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História Como (não) ser popular - A Teoria do Banheiro


Escrita por: inosukie

Notas do Autor


VOLTAMOS. Aleluia né? Desculpe pela demora, estamos ocupada e nos adaptando a nova rotina...

Sem enrolações, vão lá ler.

Capítulo 4 - A Teoria do Banheiro


Fanfic / Fanfiction Como (não) ser popular - A Teoria do Banheiro

6 de fevereiro de 2016

Muita dor de cabeça, teorias e tretas.

15:48

O mundo de fato não é um lugar perfeito.

Aposto todos os meus centavos, que juntei com meu precioso suor gerado de tanto pedir aos meus pais dinheiro para quadrinhos, que a vida tem um significado mais amplo do que nós, meros mortais, poderíamos entender.

Tá, eu sei, estou dando uma de filósofo fora de hora. Mas eu tenho meus motivos.

Nos últimos dias não pude escrever direito no meu... Ainda não criei um nome para isso. Quem sabe manual? É, talvez seja, qualquer coisa menos diário.

Enfim, como eu dizia, nos últimos dias não consegui escrever o suficiente nesse meu manual. Tudo o que escrevi foram mensagens a Jung Hoseok, mensagens essas que nunca serão entregues por motivos de:

1. Eu tenho bom senso;

2. Eu sei que se ele recebesse essas mensagens poderia me denunciar às autoridades por ameaças de morte.

E então nesse tempo “longe”, eu concluí diversas coisas sobre a vida, e essas tais coisas fizeram mais sentido para mim agora. Tudo bem, eu vou explicar.

Sempre que estamos certos de que alguma coisa vai acontecer, quando cremos e garantimos certeza de algum resultado, acontece o contrário. E as melhores coisas são as inesperadas, porque, de fato, são inesperadas. E como se tudo na minha vida já não fosse uma grande confusão, percebi que coisas inesperadas geralmente acontecem também em lugares inesperados.

Banheiros.

Agora faz sentido porque tudo é uma merda.

Enfim, banheiros.

Substantivo masculino.

1.

Local público ou privado, equipado com vaso sanitário; toalete, sanitário.

2.

Cômodo da casa onde se acham instalados a banheira e/ou o chuveiro, vaso sanitário, pia e, às vezes, bidê.

3.

Vaso sanitário, latrina.

4.

Salva-vidas ('nadador').

Leia a definição 4, ela está certa.

Depois de bancar o filósofo em plena madrugada, conclui que, se minha vida fosse um livro, com certeza se chamaria “Teorema do Banheiro”.

É um nome legal, até.

Talvez alguém comprasse.

Para limpar a bunda depois.

Só que para vocês entenderem isso precisaremos retroceder no espaço e tempo e voltar até o dia onde Jimin chega até mim e diz que Jackson vai colaborar com a festa, dando as bebidas.

O sinal para irmos embora tinha acabado de tocar, eu estava com a minha mochila apoiada em um dos ombros lendo uma obra de Julio Verne para um trabalho de literatura. Eu nem pensava em fazer aquele trabalho, mas a ideia de ficar encarando aquele povo feio antes de ir embora me pareceu ainda mais tediante do que ler a obra do cara Verne. Foi ai que Jimin, e o desgraçado do Jackson, se aproximam de mim.

Felicidade e tristeza ao mesmo tempo.

Jimin era como um lindo e chuvoso dia, onde eu posso passar horas encostado na janela observando as gotas caírem, ou até lendo um livro e tomando cappuccino. Já Jackson era aqueles dias ensolarados, de no mínimo quarenta graus, onde você fica todo soado só por pegar o controle remoto que caiu no chão. Sem contar o fedor, o cabelo grudado na testa, aquele mar embaixo das axilas.

É um horror.

Preciso de mais para explicar?

Jimin sorriu para mim, e isso realmente fez meu estomago entrar em erupção, perdi todo o ar. E antes que fiquem pensando que eu estou morrendo de amores por ele, quero deixar bem claro que não. Eu apenas tenho uma quedinha, ok, talvez um precipício por ele. De qualquer forma não é como se eu fosse me ajoelhar diante sua presença.

— Oi Yo.... — Ok, ele nem ao menos conseguia lembrar meu nome, mas ainda assim achei fofo — Como você se chama mesmo?

— Yoongi — Eu não demostrei nenhuma emoção por fora, mas por dentro queria beijar e espancar ele.

Lembrem-se disso, pois será uma coisa rara, haverá um dia em que todo mundo saberá meu nome e eu sinto que esse dia esta próximo, bem proximo.

— Esse é o Jackson — Ele puxou o maldito para perto da gente. Jackson me deu um sorriso bem Jackson, uma mistura de egocentrismo e babaquice. Naquele dia eu descreveria como um sorriso charmoso, mas egocentrismo e babaquice combinam bem mais — Conhece ele?

— Sim — infelizmente, eu tive esse desprazer.

— Ele se propôs a pagar a bebida, tudo bem? — Jimin, por que você colaborou com isso? Fica difícil te fantasiar como o perfeitinho desse jeito.

Olhei para Jackson.

Ele era bonito.

Muito bonito.

Pena que é só isso mesmo.

— Não acho uma boa ideia. Não é para levar nada que contenha álcool para a festa, entendeu? — Acho que se eu tivesse dito aquilo com mais vontade e agressividade, minha ordem provavelmente tivesse entrado no cérebro miúdo dele. Uma pena isso não ter acontecido.

— Entendi — Ele respondeu.

Mentiroso.

No dia seguinte, ás 20:00, só não tinha aluno pendurado no teto de tão bêbado porque a gravidade existe. Mas cá entre nós, se a gravidade fosse o Jackson, nós teriamos terminado aquela festa na Lua, escutando música do Tame Impala de tão doido que iríamos estar.

Não deixem o Jackson e caras como ele, levarem a bebida. Aliás, não deixem eles colaborarem em nada com a festa, muito menos os convide. Anotaram isso, crianças?

Acho que com essa explicação posso desacelerar um pouco a viagem no tempo e irmos direto para o começo da festa.

19:48

É nesse exato momento que aparece a primeira pessoa para a festa. Não é Jimin, eu estava esperando que fosse ele, mas é o Taehyung.

Quando abro a porta o encontro com um sorriso bobo no rosto e os salgados no qual ele tinha ficado responsável por trazer, em suas mãos. Ele não espera nem eu falar para ele entrar, já faz isso por conta própria.

— Casa bonita.

Pena que só hoje, já que Nayeon passou a tarde aqui ajudando arrumar e deixar a casa mais aceitável. Devo uma para ela. Na verdade duas. Na sexta-feira ela me ajudou a escolher roupas para a festa, e ainda fez um corte no meu cabelo que ocultou um pouco o quão derrotado e relaxado eu sou.

Não comento isso com Taehyung, não faz diferença ele saber que a irmã do Namjoon é uma garota bacana e talentosa, ainda posso poupar ela de ser conhecida por gente como Taehyung, e de ser conhecida como irmã do Namjoon.

Apenas agradeço.

Também não preciso me esforçar para fazer Taehyung se sentir à vontade, ele mal entra na minha casa e já sabe onde fica a cozinha e a sala, começa a mexer no som e já coloca uma música para tocar. Para eu chegar a esse nível do Taehyung, eu levaria no minimo uns três dias morando na casa da pessoa, tenho que confessar que essa comodidade dele me causa inveja, é tão natural, gostaria de ser assim.

As próximas pessoas que chegam, ele as recebe junto comigo, é até bom, eu acabo soando mais natural ao cumprimenta-las junto com Taehyung.

A maioria que vai chegando eu não conheço e é engraçado porque incrivelmente elas sabem o meu nome e que sou eu que estou dando a festa, me tratam bem e trazem mais coisas como copos descartáveis ou refrigerantes.

Não sei se isso foi trabalho do Hoseok, do Jimin ou do Jungkook, mas essa coisa de ser popular está indo para frente.

Os primeiros rostos conhecidos que vejo depois de Taehyung são os irmãos gêmeos, Oliver e Sophia. São bem parecidos, só que é uma raridade existir irmãos gêmeos idênticos de sexos diferente e eles não são a exceção. Também tem aquela beleza clichê que os destaca por onde passam, são brancos e de olhos claros, Sophia é mais baixa que Oliver.

Isso não importa muito né?

E acho que já falei deles antes, andam sempre com Jackson e Regina, ambos são populares e Sophia é membro do clube de fotografia, tanto que em sua mão carrega uma Canon 5D MARK III, e como eu sei disso?

Procurei no Google depois.

O triste daquele momento foi saber que, nem em dez anos juntando todos os meus dinheiros de quadrinhos, eu teria dinheiro para comprar uma. Mas provavelmente a câmera não era dela, e sim da escola. Ou pelo menos é mais reconfortante pensar assim.

Hugo chega quase junto com eles e tenta se misturar com Sophia, pedindo alguma foto para o jornal. Sophia parece relutante em aceitar alguma parceria com o líder do clube do jornal e esnoba ele o máximo que pode.

— Some daqui — Posso ouvir ela falar antes de ir atender os próximos convidados.

Taehyung não veio mais comigo, agora ele está ocupado na sala perto da TV que exibi um clipe de um tal de DIPLO, esta conversando com os que já chegaram e eu nem preciso mais dele para conseguir receber as pessoas de forma atrativa, acabei pegando o jeito.

Os próximos são os irmãos Tyler e Nathan, também pertencem ao grupinho do Jackson. Tyler é introvertido, já vi ele no clube de teatro e parece odiar festas. Provavelmente os pais dele obrigam Nathan a levar Tyler junto porque Nathan é o oposto do irmão, bagunceiro, esquentadinho e problemático, o time de Jackson vive tendo problemas porque ele quando se irrita, agride os rivais.

O que não é uma má ideia visto que muitas vezes os rivais, em campo, são os membros do time do Hoseok.

E fala sério, agredir Jung Hoseok é o sonho de qualquer um.

Nathan mal presta atenção no meu cumprimento e já vai entrando. Tyler, por outro lado, abaixa a cabeça e pede desculpa enquanto segue o irmão que acaba de encontrar alguns conhecidos, e que, a propósito, está falando com eles aos berros e risadas.

A educação que sobra em um, esta escassa no outro.

Tenho que dizer: Tyler é bonitinho, eu beijaria.

Regina por fim aparece com Camila, uma menina bacana e que todo mundo sabe que foi a primeira namorada de Hoseok.

Junto com elas tem mais duas garotas que não sei quem são e nem faço questão de saber, se é amiga de Regina já o bastante para eu querer me manter longe.

— O Jackson já chegou? — Regina parece ter bebido ácido ao perguntar isso para mim, ela me odeia e não se esforça para esconder esse fato.

— Não — Eu também evito o esforço de tentar ser amigável com ela.

Enquanto elas entram, Namjoon se aproxima de mim, até então ele estava trancado no meu quarto fazendo os trabalhos da escola porque ele é um bom exemplo de pessoa, sigam ele, não eu.

— O que você fez para ela? — Ele pergunta olhando Regina se afastar e sumir na sala que já está cheia de gente dançando e conversando. Eu não consigo ver a graça disso, mas é desse jeito que vou conseguir que esses idiotas me reconheçam, então que fiquem naquela sala dançando igual umas baratas tontas.

— Não sei — É, eu realmente não sei porque Regina me odeia, deve ser coisa de instinto, gente como ela e gente como eu não foram feitas para se tratarem bem.

Jimin por fim chega, trazendo mais comida e, infelizmente, Jungkook vem logo atrás. As coisas se tornam mais triste quando Jimin esta magnificamente lindo com o cabelo laranja um pouco repartido no meio, com um coturno muito legal

Quando Jungkook está passando me parece tentador colocar o pé na frente para ele tropeçar e destruir o rostinho dele, então Jimin parar de gostar dele e vir para meus braços. O único problema nisso tudo é que se Jimin está com Jungkook apenas pela beleza dele, eu não quero Jimin comigo.

E o Jimin também não ficaria comigo pela minha beleza. Até porque ela foi dar uma volta antes de eu nascer e até hoje não voltou.

— Hoseok e Taehyung já estão aqui? Ah, o Jin já chegou também? — Jungkook pergunta.

— Não — eu e Namjoon respondemos ao mesmo tempo.

— Ok... — Jungkook olha para a gente de forma estranha e se afasta.

— Que garoto bonitinho — Namjoon comenta.

Tive vontade de matar Namjoon, mas ainda não contei que eu por um acaso acho o namorado de Jungkook um lindo, queria ter filhos, um cachorro e passar as ferias no Canada com ele, então não respondo nada demais.

— Ah.

Aí Hoseok chega. Quando ele vê como a festa está indo parece orgulhoso.

— Taehyung já chegou? — É a primeira coisa que ele me fala.  

Quando respondo que sim, vejo os olhos dele brilharem, mas isso só dura uns segundos porque mais alguém chega. Minha mão está indo até a maçaneta quando a mão dele se esbarra na minha, no final ele ganha e abre a porta.

— Cadê as coisas? — Ele faz uma expressão de desgosto — Você falou que ia ajudar.

— Eu falei — Jin entra — E estou ajudando trazendo minha barriga e minha boca. Onde está a comida?

Namjoon cumprimenta SeokJin e o leva até a cozinha, Hoseok olha para SeokJin com mais desgosto ainda, quero dar dois tapinhas no ombro de Hoseok porque acabei de ser trocado pelo meu melhor amigo com o melhor amigo dele, quase faço isso só que Jackson chega nesse exato momento.

Não desejem mal para nenhum de seus inimigos, desejem Jackson.

Hoseok cumprimenta ele e Jackson responde gritando para que todos saibam que ele está na área. Nathan aparece que nem um caõzinho ao ver seu dono voltar para casa abanando o rabinho para lá e para cá.

— Trouxe mais bebida, alguém pode me ajudar a carregar as caixas térmica para dentro? — Diz Jackson.

Nathan chama mais dois garotos e saem os quatro, indo até um carro que está ligado e parado no meio da rua. Hoseok observa isso comigo já sentindo o cheiro de coisa errada acontecendo.

— Você deixou ele responsável pelas bebidas? — Hoseok pergunta.

— Olha bem para minha cara de quem chamaria o Jackson para uma festa.

Jackson volta carregando uma caixa térmica com ajuda de Nathan, e os outros dois garotos trazem outra.

— Jackson, me diz que não tem álcool nessa bebida! — Hoseok exclama.

— Álcool? O diretor Jefferson sabe que trouxeram álcool para a festa? — Taehyung aparece nesse momento.

— O que o Jefferson tem a ver com isso? — É a única pergunta que tenho.

Então Jackson fala para a gente ficar tranquilo que ele só está trazendo refrigerante; Taehyung me explica que o Jefferson vai vir checar a festa mais tarde, já que ele se comprometeu com a festa simplesmente por permitir que os alunos avisassem sobre a festa de sala em sala.

Está tudo em ordem.

Zoeira.

Esta afirmação é uma mentira.

22:44

Começa a ficar claro que a coisa está desandando, tem aluno por todo canto animado demais para alguém que só estava tomando refrigerante. Dando dez passos indo da cozinha para sala, consigo contar pelo menos cinco casais fazendo coisas que normalmente são feitas entre quatro paredes, e umas sete pessoas rindo mais do que o normal além de dançarem muito.

Tinha um cachorro no tapete da minha mãe.

Um cachorro!

Ainda assim eu prefiro acreditar que está tudo normal, Jefferson logo vai chegar, então, na minha cabeça, o tempo todo eu estou repetindo: é normal, absolutamente normal, os jovens de hoje em dia são assim mesmo.

Estou atrás de algum rosto conhecido como Hoseok, Namjoon ou Nayeon que decidiu participar da festa. Não encontro Namjoon desde que Jin chegou e Hoseok falou que queria conversar com Taehyung e não deu mais sinal de vida. Nayeon encontrou uma conhecida dela e também evaporaram.

Aí Jimin aparece todo sorridente e me entrega um copo com um liquido que parece ser refrigerante. Olho estranho para o copo e ele acaba rindo, me dá um tapa no braço e diz que não tem nada de errado ali, ele nunca faria algo tão baixo como dar bebida com álcool ou coisa semelhante para alguém.

Acredito nele e dou alguns goles.

— Onde está Jungkook? — É a única coisa que consigo falar.

— Não sei — a expressão de Jimin fica meio vazia ao responder isso — Isso importa?

— Bom — Começo a travar, não sei o que responder, essa foi a conversa mais longa que tivemos — É que ele é o seu namorado, então eu pensei que...

Ele solta um riso sarcástico. Estou morrendo de vergonha e isso me faz começar a beber ainda mais, mesmo que em goles rasos apenas para tentar desviar meus olhos dele.

— Ah, esquece isso — responde, ele está me olhando de um jeito um tanto peculiar. Algo muito estranho está acontecendo.

— Me desculpe — Soa falso, no entanto, ele parece não se importar porque continuar me olhando parece ser mais interessante.

— Sua pele é tão bonita — a mão dele desliza pela minha bochecha, então sinto o cheiro de álcool e vejo os olhos dele tão pesados quanto o meu.

Depois disso as lembranças são meio vagas, incompletas. Sei que eu fiquei consciente por mais tempo depois do elogio do Jimin, mas não lembro de muita coisa que aconteceu mesmo que eu ainda estivesse em plena faculdade mental.

Resumindo: a bebida estava zoada eu e o Jimin se ferrou.

23:18?

Lembro que Hoseok aparece, Taehyung não está com ele. Ele parece mais chateado, quando alguém fala com ele seu sorriso é falso. Jackson está a todo vapor dançando com Regina, todo mundo se divertindo, menos Hoseok e eu.

Quero falar com ele, contudo, minha cabeça dói tanto que continuo à procura de algo que eu já estava procurando antes; pôneis.

00:12?

Tinha um copo na minha mão que segundos atrás estava cheio, agora era vazio. Não sei dizer se isso foi apenas um sonho ou realidade, eu dormi muito durante a festa, em lugares inimagináveis.

Uma hora eu sei que acordei e estava deitado na cozinha, encostado no fogão. E um cachorro do meu lado, exatamente do mesmo jeito.

00:46?

Me sinto em um clipe da Melanie Martinez. Estamos presos ao carrossel e ele não para de girar. Agora tudo faz sentido.

Meus ouvidos zumbiam por conta do barulho. A música eletrônica que soava, as risadas escandalosas, e as reclamações de alguns com dor de barriga me deixavam com dor de cabeça.

Deus, onde fui me meter?

01:52?

Hoseok está com uma garrafa de Vodka em baixo dos braços, eu gostaria de socar a cara dele por estar com bebida alcoólica na minha festa, porém encontrar o caminho do meu quarto é menos trabalhoso.

04:39

Dessa vez tenho certeza das horas, vi no relógio que minha mãe deixa no banheiro do quarto dela, nunca entendi o porquê de ela fazer isso, só sei que eu estava olhando para ele as quatro da madrugada, mesmo sem saber o que diabos eu estava fazendo no banheiro.

A luz do banheiro esta apagada. A do quarto da minha mãe, por outro lado, está acesa. Tem alguém sentado com as costas encostada na parede perto da porta, quando me mexo e arfo a pessoa olha para mim.

— Está tudo bem? — A pessoa pergunta em um sussurro — Você já está melhor?

— Eu estava deitado no chão do banheiro da minha mãe, o que você acha? — Respondo e me sento, já que segundos atrás eu estava deitado no chão.

A pessoa se arrasta e vem até meu lado, não me viro para olhar quem é, a posição que estou é tão confortável que não quero arriscar me mexer. Escuto a respiração dela bem próxima á mim. Isso me deixaria desconfortável, odeio proximidade e abraços, mas quando ela passa o braço pelo meu ombro eu deixo, e ainda conforto minha cabeça na curva do pescoço dela.

As mãos da cuja pessoa começam a afagar meu cabelo, isso é bom, fecho os olhos e deixo ela continuar. Poderia passar o resto da vida apenas vivendo esse momento, só que ele se acaba, e eu viro meu rosto para o da pessoa, que está tão próxima de mim, afim de reclamar e pedir para ela voltar, mas então ela coloca um dedo sobre meu lábio e desliza ele até minha nuca.

— Posso? — Ele sussurra com os lábios próximos dos meus.

Sim, é um garoto e me é estranhamente familiar, então eu respondo:

— Pode.

É claro que pode.

Nos beijamos é tudo tão calmo que eu poderia dormir a qualquer minuto. São lábios generosos, só que também parece um beijo triste e desesperado procurando algo para se apoiar, não sei porque acho isso, mas é a impressão que o beijo me passa.

Talvez algo no fundo do meu cérebro enterrado lá nas profundezas tenha feito toda essa memória.

A última coisa que me lembro é dos lábios se separando do meu mesmo eu resmungando para continuar, e a pessoa acariciando meu cabelo uma última vez.

— Boa noite — a pessoa se levanta aos tropeços e sai do banheiro.

12:49

Lá está de novo o relógio amigável, eu estou dentro da banheira, abraçado com o rodo e as persianas que provavelmente são as persianas caríssimas que minha mãe comprou para pôr na janela do quarto dela.

Tem uns sete copos descartáveis jogado pelo chão e duas garrafas de cerveja.

Minha cabeça parece que vai explodir, meu estômago está se contorcendo.

A banheira está se enchendo de água e tem um Namjoon me olhando com desprezo.

— Vou no seu enterro — ele diz.

— O que aconteceu? — Levanto em um salto ou quase isso já que minha cabeça lateja no processo.

— Por onde você quer que eu comece? Pela parte que o Jefferson veio aqui? Ou pela parte que destruíram a casa dos seus pais?

Quero rosas brancas e The Funeral tocando no meu enterro. Somente isso.

16:00

Agora vocês conseguem entender claramente o que eu queria dizer com toda aquela teoria do banheiro né?

Reparem só todas as grandes coisas que vem acontecendo na minha vida nessa primeira semana; todas foram no banheiro. O acordo com o Hoseok, a vingança dele, novamente o acordo, conhecer Jimin e por fim, esse beijo, que eu não lembro com quem foi, em plena madrugada.

Sobre isso tudo a única coisa que me conforta é saber que pelo menos consegui beijar um garoto nessa festa, é algo bom, não acham? Mesmo que de fato eu não lembre quem foi, eu pelo menos fiquei com alguém.

Ainda assim essa festa foi um completo fracasso. Por culpa do Jackson.

Então sabe quando você fez uma merda muito grande que é impossível de esconder e logo irão descobrir? E até o momento de descobrirem você passa longos e tortuosos minutos se preparando para o pior? Tipo quando você tira nota baixa na escola e chamam seus pais para pegarem seu boletim enquanto você fica em casa esperando eles voltaram e trazerem a sua morte junto com o caixão?

Eu estou exatamente assim agora.

Bom acho que é isso. Foi legal escrever aqui.

 

R.I.P. Min Yoongi.

9 de março de 1999 - 7 (talvez 8) de fevereiro de 2016


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