História Click - Apartamento

P.O.V. Tzuyu

Depois de uma longa conversa com Chaeyoung, que mostrou-se bastante simpática, eu pude notar que ela era muito nova para assumir tal cargo, mas ela não se incomodou em explicar como ela tinha conseguido essa posição na empresa, completou dizendo que foi tudo muito repentino. Eu estava começando a gostar dela, sem mencionar que eu juro que a conheço de algum lugar.

- Bom meninas, vocês estão liberadas por hoje. Amanhã estejam aqui no mesmo horário, sem atrasos. – ela se direcionou para Hirai. – Vocês farão um ensaio rápido de algumas peças que estamos testando para a nova temporada. É isso, até amanhã. – Ela finalizou nos estendendo a mão.

Logo que saímos da sala, escuto um suspiro aliviada, parecia que a pessoa tinha guardado sua tensão esse tempo inteiro. Dei uma leve risada.

- Gente do céu, levei bronca no primeiro dia, imagina no resto. – ela disse botando a mão na testa, e eu não consegui me conter e dei uma risada. – Meu coração quase parou quando a Chaeyoung se direcionou a mim. – ela soltou um leve suspiro. – Meu nome é Momo, prazer em conhecê-la. – me estendeu o braço. Nós já estávamos de frente para o elevador.

- Meu nome é Tzuyu, muito prazer. – eu disse sorrindo. Nós seguimos até o térreo conversando sobre como seria o ensaio de amanhã. Roupas, poses, cenários e afins.

- Nos vemos amanhã, Tzuyu. – Ela disse, acenando e indo em direção a um carro que estava parado mais a frente. Eu dou uma leve olhada ao redor.

-“Cadê aquela Pinguim?” – penso, mas logo escuto uma buzina e um carro estacionando na minha frente.

- Está sozinha, gatinha?

- Muito engraçada você. – Falei, logo entrando no carro e ouvindo sua risada.

- Não sei pra quê esse mau humor todo. – Mina disse, se ajeitando no volante. – Para onde nós vamos agora? – eu tirei meu celular do bolso e falei o endereço. – ótimo, é a duas quadras daqui. Agora eu sei o porquê que você não quis morar comigo.

- Garota esperta. – nos rimos. – espero que dê tudo certo daqui pra frente. – eu disse diminuindo meu tom de voz. Não queria admitir mas eu estava com um pouco de medo do que estava acontecendo. Era uma sensação boa e ruim ao mesmo tempo.

- Tzu, vai dar tudo certo. Eu confio em você. – ela me lançou um olhar tranquilo. Mina sempre foi boa em ler minhas expressões, parecia que ela sempre sabia o que deveria falar. - E tem mais, você não está sozinha nessa. – Dessa vez ela parou o carro e me direcionou um sorriso. – Acredito que o prédio seja esse. – Ela apontou para um edifício do meu lado. Nós saímos do carro e fomos pegar minhas malas.

- Parece um lugar agradável. – eu disse. Indo em direção a entrada.

– Eu conheço uma moça que mora aqui. Qual é o seu apartamento? – ela disse, indo em direção ao porteiro.

- Olá, você deve ser a nova inquilina do prédio. Meu nome é Hyunk, seja bem vinda. – O senhor falou olhando para mim e em seguida chamando o elevador. – Vocês querem ajuda?

- Está tudo bem, senhor Hyunk. – eu falei, entrando no elevador junto com a Mina. – aperta o 4 andar. Eu moro no apartamento 401.

- 401? Nossa, que coincidência, minha amiga mora no 403. – ela disse, dando uma risadinha.

- Mas que amiga é essa que você fala tanto hein? – chegamos no andar e fui andando em direção a minha porta.

- Só uma moça que conheci em um hospital, ela tá fazendo residência. Eu fui me consultar e digamos que eu tirei onda com ela por ela não conseguir fazer um procedimento em mim direito. – Mina disse, sorrindo pro nada, parecendo lembrar de como foi engraçado.

- Que horror. Ela podia ter te machucado mais, e você rindo aí. – Dei leves batidas na porta.

- Na hora foi engraçado. Não era nada demais, o mais engraçado era ela tentando se concentrar e eu rindo. Eu lembro daqueles dentinhos de coelho como se tivesse acontecido ontem.

- De quais dentinhos de coelho você está falando, senhorita MINA?? – pude ouvir uma voz vinda do elevador. Na verdade foi quase um berro.

- NAYEOON. – Mina largou minhas malas, eu logo dei um grito de indignação, mas ela não pareceu ouvir e abraçou a moça que vinha em passos rápidos na nossa direção. – Quanto tempo a gente não se fala.

- Você tem razão, precisamos marcar de sair qualquer dia. – elas ainda estavam abraçadas. Mas logo olhou pra mim. – Muito prazer, meu nome é Nayeon. – ela disse, estendendo a mão, logo eu correspondi.

Jungyeon finalmente resolveu abrir a porta e pela cara que ela estava fazendo parecia que ia ter um troço bem ali.

- O-Oi, gente. – ela deu um sorriso torto e sustentou seu olhar em Nayeon. – desculpa a demora, podem entrar. - Mina e eu entramos, mas eu pude sentir que Jung estava meio desconfortável. – Você também Nayeon. Quer tomar um suco ou sei lá.

- Acabei de chegar do hospital, eu só preciso de um banho, e quem sabe de uma leve massagem. – ela falou essa última parte fazendo um movimento com o pescoço bem lentamente. – Depois a gente conversa. – disse com uma voz suave e finalizou dando um beijinho casto na bochecha da Jung que parecia uma pimenta de tão vermelha. – Até mais tarde meninas, e Mina, vamos marcar essa saída logo. – completou acenando e saindo do nosso campo de visão. Jung fechou a porta e se encostou na mesma.

- UAU, o quê que foi isso? – Mina dizia com o olhar fixo na Jung. – Deu pra sentir o fogo daqui.

- F-fo-fogo? Que fogo o quê? Vamos, seu quarto é por aqui, Tzuyu. – ela falou apressadamente, indo para o interior do apartamento e me puxando junto. Mina riu da situação.

Eu resolvi não tocar no assunto sobre aquela cena que tinha acontecido no corredor, mas eu iria tirar aquela história a limpo. Mina não demorou muito, ela disse que tinha que fotografar um casamento às 17 horas, e já estava perto das 15 horas.

- Aí, que saco, eu ainda não comi nada. – Falei para Jung assim que ela fechou a porta para Mina. – tem algo pra comer?

- Eu fui ao mercado ontem, olha na geladeira. – ela falou enquanto sentava na bancada.

O apartamento era de um tamanho agradável. Na sala tinha uma varandinha a esquerda e na direta uma bancada e depois a cozinha, tinha um corredor que dava para os quartos, mas que tinha mais uma varandinha no final também, acredito que seja para o ar circular melhor.

Peguei uma fatia de pão integral e passei com requeijão. Jungyeon parecia distraída olhando seu celular.

- Acho que você falar com a nossa vizinha, ela parece muito legal. – falei indo em direção a porta. Senti um vento passando rápido por mim e logo algo batendo na porta.

- V-você vai fazer o quê? – ela perguntava olhando nervosamente pra mim.

- Olha, eu passei horas conversando contigo e não percebi que você era gaga. Ou você tem algo escondido ou... Ou tem algo escondido. Anda, desembucha.

- Eu não tenho nada escondido. – pigarreou um pouco no final.

- Pois vou ter uma conversinha com aquela coelho.

- Aaai ai, tá bom. Nós somos amigas, nada demais. – ela disse, olhando para os lados, coçando a bochecha. Continuo olhando pra ela esperando uma continuação. – Só isso.

- Amigas... Certo. – dou um suspiro. – depois eu quero saber mais dessa “amizade” de vocês. – finalizei saindo da sala. Consegui ouvi um suspiro aliviado. – “você não me escapa, Jung”- pensei fechando a porta do meu quarto.