História Click - Eita...

P.O.V. Mina

-Err... Oi. – eu disse, torcendo para que ela não percebesse meu nervosismo.

-Olá. – ela me lançou um olhar confuso. Fiquei alguns segundos encantando ela.- Posso ajuda-la?

- Eu... Eu... é uma longa história. – eu estou muito nervosa, não tô conseguindo pensar direito. Ela continuou com a expressão de dúvida. – Há alguns dias atrás, eu estava no aeroporto e pude presenciar uma cena bem... Intensa. – a expressão dela foi suavizando mas, como se tivesse lembrando do fato, seu rosto começou a ter com uma fisionomia raivosa. Pigarreei antes de continuar – Eu não me contive e tirei algumas fotos. O ângulo estava perfeito, foi como se o tempo tivesse parado ali.

- Como é? Você tirou fotos minhas? SEM MEU CONSENTIMENTO?

- “eita...”-pensei – Me desculpa, mas foi mais forte do que eu... Ainda tem mais... – ela me olhava incrédula. – o motivo que eu estava no aeroporto era uma viagem que eu teria que fazer para um concurso, é bom... Eu usei suas fotos... -essa última fase saiu quase em um sussurro.

- OI?!? – parecia que ela queria me matar.

- O resultado sai esse final de semana, mais precisamente no sábado. Eu quero lhe dar parte do prêmio se eu ganhar algo. Eu trabalhei um conceito em cima da imagem. – eu disse apressadamente e olhando para baixo.

- VOCÊ BATE NA MINHA PORTA, PRA DIZER QUE TIROU FOTOS MINHAS EM UM MOMENTO PESSOAL, E AINDA VEM COM CONVERSA PRA CIMA DE MIM??

- Me desculpe, Chae. Eu realmente fiquei na dúvida. Eu errei. Mas não pensei que isso poderia causar tanto problema.- eu disse,  cabisbaixa mas logo olhei para seu rosto.

- COMO VOCÊ SABE MEU NOME? EU POSSO LHE DENUNCIAR. Saia já daqui. – ela disse batendo com a porta na minha cara. Antes da porta fechar eu pude perceber que seu semblante mudou de raiva para uma leve pontada de tristeza.

“Meu Deus, o que foi que eu fiz?” – pensei, botando minhas mãos na cabeça e respirando fundo, com meu rosto rente a porta.

Antes de ir embora, passei o envelope com as fotos por baixo da porta. Eu realmente gostaria que ela visse.

P.O.V. Chaeyoung

“Como é que aquela descarada pode tirar fotos minhas, SEM MINHA APROVAÇÃO??” – pensei, logo que fechei a porta na cara dela.

Em pensar que eu tinha achado ela bonitinha na cafeteria e quando deu de cara com a estante na loja. Pensei até que ela viria pedir meu número ou algo do gênero. Mas essa história tá muito esquisita. Suspirei tentando por meus pensamentos no lugar.

Aquele dia foi um dos mais difíceis que eu já tive que lidar. Eu havia perdido um grande amor. Passei anos apaixonada, aquele crush pesado, e quando finalmente resolvo tomar coragem, era tarde demais.

Eu havia prometido pra mim mesma que nunca mais me deixaria levar pelo medo. Uma nova Chaeyoung nascia ali. Alguém mais destemida e digamos... Menos trouxa. Pelo menos esse é meu plano. Eu fui cortada dos meus pensamentos quando percebo algo estranho passando próximo dos meus pés. Como eu estava descalça, senti a textura do papel. Agachei-me e peguei o envelope. Lentamente abri e puxei duas fotos.

“Elas... Elas ficaram lindas” – pensei.

Talvez eu tenha sido um pouco dura com ela, mas acho que essa minha reação é compreensível. Sem mencionar que remeteu uma coisa que eu passei dias tentando esquecer. Foi realmente um choque de realidade. Respirei fundo.

Escuto passos no corredor, ela provavelmente está indo embora. Eu deveria falar com ela? Pedir desculpas? Mas eu nem sei o nome dela... Não, espera aí, ela quem está errada. Quem manda tirar foto dos outros sem autorização. Saiu com passos pesados em direção a sala. Sento-me no sofá e volto a olhar as fotos. Realmente saíram lindas. Suspiro novamente.

“Era só o que me faltava.”

P.O.V. Tzuyu

Já havia passado algumas horas desde que Mina saira correndo atrás de mais uma missão secreta. Parece que a 007 Pinguim gostou de fazer parte de um filme de ação. Rio com esse pensamento despertando o interesse de Jungyeon que estava do meu lado. Ela disse que teria que passar na casa de uma amiga que por coincidência era caminho para onde eu iria, então resolvemos ir andando, mesmo sendo um pouco longe. Exercício nunca é demais, principalmente uma caminhada leve. Ajuda a pensar.

- Chegamos, Tzuyu. Você quer que eu lhe acompanhe até sua casa ou posso ficar logo aqui?

- Tá tudo bem, estamos perto. Só falta um quarteirão pra mim. Até amanhã, Jungyeon. Eu provavelmente apareço pelo apartamento no começo da tarde, umas 14 horas. Pode ser?

- Fechado. Nos vemos amanhã. – ela me deu um abraço e eu continuei meu caminho. A Jungyeon é uma pessoa muito legal. Vai ser ótimo morar com ela.

Inerte aos meus pensamentos não reparei quando uma moça saiu de um táxi e se tacou em mim.

- Me desculpe, eu não estava prestando atenção... Tzuyu? Você só chegou agora? – Mina disse, dando um sorriso fraco.

- Foi, Jungyeon é muito interessante e comunicativa. Passamos algumas horas conversando e acertando coisas sobre o apartamento, então perdemos a hora. Mas, qual foi a missão tão importante que você teve que sair correndo e me deixando a mercê de uma psicopata. -. Eu disse, fazendo um drama maior nessa última parte.

- Nossa, pensei que você a tivesse achado tão linda e maravilhosa que já estivesse tudo bem. - dei-lhe um tapa no braço, e ela riu. – vamos entrar, preciso te contar a missão kamikaze que eu me meti.

Subimos as escadas e adentramos no apartamento. Sentamos no sofá e Mina começou a falar sobre seu “total fiasco” – esse foi o termo que ela usou. Eu procurei entender toda a situação.

- Nossa, que brutalidade. Vou quebrar a cara desse projeto de gente. – eu disse, ameaçando levantar. Mina pôs a mão no meu braço me impedindo e rindo - Ela... Nossa. Deus é mais. Desnecessária essa situação.

- Pois é. Mas vamos tentar esquecer isso. Se eu vinher a ganhar algo pela foto, eu já sei onde ela mora, deixo a quantia e saiu. – finalizou se levantando – agora vamos dormir porque você tem uma mudança pra fazer.

Amanhã eu começaria na agência nova e preciso estar impecável.

~Na manhã seguinte~

- MINAAAAAAA!! – Grito da cozinha.

- Aí meu Jesus, o quê que foi? – ela aparece toda descabelada e com o rosto amassado da cama.

- Ora mais, esqueceu que hoje é meu grande dia? – perguntei com os olhos brilhando para o horizonte. – anda logo, você vai me deixar lá.

- Eu mereço. – ela disse, revirando os olhos. – volto em um minuto. Me faz algo pra comer ao menos.

Depois que Mina se arrumou e comeu algo, nós fomos para a agência. Ela foi balbuciando algumas palavras de indignação por eu ter acordado ela tão cedo, afinal não queria chegar atrasada no primeiro dia.

- Ei, parece que hoje vai ser só uma apresentação. Eles vão falar sobre as normas e tal. Quando eu terminar aqui, eu te ligo e você vem me buscar para irmos pra meu apartamento. Ok? À propósito, minhas coisas estão no carro já. – eu disse, descendo do carro e me apoiando na janela.

- Como você é folgada. – ela disse, fazendo uma careta. Depois começou a rir. – tudo certo, até mais tarde.

Fui caminhando calmamente até a recepção dali. Era realmente tudo lindo e bem organizado. Uma moça simpática falava ao telefone enquanto eu me aproximava da bancada.

- Está marcado para às 10 horas de amanhã. Certo. Até logo. – ela disse, mas logo parou e olhou para mim. – Bom dia, você deve ser Chou Tzuyu, correto? – afirmo com a cabeça. – ótimo, estamos esperando você e mais uma moça. Por favor, siga aquele corredor, terceiro andar, a direita.

Agradeci e fui para o local indicado. Eu estava um tanto nervosa, mas isso logo mudou quando eu vi a incrível vista da cidade, mesmo sendo uma sala razoavelmente pequena, tinha uma janela enorme. Apesar de ser no 3 andar, o prédio se encontrava em uma parte alta da cidade e também era locado perto de um rio. Bom, a visão estava ótima. Após alguns minutos naquela sala, pude ouvir a porta que eu havia passado, abrir com uma certa brutalidade e uma moça ofegante entrando.

Nesse meio tempo, uma porta na parede lateral abriu, mostrando outra moça.

- Quase atrasada, Senhorita Hirai, sorte sua que fui pegar um café antes de iniciar com vocês. Bom dia, Senhorita Chou. Acompanhem-me, por favor.

Um calafrio percorreu minha espinha com as palavras firmes que essa mulher direcionou para nós duas. Apesar dela não ter me dado uma “bronca” consegui sentir o medo da Senhorita Hirai, como ela havia sido mencionada.

Entramos em uma sala, que a julgar pelos móveis era de reuniões. Logo nos todas sentamos. Eu do lado direito, Hirai do esquerdo e a moça na ponta.

- Vocês estão cientes do contrato, estou certa? – nos acenamos que sim – ótimo, me chamo Park Jihyo. Hoje, nós iremos conhecer a empresa. Nós ficamos na parte leste do prédio, pois é onde nós tratamos todo tipo de imagem e figurino que vai ser exposto, fotografado ou filmado.

Depois de repassarmos toda a papelada, saímos para conhecer o interior do local. O prédio era enorme, com espaços verdes e bem arejados. Tudo parecia harmonioso ali, dava até uma sensação de paz. Passamos por diversas salas, dentre as de costura e figurino até às de tratamento e imagens. Quando nosso “passeio” estava perto do fim, nós fomos em direção a coordenação de Design.

- O setor de Design é um dos mais importantes daqui, ele gera a ideia principal, enviar para os outros setores e depois recebe as “peças” e monta, criando a identidade visual da proposta. – Jihyo nos explica. Ela bate em uma porta e logo ouvimos um “pode entrar”. Assim que passamos pela porta pude notar uma jovem concentrada no seu computador. Ela rapidamente olha pra gente e se levanta, mostrando um belo sorriso.

- Ora, ora... Minhas mais novas modelos, sentem-se, por favor. Estava aguardando vocês. Eu sou a nova representante de Design daqui. Substituí recentemente a antiga por motivos pessoais. – ela disse, logo que nos sentamos. - À propósito, me chamo Son Chaeyoung. É um prazer conhecê-las. – ela completou, nos estendendo a mão e mostrando seu sorriso fofo.