História Confident - I keep you with me in my heart

Justin POV

Monroe apontava a arma em minha direção e Jace se aproximou lentamente.

– Você nunca vai aprender a não mexer com o que é dos outros? – disse colocando a arma apontada para minha cabeça. Me estiquei para o lado de Alana pegando sua faca caso, ele tentasse algo, eu não poderia estar "vazio".

– Callie nunca foi sua – falei fechando os olhos e balançando a cabeça negativamente.

– ELA É MINHA, SEMPRE FOI MINHA – gritou e esperei o momento em que ele atiraria. 
      Um movimento estranho na sala me fez abrir os olhos. 3 caras estavam nos observando com olhos arregalados.

– Chefe... A menina. A menina não ta bem  – falou apontando pro corredor.

Não era possivel que aqueles idiotas estavam prendendo a Callie, a minha Callie, enquanto ela estava passando mal. Monroe me soltou e saiu correndo pelo corredor sendo seguido por mim. Jace se encarregaria de tirar Alana dali. Ela não tinha mais nada a ver com o plano. Era minha hora de fugir se não fosse a minha garota correndo riscos, talvez. Quanto mais nos aproximávamos mais ouvia os gritos de Callie, cada vez mais altos. Meu coração estava a mil e eu tremia dos pés a cabeça.
         Monroe empurrou a porta e me deparei com uma cena que mexeu comigo e minhas estruturas, Callie estava ajoelhada no chão com sangue ao seu redor, ela gritava e chorava e Annie chorava por vê-la naquele estado. Annie. Filho da mãe! Tive uma vontade imensa de arrancar o bigode daquele idiota fio por fio.

– Minha filha... – falou Monroe se aproximando.

– EU NÃO... SOU... SUA FILHA – falou Callie com dificuldade, sua voz estava muito falha. Quando percebeu minha presença no quarto derramou mais lagrimas. Annie veio abraçar minhas pernas e eu a puxei pra mais perto de mim.

– Annie, corra direto nesse corredor e você vai encontrar o Jace –sussurrei e ela entendeu o recado caminhando até a porta, saindo correndo.

– Tive uma brilhante ideia, que tal o casalzinho fazer companhia um ao outro a partir de agora? Você quer cuidar da sua Callie, Bieber? Pois então. – falou me empurrando pra dentro do quarto trancando a porta. Callie parecia em estado de choque e quando percebeu que eu estava mesmo ali, se levantou com dificuldade e me abraçou com força, me sujando de sangue. Retribui o abraço sentindo algumas lágrimas contornarem meu rosto. 

– Justin, eu sabia que você vinha – disse Callie ainda assustada olhando a poça de sangue. 

– Eu sempre vou atrás de você!  – disse rindo pra descontrair mas o olhar de Callie me fez parar de imediato, lembrando que não era hora pra isso. – De onde veio esse sangue? 

– Da minha boca... – falou indo deitar em uma cama. Mas, não sei se aquilo podia ser descrito como cama.

– Você vomitou isso? E por que você estava chorando e gritando quando chegamos? 

– Porque... eu estava passando mal e vomitei, quando vi o sangue me desesperei e comecei a gritar pra chamar a atenção de alguém e porque estava doendo um pouco também – falou colocando a mão na barriga e fechando os olhos.

– Vai ficar tudo bem, meu amor – falei a abraçando. Ela sorriu confortada e respirou fundo. 
 

Callie aninhou-se no meu peito e eu fiquei observando aquele quarto. Um banheiro, uma cômoda e a cama. As paredes vazias exceto por um lado que tinha um quadro que não reconheci de quem era. Também não tive disposição de tentar ler a assinatura. Continuei com Callie acariciando seus cabelos. 

– Canta pra mim? – perguntou sonolenta.

– Do you hear me I'm talking to you across the water, across the deep blue ocean under the open skies oh my babe I'm tryin... –  cantei olhando para Callie que sorria.

– Boy I hear you in my dreams I feel you whisper across the sea... I keep with me in my heart, you make it easier when life gets hard... – Callie cantou baixinho mas suficiente para eu ouvir e meu coração acelerar. 

Me posicionei para deitar ao seu lado ficando mais confortável e senti algo na minha perna. A faca. Tirei do meu bolso e coloquei em cima da cômoda. Horas atras eu chamei Alana de louca por carregar uma faca no bolso e eu fiz o mesmo. Pois é. Callie puxou o fino lençol para nos cobrir e fechou os olhos esperando o sono. Eu não estava com a minima vontade de dormir, meus pensamentos estavam rodeados em como sair dali. Uma hora dessas, Monroe poderia estar na tal festa dita por Jace. Então por que ele não estava tentando nos salvar? Podia tentar serrar a porta. Era uma boa ideia se ele matasse os caras e suspeitos que pudessem presenciar tudo. Escutei um barulho de passos no corredor e olhei Callie que ainda dormia um sono que parecia pesado. Levantei-me e caminhei cautelosamente até a porta, alguem parou na porta e deslizou um prato de macarrão por debaixo da porta, que era mais alta. Peguei o prato e caminhei até a cama, deixando o mesmo em cima da cômoda. Me aproximei do quadro porque de algum modo ele me chamava atenção e piscava para que eu me aproximasse dele. 

O observei prestando atenção em todos os detalhes, observei a assinatura que dizia "Monet", andei até o banheiro e tinha uma comida parecida com a de fora. Abri as gavetas encontrando objetos de higiene. Derrubei tudo no chão procurando por alguma coisa que servisse pra abrir a porta ou alguma coisa do tipo. Desisti e joguei tudo de volta, me despindo. Peguei meu celular que já estava prestes a acabar a bateria e coloquei em cima da mesa entrando no banheiro. 
      
         Enquanto tomava banho pensei em janelas. Por que um quarto não teria uma janela? Sacudi a cabeça afastando meus pensamentos um tanto estranhos e me sequei colocando a mesma cueca, pois só tinha essa. Caminhei ate a cama e sentei na mesma observando o quadro a minha frente. Havia uma mulher nele. Monet devia achar aquela mulher muito bonita para reproduzi-la em um quadro, mas eu, particularmente não achei nada bonita. Ela tinha uns olhos negros que me assustavam. Deitei na cama abraçando Callie que nem se moveu, tentei afastar meus pensamentos da mulher assustadora que estava no quadro á minha frente e peguei no sono.
   
        Acordei no meio da madrugada com fome e sede, o prato de macarrão ainda estava ao meu lado mas, era para Callie, eu não podia comer. Me virei de lado e logo olhei para o quadro de novo. Agora no escuro não era possivel observar a mulher mas eu imaginava a mesma do mesmo jeito. Levantei ligando a luz e caminhei até o quadro certo com minha decisão de tirá-lo da parede e colocá-lo de costas pra mim, no chão. Segurei no quadro e levantei um pouco pra retira-lo dos pregos e abaixei o mesmo, arregalei os olhos quando vi o que se escondia atras dele. Uma janela de vidro. Por ela era possível ver uma avenida movimentada. A janela estava totalmente coberta por muitas cordas, impedindo a saída de qualquer pessoa. Mas, era uma ótima estratégia. Olhei para Callie e ela dormia na mesma posição, quando rolei meus olhos para voltar a observar a janela, eles pousaram na faca em cima da cômoda. Olhei para a janela fechada por cordas e sorri involuntariamente refletindo minha ideia.