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História Cold Little Heart - Capítulo Trinta e Oito


Escrita por: Cernunnos

Notas do Autor


Olá!
Como prometido aqui está o cap!

Capítulo 39 - Capítulo Trinta e Oito


 

Capítulo Trinta e Oito

 

Fúria e preocupação tomavam conta de seu corpo enquanto subia os degraus que o levariam para o apartamento de Deidara, sua mão direita apertada contra a pequena mão ansiosa de Mebuki. Não conseguia acreditar que haviam colocado sua filha em risco, ignorando completamente sua autoridade como pai e Dom. Mebuki entrou em pânico absoluto assim que foram acordados por um telefonema minutos antes do sol despontar para mais um novo dia.

Seu lado protetor não gostava de ter suas filhas longe de suas vistas, e com Ino estando junto de Emy, queria Sakura em casa e não visitando seu amigo. Porém, Kizashi não compraria uma briga ficando entre sua filha e Deidara, pois sabia que ia perder.

- Kizashi... – a voz de Fugaku cortou seus pensamentos raivosos.

- Você lida com seu filho, meu amigo. Mas lhe dê uma punição equivalente ao seu erro. O faça lembrar quem são os Dom’s desta organização e o respeito que nos é devido – cortou a fala dele.

Itachi como Capo tinha autonomia para tomar decisões para fazer seu trabalho, porém quando uma ação é composta colocando sua filha em risco, filha a qual ele deve assegurar-se de que está segura assim como qualquer outro soldado em sua organização, deve ser punido severamente ou mesmo morto. No entanto, Itachi não era qualquer homem e soldado, era um Uchiha e de enorme valor para a organização.

Não parando para bater na porta, Kizashi entrou no apartamento bruscamente, seus olhos já buscando Sakura. Itachi apressou-se em sua direção pronto para dar explicações, porém bastou um olhar para afastá-lo rapidamente.

- Querido... – Mebuki chamou sua atenção ao indicar a cozinha do apartamento.

Kizashi sentiu seu corpo estremecer em alívio ao ver Sakura sentada à mesa da cozinha. Seus passos encurtaram o caminho rapidamente, mas Mebuki foi mais rápida e logo estava agachada frente à rosada.

- Oi, meu amor. Que bom que está bem... – começou Mebuki, sua voz pingando em preocupação e alivio – Você nos preocupou tanto...

Parando ao lado da esposa, Kizashi correu os olhos por sua filha procurando por qualquer machucado, arranhão ou qualquer coisa com a qual precisasse se preocupar, mas não havia nada. Sakura parecia bem fisicamente.

- Sakura? – a voz de Mebuki o tirou de seus pensamentos – Filha, você está bem?

Kizashi franziu o cenho ao mirar o rosto pálido e vazio de Sakura. Seus olhos verdes estavam apagados e sem brilho. Ela não respondia a voz de Mebuki, que começava a ficar cada vez mais assustada.

- Kizashi! – Mebuki o chamou alarmada – Ela não responde. Pode ter algo de errado...

Kizashi assentiu e quando estava pronto para chamar pela Hyuuga, Mebuki agarrou os ombros dela e sacudiu levemente.

- Sakura!

- Mebuki... – começou a repreender, porém assistiu Sakura piscar rapidamente, parecendo voltar a si.

- Mamãe? – murmurou Sakura roucamente.

A palavra caiu sobre eles com um peso enorme e Kizashi viu Mebuki vacilar ajoelhada onde estava.

Mebuki podia nunca admitir, mas Kizashi sabia que se ressentia um pouco por Sakura conseguir o chamar de pai, mas nunca a chamar de mãe. Nunca a pressionaram, jamais fariam isso. Respeitavam completamente o espaço da rosada, porém sentia que Mebuki ansiava por ser reconhecida verbalmente como mãe. Então, quando menos esperavam, ouvir aquelas palavras chocaram a ambos profundamente.

- Sim, querida... – Mebuki se recuperou primeiro respondendo e hesitando por alguns segundos, continuou emocionada -  É a mamã... Oh!

Kizashi viu com ainda mais choque, Sakura jogar-se dentro dos braços de Mebuki, agarrando-se fortemente a ela. Sakura tinha os olhos fechados, seu rosto escondido no pescoço de Mebuki, e Kizashi tinha quase certeza de que a ouviu aspirar profundamente o perfume de Mebuki.

Algo estava errado. Alguma coisa tinha acontecido para assustar Sakura ao ponto de não ligar para seu medo de ser tocada ou mesmo procurar intimamente um deles daquela forma. Era assim que sua filha, que sempre se mantinha forte, parecia. Assustada.

Encontrou o olhar chocado de Mebuki, mas ficaram em silêncio deixando com que a rosada se sentisse confortada. Abaixando-se próximo a elas, Kizashi acariciou os fios rosas.

- Querida o que houve? – indagou baixo – O que aconteceu?

- Itachi não contou? – Sakura abriu os olhos para o encarar, mas não libertando Mebuki do abraço.

- Ele contou, mas acho que tem mais – continuou a sussurrar. Parecia errado levantar muito a voz – O que a está assustando?

- Não estou assustada...

- Não minta, filha. Não tem porque ter medo, estamos aqui para você – Mebuki a repreendeu delicadamente.

Sakura estremeceu no braços da mãe e Kizashi sentiu sua pressão subir aos poucos, preocupação misturado com raiva, porque tinha a certeza de que aquele medo se justificava no passado que sua filha viveu.

- Enquanto estava na boate, Temari disse que conheceu uma mulher e que fez amizade. Ela cuidava das crianças que iriam ser traficadas e eu pensei... – Sakura engoliu em seco – Eu lembrei em como Karin...

- Você acha que é a mesma mulher que a mantinha quando criança? – Kizashi perguntou a ajudando.

- Sim. Lembro como ela estava afoita na noite que me deixou, talvez estivesse fugindo. Talvez não tenha conseguido fugir e voltou a cuidar de crianças – a rosada continuou, dessa vez afastando-se do abraço de Mebuki – Obrigada – sorriu tímida.

- Sempre que precisar amor – Mebuki sorriu feliz acariciando as bochechas dela – Mas você está com conosco agora, seu pais e nada vai acontecer com você. Aquela mulher vai pagar por tudo o mal que te fez. Seu pai vai garantir isso, tenho certeza.

Kizashi encontrou com os olhos verdes de sua esposa, que brilhavam com fome de vingança. A lembrança de uma Mebuki ensanguentada por matar um homem lhe veio à mente, pois era o mesmo olhar raivoso e violento.  E Kizashi não tinha palavras para o quanto amava e o excitava sua esposa em modo protetora com suas filhas.

- Sim. Ela irá pagar por cada mal que lhe fez e ainda faz com as crianças sob seus olhos maliciosos – concordou Kizashi firme – Por que não vai para casa com sua mãe e descansa? Vou resolver algumas coisas ainda, mas prometo voltar para o jantar. Farei uma comida gostosa para nós.

- Tudo bem – Sakura ergueu-se junto de sua mãe do chão, mas antes que partisse, virou-se com seus olhos estreitos, inseguros – Não vai fazer nada com Dan, não é?

- Apenas vá para casa – ordenou suavemente.

- Ele apenas me seguiu, eu que...

- Sakura, vá para casa – disse mais severamente – Sobre isso vamos conversar depois.

- Mas...

- Agora!

Kizashi viu como ela mordeu o lábio inferior parecendo avaliar se insistia ou não, mas aceitação veio por fim e ela se virou novamente para ir embora. Kizashi fechou os olhos por um momento, recuperando-se de vê-la tão abalada por memórias terríveis que viveu na infância. Sakura não abria-se muito sobre sua infância, sendo o que mais tinham acesso era sobre seus tempos nas ruas, dificilmente falava sobre a maldita mulher ruiva ou mesmo o orfanato.

 De fato, não queria começar um conflito abertamente com Orochimaru, pois mesmo com o ataque a família Hyuuga esperava resolver tudo o mais silenciosamente possível, afinal uma guerra entre organizações tão poderosas mexiam com toda a política e estrutura de uma cidade. A impressa cairia em cima e farejaria por todos os caminhos possíveis, e manter as aparências seria muito difícil.

No entanto, não se poderia mais ignorar ou esperar mais. Precisavam agir e logo.

- Kizashi – a voz de Fugaku o tirou de seus pensamentos – Uma reunião foi marcada. Tem certeza do que quer?

- Sim. Qual foi a punição para Itachi?

- O pequeno imbecil vai voltar para o circuito interno das lutas.

Kizashi assentiu de acordo. Fugaku Uchiha sempre foi firme em suas decisões e justo, e mesmo que fosse seu filho, colocar Itachi dentro dos circuitos de lutas ilegais, que era um dos primeiros trabalhos dos soldados, o iria colocar no lugar dele. Não era por ser Capo, que não seria punido como deveria.

- Coloque Dan junto dele.

- Sakura amoleceu seu coração? – brincou Fugaku divertido – Pensei que o iria matar.

- Eu iria, mas já vou enfrentar uma briga com Sakura e não quero outra filha me odiando.

- Ino não te odeia meu amigo, está irritada apenas. Mas Shikamaru é bom homem, se tivesse uma filha ficaria feliz em casá-la com ele. Basta coloca-los juntos para se conhecerem melhor.

Kizashi suspirou. Não gostava de pensar em suas filhas casadas e não mais sob sua proteção, as queria manter meninas para sempre se fosse possível.

- Um problema de cada vez. Chame Sasuke e Shikamaru, precisamos planejar algumas coisas.

 

****

Encarando-se no espelho, Sakura limpava o arranhão que enfeitava sua bochecha com um chumaço de algodão embebido em soro fisiológico. Hinata, prevendo que talvez se metesse em alguns problemas, fez um pequeno kit para machucados e incidentes leves. Não era um arranhão profundo, mas havia sangrado um pouco. Alcançando um band-adi o colocou sobre o arranhão.

As informações que Temari passou seriam cruciais para o conflito que seu pai tinha com os russos tinha certeza. Saber que por trás daquelas portas vermelhas existia uma boate que servia como rota de tráfico de crianças e mulheres era importante, e sabia que Kizashi destruiria tudo, afinal não permitia esse tipo de negócios dentro de seu território. Shikamaru deixou escapar em de suas aulas que a Akatsuki nunca se afiliou dentro do tráfico humano e com o seu sequestro ainda quando bebê apenas reforçou tal valor.

Suspirando cansada, descartou o algodão no lixo e desligou as luzes no banheiro. A primeira coisa que havia feito ao chegar na mansão tinha sido comer e então tomar banho. Sua cabeça pesava com todas as informações da madrugada e seu estomago revirava todas as vezes que pensava que Karin estava tão próxima o tempo todo.

As lembranças invadiram ao ouvir o nome da mulher que a teve quando criança sob seus olhos cruéis e maldosos. Não lembrava-se muito depois que Hinata confirmou suas suspeitas frágeis, mas que cabiam no que conhecia de Karin.

A memórias eram embaçadas, mas lembrava-se de perceber como ela parecia afoita e assustada, pronta para fugir para longe de tudo. Pronta para livrar-se de tudo. Desde que Kizashi não encontrou nada quando procurou pela mulher ruiva, pensou que a fuga tivesse dado certo e Karin estaria desaparecida em algum lugar do planeta. No entanto, Karin esteve sempre tão perto. Podiam esbarrar-se nas ruas. Ela poderia ter sido uma daquelas mulheres que Sakura aproveitou-se para roubar quando estavam dispersas.

- É sempre bom um banho depois da ação, não é?

Sakura pulou no lugar assustada com a voz rouca e forte. E mirando a cama, viu um estoico Sasuke sentado confortavelmente na ponta da cama, seus braços apoiados nos joelhos, a observando atentamente.

Engolindo em seco sob o olhar intenso dele, Sakura assentiu nervosa. Sabia que o encontraria em algum momento, mas não em seu quarto e coberta apenas com um roupão, que apertou ansiosamente.

- Não preciso de um sermão – estreitou os olhos sobre ele – Não agora.

Ele não a respondeu imediatamente, seus olhos negros dançando sobre seu corpo coberto pelo roupão. E sob o olhar dele, Sakura esperou que a sensação de asco dominasse seu corpo, que a vontade de se esconder lhe assalta-se todos os sentidos. No entanto, o que brotou em sua pele foram arrepios e um estranho calor abaixo do umbigo.

Ainda era estranho a sensação de calor que Sasuke lhe provocava, mas não podia negar para si mesma que gostava. Estar sob seu olhar era como correr milhas e milhas, quase podia ficar ofegante, seu corpo com certeza ficava quente.

- Por que não me ligou? – cortou ele seus pensamentos.

- O quê? – franziu o cenho confusa.

- Por que não me ligou? – perguntou novamente, dessa vez erguendo-se da cama.

Sakura abriu a boca para responder, porém nada saiu. Não tinha uma reposta. Na verdade tinha, pois pensou em ligar para ele em primeiro lugar, porém sabia que estava viajando. No que a poderia ajudar? Além disso, sabia que ele a tentaria impedir de ir encontrar Temari.

E encarando ele em pé em seu quarto, completamente sério sobre sua pergunta, soube o porquê não estremeceu diante do olhar dele sobre seu corpo. Sasuke não a olhava apenas com desejo, havia cuidado por ela, procurava por machucados e viu como seu corpo tencionou ainda mais ao mirar o curativo em sua testa.

- Você estava viajando, além do que estaria ocupado...

- Devia ter ligado para mim de qualquer forma.

- Por quê? Não poderia me ajudar – desviou dele caminhando até a cama. Tudo em que pensava era deitar e descansar, porém ele lhe alcançou o pulso a parando.

- Eu nunca estarei ocupado para você – murmurou – Eu... Fiquei preocupado.

- Ah... – soprou a rosada incerta.

Não esperava pela súbita vulnerabilidade que refletia nos olhos de Sasuke. E estando tão perto conseguia notar a sombra da barba por crescer e como parecia ainda mais cansado do que da última vez que o viu.

- Eu não queria preocupar ninguém...

- Mas preocupou – repreendeu o Uchiha firme – E ainda se machucou...

Ele estendeu a mão e um único dedo se moveu suavemente para frente e para trás na testa dela, evitando o curativo. Sakura fechou os olhos ao sentir o toque quente em sua pele, seu coração martelando dentro do peito.

Ela gostava do toque dele, podia admitir isso para si mesma com toda a sinceridade de seu coração. O arrepio eletrizante que cruzou seu corpo a chocava todas as vezes que ele a tocava, pois era diferente de tudo o que já sentiu. Fazia seu estômago se contorcer de forma engraçada.

- Você está tremendo – Sasuke ciciou roucamente, seus olhos presos na face corada da rosada.

De olhos fechados e o permitindo tocá-la, Sasuke sabia que afetava Sakura. Que a despertava paixão capaz de queimar suas entranhas e perder o raciocínio de seus pensamentos. E tê-la assim, agradava todas as partes masculinas e territoriais que tinha em seu interior.

Sasuke tinha consciência de que não era um bom homem. Seu trabalho era sujo, alimentando guerras, violência e outras inúmeras misérias que existiam no mundo. Sabia também que, talvez, não fosse a melhor opção para a mulher, que naquele momento se mostrava tão vulnerável, contudo isso não o impediria de tê-la de qualquer forma que pudesse.

- Não... Não estou – negou Sakura mentindo. Sentia seu corpo tremer diante de estar tão próximo dele.

- Oh, você está. Eu faço você tremer, Sakura?

Sakura balançou a cabeça tentando clarear sua mente, que estava nublada com o ataque de sensações por ter Sasuke a tocando tão intimamente no rosto daquela forma. Seus dedos firmes correndo sobre sua bochecha, sob seus olhos, de trás de suas orelhas. Um toque tão leve, mas que tomava de assalto seus sentidos.

Abrindo os olhos, Sakura sugou uma respiração profunda, tentando clarear seus pensamentos. Sasuke, mirando os olhos verdes confusos, sorriu pequeno, mas resolveu por terminar aquele momento, antes que avançasse por um caminho o qual ela não estava pronta.

Suspirando por ter que dar fim aquele momento, Sasuke estendeu a mão e levantou o queixo dela, seus olhos mirando os verdes com profundidade, e testando ainda mais os limites, aproximou-se dos lábios rosados.

Ele imaginava o gosto dos lábios dela por noites a fio e quase não podia aguentar estar tão perto e não poder beijá-la da forma como queria. Saqueando tudo o que podia, levando cada suspiro de sua pequena boca, deixando-a vermelha de seus dentes e o rosto corado. No entanto, Sakura merecia que o primeiro beijo deles fosse gentil.

Jamais a assustaria se pudesse evitar, então refreando a luxúria que o consumia, pressionou seus lábios na pele suave da testa dela. A sentiu tencionar o corpo, mas persistiu e aos pouco a sentiu relaxar, entre seus braços. Seus lábios arrastaram-se sob a pele macia, absorvendo o momento como um viciado.

No entanto, rápido demais quebrou o contato. Sua luxúria animalesca parecia querer assumir a qualquer momento. Então, tomando três passos para trás, quebrou o contato entre eles. Sakura ofegava suavemente, seus olhos fechados novamente e as bochechas vermelhas.

- Por que não se deita? Parece cansada – disse por fim quebrando o silêncio carregado de energia – Ainda tenho que te perguntar uma coisa.

Sakura piscou por um momento aturdida. Sentia-se leve. Seu corpo meio molenga e por alguns segundos pensou que não poderia permanecer de pé. E em tudo o que podia pensar era que se apenas um beijo em sua testa a fez quase se desmanchar em um poça de água, não podia imaginar o que seria o beijar de verdade. Lábios, línguas e dentes.

- Sakura?

- Ok – respondeu simplesmente e caminhou para a cama.

Sasuke assistiu a rosada subir na cama e afundar-se entre os cobertores. Vê-la segura, mesmo que cansada e com um arranhão na testa, fazia com que a tensão que vinha apertando seus músculos além da dor e preocupação relaxassem um pouco.

Mas a raiva ainda estava subjacente, queimando lentamente em seu sangue. Itachi havia sido castigado, assim como Dan, mas não parecia a Sasuke o suficiente. Colocá-los para lutar como animais no círculo ilegal de lutas não parecia o suficiente, pois sabia que seu irmão era um excelente lutador, afinal ele mesmo treinava grande parte dos soldados.

 - O que quer perguntar? – Sakura questionou com suas bochechas ainda coradas.

- Karin.

- Karin?

- Sim – falou sentando-se ao final da cama – Saber de uma rota de tráfico funcionando dentro do nosso território depois de inúmeros avisos e agora incluindo essa mulher. Bem...

- Vocês vão invadir – Sakura concluiu sabiamente – Mas vai ser guerra, não é?

- Não se preocupe com isso – Sasuke a cortou suavemente – Essa mulher, Karin, já está morta. O que quero saber é, você quer fazer parte disso?

- O que?!

- Vingança, Sakura. Nós da Akatsuki acreditamos que é seu direito participar.

Sakura engoliu em seco diante das palavras. Vingança não é algo que já houvesse pensado em relação a Karin. Karin não merecia uma grama de seu pensamentos, bastava apenas as dores que causou durante toda sua infância.

- O que você quer? Que eu a mate pessoalmente?

- Se quiser.

Sakura encarou um Sasuke sem saber o que falar, suas mãos se contorcendo em seu colo. Ela não mataria Karin pessoalmente. Não se colocaria lá novamente, em tomar a vida de outra pessoa.

- Eu devia querer, não é? Matar ela com minhas próprias mãos – mirou suas mãos limpas, podendo imaginar o sangue escorrendo entre os dedos – Querer que ela sofra tudo o que sofri?

- Você tem esse direito – Sasuke garantiu – Karin não é uma boa pessoa. Mas se não quer fazer parte está tudo bem. Kizashi, assim como eu, vamos garantir que ela pague.

- Eu não quero saber de nada. Não quero saber o que acontece com ela.

Vendo o quão angustiada a deixou, Sasuke apenas assentiu e ergueu-se da cama.

- Vou deixa-la em paz agora – disse por fim se movendo em direção a porta – Só mais uma coisa – parou subitamente e a olhou intensamente – Quando precisar de ajuda, ligue para mim.

- Ciúmes? – tentou brincar a rosada querendo desviar seus pensamentos de Karin.

- Sim – respondeu o Uchiha diretamente, sem nenhum resquício de brincadeira.

Sakura assentiu estremecendo levemente com a reposta. Não esperava por algo tão direto, mas devia saber que com o Uchiha não havia um meio termo. O observou andar até a porta repondo suas luvas de couro, que apenas naquele momento percebeu estarem em seu bolso na calça.

- Sasuke? – chamou antes que ele fechasse a porta.

- Sim? – ele virou-se para uma última vez.

- Tenha cuidado – murmurou timidamente.

Sasuke Uchiha sorriu abertamente, seus olhos brilhando predatórios.

- Não se preocupe. Voltarei para você.

****

- Mova o contêiner 5 para o outro lado – comandou pelo rádio.

Com o cigarro entre os dedos, Sasuke observava um novo descarregamento das armas descer do navio da organização para o cais que mantinham longe dos olhos dos alfandegários. Novas armas que seriam em grande parte divididas entre as famílias da Akatsuki e a outra parte vendida para as gangues relacionadas com o cartel latino.

Desviando os olhos da movimentação tranquila do descarregamento, mirou o relógio em seu pulso, pois naquele exato momento Itachi estaria invadindo a boate que os russos usavam como rota para o tráfico de mulheres e crianças. Estava apreensivo, pois sabia que não seria fácil e que os resultados poderiam ser de muitos soldados mortos.

Estavam às cegas na invasão, não tendo acesso as plantas do prédio ou qualquer coisa além da memória de Temari. Um plano foi pensado rapidamente, pois poderiam continuar permitindo que quebrassem as regras impostas pela Akatsuki. Tinham que ser duros.

Com o ataque ao Hyuuga e então o descobrimento dessa boate, as planos teriam que ser postos mais rapidamente em prática. Orochimaru estava avançando e ganhando uma confiança que o tornaria cada vez mais ousado e presunçoso.

- Capo – chiou uma voz no rádio em suas mãos – Temos um problema...

Sasuke levou o rádio à boca, pronto para perguntar qual seria o problema, pois ao alcance de seus olhos não conseguia ver nada que apontasse que algo estava errado, porém sons de carros cantando pneu o calaram, e então a próxima coisa que viu foi uma explosão quente e barulhenta, que estremeceu o chão o fazendo cambalear para o lado e cair no chão.

Gritos eclodiram de todos os lados.

Homens corriam pelo cais com seus corpos em chamas, seus gritos de dor ecoando por todos os lugares.

Sacando a arma do coldre, Sasuke conseguiu se reequilibrar e correu em direção ao navio. Uma troca de tiros acontecia e caindo para o lado de um carro, abaixou tentando entender o que acontecia.

- Que porra está acontecendo? – gritou para rádio ainda em suas mãos.

- Russos... estão... – a voz do outro lado era cortada pela estática – Estão atacando...

- Protejam a carga! – exclamou novamente para o aparelho.

Saindo de trás do carro, Sasuke entrou na troca de tiros junto dos soldados. Não podiam deixar que levassem a carga de armas, isto os daria uma vantagem grande nas ruas e logo mais ataques seriam feitos.

Com o dedo rápido no gatilho, Sasuke avança por entre os carros em direção aos contêineres que continham as armas. O som dos tiros estrondavam ao seu redor, seus ouvidos zuniam com as balas passando tão perto de sua cabeça.

Seu corpo vocifera em adrenalina pura. Homens desembocavam dos cantos e vinham para cima dele com armas e facas, mas Sasuke fazia os movimentos de matança tão natural, tão treinado, tão inevitável que parece quase inato. Os russos caiam aos seus pés. E Sasuke seguia sempre avançando para frente, atrás apenas ficava o rastro de morte.

Do outro lado do cais pôde ver os enormes carros sendo abastecidos rapidamente pelos soldados russos, que já tinham acesso as armas de um dos contêineres. Ofegante, Sasuke avaliou sua situação rapidamente.

Não estavam preparados para um ataque dos russos naquela noite. Não em um lugar que apenas membros da organização conheciam. Seus pensamentos disparavam para todos os lados tentando achar uma saída para o beco em que se encontrava.

No entanto, não houve mais tempo para se pensar.

Uma segunda explosão detonou e o Uchiha foi jogado para longe.

 

****

Inspirando e expirando, Itachi mantinha seus olhos escuros focados no prédio de tijolos à frente. O pensamento de que crianças estavam presas lá dentro, sendo preparadas para serem enviadas para todas as partes do mundo, ficando expostas a todos os tipos de pessoas obscuras.

Seu corpo estava tenso, pronto para entrar em modo de batalha. Seus reflexos estavam aguçados, até mesmo a respiração dos soldados ao seu lado pareciam altas demais.

- Sejam silenciosos, senhores. Evitem disparos.

A voz de Kakashi soou forte pelo aparelho que carregava no ouvido. Erguendo os dedos no ar, fez sinal para que os primeiros soldados deslizassem silenciosamente pela lateral do prédio.

- Fundos? – ciciou baixinho para o ponto que o ligava diretamente com Kakashi.

- Limpo.

Apertando a mão sobre a arma, Itachi fez sinal para os homens ao seu lado. Iriam invadir.

Com passadas rápidas e arma em punho, rapidamente estava frente a porta vermelha que servia como entrada da boate dos russos. Com o dedo no gatilho, disparou três vezes na tranca da porta e com um chute forte arrombou a porta.

Com a porta no chão, Itachi esperava por disparos e gritos, porém apenas silêncio o recebeu. Avançou concentrado para dentro da boate. O local estava escuro, mergulhado completamente no breu, mal podiam ver um palmo à frente do rosto. O cheiro de suor e sujeira predominava o lugar, sendo tão forte que quase o distraia.

- Algo está errado – murmurou para o ponto em seu ouvido – Está muito silencioso.

- Já tenho alguém trabalhando nas luzes – Kakashi respondeu – Mantenha-se protegido.

Itachi sentia que havia algo errado. Agachando-se perto de uma parede, esperou e esperou, mas não conseguia ouvir nada. Nenhuma agitação ou disparo.

Minutos se passaram e o silêncio absoluto continuava. Quando as luzes subitamente se acenderam, Itachi ergueu-se de onde estava para se deparar com uma completa desordem.

- Que porra... – pensou alto.

O espaço da boate era aberto, com mesas circulares e um palco grande com três postes para danças eróticas. No entanto, tudo parecia ter sido deixado abandonado às pressas. Cadeiras estavam viradas, o balcão que servia como bar ainda tinha cigarros acesos nos cinzeiros, mas além de tudo havia algumas peças de roupas e outras coisas que indicavam que os russos esvaziaram a boate no mínimo uma hora antes de entrarem.

- O que está havendo? – perguntou Kakashi.

- Esta merda está vazia – disse Itachi raivoso – Eles evacuaram o lugar não muito antes de entrarmos.

Mirando um dos soldados, que vinha da parte debaixo do local, este sinalizou com a cabeça que também não encontrado nada nem ninguém no porão da boate.

- Eles sabiam que estávamos vindo – sentenciou por fim Itachi.

- Existe um traidor – concordou Kakashi.


Notas Finais


E então?


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