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História Consequências de uma paixão - Céu e Inferno


Escrita por: erikastybrien

Notas do Autor


Oi amores!

Capítulo de hoje tem stydia e scallison juntinhos! Espero que vocês curtam!

Prestem atenção na música que vai ''tocar'' ela diz muito sobre stydia daqui para a frente: Valerie - The Weeknd..
Aliás, todos os flashbacks em itálico significam que os personagens pensaram nele, no caso stydia. Teremos dois nesse capítulo, por um motivo que vocês vão entender lendo.

Quero muito saber a opinião de vocês depois sobre a escrita e tudo, então comentem por favor! Boa leitura!

Capítulo 40 - Céu e Inferno


Fanfic / Fanfiction Consequências de uma paixão - Céu e Inferno

Stiles havia passado em casa apenas para tomar um banho e trocar de roupa, logo depois ele foi para a residência do melhor amigo onde iria cozinhar como o combinado.

Mandou uma mensagem de texto para Lydia pedindo para que ela fosse mais cedo para a casa de Scott e então dirigiu até lá.

O amigo o recebeu e aguardou no sofá enquanto Stilinski preparava o jantar na cozinha, conversando com Scott.

Alguns minutos depois Lydia chegou, com tempo sobrando do horário marcado para o jantar. A ruiva cumprimentou os garotos e se sentou na sala, ao lado do McCall.

Stiles deixou o arroz cozinhando quando todo o resto estava pronto, e veio até a sala dando um selinho na namorada, se sentando ao lado dela enquanto passava o braço atrás de sua nuca, encostando no sofá.

Lydia desejou se enroscar nele, por isso apenas juntou as pernas e se virou para Stiles, colocando a cabeça em seu ombro enquanto o silêncio reinava entre os três.

Scott observou, e então se levantou do sofá, fazendo os amigos olharem para ele.

– Sabia que algo assim ia acontecer, por isso decidi tomar banho mais em cima da hora. Vou lá para cima – ele disse dando a volta no sofá – e continuem de roupas – advertiu, arrancando uma risada baixa de Lydia e um revirar de olhos de Stilinski.

Mesmo depois quando Scott já havia sumido no andar superior, eles continuaram da mesma maneira. Quietos, aninhados, compartilhando o calor de seus corpos em conjunto com suas respirações relaxadas.

– Ei, porque você está tão quieta? – Stiles perguntou olhando para a ruiva, que tinha um ligeiro bico nos lábios.

Ela o fitou com as íris zonzas, se concentrando em responder.

– Só estou cansada – deu de ombros falando baixo.

– Até de transar? – ele brincou, fazendo ela rir enquanto pousava a mão no peitoral dele.

– Disso não – respondeu.

– Ok, então... – Stiles se soltou da garota, recuperando o braço que a apoiava enquanto se desencostava do sofá – consigo fazer isso em menos de sete minutos, que é o tempo que Scott toma banho.

Martin cerrou os cílios, o olhando com desconfiança. Ele parecia sério, disposto, mas logo em seguida ela riu, tendo a certeza que era brincadeira.

– Mais tarde – respondeu piscando atrevida, fazendo Stilinski rir brevemente.

Após mais alguns minutos quietos, Stiles decidiu distrair Lydia. A ruiva parecia cansada ao ponto de dormir naquele sofá, por esse motivo, se levantou e andou até a televisão do melhor amigo.

Agarrou o controle tendo ciência que a namorada observava cada movimento dele. Ligou o eletrônico e procurou a função do USB, já que o pen drive de Scott estava conectado lá.

Procurou por músicas, e encontrou uma que parecia perfeita. Deu play, e esperou tocar alguns segundos para ter a certeza.

Era lenta, com um misto de agitação.

– Quer dançar? – Perguntou se virando, com os ombros erguidos e a expressão relaxada.

Lydia continuava na mesma posição, e ergueu as sobrancelhas em uma atitude enrustida de deboche.

– E porque eu dançaria com você, Stilinski? – Fez pouco caso, observando o namorado sorrir de lado, desdenhoso.

Ele andou até ela e estendeu a mão, arqueou as sobrancelhas em um tom de desafio. Martin analisou a proposta por instantes, e então ele a incentivou:

– Está com medo de se apaixonar com uma dança? – Provocou, lembrando que havia dito aquilo para ela no passado.

– Porque não quer ir na minha festa? Por causa da Allison e do Scott? – Ele perguntou observando as roupas da ruiva, e como uma criança curiosa que não se contenta em observar, puxou um vestido azul florido do cabide e analisou.

Lydia suspirou atrás dele.

– Só não quero ir – respondeu cansada.

– Qual é, ruiva?! Está com medo de se apaixonar por mim quando a gente dançar? – Ele ergueu as sobrancelhas, Lydia se levantou e caminhou em passos largos até ele encarando os olhos castanhos.

Stiles deu um sorriso sugestivo, a ruiva se aproximou e arrancou o vestido das mãos do rapaz dando um sorriso cínico se virando e colocando de volta no cabide.

Martin riu, pois também tinha a lembrança vívida em sua mente. E não conseguiu dizer mais uma palavra sequer, apenas agarrou a mão do garoto e se permitiu ser guiada por ele.

Stilinski colou os corpos, envolvendo a cintura bem desenhada com suas mãos grandes e famintas. Lydia arfou com o contato familiar e tão possessivo ao mesmo tempo, porém, ela gostou.

Passou as mãos no pescoço masculino sem pressa, e então eles começaram a se movimentar pela sala espaçosa.

Martin fechou os olhos, como se aquilo significasse muito mais do que uma dança. E Stiles observou os detalhes de seu rosto angelical, desejando a beijar mais do que qualquer coisa.

Ela mordeu o lábio inferior, fazendo uma retrospectiva de todos os momentos bons que viveu ao lado do garoto. Ao fundo, a música tocava, despertando as emoções de ambos.

There comes a time in a man's life

Where he must take responsibility

For the choices he has made

There are certain things that he must do

Things that he must say

– Para de morder a boca, Lydia. Vamos acabar fazendo outra coisa ao invés de dançar – Stiles reclamou murmurando, fazendo a ruiva rir e abrir os olhos.

Ela soltou o lábio inferior, e então se concentrou nele. Se olharam enquanto circulavam na sala grande em passos inexistentes, movimentado os corpos com calmaria, aproveitando aquele momento.

Like I love you

And I need you

I only want you

And nobody's goin' to know if it's true

 

I never thought I'd feel this kind of hesitation (tonight)

My hand on another girl

I wish I didn't have to lie

I wish I could let you know

– Então nós viramos aqueles casais melosos? – A ruiva brincou diante da situação da dança.

Stiles deu uma breve risada, logo depois suspirou teatralmente.

– Acho que sim, só perdemos para o Scott e a Allison.

Martin riu inalando o cheiro do namorado, sentindo o coração ameaçar explodir de felicidade em seu interior.

Aquele momento era incrível. A sensação de ter ele perto, não existia nada melhor.

Ela soltou um gritinho de surpresa quando foi girada pelo domínio forte do garoto, e logo em seguida puxada de volta de encontro ao quadril masculino, de costas.

As mãos grandes a envolveram pela frente dessa vez, os unindo como antes.

– Eu disse que dançava bem –  Stiles se gabou, convencido.

– Vou concordar dessa vez – ela respondeu, surpreendida pelo namorado realmente entender dos passos complexos.

Stilinski inalou o cheiro do cabelo ruivo enquanto sorria, soltando o ar pela boca como aprovação, desejando distribuir as mãos por todo aquele corpo.

– Eu nunca vou me acostumar com o quanto eu amo você, nunca – ele a surpreendeu, dizendo as palavras doces enquanto apreciava o cheiro dela.

Lydia sorriu, inconformada com a distância dos lábios. Se virou para ele de modo que as mãos masculinas permanecessem no mesmo local, e então passou as mãos de novo pelo pescoço dele.

– Eu também não – respondeu, enquanto os movimentos continuavam, só que mais lentos dessa vez.

Valerie

I know you can see through me

(I know you can see through my lies)

Valerie (oh Valerie)

You just choose to never know

(No you just don't know what I do

What I do, oh Valerie)

Valerie

Stiles foi quem se aproximou, beijando a ruiva de uma maneira lenta. Moveu a boca com delicadeza, desfrutando os lábios carnudos o aquecendo.

Ela correspondeu com a mesma intensidade, transmitindo e recebendo todo o amor daquele momento.

Não existia nada melhor.

Lydia foi surpreendida pelas mãos grandes de Stiles descendo seu corpo com sutileza, alcançando o bumbum empinado no shorts jeans.

– Sabia que essa dança ia dar errado – Ele murmurou os separando, balançando a cabeça negativamente, punindo a si próprio por ter tido a ideia.

– Eu também sabia – ela confessou, fazendo ambos rir enquanto encostavam as cabeças.

– Vejo que está mostrando seu talento do balé, princesa – Scott surpreendeu os adolescentes, parado em frente à escada, os fitando sem pudor.

Eles olharam surpresos para o amigo, e Lydia se sentiu um pouco intimidada, mas achou a situação engraçada porque sabia o que iria acontecer.

– Scott, você é muito chato! Eu nunca interrompo você e a Allison, que inferno! Você faz de propósito, não é?! – Stiles brigou inconformado, incrédulo, observando um sorriso surgir na boca do melhor amigo.

Lydia controlou o riso, mordendo o lábio inferior enquanto abaixava a cabeça. Ela e o namorado continuavam da mesma maneira, juntos diante de McCall.

– Não faço, eu juro – se defendeu abrindo os braços – vocês estão dançando na minha sala, você queria que eu não visse?

Stilinski rangeu os dentes para logo em seguida revirar os olhos, se soltando da ruiva a contragosto.

– Imbecil – resmungou olhando irritado para Scott, que tinha um tom de brincadeira exposto no rosto.

Lydia percebeu um cheiro estranho no ambiente, e inalou confusa enquanto Stiles ia até a televisão e desligava o eletrônico.

– Stiles, o arroz! – Martin alertou, sentindo cheiro de comida queimada.

O garoto arregalou os olhos imediatamente enquanto o melhor amigo, Scott, parecia despreocupado andando para a porta da sala, indo verificar se Allison não estava chegando.

Stilinski correu para o fogão, desligando o fogo no desespero, fazendo uma careta descontente.

– Não acredito nisso! Scott, você vai lavar a panela!

– Tudo bem, você sabe que eu prefiro beber as cervejas do que comer – McCall deu de ombros, irritando o melhor amigo.

– Você não vale nada, príncipe – disse com sarcasmo, sem ter vontade de abrir a panela e ver os grãos de arroz torrados.

– A gente come o que tem ai, princesa. Não precisa se preocupar.

Stiles revirou os olhos, voltando cabisbaixo para a sala, observando o melhor amigo carregar garrafas de cerveja para a mesa.

Martin ficou triste pelo namorado, ele realmente tinha ficado triste. Stilinski se aproximou e ela o puxou para perto, segurando seu rosto em um movimento sutil, depositando um beijo demorado e carinhoso na bochecha dele.

– Você cozinha muito bem, nos distraímos, só isso – consolou, e então se aproximou da orelha masculina – você não precisa de arroz se pode me comer – provocou em um sussurro, fazendo Stilinski grunhir.

– Melhor você parar, ruiva. Está começando a incomodar, é sério – ele alertou, sentindo a ereção ameaçar se formar.

Lydia foi capaz de rir da situação, e então se afastou dele, desfazendo todo o contato. Apenas os olhos se conectaram.

– Pense em outra coisa – aconselhou.

– Claro, muito fácil com você andando perto de mim com esse shorts. Qual o seu problema com calça, Lydia?

– Me incomoda, fica grudada em mim o tempo todo, eu não gosto – ela rebateu dando de ombros.

– Vou te dar algumas de aniversário, eu garanto.

Martin riu de novo, e ele controlou o riso fingindo estar irritado. Ao invés de se aproximar, a ruiva manteu a distância para não incomodar mais o namorado, e ele se arrependeu de dizer que aquilo alertava o pênis.

Allison se juntou aos amigos depois de um tempo, e eles jantaram como combinado. Stiles se desculpou pelo arroz, mas aquilo pareceu afetar muito mais ele do que os outros, porque ninguém reclamou.

Pelo contrário, todos elogiaram a comida do garoto, como era de se esperar. E assim que terminaram, se reuniram na sala com as garrafas de cerveja na mesinha central.

Lydia e Allison sentaram da mesma maneira com os namorados. As cabeças pararam nos peitorais masculinos enquanto as pernas estavam dobradas no estofado.

Argent deu apenas alguns goles, se sentindo ‘’traumatizada’’ devido a última vez que não conseguiu se controlar.

Desde o ocorrido a morena prometeu que não iria mais beber, por isso apenas dava um gole ou outro por uma mera vontade.

Só existia um pensamento na cabeça de Lydia desde que ela havia ido para aquela festa, a noite atordoante merecia um fim digno para os dois.

- Fica comigo essa noite.

Stiles arregalou levemente os olhos pela proposta, os lábios se abriram em seguida.

A vontade martelou rapidamente. Tudo que Stilinski mais queria era esquecer aquela noite horrenda conhecendo o corpo de Lydia, a agradando.

Mas ele não sabia se conseguiria, se iria dar certo.

- Mas Lydia... você tá...

- Bêbada? – Ela testou a palavra, e ele assentiu.

Martin sentia os efeitos alcoólicos sumirem do corpo lentamente  enquanto uma dor de cabeça assumia o controle aos poucos, porém, nada daquilo importava.

Ela se lembrava dos beijos, de tudo o que estava acontecendo com dois, e principalmente do quanto queria aquilo.

– Você pode ficar bêbada – Stiles brincou com a ruiva, piscando para ela se lembrando de quando transaram depois da festa.

Ela deu um breve riso, e então deu um novo gole na garrafa.

O grupo conversou sobre diversas coisas enquanto bebiam. Scott estava levemente alterado, falando um pouco embolado com os olhos zonzos, mas ainda ciente de tudo o que fazia.

Stiles e Lydia se sentiam agitados e risonhos, mas não chegava a embriaguez total.

– Ei, princesa. Você lembra quando fomos perseguidos por cachorros de rua? – Scott perguntou para o melhor amigo, arrancando uma risada enorme dele.

– Achei que fosse morrer aquele dia! Isso deve ter uns doze anos, Scott. Você lembrou disso agora? – Respondeu surpreso.

– Nossa infância foi maravilhosa, é claro que lembrei! Lembra quando eu te desafiei a chamar a Katie para a sua festa de aniversário?

Stilinski deu um mero sorriso, afirmando com a cabeça.

Lydia ergueu a cabeça arqueando as sobrancelhas, interessada no assunto.

– Quem é Katie? – Perguntou, se ajeitando no sofá.

– Era a garota que eu gostava na terceira série. Ela era popular e Scott adorava jogar na minha cara que ela não ligava para mim, até que ele me fez esse desafio idiota. Chamei ela para a minha festa, e então eu dei o meu primeiro beijo aquele dia, e foi bom. Jogo isso até hoje na cara dele – Stiles explicou olhando para a ruiva, falando como se o melhor amigo não estivesse ali.

– Ah – foi o que Lydia disse.

– Tenho certeza que você fez alguma coisa com ela, Stiles. Ela era linda, você não teria chance.

Stilinski sorriu enquanto se recordava do momento íntimo de anos atrás.

– Ela me ensinou a não me subestimar – disse dando um novo gole na bebida.

O silêncio se instalou no grupo, e todos pareciam pensar em algo diferente. Minutos se passaram, e já era tarde da noite.

Mesmo assim, eles pareciam dispostos a continuarem ali.

Lydia se aproximou do namorado, sussurrando em seu ouvido:

– Scott já está bêbado? – Perguntou.

– Ainda não, só mais quatro goles e você vai ver – respondeu, sabendo quando o amigo se embriagaria por o conhecer muito bem naquela fase.

– Stiles, você lembra quando apostou comigo se conseguiria transar com a Lydia? Eu te devo um ingresso pro jogo de beisebol – McCall falou petrificando o melhor amigo que iria dar um novo gole na bebida, parando a garrafa no ar no mesmo instante.

Stilinski sentiu o ar rarefeito, e sua coluna gelou em seu corpo. Permaneceu olhando para a frente, torcendo para que ninguém tivesse ouvido aquilo, mas sabia que estava se enganando.

Mesmo bêbada, Stiles sabia como Lydia conseguia reter informações, como quando eles tiveram a primeira noite juntos.

Ele não sabia o que pensar, mal se lembrava que tinha feito aquela aposta. Mas desejou voltar no tempo naquele mesmo instante.

Pelo silêncio que se instalou, concluiu que Martin tinha entendido cada palavra que tinha saído da boca do McCall.

– A-aposta? – Lydia gaguejou na tentativa de perguntar, transparecendo sua incredulidade.

Se sentiu pequena naquele espaço, desejando estar em casa e não ali. Encarou Stiles que permaneceu olhando para a sua frente, parecendo congelado.

– Stiles? – Ela perguntou fraco, finalmente fazendo ele criar coragem para olhá-la.

Os olhos verdes e grandes estavam apagados, e cintilantes de lágrimas que ameaçavam se acumular.

– Você... – ela pareceu processar as informações de uma forma muito lenta, desejando estar totalmente errada sobre aquilo – ...apostou isso?

A boca do garoto secou ao extremo, o fazendo engolir seco. Ao contrário da garganta de Lydia, que tinha um bolo enorme formado, parecendo a impedir de falar.

– Lydia...

– Apostou? – Martin reperguntou, não conseguindo acreditar que estava entendendo direito.

– Me deixa explicar, eu posso explicar – tentou dizer, mas se calou quando ela levantou do sofá sentindo as pernas bambearem – Lydia...

– Cala a boca, Stiles! – Gritou, sentindo os olhos queimarem em conjunto com o coração.

As lágrimas apareceram, ameaçando saltar dos olhos grandes que agora fitavam um Stiles triste e cabisbaixo, que também parecia disposto a chorar.

Ele se levantou, desejando mais do que qualquer coisa poder explicar o que queria.

– Você fez isso ou não?! Você apostou se iria conseguir transar comigo?! – Ela o intimidou, e Stilinski contemplou uma raiva explícita presente na garota que fez sua vontade de chorar se triplicar.

Martin desejava gritar, suas cordas vocais tremiam em antecipação, ansiedade. E mesmo falando alto, não explodiu como realmente desejava.

Não se importou com Scott e Allison ali, se sentiu um objeto usado, podendo ser substituída a qualquer momento.

Stiles encarou seus olhos grandes e ferventes de uma maneira triste, e logo depois desviou o olhar para o chão.

Antes que ela pedisse a resposta de novo, ela veio com um aceno leve de cabeça dele.

Ela arregalou os olhos, desacreditada, chateada ao extremo. Sem ter controle, as lágrimas pesaram e escorreram de seu lindo rosto que agora estava triste.

Stiles observou sentiu o coração se remoer no peito, esperando que aquela discussão acabasse logo.

– Lydia... eu posso explicar, por favor, me deixa explicar – suplicou perante ela, disposto a fazer qualquer coisa para que ela o escutasse.

– Como você t-teve c-coragem? – Gaguejou, sentindo a capacidade de falar começar a ficar escassa.

Ela chorou quieta, molhando o rosto com agilidade, o encarando de uma maneira penosa.

– Ruiva...

Lydia sentiu o coração ameaçar parar dentro de si, de uma maneira ruim, horrível. Andou em passos confusos, de costas, de uma maneira lenta, desejando sair dali e abraçar o próprio corpo.

Se virou decidida a ir embora, e sem controlar os passos, correu para a saída em um misto de desespero e sufoco.

– Lydia! – Stiles gritou, e logo correu para alcançá-la.

Não se importou com nada além dela.

Martin se permitiu chorar com a mera distância entre ela e o garoto. Sentiu a visão desfocar com o acúmulo de lágrimas nos olhos, e por esse motivo, acabou errando os degraus da área, caindo de joelhos na calçada áspera, ralando os membros.

Não doeu nada comparado ao o quanto seu coração estava machucado.

Chorou tentando se levantar, se sentindo perdida, sem saber para onde ir ou o que fazer.

Sentiu as mãos grandes e familiares cercarem seus braços, e todo o seu corpo suplicou por aquele toque, por tudo do dono daquela pele quente.

Mas seu coração berrou com sua mente em uma mistura de aflição, agonia e dor.

– Me larga, Stiles! – Ela finalmente gritou, liberando a carga de emoções que corria suas cordas vocais.

Se debateu, levantando por conta própria enquanto escapava dos braços fortes. Ela queria tanto aquele contato, mas só conseguiu sentir nojo.

– Fica longe de mim! Esquece que eu existo! – Se virou para ele berrando, observando ele chorar com os ombros caídos.

As lágrimas molharam o rosto masculino na mesma velocidade que as dela, os deixando em uma situação penosa.

– Como você teve coragem de fazer algo assim comigo?! Então foi por isso que você fez a porra de um jantar com velas e um buquê?! – Berrou enquanto chorava, sentindo a adrenalina consumir suas veias.

– Não! – Ele rebateu gritando, tentando impor a verdade – a aposta foi antes de eu me apaixonar, por favor acredita em mim! Lydia... – Stiles deu alguns passos em direção à ela, parando quando ela se afastou na direção oposta.

– Não toca em mim – sussurrou, perdendo as forças para dizer aquilo já que tudo nela desejava o contrário do que sua boca pronunciava.

Ele observou abismado, temendo que o pior acontecesse. Chorou sentindo a dor o invadir, tomar espaço em seu corpo acuado.

– Por favor, me deixa explicar – pediu, molhando o rosto com as lágrimas ligeiras.

Ela negou com a cabeça o olhando, chorando, e finalmente abraçando o próprio corpo como desejou fazer desde aquilo começou.

– Não sei como acreditei que você tinha mudado! Eu odeio ter me apaixonado por você! Não acredito que eu dividi o meu corpo com você, Stiles! – Lydia gritou, sentindo a mente explodir, ferver em sua cabeça.

Stiles chorou enquanto recebia as humilhações que ele sabia que merecia, e entendia que ela tinha razão. Só queria que ela o escutasse, e sabendo como seria difícil, sua dor aumentava a cada segundo.

Ele não tinha chance de defesa.

– Como você teve coragem de fazer uma aposta sobre o meu corpo?! Você me usou para ganhar a porra de um ingresso pra um jogo de beisebol!

Lydia não conseguiu se importar por estar na calçada, em vista aberta para quem passasse na rua. Existia tanta raiva e amor combatendo dentro dela que era impossível não ceder à batalha interna.

– Foi antes de tudo, acredita em mim, por favor – ele sussurrou, perdendo as forças para pedir aquilo.

Só conseguia chorar, sabendo que Martin não o perdoaria, e que ele tinha perdido a garota de sua vida.

Stilinski não controlou o próprio corpo, andou até a ruiva enquanto chorava, desejando tocar nela, sentir aquele cheiro uma última vez mais do que qualquer coisa.

Ela andou de costas, mas os passos largos dele foram mais rápidos.

– Me larga! – Ela gritou chorando, debatendo os pulsos que foram agarrados pelas mãos fortes.

Stiles chorou junto, e manteve o domínio dela que continuou se mexendo, até cessar os movimentos enquanto respirava pesado pela força do garoto.

Ela chorou com os olhos fechados, soltando as mãos, as amolecendo, desejando que todo o seu corpo caísse também.

Stiles segurou as mãos nos lados da cintura da ruiva, sem exercer força, mas ainda com o domínio dela.

Eles choraram juntos, compartilhando suas dores, odiando aquela situação.

Martin se arrependeu de tudo o que disse, odiando a si própria por ter dito coisas tão horríveis para o garoto que tanto amava.

Ela estava com tanta raiva que não conseguiu controlar, exatamente como não conseguiu o impedir quando sentiu o rosto dele afundar na curva do pescoço dela.

Stiles sabia que nada acalmaria seu coração barulhento e descontrolado, e que toda aquela dor jamais passaria se ela não o perdoasse.

Chorou sentindo o cheiro que mais amava no mundo, implorando na mente para que aquela não fosse a última vez.

Lydia tinha uma batalha interna gigantesca distribuída por todo o seu interior, e aquilo aumentava ainda mais o seu choro compulsivo.

– Eu estraguei tudo, eu sei... mas eu te amo muito – ele controlou o choro, mordendo o lábio inferior enquanto as bochechas molhavam com seu silêncio repentino – eu sei que não importa quantas vezes eu repita, você não vai acreditar. Mas eu amo.

Ele inalou a fragrância dos fios, decorando o cheiro inebriante. Se afastou de uma maneira lenta, e mesmo com receio da ruiva o reprimir, encostou a testa na dela, escutando ela chorar.

Permaneceram daquela maneira por instantes, até Stilinski perder a noção de si próprio.

Ele estava tão desesperado e triste que a beijou, mesmo que estivesse com medo da reação dela, não conseguiu controlar sua vontade.

Martin mexeu as mãos no primeiro momento, e congelou os lábios. Ele saboreou aquele gosto por instantes, e então a soltou, desejando não a forçar à nada.

Ela se remexeu, mas não afastou as bocas. Depois de segundos, correspondeu.

O beijou de volta.

Sentiu o coração bater em negação e satisfação ao mesmo tempo, enquanto as lágrimas ainda molhavam suas bochechas.

Ele também chorava, e se permitiu segurar o rosto feminino por uma última vez.

Naquele momento, nada mais importava.

Lydia desejou sentir aquilo uma última vez, tudo que fosse dele por uma última vez, como se fosse a primeira.

Assustou o garoto quando começou a o puxar em direção ao jipe que estava na rua, mas ele não cogitou impedir em nenhum momento.

Continuaram chorando em silêncio, permitindo que as lágrimas desprendessem de seus olhos.

A dor não amenizava de maneira nenhuma e não existia consolo.

Stiles abriu a porta do jipe, e não conseguiria dizer nada nem se quisesse.

Não existiam palavras para a situação e nada que diminuísse a vergonha que o invadia. Ele apenas continuou, tendo a certeza que era a última vez.

Naquela noite, Lydia e Stiles se esforçaram para decorar tudo um do outro.

O corpo, as mãos, o contato das peles e o fogo da paixão.

O cheiro era algo que jamais seria confundido por nenhum dos dois.

Stiles foi carinhoso, atencioso. Não porque era a última vez, mas porque queria mostrar o quanto a amava.

Lydia desejou chorar diversas vezes durante o sexo lento no jipe. Quis parar aquilo, mas algo dentro dela não permitia.

E ela sabia, tinha a certeza, que era todo o amor que ela sentia por ele.

Ela queria aquilo, queria ele uma última vez, não importava o quanto pudesse ser errado ou doloroso.

Ela precisava.

Eles nunca tinham feito sexo com tanto amor, carinho, comoção. Aquela memória jamais se apagaria.

Quando o dia amanheceu, Stiles ainda estava no jipe.

Mas Lydia não.

O garoto acordou com o sol esquentando o carro, o aquecendo no local pequeno e caloroso.

Ele já estava com suas roupas, e procurou pela garota de sobressalto, não encontrando absolutamente nada dela no jipe.

Seus olhos estavam levemente inchados do choro, e mesmo que a dor estivesse menor, ela ainda estava ali, martelando, ameaçando aumentar a qualquer momento.

Havia sido uma despedida.

Tanto Stiles quanto Lydia sabiam.

Era mais do que sexo. Era um adeus.

Havia sido um adeus.


Notas Finais


Tenho algumas coisas para falar. Primeiro: sim, eles terminaram.
Segundo: eu já tinha esse plano desde o começo sim. É como eu sempre disse, não é um conto de fadas, nunca foi um. Só nos resta torcer para tudo dar certo!
Terceiro: sobre esse sexo, eu não dei detalhes porque foi uma despedida. Dei uma pesquisada sobre isso, e meio que não tinha como detalhar essa relação. Mas espero que vocês tenham entendido que foi um sexo de amor, apenas amor. Foi um adeus, uma última entrega, só isso. Eu imagino esse sexo sem erotismo. Para mim, eles entraram no jipe, tiraram a roupa e se entregaram pra aquela emoção uma última vez, sentindo ainda toda aquela dor. Como vocês imaginam?

Comentem, quanto maior o comentário mais feliz eu fico! Até!


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