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História Cold Coffee - Macchiato


Escrita por: indelikaido

Notas do Autor


ANNYEONG AMORES ;3
voltei com mais uma fic para o projeto (não me matem, vou atualizar as outras) da Kim Minseok BR, o tema da minha fic gira em torno do amor do Minseok por café ^~^
Espero que gostem, bye <3
~Gi

Capítulo 1 - Macchiato


Adentrei a cafeteria, ajeitando minha blusa. Embora estivesse atrasado para meu ensaio fotográfico, eu precisava daquele aroma. Eu estava seco por um copo, nem que fosse só um golinho.

Dou passadas largas em direção ao caixa, sem me importar muito com as milhares de pessoas tomando café da manhã ao meu redor. Era como se o cheiro dos grãos moídos me atraíssem, como se eu e o café fôssemos imãs de pólos opostos.

A atendente, uma pessoa já familiar para mim, abre um largo sorriso.

“O quê vai ser hoje, Minseok?” Me distraio rapidamente, e meu olhar pousa em alguém ao meu lado.

Um homem, mais ou menos com a minha idade, também esperando impacientemente por seu pedido enquanto mexia no celular. Seus fios de cabelo loiro cobriam seus olhos, dando a ele um ar misterioso. A moça me chama novamente.

“Ah, Lauren. O de sempre, um puro.” Sorrio para ela, e após pagar me posiciono ao lado do estranho.

Evito olhar muito para ele assim que percebo que dá para ver meu reflexo em seu celular. Ele está concentrado em ler algo que se assemelha a um script. Não, é um texto que fala sobre dança. Franzo o cenho, olhando para os outros clientes. Algumas adolescentes sentadas em uma mesa perto da porta me encaravam, rindo toda hora que nossos olhares se cruzavam. Retribuo com um sorriso, rapidamente me concentrando em olhar para outro lugar. Elas eram bonitas, e em uma das minhas várias visitas ao café eu havia conversado com elas, mas eu simplesmente não conseguia me animar com o papo delas.

A barista coloca dois copos para viagem no balcão, e o loiro pega um deles. Sigo seu exemplo, pegando um copo. Ele se afasta rapidamente, sentando na poltrona no fundo do café.

Fico ali na área do balcão e levo o copo à boca, ansiando pelo sabor amargo porém revitalizante da minha bebida preferida. Mas não sinto esse sabor. O que sinto é o sabor do café misturado à caramelo, e apesar de ter engolido tudo, coloco o copo de volta no balcão. Meu olhar voa pelo estabelecimento, e de novo repousa no loiro que estava ao meu lado alguns minutos antes. Ele havia baixado o celular e olhava para seu copo, confuso. Então, nossos olhares se encontram, e resolvo levantar. Ando até onde ele está sentado.

“Macchiato de caramelo?” Pergunto, ao mesmo tempo que ele dá risada, exibindo um sorriso perfeito, alinhado e branquinho.

“Sim. Puro?” Ele ergue o copo.

Estendo o copo no qual eu havia bebido para ele, e o loiro o toma de minhas mãos, me dando a bebida pura.

Não consigo evitar meu riso, e olho para ele enquanto tomo um gole.

“Que alívio. Desculpa pelo incômodo.” Faço uma reverência, e estou quase voltando para o balcão quando ele me chama novamente.

“Você está com pressa?”

Giro em meus calcanhares, sorrindo um pouco.

“Na verdade, estou atrasado, mas não é nada muito grave.”

Ele gesticula para a poltrona na sua frente, e eu me sento sem hesitar. O loiro toma um longo gole, e suspira.

“Como que você toma isso? É horrível.”

Dou risada com o comentário, tomando um pouco mais de café, e sinto como se uma nova energia fluísse para dentro de mim.

“Não sei. Eu já me acostumei.” Dou de ombros, me inclinando para a frente.

Ele me encara por um tempo antes de quebrar o silêncio.

“Com o quê você trabalha?” Pergunta, com um interesse repentino.

“Sou modelo e fotógrafo.” Sorrio, mostrando o crachá de identificação da minha empresa. “E você?”

“Eu danço. E só.”

Assovio, admirado.

“Impressionante. Você gosta de fazer isso?”

Ele bebe mais um pouco, sua expressão se tornando obscura.

“É a minha vida, mas não ganho tanto prestígio. Eu sou descartável.”

Mordo a beira do meu copo, sem saber o quê dizer para reconfortar ele.

“Sinto muito por isso… se algum dia precisar, tô aqui. Posso pagar seu café?”

Os olhos dele se arregalam, e isso me faz dar risada.

“Quê? Não!”

“Tudo bem então… eu preciso ir, tenho um ensaio agora.”

O loiro olha para mim, um pouco melancólico.

“Quem sabe a gente se vê de novo algum dia.” E ele abre um sorriso maravilhoso, daqueles que tiram o fôlego.

“É… quem sabe.” Dou uma piscadinha, e me levanto.

No balcão, resolvo pagar meu café e o dele, e assim que saio do café consigo ouvir a conversa do loiro com a atendente.

“Como assim, ele pagou pra mim?” Escuto seu grito de indignação, e aperto o passo, não poupando risadas.

Nos dias seguintes a esse primeiro contato, eu passei a levantar mais cedo. Eu estava totalmente cativado pelo loiro cujo nome eu não sabia, só queria sair de casa e ir logo pra cafeteria encontrar ele e ter nossa conversa matinal.

O garoto me contava coisas sobre seu trabalho, e mais tarde descobri que ele trabalha em um grupo de dança e música, e que sua nacionalidade é chinesa. Ele não gosta que as pessoas paguem a conta dele, e por isso eu sempre tento pagar o café do loiro. É divertido ver a insatisfação em seu rosto.

Exatamente duas semanas depois de conhecer ele, me levanto da cama rapidamente, torcendo para que estivesse no horário certo.

Tomo banho, distraído por milhares de coisas. Eu tenho que me concentrar, penso, enquanto a água quente bate em meu corpo. Hoje eu tenho um ensaio importante, que talvez irá mudar a direção da minha carreira. Saio do banho e coloco minhas roupas, e pego minha carteira, chaves e celular.

Antes de sair do quarto, olho um porta retrato antigo, que sempre esteve ali. É uma foto minha no dia de graduação.

O apartamento em que eu moro, embora seja de um tamanho considerado pequeno, ficava cada vez maior quando eu percebia que estava sozinho.

Pego uma barrinha de cereal que estava na bancada da cozinha e saio do prédio, concentrado em chegar na cafeteria.

O motivo pelo qual eu gosto tanto de falar com o loiro é simples: eu sou uma pessoa solitária. Carente. Se um cachorro olhasse para mim na rua eu já me daria por satisfeito.

Entro na pequena construção de tijolos, que já exalava um cheiro maravilhoso de grãos recém moídos, embora fosse bem cedo.

Peço minha bebida, e olho em volta, procurando algo que me desse sinal de que ele estivesse ali.

Mas, pela primeira vez, eu não encontrei. Não me deparei com o costumeiro sorriso branco e as covinhas convidativas, me chamando para sentar ao seu lado enquanto segurava um copo cheio de café.

Me sento assim que recebo meu copo, frustrado, no nosso lugar de sempre.

Será que algo aconteceu com ele? Pelo pouco que sabia do garoto, ele não era de faltar aos treinos nem de se atrasar.

Noto um guardanapo em cima da mesa, com uma mensagem.

não pude te esperar hoje, tive

alguns problemas pessoais para resolver.

ass: macchiato.

Uma mensagem simples, em uma caligrafia que parecia ter sido feita às pressas. Sorrio, passando meus dedos por cima do papel.

Acho que eu consigo passar por um dia sem me encontrar com ele, afinal, eu mal sabia seu nome.

Mas não foi só um dia. Pelo resto da semana tive que me sentar sozinho, absorto em meus próprios pensamentos, sem ninguém para conversar.

E nesses dias que se seguiram, ele nem havia deixado um bilhete. Apenas uma cadeira vazia. Me senti mal, mas ao mesmo tempo penso que estive cobrando demais dele. Nós mal nos conhecíamos, mas eu despejei minha vida inteira nele, como se ele tivesse algo a ver com ela. Talvez eu o tenha assustado.

Foi só na sexta feira, voltando do trabalho, que por algum motivo decido entrar no café.

Eu precisava de uma dose da minha tão amada bebida. No balcão, resolvo olhar para nossa mesa.

E ele estava lá. Meu coração chegou a desacelerar, em parte por causa de que eu não o via há algum tempo, em parte por causa de seu olho roxo. Seu rosto não está inchado, apenas cheio de marcas, mas ainda assim ele continua bonito, como sempre.

Algo me dizia que eu deveria ir até ele, mas não o fiz. Peguei um guardanapo e escrevi a minha própria mensagem.

Me desculpe por ter falado todos os

meus problemas para você. Não farei mais isso. Espero que esteja bem.

Ass: Puro

Dobro o guardanapo no meio e o entrego para a garçonete, pedindo que ela entregasse o recado na mesa 2.

De relance, vejo ele receber o bilhete e olhar em volta, mas eu já estava bem fora do alcance de sua vista.

Parecia que minha vida estava girando em torno de encontrar ele no café, mas era isso mesmo. Eu não estava tão animado com o trabalho, era sempre a mesma coisa. Mas eu gosto de ouvir o loiro falar sobre a própria vida, sempre dando à suas palavras a devida atenção. Por isso foi extremamente difícil deixar de falar com ele naquele dia.

Mas, a recompensa veio no dia seguinte. Atrasado, de novo, entrei correndo no café, sem nenhuma esperança de ver ele, mas ele estava lá.

Sentado, bebericando de seu copo com um sorriso cínico, enquanto me encarava. Na sua frente, apenas um copo, que julguei ser o meu.

Me aproximo da mesa, um pouco tímido. Seu rosto já estava com um aspecto melhor, o que me faz sorrir. O loiro estava esbanjando uma blusa branca simples por baixo de uma jaqueta jeans, que, suponho, combina com sua calça. Me sento, e espero que ele fale primeiro.

“Me desculpe pela última semana, eu não queria te deixar preocupado. Não foi nada com você.” Ele sorri, e pousa o copo na mesa.

“Eu estava com medo de ter te assustado ou algo do gênero.” Forço uma risadinha, e bebo do meu copo.

O loiro ri, fazendo que não com a cabeça.

“Nunca que alguém fofo que nem você conseguiria me assustar.”

Fico vermelho, e desvio meu olhar. Droga, o quê estava acontecendo comigo?

Eu estava me apaixonando pelo seu sorriso, pelo seu cabelo levemente ondulado, pelo jeito que ele bebia seu café, sem deixar de me olhar.

Estava me apaixonando por ele, e mal sabia seu nome.



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