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História Clichê - Livro


Escrita por: Laisve

Capítulo 4 - Livro


 

Existia muito conteúdo relacionado ao enredo e ao que tudo indicava, atualmente a autora trabalhava em um novo volume que seria lançado em breve. 

Isso explicava a confiança de Aldebaran quanto à possibilidade de uma segunda temporada e pelo pouco que pode apreender ali existiam outros livros que desdobravam o universo da princesa presa no corpo de homem em um mundo diferente do seu... 

Pelo que sabia da intriga que se desenvolveria, o seu "príncipe" era basicamente um cafajeste. 

Surpreendente seria se fosse diferente, permitiu que um som enojado lhe escapasse dos lábios. 

Os consumidores se deleitavam com clichês...

O amor da vida de sua princesa era um hétero convicto e super machão que se via encantado por outro homem, já que no íntimo o amor reconhece apenas almas! 

Ingênuo e improvável, porém de alguma forma perturbadoramente bonito. 

Aparentemente este tipo de enredo, um romance entre dois rapazes, tinha muito apelo, o que pôde identificar nos incontáveis subprodutos derivados da obra original. 

Desenhos e histórias produzidos por fãs sem qualquer ligação com a autora. 

Estas produções conseguiam ser ainda mais fantasiosas, chegando inclusive a habitar universos alternativos ao da obra, que já era uma ficção de qualidade duvidosa! 

Torceu o nariz ante a insanidade das pessoas, ocupar-se com algo assim era absurdo

Apertou os olhos cansados ao observar a incontável quantidade de resultados.

Abriu um link sobre a tal autora, que era conhecida apenas por seu pseudônimo... 

Seu telefone vibrou com uma ligação antes que pudesse aprofundar-se nas informações contidas no link. 

Ao ler o nome de Natassia na tela, rejeitou a ligação, emburrado. 

Não tinham nada para conversar! Sentia-se desrespeitado com o contato. 

Calculava que ela tinha aguardado até que Hyoga, seu filho, estivesse completamente restabelecido para ligar e isso o irritava ainda mais. 

Não pelo rapaz, mas pela maneira como ela agia. 

Cada gesto de Natassia era um insulto. 

Quem o julgava frio não tinha noção alguma das capacidades dela…

Ter permitido a presença daquela mulher em sua vida por tanto tempo tinha sido um erro imenso, lamentar agora que Isaak pudesse de alguma forma ter sido prejudicado por suas escolhas não era o mais acertado dos caminhos, ainda que fosse impraticável evitá-lo. 

Decidido desligou o aparelho e ajeitando-se em uma posição mais confortável começou a leitura. 

Leu por algumas horas antes de perceber que estava faminto. 

Surpreso ao notar que em breve seria noite levantou-se e alongou seu corpo de forma felina. 

O enredo era surpreendentemente cativante, ainda que recheado de clichês, contrariado admitiu. 

A leitura era fluída não exatamente por aprofundar-se em muitos pontos, porém, justamente por debruçar-se sobre questões que muitas pessoas podiam se identificar como a conexão entre os indivíduos. 

Suspirou resignado, o pano de fundo era ainda um tanto ridículo, porém as motivações da personagem eram de certa forma legítimas e ele conseguia sentir identificação com personas líricas o suficiente para canalizar emoções sinceras para a sofrida princesa. 

Se seria a porra de uma princesa… Encarnaria isso com dignidade. 

Ao menos a personagem adquiria feições femininas apenas em suas próprias memórias e em alguns sonhos do par romântico, então ao que tudo indicava não teria que ser caracterizado como uma mulher. 

Não que este fosse realmente um problema, uma vez que se propunha a um papel ele ganhava ou perdia peso, transformava sua postura e voz, estava disposto a tudo para dar veracidade àquele personagem. 

Ao som de seu estômago reclamando da falta de alimento ergueu-se e voltou a se alongar. 

Camus tinha um físico atlético e forte, sem exageros. 

Buscou na geladeira algo, pensando que a heroína não era tão desamparada e vazia quanto a sinopse do agente tinha sugerido. 

Separou os ingredientes necessários para preparar uma omelete. 

Apreciava cozinhar e logo tinha uma refeição simples e bonita à sua frente. Além da omelete macia com queijo derretido, uma farta salada. 

Saboreou a refeição com vagar sem prender seus pensamentos em exatamente nada. 

Ao término lavou a louça.

Satisfeito escovou os dentes e tomou uma ducha rápida e só então decidiu retornar a leitura no conforto de sua cama. 

Leu mais alguns capítulos, surpreso em como a autora manejava costurar situações cotidianas de forma leve bem humorada, transformando momentos quase banais em possibilidades de reflexão e empatia para os leitores. Que claro, deveriam ser pessoas jovens, provavelmente com poucas referências de relacionamentos. 

Compreendia o sucesso dos livros, mas uma série na televisão teria outro ritmo. Um tremendo desafio!

Pensou na princesa e pendeu a cabeça de lado imaginando que se ela fosse um pouco mais jovem, categoricamente ele não estaria apto para o papel. 

Decididamente precisava do papel!

Ainda tinha dúvidas sobre a qualidade do trabalho, contudo a necessidade haveria de ser seu motor.

Deitou-se, o grosso volume do livro repousando solene ao seu lado, deu-lhe as costas, imediatamente caiu no sono. 

 


Notas Finais


Camus não tem fanfic em alta conta... tsc... quem diria! ><


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