — deu fim, rapidamente.

Ane não havia respondido o resto da pergunta, e havia usado o fim do programa como desculpa. Assim que elas se levantaram, Anelisse despediu-se de todo público e o programa teve seu fim com um abraço da apresentadora com a bailarina.

Meu olhar desconfiado e confuso estava sobre Anelisse, assim que ela me olhou, abaixou a cabeça. Foi em direção a sua mãe e a abraçou, como se aquilo fosse seu refúgio.

Agora sim Anelisse parecia esconder algo, e eu sabia que no fim aquilo não traria a felicidade de ninguém.


Notas Finais


➝ Hoje faz um mês que postei o capítulo passado e não estou nada feliz com essa demora. Mas a escola está me prendendo bastante, eu estou em semanas de provas e avaliações extras, está sendo tudo muito corrido.
➝ O capítulo já estava pronto a uns dias, mas eu precisava de uma betagem, cujo só achei ontem: obrigada a @hipsteyr por betar.
➝ Esse capítulo está um saco e eu sinceramente não gostei, podem me apedrejar. Contudo, tentarei ao máximo fazer algo melhor nos próximos, que logo serão escritos.
➝ É isso. Espero que gostem, mesmo que o capítulo esteja assim, chato e chato.
➝ Deixem suas opiniões, elas serão sempre importantes.


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