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História Colors (Imagine OT7) - O Respirar


Escrita por: Call_me_Amanda

Notas do Autor


❤️ᴇsᴄʀɪᴛᴏ ᴘᴏʀ: @Call_me_Amanda
💚ᴄᴀᴘᴀ ᴇ ʙᴀɴɴᴇʀ ᴘᴏʀ: @Cat-Line
🤎ᴡᴀᴛᴛᴘᴀᴅ:
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🤍ᴍᴜsɪᴄᴀ: Close - Tove Lo & Nick Jonas
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🖤ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ:
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🧡ᴊᴏʀɴᴀʟ:
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💙ᴛʀᴀɪʟᴇʀ: https://youtu.be/JayikUy0VNg
💛ʙᴇᴛᴀɢᴇᴍ: —
💜ɴᴏᴛᴀs: O trailer saiu! Deem uma olhadinha! Desculpa a demora da postagem! A partir daqui as relações começaram a esquentar. Prontas? Eu não estou...

Capítulo 11 - O Respirar


Fanfic / Fanfiction Colors (Imagine OT7) - O Respirar

    E não é que forraram o chão com cobertores para a noite do pijama? Estavam trabalhando juntos, arrumando o espaço para uma noite bacana. Namjoon e Jin estendiam um monte de lençóis, Yoongi trazia os travesseiros, Taehyung pegava as bebidas, Jimin e Hoseok faziam pipoca. Jungkook tinha um medo bizarro de microondas, o mesmo revelou à garota. Ele achava que se ficasse perto sua cabeça explodiria. Por isso ficou com S/n, procurando algum filme interessante para assistir.

    — E que tal esse? — apontou a TV com o controle.

    — Nunca assisti.

    As perninhas de Jeon se agitaram.

    — Que história é essa? Nunca viu Titanic? Você veio de Marte?

    S/n jogou uma almofada nele, que segurou feito um ninja antes de o atingir.

    — Errou! — choramingou, a boca dela retraída de ódio.

    — E qual o problema de eu não ter visto?

    — É o melhor filme do Leonardo DiCaprio e você ainda questiona? 

    De repente ele começou a cantar a música tema do filme numa voz engraçada e ela não se aguentou. Gargalhou mesmo quando juntou-se uma segunda e terceira voz lá da cozinha. Tão naturalmente divertidos!

    — My heart will go on… Uma trilha sonora digna de um clássico — Namjoon compartilha, jogando-se no sofá, cheio de dor nas vértebras de ficar abaixando e arrumando as camas.

    — De novo? Já vimos esse trocentas vezes! — reclama Jin, e com razão.

    — Ela nunca viu, hyung! 

    — S/n você veio de Marte? — Taehyung, que chegou carregando um monte de latas de refrigerante, meteu-se no assunto.

    — Acabei de perguntar isso a ela! Não consigo acreditar que existe um ser vivo no planeta que nunca tenha visto esse filme.

    Bem pouco, mas S/n estava irritada. Lidar com garotos não é nada fácil, principalmente com Jungkook, que joga tudo na cara.

    — Vou ver hoje com vocês, tá bom assim? 

    — S/n, pensa rápido! — Taehyung distribuía as latinhas e lança uma para ela, que consegue ser ágil como Jungkook, ou quase… Pegou de mal jeito, amassando o mindinho.

    — Ouch!

    — Ah! Você se machucou? — Imediatamente ele se preocupa.

    — F-foi só no dedinho, n-não é nada. — Soprou a parte vermelha e Taehyung mordeu o lábio, triste, triste.

    — Mandou bem, alien! — perturbou Yoongi. Esse podia ser um pé no saco quando queria.

    — Eu não pensei direito…

    — E você pensa? — Jungkook juntou as sobrancelhas. 

    Tae e Jeon dão choque um no outro, os raios dos seus olhos se encarando de cor azul neon feito cena de anime. Ela intercalou entre os dois, distraindo-se e ficando aflita a cada olhada. Estava tão alheia que nem viu o refri de leite sendo retirado de sua mão vagarosamente e o próprio gelado sendo posto no dedo miúdo. Namjoon pegava nele com delicadeza, realizando o cuidado como se estivesse fazendo uma cirurgia. O dedo dela era uma tarracha de brinco entre os dele. Tão pequeno e branquinho que nem uma pipoca. Por pouco Namjoon não o colocou na boca.

    — A pipoca está quentinha! — anuncia o raio de sol. — Economizamos bastante! O Jimin conseguiu fazer com que todas estourassem! Não é impressionante? — Hoseok chegou carregando duas bacias grandonas de pipoca e Jimin vinha logo atrás com mais duas. Pararam, os semblantes altos. 

    — O que aconteceu com o dedo dela? — Hoseok estava atento ao cenário.

    — O Taehyung jogou uma lata nele e amassou a unha do mindinho — simplificou Yoongi.

    Jimin e Hoseok mostraram seus zeros na boca.

    — Perdeu o juízo? Quantas vezes eu te disse que essa brincadeira não é legal? — Jimin entrega um pote com dureza ao atrapalhado e mais uma encarada acontece.

    — Pessoal, pessoal, por favor! Eu estou bem! Não foi nada! Eu juro! Parem de brigar!

    Ninguém precisava ficar tão bravo com o ocorrido. É óbvio que V não tinha a intenção. Ele ficou sentido, tadinho.

    Os ombros de Namjoon chacoalham e ele começa a rir sozinho.

    — “Vai ser o líder, Kim Namjoon! Vai ser legal!”. Eu fui claramente enganado.

    — Namjoon, Taehyung, meninos — ela os chama. — Vocês planejaram essa noite e eu gostaria de curtí-la, então será que vocês podem me escutar sobre estar tudo bem? — Ela vira para Taehyung. — Sou uma garota e é uma verdade irrefutável que sou sensível, mas eu te perdoo. Só tente ser mais delicado, está bem?

    Colocado no lugar de maneira educada, Taehyung se acomoda com um beiço nos lábios.

    — Podemos ver logo? Estou cansado de esperar.

    Jungkook ouve seu hyung Suga, apertando o play. Jimin, que está na ponta do sofá e mais perto do interruptor, estica o braço apagando as luzes. Áudio original em inglês e legendas em coreano para todos poderem assistir e, como ela tinha insinuado, é uma das formas mais divertidas de aprender a língua incomum às duas nacionalidades naquela sala. E no escurinho de cinema eles assistem o filme.

 

ಌ사랑ಌ

 

    O iceberg atingiu o navio, ou seria melhor dizer que o navio atingiu o iceberg? A trama já não era mais o que os garotos prestavam atenção, então pra quê ficar filosofando sobre o que não importa? E o que importava? S/n. A garota com um short pequenino de malha cinza escura e camiseta larga, aquela figura sublime atraia mil vezes mais suspiros de angústia que ver dos bastidores uma embarcação repleta de tripulantes indefesos afundando.

    O mais novo, ao tentar inocentemente pegar um pouco de pipoca, deparou-se com os dedos de S/n no pote. Para ela fora um simples encostar. Seus olhos permaneceram vidrados no telão. Já para ele, nossa! Queria ter pego aquela mão e ficar de mãos dadas com ela o resto da sessão. Que esquisitão!, pensou ele de si mesmo, fazendo caretas e se remexendo por conta da imaginação correndo solta envolvendo aqueles dedinhos macios. Para!, sua mente alertava. Discretamente ele pegou uma almofada e colocou sobre o colo, fazendo de tudo para voltar a prestar atenção no bendito filme.

    Com a vista cansada de lirismos exacerbados, Yoongi se preparou para ter um cochilo. No rumo da sua visão estava S/n e, como num passe de mágica, ele não necessitava recarregar nenhuma bateria. Os olhos dela vidrados no telão enquanto os dele se desgastavam de tanto admirá-la por inteira. E foi nesse admirar que percebeu que ela tremia de frio. Levantou-se, vindo por trás do sofá e colocando a própria coberta sobre ela, que deu uma olhadinha rápida em agradecimento. Então voltou pro lugar, recolhendo os pés frios e esfregando as mãos congeladas uma na outra, porém estava com seu interior aquecido, pois agora ela estava confortável.

    Quase 50 minutos de longa e S/n não tinha sequer piscado. Se a parte triste — o tal clímax — não existisse, era capaz que nenhuma emoção representativa saísse da garota. Mas bem observado por Taehyung, que esperou por um momento em que pudesse ser útil para contornar o erro cometido mais cedo, poucas lágrimas começaram a escorrer do rosto da sua intérprete. Foi em silêncio até a cozinha, pegando no armário e levando até ela alguns guardanapos. S/n aceitou, soando e fungando o nariz já vermelho, os olhos vidrados no telão. Hoseok roubou alguns papéis das mãos de Tae, que não deu a mínima, segurando para não se emocionar e ser o terceiro chorão — objetivo bastante impossível quando uma bela moça derramava no mar suas lágrimas, para deixar claro essa moça é S/n.

    Mais 40 minutos e o filme ainda estava longe de um desfecho. S/n se alegrava, chorava, alegrava, chorava. Essa emoção toda sugou suas forças. Mexia o pescoço de um lado para o outro no encosto do sofá, sem sucesso em achar um bom apoio. Do seu lado, Namjoon segurou o riso. A garota não parava quieta, parecendo que a coberta a pinicava ou algo nesse sentido. Ele amoleceu o corpo, descendo os ombros na altura da cabeça dela e guiando suavemente até que S/n se encaixasse e ali parasse. Ficou satisfeito com o bocejo que ela fez, os olhos dela ainda vidrados no telão. Em segredo ele fez um desejo: “Olhe pra mim!”. Infelizmente não conseguiu ser atendido. Desejou mais uma vez o seguinte: “Não durma no meu ombro, senão sou capaz de te carregar até meu quarto e te obrigar a dormir agarrada a mim.”.

    No final, S/n aplaudiu. Que coisa mais linda, poética, trágica! Tudo em um como num combo de shampoo, condicionador e sabonete líquido. A recomendação do maknae foi de ouro!

    — Fantástico! Eu amei! — exclama alegrinha, deixando o sofá e se virando para eles com os braços estendidos em prancha.

    Jimin se juntou a ela, abraçando daquele jeito clássico do filme e a fazendo rir. Os outros ficaram descontentes com o abuso do amigo. Quem foi que lhe deu o direito de tocar na cintura dela? Atrevido! Atrevido! E atrevido!

    — Shh! O Yoongi está dormindo! — Hoseok sinaliza o dorminhoco.

    — Eita! Foi mal… — Logo ela vai se sentar.

    — Te disse! Sabia que você ia gostar — a confiança de Jeon só fazia S/n o enxergar como um humorista recluso.

    — É meia noite e meia. — Os olhares em Namjoon não entendiam aonde ele queria chegar. — Mas acho que ninguém, fora a bela adormecida, está com sono. Alguma sugestão de atividade? Se eu ficar sem fazer nada depois de um filmão desses eu acho que vou ir chorar naquele canto.

    — Playlists? — Taehyung dá a ideia. — A gente não compartilha nossas playlist faz um século!

    — Quem começa? — Jimin sorri para S/n. — Que tal a nossa intérprete?

    — Sou bem eclética.

    — E o que que tem de ruim nisso? — Jimin persiste.

    — É que… Tá bem — sacrifica o próprio smartphone já aberto no Spotify.

    Os meninos apertam “No Repeat”, ouvindo atentamente as canções que não saíam da cabeça da garota e se surpreenderam com tamanho variedade. Ia de música latinas a rock dos anos 80. Surpreendente!

    — Você curte Sinatra? Elvis Presley? Garota, quer casar comigo? — Taehyung a propõe e por um instante ela quis que fosse verdade.

    — Years & Years e Troye Sivan são artistas que não saem da minha biblioteca! Nem acredito que conheci alguém que escuta eles! — Jimin estava mais que animado, talvez a comemoração tivesse fundos de interesse no compartilhamento de playlists e curtições entre dois corpos intimamente conectados numa madrugada duvidosa como aquela. Ou ele só gostou das músicas mesmo.

    — Arctic Monkeys? O que é? Música indie? — Namjoon estava com o cenho todo tenso.

    — Sim! Essa é minha banda favorita! — fala no impulso.

    S/n é a pessoa mais indicada para escrever um livro sobre “como acabar com sorrisos em apenas uma frase”. A reação deles, verdadeiramente, ela não entendeu. A lerdeza da brasileira era tão grande quanto a decepção dos coreanos. “E nós?”, esse é o significado dos suspiros altos.

    — Por que toda vez que eu acordo eu ouço algo que me faz querer voltar a dormir? — Yoongi murmura, sentando em perna de índio. — Nunca escutei, mas aposto que esses caras não tem tantos singles como nós temos. Fora a nossa sala de troféus. Spoiler! A Hybe está construindo um museu para exibir nosso império. 

    — Vocês são uma boyband focada no vocal. Eles têm bateristas, baixistas, guitarristas e um cantor. É diferente!

    — Somos produtores também! Não se esqueça! E dançarinos, e rappers, e compositores, … — A justificação que ele dava a deixou brava. Gostava deles, do BTS, como pessoas e como artistas, disso ninguém podia duvidar. Entretanto, o que Suga queria, essa exclusividade, S/n não podia dar. Quem gosta de K-pop pode ouvir outros estilos e quem era Min Yoongi para a proibir de escutar a voz britânica de Alex Turner?

    — Eu curtir outra banda não diminui em nada as suas conquistas, Yoongi — xeque mate.

    Nenhum dos dois está disposto a baixar a cabeça. Esses dois, entre todos ali, tinham uma prepotência à tensão e provocação.

    — S/n, ignora ele. O ciúmes às vezes toma conta mesmo. O Suga é fraco demais para controlar essas emoções. — Yoongi semicerrou os olhos para Jin. — Já que acordou, vai gostar de escutar esses Hip Hops. — Bota pra tocar e os olhos dele literalmente brilham.

    — Você ouve Post Malone? — Yoongi toma o celular e começa a avaliar as músicas uma a uma sozinho. — E ainda a versão explícita! 

    — I-isso não é n-nada demais. M-muita gente dá stream n-nesse álbum dele.

    — Me ouviu reclamar de algo? Pra que tanta vergonha? É só música. 

    “É só música”, ecoou na sala. A mentira deixou mais interessante a exposição gratuita a qual ela se submeteu. Tanto faz, tanto fez ela curtir rock, indie, … Ela escutava letras que falam diretamente sobre assuntos não indicados para menores de idade! E ela tinha ainda dezessete anos! O que fazer com essa informação? S/n era apenas mais uma das pessoas do mundo que se adiantava no gosto musical, mas, como até o andar dela virou um reality show para os meninos, aquilo era uma bomba. A imagem da santinha caiu e quebrou.

    A parte que entravam agora estava repleta de rappers desbocados e R&Bs feitos especificamente para servirem de background em inferninhos dos mais luxuosos. Namjoon, Yoongi e Hoseok — a rap line que é um pouco mais experiente naquele ritmo repleto de gírias e ironias — achou o máximo, sorrindo de lado e comentando entre si quais eles já haviam escutado. Por outro lado, a vocal line ficou intrigada com o rhythm and black, com as pancadas marcadas exalando um tipo nunca antes visto por eles de sensualidade. Taehyung, Jungkook, Jimin e Jin se perguntavam — cada um em sua cabeça obviamente — qual o melhor horário para aproveitar todo aquele despudor. No banho? Sim, esse parecia ser o momento ideal. Ela escutava essas músicas no chuveiro? Pegava a ducha e passa pelo corpo enquanto o cantor detalhava uma cena de sexo? Por Deus! Que mentes mais poluídas!

    A perna dela tremia, queria pegar o aparelho de volta e parar todas aquelas expressões de que ela não sacava.

   — Será que eu posso mandar uma mensagem? É algo importante que acabei de lembrar.

    — Pra quem? — Namjoon gostaria de saber.

    — Pra… Pra senhora Lin!

    Com sua vida nas mãos de novo, teve de entrar nas mensagens e escrever algo, pois o plano — que plano? — de impedir que chegassem a ver algo ainda mais comprometedor — não que realmente tivesse algo para esconder — não funcionaria com todos eles aguardando ter novamente acesso ilimitado ao seu Spotify Premium. Escreveu:

 

    “Hgfcvggghbbgfvvbhgvbhhgfbnuyyhnk, socorro!”

 

    Apagou, levantando o olhar e notando que eles não tinham nada melhor para fazer do que se intrometer na sua vida, nem que seja só conhecendo quem era através dos gostos. Então ela teve uma ideia, um pensamento corriqueiro que lhe pegou de supetão e contaminou seu ser. O sono era um aliado da decisão mal pensada e não se sentiria culpada se enviasse agora mesmo o que gostaria. Nada de voltar atrás pela segunda vez também. It’s now or never!

 

    “Senhora Lin,

    Peço perdão pelo horário, porém me adiantei na decisão. Gostaria de trabalhar oficialmente como intérprete para o BTS. Aguardo retorno.

    Muito decidida, S/n”

 

    A notificação a assustou. Lin ainda estava de pé? Começou a mentalizar ser responsável e trabalhadora assim quando crescesse.

 

    “Minha querida S/n,

    Que notícia maravilhosa! Não esquente com o horário, sou uma coruja noturna! Será um prazer gigantesco tê-la na sub-equipe da Hybe que cuida desses sete membros adoráveis! Sabia que ficaria na Coréia! Senti na pele! Haha! Tratarei desse assunto assim que chegar no meu escritório amanhã de manhã. *Hoje mais tarde!*

    Beijos e boa noite!”

    

    — Está com um cisco no olho? Por que você não para de piscar? — J-Hope se divertia com o estado de S/n. O que foi que ela fez, hein?

    — Vai deixar a gente terminar de ouvir ou o quê? — insuportável, Suga a faz entregar o celular. — Posso ser informal? — Ela aquiesce ainda pensativa. — 고마워 (komawo=obrigado).

    Zonza de sono, foi se recolher numa parte do sofá. 

    — Cansada? — Jin percebe e ela faz um joinha. — Deixa a gente continuar ouvindo? Se for problema te devolvemos. Seria mesmo uma pena, porque estava urgentemente precisando renovar minha playlist. Estou cansado da voz fina da Taylor Swift.

    — Voz fina é tudo! O soprano-dramático da Ariana me fascina!

    — Ela é soprano-ligeiro, Jungkook! 

    — Não é não, hyung!

    S/n nem pôde responder, visto que o debate de agudos continuaria pela noite. Estavam juntos numa das pontas do estofado, rindo baixo e conversando mais baixo ainda em respeito a ela. Virou de costas, abraçou uma almofada e se permitiu descansar.

    Não muito depois, esqueceram-se do papo musical, entrando um pouco no assunto romance de cinema e então fizeram um minuto de silêncio. Havia uma desunião entre os membros desde o lançamento de seu último disco e a toda hora que se mostrava disponível para um esclarecimento, cada um ia para seus quartos, vivendo juntos, porém separados. Agora eles não tinham uma desculpa e deviam botar os pingos nos is. 

    Foram levantadas questões como a liderança, o predomínio vocal, a coreografia com a prevalência de um só membro na vanguarda, dentre muitas outras e, sendo uma família, resolveram-se, arrancando toda e qualquer erva daninha que crescia sobre seu relacionamento.

    No segundo minuto de silêncio após tanta compreensão e ajustes, uma respiração. Sim, o respirar de uma oitava pessoa. O corpo dela estava de barriga para cima, o blusão levantado quase que mostrando os seios — os mesmos com mamilos róseos que todos os sete já tinham visto — e faltava poucos centímetros para que ela caísse. Foi reprovada na escola dos anjos, só podia. Embora ninguém nunca tivesse visto esses seres celestiais adormecidos, tinham certeza de que não seria desse jeito. 

    Yoongi tampou a visão, Namjoon deu um tapa na testa. Ela não tinha jeito, era essa criancinha de 17 anos agora e seria assim pra vida toda. O desleixo ou falta de cuidado seria o seu único defeito? Eles tolerariam por quanto tempo?

    A singular imagem de uma S/n que confiava em 7 desconhecidos mostrava o quão pura ela era, o arzinho de pozinho mágico saindo e entrando dos seus pulmões. Uma fadinha minúscula, engraçadinha e fofinha bem ali no sofá deles. Sentiram-se desmerecidos de respirar o mesmo ar que ela, sentiram-se assombrados pelas perversidades que se disfarçavam de romantismos em suas cabeças remexidas pelo sono. A pele, queriam triscar, dedilhar,  tocar, pegar, apertar, lamber… A pele de bebê, a honestidade, a paciência, o talento, a força, a inteligência; virtudes essas que cintilavam de dentro dela e eles temiam ficarem cegos sem algum tipo de óculos escuros — que uma vez colocados bloqueiam qualquer um de perceber o quão patético era essa atração intensamente louca que tinham por sua exclusiva intérprete.

    J-Hope junto a Jin pegaram um travesseiro e uma coberta, ajeitando-a melhor. Ninguém aguentaria pregar os olhos consciente que perto estava uma linda garota desnuda. 

    — 귀엽다 (gwiyeopda=fofa)... — Os meninos olharam torto para Taehyung, que implorou por mais uma adedonha, mas quem tinha ganho na primeira rodada ainda dormiria junto dela. Irritado, foi se recolher para evitar de dizer rancores que guardava de cada um dos amigos.

    Jin se deitou ao lado dela de costas, servindo de cercadinho de bebê, o que achou de solução para os remexeres dela. A inveja em cima dele partiria uma turmalina negra ao meio. Os sete aspiravam aquela proximidade. Por quê? Os Kim, os Jung, o Park e o Min faziam a mínima ideia do porquê. Era meramente um querer, bastante próximo de necessitar. 

    Desejaram boa noite e apagaram as luzes. No escuro, cada um deitado em isolamento, fora sincronizada as batidas. Aquele novo país das maravilhas que caíram e se encontravam presos é um terreno inexplorado. Nas suas unhas acumulara terra de suas tentativas de subir de volta pelo buraco profundo, desistindo tão facilmente por, no final das contas, o lugar ser bem mais incrível e apaixonante que a superfície. O estar apaixonado seria um episódio, um capítulo ou um livro inteiro? De fato, love is in the air, e essa massa delirante chegou tão sorrateira que os 7 foram pegos.

    Teve alguns passos suspeitos de coelho. Houve um flash uns quinze minutos depois e silêncio. Acenderiam as luzes no mesmo instante se estivessem acordados, o que não foi o caso. Seja lá quem foi, tinha conhecimento de seus sonos ligeiros e pesados. A confiança fora quebrada, o respirar dela permanece forte como de um touro. O deles frágil e contendo mil sentimentos reprimidos.


Notas Finais


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💜💜💜💜💜💜💜💜💜

𝗧𝗿𝗮𝗱𝘂𝗰𝗮𝗼 𝗱𝗼 𝘁𝗲𝗺𝗮: Perto

Oh caramba
Estou tão perplexo
Com apenas um suspiro, estou trancado
É quase chocante
Eu sei que você sabe que está com medo
Seu coração, sua mente, sua alma, seu corpo
Eles não serão cuidadosos
Mas acho que você não me conhece

Porque se eu te quero, eu te quero, amor
Não vou andar para trás, não vou pedir espaço
Porque espaço é apenas uma palavra inventada por alguém que tinha medo de ficar muito

Perto
Eu quero você perto
E perto não é perto suficiente, não

Oh cara
Não sou conhecida por ficar sem o que falar
Mas agora, de alguma forma,
Minhas palavras saem da minha língua direto para os seus lábios
Estou mantendo a calma enquanto você continua sorrindo
Dizendo tudo o que eu estou pensando
Eu sou como você, então vou provar do que você está sentindo

Porque se eu te quero, eu te quero, amor
Não vou andar para trás, não vou pedir espaço
Porque espaço é apenas uma palavra inventada por alguém que tinha medo de ficar muito

Perto
Oh, muito perto
Eu quero você perto

Porque se eu te quero, eu te quero amor
Não vou andar para trás, não vou pedir espaço
Porque espaço é apenas uma palavra inventada por alguém que tinha medo de ficar muito perto


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