Sky acordou naquele dia livre de tarefas, tanto da faculdade como as do apartamento, e livre de Lua. Não sabia para onde ela tinha ido e não se importava. Tudo que queria era acabar aquele livro nesse dia.
Não se deu o trabalho de trocar de roupa ou pentear o cabelo, mesmo sabendo que ele ia ficar parecendo um ninho de pássaro depois. Sentou-se perto da janela e quase arrependeu-se de não estar lá fora aproveitando aquele belo dia.
Passou a manhã toda lendo e, no começo da tarde, já tinha passado da metade do livro. Estava amando ler e tomar sorvete de menta, fazia tempo que não tinha paz naquela casa.
Foi quando tocaram a campainha. Deu um pulo de susto, pois estava concentrada na história de romance policial. Contrariada, levantou-se e foi atender a porta. A pessoa do outro lado começou a gargalhar.
- Belo pijama! – disse Luke ao vê-la de pijama azul com nuvens.
Ela corou e depois revirou os olhos.
- Brincadeira do meu pai: pijamas de céu para Sky – respondeu imitando a voz dele e lembrando de que a maioria de seus presentes tinham a ver com o céu.
- Troque de roupa para sairmos, a não ser que queira sair com pijama e toda lambuzada de sorvete.
Ela suspirou de tristeza pois queria terminar seu amado livro. Não que não quisesse sair com Luke, apenas estava indisposta. Mas aceitou mesmo assim e foi se limpar e dar um jeito na sua juba, mais conhecida como cabelo.
Foram para um parque perto do apartamento e caminharam comendo algodão doce e conversando.
- Como assim você não gosta de sushi? – Luke perguntou perplexo.
- Não gosto.
- Por que não?
- Porque eu não gosto. – falou levemente irritada.
- Então sai daqui! – ele brincou.
- Tá bom. – deu de ombros e saiu andando.
- Espera, eu estava brincado... – e a puxou, fazendo os dois ficarem bem próximos e olhando nos olhos, um do outro, por bastante tempo.
- Você não me alcança! – disse Sky, como uma criança, quebrando o clima entre eles.
Ele sorriu e correu atrás dela. Correram uma grande distância, pelo menos para ela e seu sedentarismo, e logo estavam cansados e se jogaram na grama do parque, fazendo as pessoas ao redor pensarem que eles eram loucos. Talvez eles fossem.
Observavam o céu azul claro com algumas nuvens.
- Sophia? – Luke virou-se para ela e a chamou pelo nome pouco utilizado.
- Hum?
- Por que Sky?
Ela suspirou ainda encarando o céu.
- “ Não importa a distância que nos separa, há um céu que nos une”, Carlos Drummond de Andrade, poeta brasileiro. Minha mãe gostava de poesia. E do céu. – ela sorriu ao se lembrar da mãe – É como se ela tivesse previsto que ia morrer.
- É um nome muito bonito, So.
Ela riu.
- Sophia foi meu pai que implorou. Eu prefiro Sky, acho mais bonito.
Ela se virou para ele, que continuava a encará-la. Ele tinha olhos bonitos, que lembravam o oceano. “ Céu e Mar, e alguém para amar”, pensou. Não sabe em que momento se aproximou, mas quando percebeu estavam se beijando docemente. Quando se separaram por falta de ar, sorriram.
Escurecia e eles continuavam no parque conversando coisas sem sentido e claro, se beijando. Em um desses momentos eles ouviram palmas e vozes bem conhecidas.
- Eu disse que algo bom ia acontecer hoje. Me dê dez dólares. – disse Lua a Mason, que sugiram do nada.
- Droga, perdi dez dólares!
Sky corou, mas não sabiam se era de raiva ou de vergonha.
- Aleluia, uma mudança de clima. Já pensei que os unicórnios começariam a vomitar arco-íris.
- Olha quem fala. – disse Luke, questionando o porquê de estarem juntos, já que, até onde sabia, tinham parado de se falar. – Parece que se resolveram.
Mason corou levemente, que quase passou despercebido por todos. Mas Sky viu.
- Ownt, Mason e Lua, Lua e Mason, novo casal! – disse ela sorrindo.
Mason se virou para Lua.
- Deu mais bebida para ela?
- Eu ia perguntar se Luke tinha feito mesmo um bom trabalho, mas acho que ele não fez, afinal, só alguém louco o suficiente para beijá-lo. Ou talvez só estando bêbada mesmo.
- Não me confunda com você. – respondeu e cruzou os braços.
- Eu não estou bêbada! – Sky disse com raiva.
- É claro que não, senão estaria me beijando. – respondeu Mason cinicamente.
Ela corou, é claro que não se lembrava disso. Já Lua desabou de rir enquanto Luke cerrava os punhos, um pouco incomodado.
- O que quer Lua? Perdeu algo aqui? – Sky já estava ficando estressada.
- Seja mais específica.
- Estou expulsando você. Quer que eu seja mais direta?
- Desde que eu me lembre, a praça é pública.
O que poucos sabem é que não se pode testar a paciência de uma pessoa calma. Porém ela sabia se controlar. Bufou e simplesmente se virou e saiu andando, e obviamente, Luke foi atrás.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.