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História Colors (Imagine OT7) - Sensação Culposa


Escrita por: Call_me_Amanda

Notas do Autor


❤️ᴇsᴄʀɪᴛᴏ ᴘᴏʀ: @Call_me_Amanda
💚ᴄᴀᴘᴀ ᴇ ʙᴀɴɴᴇʀ ᴘᴏʀ: @Cat-Line
🤎ᴡᴀᴛᴛᴘᴀᴅ:
https://www.wattpad.com/story/254007133-colors
🤍ᴍᴜsɪᴄᴀ: The Scientist - Coldplay
https://open.spotify.com/track/75JFxkI2RXiU7L9VXzMkle?si=mcvMs5x1TX2HhtWyl01i1A&dl_branch=1
🖤ᴘʟᴀʏʟɪsᴛ:
https://open.spotify.com/playlist/2STMnRv3QbwS0FntI8PvsG?si=wxj5aWBQQmiJc5Qp2k8_sw
🧡ᴊᴏʀɴᴀʟ:
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💙ᴛʀᴀɪʟᴇʀ: https://youtu.be/JayikUy0VNg
💛ʙᴇᴛᴀɢᴇᴍ: @MiaSmoak-Queen
💜ɴᴏᴛᴀs: Ela se envolveu com os sete sexualmente, o que é diferente de criar laços afetivos no sentido amoroso. Obviamente sentia algo a mais por eles e gostaria de aprofundar nesse sentimento. Em meio a janta em “família”, S/n se lembra de algo muito importante e que lhe causa muito arrependimento.

Capítulo 19 - Sensação Culposa


Fanfic / Fanfiction Colors (Imagine OT7) - Sensação Culposa

    Estavam todos reunidos na sala comendo o curry que S/n e Jin fizeram. Os dois que haviam acabado de chegar da academia detonaram três pratadas, e o mais impressionante era que eles ainda sim tinham um corpo perfeito. Era uma genética abençoada, na concepção de S/n, que sempre se impressionava. 

    Jimin, que havia se dirigido a cozinha a fim de pegar uma bebida para ele e os amigos, berrou, assustando quem havia ficado na sala, e rapidamente explicou que quase havia caído por conta do chão que estava meio escorregadio.

    — Esqueci de limpar… A S/n deixou o leite cair no chão — Jin logo bolou, engasgando com a colher na boca, e, enquanto isso, a jovem o olhou totalmente incrédula, afinal, a verdade era que a sujeira era mais dele do que dela.

    — Curry não precisa de leite — Jimin comentou e o silêncio reinou no momento seguinte, mas não por muito tempo, pois logo a voz de Namjoon soou pelo cômodo.

    — Isso aqui tá bom demais! 

    — Me lembrou o curry da minha avó.

    Taehyung havia sido criado na fazenda com seus avós por quatorze anos. Os dois se foram e por isso ele tinha aquele olhar de nostalgia nos olhos enquanto comia do curry feito por dois de seus amigos. Lembranças invadiam sua mente e a saudade o abatia completamente naquele momento.

    — Está uma delícia graças a Jin, que é um ótimo cozinheiro! — S/n o elogiou com um sorriso. — Se fosse depender de mim, iria comprar uns hambúrgueres do McDonald's mesmo — confessou rindo. 

    — Sério?! — Taehyung exclama com bochechas de esquilo, os olhos brilhantes. Ele era fã de hambúrguer.

    — Pare de ser modesta — Jin diz, chamando a atenção para si. — Ficou muito melhor com a sua ajuda, minha cara aprendiz.

    E a garota sorriu.

    — Por falar nisso, quando é que você vai estar livre pra gente começar as aulas de fotografia? — Jungkook perguntou naturalmente.

    Tae deixa a colher deslizar no fundo do prato, fazendo um barulho agudo.

    — A S/n não se interessa por fotografia.

    — Do que você está falando? Ela adorou a ideia quando eu sugeri — Jungkook retrucou Taehyung.

    — Ela disse que meu japonês é muito bom, daí eu perguntei se ela queria que eu a ensinasse e ela aceitou — retrucou de volta.

    De repente, ambos olham para S/n, que se encolheu no sofá onde estava sentada, escondendo o rosto atrás da cumbuca.

    — Prefere desperdiçar seu tempo com um zé-mané e sua câmera ou ver comigo um monte de conteúdo educativo chamado anime? — Taehyung diz em voz alta todo seguro de si.

    — Pare de ser ridículo! — Jungkook exclamou debochado. — Capturar os momentos com perfeição é muito mais interessante que ver um bando de bobagem infantil com você! Durmo nos primeiros dois minutos de chatice rolando. Ela vai ficar burra se andar com você!

    — Engraçado, vi alguém assistindo Kung-Fu Panda na sala de espera do nosso último show… Não era você, Jungkook? — Tae diz com um sorrisinho provocante nos lábios.

    No instante seguinte, era quase possível sair raios de seus olhos. E enquanto isso, S/n se divertia, por mais que fizesse um grande esforço para manter a postura.

    — Gente, não precisa disso. Tenho tempo para os dois.

    — E para mim? —  Jimin se pronunciou. — Você tem tempo para me deixar te guiar pela arte da caligrafia? — pergunta, fazendo um gesto pincelando no ar.

    — Se fosse a S/n, ignoraria todos — Yoongi diz num tom bastante grave.

    — Ei! — Jungkook reclamou.

    — Não se meta nisso, Yoongi! — Taehyung tentou impedir, mas já era tarde.

    — Ao menos eu tenho algo a ensinar para ela. — entoou, os olhos semicerrados de Suga sobre eles. — Se ela quiser aprender algo de útil de verdade… — Começa a lançar a discórdia, fazendo os outros meninos arregaçarem as mangas. — Me nomeio Min Yoongi, professor de piano. Estou a sua disposição, mocinha — finalizou com chave de ouro, lançando uma piscadela enrubescedora. 

    — Com esse bando de atividades eu me sinto de volta à escola — ela comentou baixinho.

    — Sente falta? — Hoseok a interrompe.

    — Da escola? — O viu balançar a cabeça, curioso. — Não muito… Dos amigos, um pouco.

    — Essa é das minhas — Jin diz com a boca cheia, fazendo a garota rir.

    — Eu não acredito que acabou! Quero mais… — Namjoon choraminga.

    — Então, meu staff pessoal, que tal eu e você prepararmos mais? — S/n adorou o jeito acanhado do líder e os meninos também. — Se eu aprender tudo o que vocês querem me ensinar, como o próprio Jin me deu uma aula particular de culinária, diga adeus as suas incríveis conquistas de melhor em tudo, Jungkook!

    O coelho estalou as juntas.

    — Estive me preparando para um oponente à altura por todos esses anos. Pode vir! — disse com seu sotaque lento de Busan e todos riram.

 

ಌ사랑ಌ

 

    Ao terminar de comer, S/n recolheu os pratos entregando para Jin, que cuidaria da louça naquele dia. Os outros permaneceram sentados, conversando sobre a vida quando S/n se lembrou de algo muito importante, o que a fez se paralisar por um momento, gritando logo em seguida, sem controlar o tom de voz.

    — Meu pai!

    Todos olharam para a jovem, que tinha os olhos esbugalhados.

    — Esqueci de falar com ele! Sasha me avisou e eu esqueci.

    E então eles viram ela correr para o próprio quarto, atrás de seu celular. Ao encontrá-lo, o tirou do carregador, percebendo que havia ficado conectado mais do que necessário, vendo uma ligação perdida de seu pai e oito de Sasha. 

    — Nem fiquei tanto tempo sem mexer para ter tudo isso… Espero que esteja tudo bem — conversou com ela mesma, tentando ligar primeiro para seu pai. — Caixa postal… —  murmurou. — Vamos tentar de novo. 

 

“O número que você ligou está fora de área, não recebe chamadas, ou está desligado”

 

    E ao dar o mesmo pela quarta vez, se preocupou, afinal, ele nunca desliga o celular. Ainda assim, decide ligar para Sasha, que atende um pouco fanha.

 

Ligação On

 

    — S/n, é você? Graças a Deus!

    — Sim, sou eu. Está tudo bem, Sa-

    — Não! — praticamente gritou. — O que você estava fazendo? Te liguei mil vezes! — Sua voz estava desregulada.

    — Deixei o celular carregando…

    — Tá, tá, tá, não importa!

    A respiração da outra sai forte no telefone e S/n se preocupou.

    — O que está acontecendo, Sasha? Tentei falar com meu pai, mas o celular só dá na caixa postal. Você está com ele por perto?

    — O senhor Jaime não pode falar agora…

    — Do que está falando? Ele está aí? Passa para ele, Sasha.

    — Não dá — choramingou.

    — Sasha, diz agora o que está acontecendo! — ordenou, sentindo um aperto no peito.

    Sabe aquele momento em que você percebe que tudo vai mudar por conta de um simples acontecimento? Era exatamente isso que S/n sentia — ou melhor, previa.

    — Fui levar a janta para o seu pai hoje e, quando cheguei, achei ele desacordado no meio da sala. — Deu uma pausa. — Chamei uma ambulância e estou no pronto-socorro.

    S/n nem mesmo percebeu o momento em que lágrimas grossas começaram a descer por seu rosto alvo.

    — Não sei como te dizer isso… — Soluçou tanto quanto a amiga do outro lado do telefone, que não estava preparada para ouvir o que estava prestes a contar. — Seu pai teve um derrame, S/n.

    A intérprete sente o ar faltar. 

    — M-mas e-ele e-está b-bem… c-certo? — questinou, em meio a vários soluços.

    — Os médicos passaram o dia inteiro com ele na sala de cirurgia… — Fez uma pausa curta. — E-espera! O doutor! 

    De repente S/n ouve a amiga chamar pelo doutor. E então coloca o ouvido na saída de som com a respiração suspensa, tentando escutar qualquer coisinha, mas os cochichos e os chiados não formavam frases coesas e por isso pareceu uma eternidade até finalmente Sasha retomar a conversa crucial. S/n quase morreu a cada milésimo de segundo esperando para ouvir sua voz novamente.

    — Eu não sei se é bom ou ruim o que vou te falar…

    — Sasha!

    — Ele está bem, está estável, mas… 

    Toda vez que há um porém neste tipo de situação, o lado ruim é bem preocupante, foi o que a filha de Jaime pensou.

    — Ele está em coma e… eles não sabem quando sua consciência poderá voltar.

    O corpo de S/N estava completamente paralizado, e parecia que uma agulha estava cravada em cada poro de sua pele, cheias de ácido, queimando-a por dentro, ao mesmo tempo em que a traquéia está completamente bloqueada com blocos de gelo, empilhados um em cima do outro até fechar todo o canal. Ela nunca havia se sentido tão mal quanto estava se sentindo naquele momento.

    — S/n? Amiga? Ei, você está me ouvindo? — Sasha chamou várias vezes.

    — E-estou aqui — pronuncia com dificuldade.

    — Amiga, eu sinto muito mesmo.

    Ela entrou em um transe forte, no qual pensou que nunca mais sairia. A voz de sua melhor amiga parecia estar a quilômetros de distância, mas ela lutou para retomar o controle sobre si mesma e pensar coerente.

    — Eu vou para aí o mais rápido que eu puder. — disse com firmeza. — Fica com ele. Promete que não sairá do lado dele? Promete? 

    — Eu jamais deixaria o senhor Jaime nessas condições —  responde seriamente. — Chamei minha mãe e eu e ela passaremos a noite aqui com ele. Pode ser que ele se recupere ainda hoje. Não perca as esperanças, S/n.

    — Obrigada, bestie. Me aguarde aí e fique ligada no celular. Vou ligar quando eu chegar.

    — Você também. Te mando mensagem se tiver mais notícias.

 

Ligação Off

 

    S/n finalizou a ligação mais difícil de sua vida em prantos, chorando tanto que só parou quando não tinha mais água para sair de seu corpo. Ficou sentada completamente sem emoção na cama por bastante tempo até ouvir toques na porta.

    Sua mente não processava mais nada. Seu olhar estava embaçado e as sete figuras em sua frente não pareciam ter rosto e sua cabeça… Que cabeça? Parecia que tinha sido esmagada por um rolo compressor. São muitos tons de vozes diferentes e muitas silhuetas passando na sua frente, deixando tudo ainda mais confuso. Sua ficha ainda não havia caído. Estava em negação. Ela não podia aceitar que seu pai havia tido um AVC e pior, entrado em coma com ela estando morando do outro lado do mundo.

    Ele tinha 55 anos, mas envelheceu bem. Não pode ser real, apenas não pode, pensou, chorosa.

    E enquanto ela se encontrava naquele torpor, todos os garotos que haviam ficado na sala quando ela correu para o quarto a pouco e que haviam aparecido na porta do quarto dela, adentrando calmamente, percebendo que algo grave havia acontecido e consequentemente a deixado daquele jeito, aproximaram-se, mesmo que ela não percebesse que estavam todos ali, na frente dela, extremamente preocupados e um pouco curiosos com o que havia acontecido para deixar a alegre e entusiasmada S/n tão destruída.

    — S/n? — Namjoon a chama. — Você consegue me ouvir?

    — Alguém sabe o que aconteceu? — Jimin perguntou, vendo todos darem de ombros. — S/n? Lindinha?

    Ela não respondeu, o que os deixou mais preocupados.

    — Por que ela está assim?

    — Eu estou tentando descobrir, não está vendo?! — Namjoon acabou sendo grosseiro com Jimin.

    — Ela não pisca — Yoongi notou, abrindo e fechando a boca pensando no que diria. — Foi algo bastante grave.

    — Não me diga, detetive — Namjoon novamente retrucou de forma grosseira.

    — Está todo mundo aqui preocupado, você não é o único, valeu? Para de ser babaca — Yoongi rebateu e os dois se estranharam.

    Jimin se colocou agachado diante da jovem.

    — Pequena…, seja o que estiver passando, saiba que vai ficar tudo bem — promete com carinho, não tendo ideia da gravidade do problema.

    — Até parece que dizer “vai ficar tudo bem” adianta alguma coisa.

    — Vai se ferrar, Tae! —  Jimin xingou, engrossando o tom. Estavam todos de saco cheio consigo mesmo e com sua impotência em ajudar o ser que amam.

    — Ela está em choque, Jimin! Não vai ser a sua esperança o antídoto dela.

    — Então o que sugere, ó, Kim Taehyung, o sábio?!

    — Isso não ajuda em nada! — Jungkook dá um basta que fizeram todos o olharem. — Todo mundo tem é que calar a boca!

    E então o silêncio reinou. E de repente, a visão de S/n volta aos poucos ao normal.

    — Meninos… —  sussurrou fraquinho.

    — Ela falou! — Jimin praticamente gritou.

    — S/n, olha para mim. — Namjoon se abaixa diante dela, colocando as mãos ao redor de suas orelhas, abafando o som ambiente. —  Nós estamos aqui. Você não está sozinha, okay? — Jimin cutucou Nam, sugerindo algo baixinho. — Mas o que… — E então compreendeu o que o amigo queria dizer. A garota estava fora de órbita. Seria difícil acalmá-la se nem ao menos os ouvisse. — S/n, por favor, baby. Pisque se estiver me ouvindo. 

    Suas pálpebras se fecharam, mas ao abrir, acaba sentindo dor. A luz estava tão clara no quarto que agredia seus olhos.

    — Primeiro quero que se acalme, está bem?

    Ela piscou algumas vezes e então, Yoongi acabou se abaixando diante dela também, segurando suas mãos.

    — Você precisa respirar fundo. Fecha os olhos e só se concentra na minha voz — pediu, e então a viu obedecer a ordem igual um robô, vazia por dentro, apenas realizando o que lhe foi instruído. — Essa é uma técnica básica de controle de respiração. Chama quatro-oito-sete. — Apertou sua mão. — Coloca a ponta da língua no céu da boca, atrás dos dentes e expira pela boca. — A viu fazer, sorrindo pequeno. — Agora fecha a boca, ainda com a língua pressionando o céu e inspira devagar, contando até quatro. Segura o ar enquanto conta até sete.

    S/n segue as instruções, sentindo o corpo amolecer quase que instantaneamente.

    — Agora você vai contar junto comigo por oito segundos e a gente vai repetir juntos até normalizar — continuou sem tirar os dedos dos dela por um segundo.

    Para S/n parecia ridículo, mas realmente havia funcionado. Com seu corpo relaxado, ela começa a sentir o sono chegar. Pendeu para o lado e rapidamente é amparada por ombros largos, o tipo digno de deitar e chorar. Ver eles se esforçando para lhe ajudar dava mais um motivo pra chorar e então ela libera o que havia pensado ter acabado, encharcando a roupa alheia.

    — Tae, pega a caixa de lenço para ela — Jin prontamente indica com a cabeça para o amigo.

    — Já está aqui. — Tira um pedaço de lenço e limpa o rosto avermelhado com cuidado. — A boca dela está seca. —  Olhou para um dos amigos que estava ao seu lado. — Cadê a água?

    — Hoseok foi buscar — Namjoon informa, as mãos inquietas estendidas ao lado do corpo. — Dá para alguém ver o porquê dessa demora?

    — Aqui! Está aqui! — Hoseok se apressa a entregar a água à S/n. — Bebe tudo, vai ajudar. — Encaixa o vidro nos lábios judiados e inclina um pouco, ficando com o semblante melancólico com seu estado.

    — Obrigada — ela agradece e Tae limpa o que escapou de água no canto de sua boca com outro lenço. 

    Jin acaricia o braço de S/n, beijando sua têmpora, fazendo-a lembrar dos carinhos de seu pai e a tristeza volta a apossar todo seu corpo.

    — Se vocês não estivessem aqui…

    Tae usa o lenço para não deixar que as bochechas pálidas recebessem mais lágrimas. Ele já havia gasto cerca de seis folhas.

    — Nem quero pensar nisso — S/n tristemente declara.

    — Nos importamos com você! 

    Os outros concordam totalmente com Jimin.

    — Te ver assim partiu nossos corações — Jungkook completou rapidamente. — Ficar do seu lado e te acalmar era o mínimo que podíamos fazer.

    — A hora que você quiser contar para nós o que a fez tão mal, vamos te escutar. Por enquanto, apenas descanse.

    Jin deita S/n na cama enquanto Hoseok a cobre com um edredom quentinho e florido. Taehyung dá um beijinho na sua testa e afirma algumas vezes, bem baixinho, que tudo ficaria bem enquanto Jimin deita ao seu lado, massageando sua bochecha com o dedão.

    É bom ter pessoas que te amam cuidando de você, pensou com um meio sorriso nos lábios, ainda que estivesse muito triste. 

    S/n desviou os olhos para a cadeira de estudos onde Yoongi estava sentado, pensativo.

    — Onde aprendeu essa técnica de respiração? — O supetão o assustou. Ajeitou-se e tentou distrair-se quanto ao rostinho inchado de sua mocinha, pois como aquilo lhe doia.

    — Ela é usada para muitas coisas. Acalmar crises de ansiedade, fortalecer a respiração e melhorar a voz. Só que ela também serve para colocar nosso corpo em um estado de dormência e fica mais fácil para dormir — explica resumidamente.

    — Dessa vez você se superou — Namjoon teve de o elogiar.

    — Uma técnica dessa só para dormir? — Jimin parece intrigado.

    — O que é que tem? — Yoongi desdenhou.

    — Ela me ajudou muito. Obrigada. — A voz feminina se sobressaiu, dando carga em sete corações distintos e igualmente avassalados por si. E então ela percebe que havia deixado o mau-humor em pessoa envergonhado.

    — Como descobriram que eu estava…

    — Você gritou… algumas vezes. Deu uma crise horrível de choro e escutamos lá debaixo. — Namjoon ficou cabisbaixo como se o culpado fosse ele.

    — Me desculpem… — Encolheu-se entre Jimin e Taehyung que a adoravam com seus dígitos, tratando de seus cabelos e seu rosto.

    — Por que está se desculpando? — Jin estava com o cenho franzido. — Todo mundo chora, S/n. Todo mundo tem direito de ficar triste, mas nós… — Sorriu. — Nós só queremos te ver feliz.

    — Te ver assim… — Hoseok fez uma pausa, demonstrando sua tristeza. — Hope fica desolado.

    E então a jovem começou a pensar em uma forma de contar o que estava acontecendo, mas mais pelo fato de que ela não sabia de onde tiraria forças para falar que seu pai, seu amado pai, estava em coma. Suspirou longamente, sentindo os olhos lacrimejarem.

    — É o meu pai… E-ele. — Encheu os pulmões de ar. — Ele teve um derrame hoje e e-eu… Meu celular ficou aqui e ele tentou ligar antes de acontecer… — Fechou as mãos em punhos. — Droga! Porcaria! Eu não estava lá para ele. Eu não atendi sua ligação porque meu celular estava carregando, não liguei de volta para ele porque havia me esquecido… Meu Deus! Eu me odeio!

    Mais lágrimas descem por seu rosto de brasileira. Ela realmente estava se sentindo mal consigo mesma naquele momento por se lembrar que poderia ser diferente se tivesse atendido sua ligação. Eu estava transando ao invés de dar atenção ao meu pai, pensou, chorosa.

    A culpa não é sua, S/N, sua mente praticamente contra-argumentou tentando fazê-la voltar ao normal e eliminar o sentimento ruim que estava começando a corroê-la completamente. E então ela pensou melhor e percebeu que mesmo que atendesse sua ligação, não poderia ajudar, pois estava muito longe de casa.

   Suspirou longamente, ouvindo o silêncio sepulcral dos meninos; uns com o cenho franzido e outros tampando a própria boca.

Eu não o perdi, diz mentalmente a si mesma tentando lhe dar esperanças.

    Não importando a afirmação, S/n pensava nas inúmeras possibilidades de perdê-lo de uma vez por todas e seu coração se apertava só em imaginar aquilo acontecendo. Pensou, pensou, pensou demais. Olhou para seus amigos, podendo adivinhar o porquê de tamanho silêncio entre eles. Cada um já havia perdido pessoas que amavam, principalmente V, e essa é uma das razões para ele ser tão grudado aos amigos e por ser tão emotivo. Vê-los deixarem suas tristezas de lado e concentrarem suas boas energias a ela, aquilo era mágico. E ela não sabia nem mesmo como agradecer por suas gentilezas.

    — E como ele está?

    Taehyung havia sido o único a demonstrar com sua reação que estava mais que certo de que o pai dela estava bem de alguma forma.

    — Em coma — contou chorosa, descendo a testa até o peito do maior. — Disseram que não sabem quando ele vai acordar… Ou se vai acordar. 

    — Ele vai acordar! — Jungkook diz com firmeza. S/n não conseguia acreditar e por isso se perguntava como ele podia ter tanta certeza daquelas palavras; não que estivesse reclamando de suas positividades, todavia, ela era uma pessoa realista e sabia que não era apenas afirmar que tudo iria ficar bem, que realmente ficaria. — Você vai poder vê-lo novamente — ele insistiu positivo.

    — Espero que esteja certo.

    — Já me viu errar? — Ergueu uma sobrancelha com um sorriso ladino e S/n não conseguiu deixar de rir ao mesmo tempo em que ele deitava na mesma posição que Jimin, só que do outro lado, cutucando o nariz da amada antes de fitar Namjoon. — Ela precisa vê-lo.

    Não era preciso dizer mais nada, afinal, RM entendia completamente e estava de acordo que deveria acontecer o mais depressa possível, e por isso pega o celular que estava em seu bolso, ligando para o único contato que resolve todos os seus problemas.

 

ಌ사랑ಌ

 

    — Lin dará um jeito de arrumar um voo ainda hoje, então é melhor arrumar as malas. —  Namjoon, convicto após a ligação, lança um olhar suspirante para ela, mas S/n é impedida de se erguer por dois fatores: o cansaço e os homens que continuavam com as carícias que traziam seu sono.

    — Nós arrumamos tudo, princesa. Não se preocupe.

    E a última voz que ela ouve é a de Taehyung antes de cair em um sono profundo e tranquilo.


Notas Finais


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𝗧𝗿𝗮𝗱𝘂𝗰𝗮𝗼 𝗱𝗼 𝘁𝗲𝗺𝗮: A Cientista

Vim para te encontrar, dizer que sinto muito
Você não sabe quão adorável você é
Eu tinha que te encontrar, dizer que preciso de você
E dizer que te escolhi

Me conte seus segredos e me faça suas perguntas
Oh, vamos voltar para o começo
Correndo em círculos, perseguindo caudas
Cabeças em uma ciência a parte

Ninguém disse que seria fácil
É uma pena nos separarmos
Ninguém disse que seria fácil
Mas também ninguém nunca disse que seria tão difícil
Oh, me leve de volta ao começo

Eu só estava analisando números e figuras
Desfazendo os enigmas
Questões da ciência, ciência e progresso
Não falam tão alto quanto meu coração

Me diga que me ama, volte e me assombre
Oh, e eu corro para o começo
Correndo em círculos, perseguindo nossas caldas
Voltando a ser como éramos

Ninguém disse que seria fácil
É uma pena nos separarmos
Ninguém disse que seria fácil
Mas também ninguém nunca disse que seria tão difícil
Eu estou voltando para o começo


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