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História Confusions Of A Girl In Crisis - Travel and then?


Escrita por: JessieNatyB

Notas do Autor


Olá, a mensagem desse capítulo vai ser bem curtinha.
Ele está atualizado.
Então, tenha um aboa leitura. :)

Capítulo 2 - Travel and then?


Claridade... Odeio claridade em meus olhos. Conforme fui abrindo os olhos fui baixando a proteção da janela, acabando com a claridade que entrava por ela.

- Achei que eu fosse o único incomodei com esse sol no rosto.

Olho para o meu lado, de onde a voz veio. Um homem está sentado na cadeira do meu lado. Cabelos loiros, olhos azuis e um sorriso encantador; seu corpo magro e esguio trajando calças jeans e camiseta preta.

Me espreguiço rapidamente e tiro os óculos de sol e os fone pendurados em meu pescoço. Faço um movimento de levantar muito rápido mas minha visão escurece e começo a passar mal. Droga, eu odeio ser  tão fraca. Me seguro e começo a respirar fundo até a sensação de tontura passar.

- Hey! Você não parece bem... – o homem sussurrou perto de mim, que por causa da visão embaçada não vi o quão perto ele esta.

- É só um mal estar passageiro. – suspiro cansada, me sentando e secando as lagrimas dos olhos.

- Quer um copo de água? – ele pergunta preocupado.

- Sim, por favor.

- Aeromoça, por favor. – ele faz sinal para uma mulher ruiva, que veio toda sorrisos para ele. – Traz um copo de água, por favor.

- Claro. – ela saí apresada e logo volta com a água.

- Obrigado – ele pega o copo e me dá, ignorando a mulher ainda parada ali.

-Obrigada. – agradeci, tomando a água.

Devolvo o copo para a ruiva que parece um pouco ressentida. Relaxo o corpo contra o banco, respirando profundamente. Minha bexiga aperta, avisando que preciso ir ao banheiro. Má hora de me dar essa vontade de ir ao banheiro, logo agora que estou meio zonza.

Me levanto devagar, acostumando minhas pernas a aguentar meu peso; passo pelo homem ao meu lado e vou andando até o final do avião ,onde está o banheiro. Está vazio e sem fila, o que é uma grande sorte. Entro no pequeno cubículo e tranco a porta atrás de mim; um espelho ao fundo prende minha atenção ,me fazendo olhar o horrível reflexo de uma gorda obesa nojenta.

- Por que isso acontece? – passo a mão em meu estômago, sentindo toda a banha em meu toque.

- É porque você come. Se você não comesse não seria tão gorda. Mas apesar disso está de parabéns,nove horas sem comer é bom, mas você pode melhorar isso. Que tal treze dias, dezessete ou... Vinte. Sim,vinte dias esta ótimo.

A voz da Ana ecoa em minha cabeça, me mostrando novamente o quanto sou gorda. A felicidade por conseguir nove horass de NF se acaba; isso é pouco, eu tenho que ficar mais. Mas que merda, a porra do meu organismo ta lento. nem com exercícios ta surtindo efeito, to nessa merda de peso a uns três dias.

Sinto como se um peso caísse em meus ombros e pescoço, sinto o peso da lamina em minha corrente; uma lamina para me dar uma saída desse tormento. Levo as mãos até o fecho da corrente e a abro, deslizando a lamina nova e afiada para fora da corrente. Faz exatamente oito dias que eu não me corto, mas não posso resistir a isso. Puxo a manga do braço esquerdo até o cotovelo; deixo à mostra varias marcas que nunca saíram da minha pele, me marcando para sempre. Alguma das marcas ainda não fecharam perfeitamente, talvez por serem mais fundas que as outras. Deslizo a lamina por meu pulso, logo abaixo das tatuagens, uma, duas, três, quatro vezes. Quatro finas linhas de sangue escorrem para fora de mim, segando a dor em minha alma.

Observo o sangue fluir lentamente, quase que como se estivesse com preguiça. Lavo a lamina e passo-a pela corrente, escondendo-a de novo em meu pescoço por debaixo das blusas. Pego um pouco de papel higiênico e começo a limpar cada corte, agora doloridos e vermelhos.

Uso o vaso rapidamente, lavo as mãos e saio do banheiro, deixando mais uma parte de mim ali também. Caminho até minha poltrona e sento-me ao lado do homem que me ajudou. Me encolho na poltrona, com minha blusa preta me rodeando; raramente uso roupas apertadas porque não quero que vejam a gorda aqui. Hoje, particularmente, estou com um jeans skinny azul, all star preto e branco e um blusa de moletom preta, dois números maiores do que eu uso, que vai até o meio de minha coxa.

- Você está melhor? – o homem me olha, parecendo ainda preocupado.

- Sim, obrigada. – respondi baixo. – Que tipo de pessoa se preocupa com estranhos?

- Não sei. – ele sorri.  – Sou Seth... Seth Bolton.

- Prazer. – sorrio tentando parecer melhor, mas a ardência em meu pulso e meu humor me denuncia. -  Sou Jessica Batiuk

- O prazer é meu. –ficamos em silencio.

- Olá... – a mesma aeromoça ruiva apareceu. – Estamos passando com sucos e lanches. Temos suco de pêssego e de laranja. Vão querer algo?

- Um suco de laranja pra mim. – Seth sorri para ela.

- E a senhorita? – ela me olha na expectativa, como se quisesse perguntar outra coisa ao invés disso.

- Não, obrigada. – agradeço.

- Aguarde alguns instantes e já trago o seu suco. – a ruiva sorri sensual para Seth e saí.

- Você deve comer algo ou pelo menos tomar. – ele me repreende serio.

- Estou sem fome. Você sabe quanto tempo pra chegar em São Paulo?

- Você está brincando, certo? – ele ergue uma sobrancelha. – Já saímos de lá, faz umas duas horas.

- OH. – arregalo os olhos levemente.

- Quando embarquei você já estava dormindo e eu não queria acordar você.

- Hum... – resmungo e olho meu relógio, quase meio dia. – Acho que não durmo há muito tempo.

- Percebi. Hãm... Então, você vai fazer o que em Londres?

- Recomeçar. – suspiro. – Trabalhar e estudar.

- Legal.

- E você?

- Voltando pra casa. – ele sorri. – Eu estava resolvendo uns negócios aqui.

- Você trabalha no que? – olho em seus olhos azuis.

- Numa editora. E você?

- Bom, eu ainda não vi trabalho. Mas estava pensando em algo como uma agencia ou sei lá, sou fotografa free lancer.

- Isso deve ser legal, digo, ninguém mandando em você ou coisa assim...

- Yeah.

- Quantos anos você tem?

- Dezessete. Emancipada.

- Hey, você tem algum cartão ou...

- Com licença – a ruiva retorna com o suco de laranja e um copo; logo atrás dela uma outra aeromoça loira, está segurando uma bandeja com vários saquinhos de várias cores.

- Senhor vai querer algo? – ele pergunta seria.

- O que você tem tanto?

- Azuis escuro são biscoito ao leite; os vermelhos são biscoitos de chocolate; os verdes são balas de gelatina e os azuis claro são um mix de petiscos.

- Eu quero um dos azuis e um vermelho. – ele pede.

- E você senhorita?

- Não... – começo a falar, mas Seth me corta.

- Dois verdes e um azuis claro. – ele fala pra moça loira.

Ela entrega as coisas para ele, que pôs tudo em cima da bandeja, e saiu. Seth abe minha bandeja cuidadosamente e pôs os três pacotes ali em cima. Só de olhar para aquilo um enjoou tomou conta de mim; eu tenho nojo de comida, não sei o porque comidas precisam existir.

- Eu não estou com fome. – suspiro pegando o pacotinho azuis e olhando as calorias.

Amendoins, uvas passas, nozes e castanhas... 78 calorias. Muitas calorias em um pacotinho daquele tamanho para uma pessoa só. Largo o pacotinho sobre a bandeja e suspiro pesadamente, me afundando na poltrona e tentando me distanciar daquilo que mais tenho nojo, a comida.

- Vamos, coma um pouco. – Seth terminou o pacote de biscoitos de chocolate e abriu o de biscoito de leite.

- Não quero. Meu estomago não está muito bom.

- Pelo menos as balas de gelatina. – ele me olha enquanto toma o suco.

- Não é uma boa ideia. – pego um dos pacotes verdes e o viro para ver quantas calorias tem cada bala. São 30 calorias para 6 unidades, ou seja, são 30 divididos por 6 que dá 5 calorias por unidade. – Não dá, só de pensar em comer...

- Pelo menos uma bala. – ele insiste e eu nego; Seth se inclina sobre mim, trazendo um pacote em sua mão, ele o abre e pega uma bala. – Abra a boca.

Olho em seus olhos profundos, seu olhar sustenta o meu. Abro a boca lenta e timidamente, ele leva a bala em forma de aviãozinho até minha boca. Mastigo-a, sentindo seu sabor mais doce que o normal.

- Viu, uma só não faz mal. – ele sorri e eu imito seu ato, sorrindo também. – Isso tem um cheiro até que bom e parece ser gostoso.

Pego uma bala e olhando em seus olhos, levo-a até sua boca. Ele a abre e pega a bala. Sorrio com esse ato de contato que é um pouco intimo e que eu já não tenho esse tipo de contato há algum tempo, bom, desde que escolhi o caminho da perfeição à uns dois anos atrás não tenho tido tempo para pensar em outra coisa a não ser me preocupar com meu corpo cheio de gordura.

- E é assim que tem que ser. Eu escolhi você para meu exercito perfeito e para você ser perfeita precisa se dedicar a mim. Afinal, como você vai ter contato com um cara com toda essa gordura nojenta ?Você não tem vergonha do seu corpo, não?

E a Ana está certa, que cara gostaria de ver uma garota gorda e feia? Nenhum. Me encolho com  esse pensamento, afinal tenho tanta gordura para perder ainda Quero ver como vou chegar gorda naquele colégio onde as garotas devem ser tão magras e lindas e eu serei a única gorda obesa de lá, mas até as aulas começarem tenho uma semana ainda o que é tempo suficiente para perder mais gordura, arrumar a casa e procurar um trabalho.

- Eu ainda estou cansada. – tampo um bocejo; pego os dois pacotes com petiscos e balas e levanto para guardá-los na minha bolsa.

- Se você quiser dormir... – Seth dá de ombros, e eu nego com a cabeça, dando a última bala para ele, que comeu todas as outras também. – Você tem algum cartão seu?

- Tenho – levanto de novo para pegar a bolsa e o cartão de dentro da carteira.

- Obrigado. Então... Você tem namorado?

- Não. – desvio meus olhos para o chão, constrangida com essa pergunta.

- Nossa, mas você é tão bonita e... – ele fica em silencio; ergo meus olhos para ele e o vejo me encarando.

- Hum... Você tem quantos anos? – tento desviar do assunto relacionado a mim, não gosto de ser o foco das coisas.

- Vinte sete.

- Legal, e você, é solteiro?

- Não, eu sou casado à uns cinco anos.

- Legal. E você tem filhos?

- Dois. Um casal. – ele sorri. – Um menino de quatro anos e uma menina de catorze dias. Eu estou voltando para casa para ver eles, estou fora faz cerca de um mês.

- Entendo. – desvio o olhar dele. – Você trabalha do que na editora?

- Eu sou dono de cinquenta por cento dela, meu amigo Michael é dono dos outros cinquenta por cento. Fico na administração.

- Isso deve ser bem legal... – sorrio.

- Sim.

Ligo a televisão e começo a passar os canais... Vários canais sobre tudo; canais de desenho, de artes, de moda e os esportivos. Para em um programa sobre saúde e os benefícios dos exercícios físicos; conecto o fone no braço da cadeira e olho para Seth.

- Você se incomoda se eu... – aponto os fone.

- Não.

- Ok. – ponho os fones e passo a tarde assim.

x-x-x

Peso... Tento me mexer mas tem algo pesado sobre mim, abro os olhos devagar, não acredito que dormi de novo. Olho para o lado onde está pesado e vejo Seth dormindo com sua cabeça encostada na minha. Me mexo devagar tentando me ajeitar melhor. Vejo em meu relógio o horário, dormi a tarde toda, mas estou acordada para o por do sol.

Levanto com cuidado, ajeitando Seth na poltrona dele. Pego minha bolsa e tio a câmera fotográfica de dentro dela; abro o protetor da janela deixando o sol entrar e me inclino nela, tirando algumas fotos do por do sol por cima das nuvens. Certamente assim que eu as revelar as colocarei no meu mural. Abaixo a proteção da janela e desligo a câmera para guardá-la.

Falta duas horas e meia para chegarmos em Londres, em horário de Brasília são dezoito e trinta, mas em horário de Londres são vinte um e trinta.  Tenho que começar a pensar nas coisas que tenho que fazer como, por exemplo, arrumar e organizar meu apartamento; ver onde é o colégio e coisas como conhecer o bairro, aprender a usar o transporte publico e procurar um emprego para me manter, pois o dinheiro que tenho dá pra no máximo dois meses se eu economizar. E bem, eu já paguei a luz, a água, o edifício mas ainda preciso fazer comprar que a casa precisa, como os utensílios domésticos.

O ar condicionado ligado passou por mim me fazendo tremer de frio. Olho para Seth, ao meu lado, e ele estremece de frio também. A aeromoça ruiva ia passando pelo corredor, e eu faço um sinal para ela parar.

- Pode trazer dois cobertores, por favor.

- Aguarde um minuto. – ela resmunga meio seria.

Enquanto espero ela trazer o cobertor, olho para Seth; tão relaxado e tranquilo enquanto dorme, é mais bonito do que quando acordado se é que é possível. Não sei como pude pensar que ele estaria interessado em mim, ele só me ajudou porque ficou com pena e porque tem filhos que precisam de cuidados e deve ter relacionado isso a mim ou sei lá. Não sei porque fui criar alguma esperança ou pensamento de que alguém se interessaria por uma gorda como eu.

- Aqui está. – ela me dá os cobertores e saí.

Abro um dos cobertores, que não é tão grande e nem tão macio, e estendo-o sobre Seth. Ele se mexeu, se virando e ajeitando o cobertor sobre si mesmo. Abro meu cobertor e o estendo sobre mim também, me ajeito e fecho os olhos voltando a dormir.


Notas Finais


Bom, mais um dos capítulos atualizado.
Espero que tenham gostado.
Não esqueça de deixar um comentário. Lê-lo me deixara muito feliz.
Beijos.


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