História Cor de tempestade, cor de mel - Único

Sirius tinha esplêndidos olhos de tempestade. Caíam como raios cinzas, fervorosos, em constante movimento, reproduzindo milhares de emoções. Sempre tão expressivo, ele era aquele alguém cujos sentimentos estavam sempre à mostra. Sirius nunca se envergonhava do que vinha de dentro de si mesmo.

Remus, por outro lado, tinha olhos como mel. Eram castanhos, mas emanavam tanta tristeza que, por vezes, pareciam ainda mais escuros. Doces, no entanto, porque Remus era gentil, generoso, e tudo nele se expressava do mesmo jeito. 

Belo contraste se produzia quando os dois pares de olhos encontravam-se. Um nervosismo comum, familiar — mas nunca rotineiro ou cansativo — lhes agarrava os peitos. 

Outras pessoas também tinham íris bonitas, mas Sirius amava as de Remus como se fossem as mais belas pinturas. A tempestade caía em forma de paixão — velada, escondida, mas tão intensa quanto todo o resto. 

Remus tende a fingir quando tudo sai de seu controle. Para não falhar pelos raios disparando em sua direção, era mais fácil estar de costas. Mesmo assim, nunca funcionava, porque Sirius era seu maior vício. 

"Se ao menos soubesse o tanto que tuas íris me acalmam", pensavam os dois, um para o outro, sem quaisquer noções dos sentimentos mútuos que ardiam por dentro, "Jamais as privaria das minhas".