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História Contra todas as probabilidades - Armadilha I


Escrita por: Mallagueta

Notas do Autor


Parece que agora o Cebola vai pegar pesado.

Capítulo 22 - Armadilha I


– Ai, meus pés não vão agüentar mais! Tem dó, cara!

– Calma, Cascão. Eu já encontrei o que procurava.

– Isso aí? Fala sério!

Cebola contemplava a peruca demoradamente. A cor era perfeita, igual a dos cabelos da Mônica. E a textura dos fios também. Bastava cortar no comprimento certo e fazer uma franja para ficar perfeito. Quem usasse aquilo, ia ficar parecida com a Mônica de costas. Era o que ele precisava.

– E pra que você vai querer uma peruca da Mônica?

– Porque não vai dar pra fazer isso com ela pessoalmente. Agora só preciso de alguém que possa usar isso. Que tal a Cascuda? Ela tem cabelos curtos, vai ficar fácil ajeitar a peruca.

Ele olhou desconfiado para o Cebola e quis saber.

– Que plano é esse, exatamente?

– É o seguinte.

Cebola mal havia terminado de explicar seu plano e Cascão logo disparou, muito irritado.

– Mas nem que a vaca tussa e a cobra cuspa! Tá pensando o que, rapaz?

– É só fingimento, cabeção!

– Com a minha namorada nem pensar! Arruma outra!

– Pára com isso, você é meu amigo ou não é?

– Amigos, amigos. Namoradas a parte! Procura outra porque com a Cascuda não vai rolar!

– Aff. Está bem. Acho que a Denise deve servir. As outras meninas têm o cabelo muito comprido, vai atrapalhar na hora de colocar a peruca.

– E você acha que ela vai concordar?

– Ela vai concordar sim, já sei como convencê-la.

– Como?

Seu amigo apenas deu uma risada perversa. Sim, ele sabia muito bem como convencer Denise a fazer o que ele queria. Sabia muito bem. A primeira parte do plano estava concluída. Ele tinha uma boa peruca. O próximo passo seria convencer Denise a participar do seu plano e ele já sabia como fazer isso. Não havia como ela negar.

Ainda assim, ele achou melhor tentar uma coisa antes. Não custava tentar e caso ele tivesse sucesso, muito trabalho seria poupado.

Pensando nisso, no dia seguinte, bem cedo, ele estava na porta da casa da Mônica esperando por ela. Quanto mais cedo ele falasse, melhor. Quem sabe os dois não acabariam indo de mãos dadas para a escola? Seria um ótimo jeito de começar o dia. A turma inteira iria ficar feliz ao vê-los de mãos dadas numa boa. E o melhor de tudo seria ver a cara do Felipe ao ver sua vitória.

Quando a Mônica saiu de casa, ela levou um susto ao ver o Cebola parado em frente ao seu portão. O que aquele chato queria?

– Mônica, eu preciso falar com você.

Ela fez que não ouviu e continuou andando. Felipe era meio cismado com o Cebola e ela não queria dar motivos para ele ficar com ciúme.

– Ei, espera! Eu disse que preciso falar com você.

– Tá bom, vai falando. – ela disse sem parar de andar.

– Eu vou falar, mas quero que você escute com atenção!

Ele segurou seu braço, fazendo com que ela parasse. Ela olhou para ele, com má vontade.

– Olha, Mônica, eu estou aqui para te chamar de volta para a nossa turma.

Aquilo fez com que ela levasse um susto.

– E por que isso agora?

– Bem, eu não agüento mais ver você sozinha e isolada de todo mundo. Se você quiser, eu posso conversar com o pessoal e todo mundo vai voltar a ficar numa boa com você de novo.

Por mais que ela quisesse mesmo voltar para sua turma, aquele gesto repentino de boa vontade do Cebola não a convencia de jeito nenhum. Era raro ele propor algo sem estar com segundas intenções. E ela estava certa.

– A gente vai te aceitar de volta, mas você tem que terminar com o Felipe e desistir dessa bobagem de patinação.

– Desistir do Felipe nem pensar, esquece! E se eu tiver que desistir de algum concurso, vai ser porque eu não quero mais e não porque você ou qualquer outra pessoa me disse pra fazer isso. Você não manda na minha vida!

– Você não percebe as burradas que está fazendo?!

– Cebola, me deixa em paz, por favor! Por que você está fazendo isso comigo?

– Eu já disse: Que você volte pra turma e pra mim.

– Pra turma eu volto sim, mas pra você não! E eu não vou desistir do meu sonho de patinar, então vê se me erra!

– Se você não voltar pra mim, pra eles também você não volta! Nunca mais ninguém vai falar com você de novo!

– Então tá.

– Você vai ficar sozinha pelo resto do ano! Mônica, eu tô falando sério! Volta pra mim agora ou eu prometo que vou infernizar sua vida até você desejar nunca ter nascido!

Ela o olhou como se o estivesse vendo pela primeira vez. Como diabos ela foi gostar dele um dia? Aquele não era mais o Cebola que ela conhecia e sim um sujeito cruel, frio e egoísta que não se importava em passar por cima dos seus sentimentos e de magoá-la só para satisfazer os próprios interesses. Não, ela não ia ficar com ele por nada no mundo.

– E então, o que me diz?

– Humpt! Você vem me infernizando a vida inteira, se quer saber. Se eu sobrevivi durante todos esses anos, acho que alguns meses não vão fazer diferença.

– Você não pode estar falando sério! Vai abrir mão dos seus amigos por causa de bobagens?

– Foram eles quem abriram mão de mim por causa de bobagens! Eu quero voltar pra turma, é sério! Sinto muita falta das minhas amigas, mas eu não posso abrir mão dos meus sonhos e nem deixar de fazer as coisas que eu gosto só porque elas não concordam com minhas escolhas!

Ele ficou vermelho de raiva. Aquilo não estava dando certo.

– Mônica, é a sua última chance. Ou você volta agora, ou não volta nunca mais.

– Não vem me ameaçar porque eu nunca tive medo de você!

– Aê, o que tá pegando aqui?

Eles viraram e deram de cara com o Felipe, que olhava para o Cebola como se quisesse arrancar os olhos dele.

– Nada não, a gente já terminou.

– Não terminamos coisa nenhuma!

– Seguinte, ô carequinha, pára de ficar rodeando minha namorada, valeu?

– Seu idiota! – ele gritou furioso – pensa mesmo que a Mônica gosta de você? Larga de ser besta! Ela só tá com você porque eu não quis! Se eu estalar os dedos, ela volta pra mim rapidinho.

– Volto pra você uma ova! Tá querendo levar uma bifa, é?

Felipe a segurou para que ela não partisse para cima do Cebola. Se alguém ali tinha que surrar aquele careca atrevido, aquele alguém era ele.

– Seguinte seu cabeça de cebola, deixa a Mônica em paz, tá legal? Ela não quer mais nada com você, então desencana e vai cuidar da sua vida!

Antes que a discussão acabasse indo longe, Felipe saiu dali levando a Mônica, que ainda queria acertar um soco na cara do Cebola.

– Pois bem, se é assim que você quer, então prepare-se pra viver o inferno na terra esse ano!

Ela continuou andando sem se alterar. Grande coisa aquelas ameaças! Ela já estava vivendo o inferno na terra. Não havia como ficar pior.

Ao ver que ela não pretendia mudar de idéia, ele cerrou os punhos com raiva, sentindo ainda mais vontade de colocar aquele plano em ação. Se antes ainda havia alguma coisa na sua consciência lhe alertando sobre o estrago que ia fazer nos sentimentos dela, agora não havia mais nada.

– Ué, você tava conversando com a Mônica?

– Estava, Cascão. E parece que aquela teimosa não quer ouvir ninguém. E pra piorar tudo, aquele maloqueiro apareceu no meio da conversa. Bem, se ela quer continuar essas idéias, então eu vou continuar com as minhas. Falarei com a Denise hoje mesmo e colocar o plano em ação. Mas antes, eu quero fazer uma coisinha...

– Que coisinha?

Cebola puxou cascão para um local mais discreto, onde não podiam ser observados e depois ordenou.

– Me dá um soco.

– Quê?

– Anda, não temos muito tempo. Me dá um soco bem no nariz que é pra sangrar bastante!

– Eu não vou fazer isso! Se quiser, vai bater com a cara na parede!

– Tem que ser um soco, senão o pessoal vai desconfiar!

– E pra que você quer levar um murro na cara? Ah, já sei: é pra botar a culpa na Mônica, não é?

– Claro que não, seu tonto! Direi a turma que eu tive uma briga com o Felipe.

– E por que o Felipe?

– Quero que o pessoal fique contra ele também. faz parte do plano.

Mesmo hesitando, cascão golpeou o amigo, mas sem muita força.

– Assim não, seu molenga! Bota força nesse braço aí! – ele voou para trás com outro golpe. Aquele tinha sido bom.

Seu nariz estava sangrando e Cebola ficou satisfeito com o resultado. Quase satisfeito.

– Ainda falta uma coisa.

– Tá. O que?

– Isso! – um outro soco foi desferido, pegando Cascão de surpresa. O rapaz caiu no chão, gritando de dor e esfregando o rosto.

– Tá doido? Por que fez isso? Foi você quem me pediu!

– Sei disso, acontece que isso terá mais impacto se nós dois aparecermos machucados.

– Você é muito filho da puta, viu? Fala sério!

– Agora para de chorar e vamos sair daqui. Nossa platéia nos aguarda.

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As meninas conversavam no portão de entrada, comentando sobre o quanto estavam chateadas por mais um dia de mal com a Mônica. Pouco antes, a Mônica tinha passado por elas com a fisionomia carregada, parecendo agitada e nervosa e elas ficaram pensando no que teria acontecido. Seria por causa deles? Não demorou muito e elas logo avistaram Cebola e Cascão indo na direção delas.

– Cascão? O que aconteceu, amor? Ah, coitadinho!

– Ai, pega aí não que dói!

– Eu vou ver se consigo uns cubos de gelo! Mas fala aí, o que houve!

Antes que Cascão falasse alguma coisa, Cebola se adiantou.

– Eu estava tentando falar com a Mônica, numa boa sabe? Queria fazer as pazes com ela, chamá-la de volta pra nossa turma.

Os olhos delas brilharam. Aquilo ia ser muito bom!

– E o que aconteceu?

– Ela não quis e armou um escândalo. Falou que não quer mais saber da gente.

(Marina) - Gente, que horror!

(Cascuda) - Não acredito que ela fez isso!

(Magali) - Então esse olho roxo aí foi...

Ele abaixou a cabeça e seus lábios começaram a tremer. Elas viram que Cebola não queria falar algo e só depois de muito insistir é que ele decidiu falar a verdade.

– Foi a Mônica.

Choque geral. Das garotas, que não esperavam aquele tipo de coisa e do Cascão, que finalmente percebeu que Cebola tinha mentido para ele.

Algumas chegaram quase a chorar com aquilo tudo. Apesar de sério, Cebola ria internamente ao ver como foi esperto em improvisar e saber aproveitar aquela situação. Ele sabia que Cascão não ia desmenti-lo naquela hora.

Quando a Mônica entrou na sala, ele percebeu que as meninas pareciam querer esganá-la, especialmente Cascuda que parecia olhar para ela com muita raiva. Ele achou hilário ver como todos tinham realmente ficado zangados com ela. Isso tornaria sua queda ainda pior e mais dolorosa quando seu plano desse certo.




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