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História Crawling - Tomarry - 1944


Escrita por: Trevo_Cobre

Notas do Autor


Olá! Tudo bem com vocês?
Eu estou ótima, só queria agradecer todo o carinho que vocês estão dando pra essa fic e pra mim, fico muito feliz com isso.

Fiquem a vontade para me seguir, conversar na timeline do spirit, stalkear algumas outras histórias... Uma escritora só existe por seus leitores.

Bem... Mais um capítulo, aproveitem!

Capítulo 10 - 1944


Depois de minha caminhada gloriosa, onde eu estava encharcado e humilhado, pelos corredores de Hogwarts, pode-se dizer que eu virei alvo da maioria das piadinhas. Eu sabia que aquilo ia acabar com a próxima vítima dos gêmeos, mas isso não me impediu de ficar deprimido, até porque, até mesmo Mione riu de mim naquela noite.

— Fico espantada por não ter sido sugado pelo encanamento, igual a Murta — Ela brincou entre alguns risinhos.

— Acho que podemos culpar o cabeção dele por isso — Rony falou e os dois explodiram em risadas, senti minhas orelhas pegarem fogo — Desculpe, Harry, mas...

— Está tudo bem, já estou me acostumando com isso — "Estou me acostumando a ser maltratado por meus melhores amigos" pensei dramaticamente — Pelo menos vocês pararam de discutir.

Ron deu de ombros e Hermione virou o rosto, provavelmente porque estava vermelha como um pimentão. Ia dar boa noite para eles e ir dormir, mas antes que eu pudesse fazer isso, minha amiga me chamou.

— Harry! Esquecemos de te falar algo. Enquanto você fugia durante o dia, Snape perguntou duas vezes por você e disse que se não aparecer na próxima aula dele... Vai ter que comparecer na detenção por tanto tempo que os ratos vão te confundir com um deles — engoli em seco e murmurei um "valeu" sem vontade — Ah! E tem mais uma coisa, uma coruja apareceu com uma carta para você, eu acho que é de Sirius.

Peguei a carta que estava com ela e subi as escadas do dormitório com um sorriso feliz. Como eu esperava, o manuscrito falava que meu padrinho estava orgulhoso de mim por ter notas tão boas, e que se eu quisesse, nós podíamos jogar Snape de uma das torres de Hogwarts. Também falou para eu me cuidar e continuar mandando notícias. No fim da carta, o Black ainda falava um pouco sobre o nosso primeiro Natal juntos na casa nova dele e que já estava preparando uma surpresa incrível. De repente eu estava radiante, não me importava mais em passar pelas afrontas de Snape ou as recentes humilhações. Minha vida parecia estar finalmente entrando nos trilhos, era assim que sempre deveria ter sido... Senti meus olhos úmidos, mas a sensação que isso trazia era boa.

Deitado naquela cama comecei a refletir se eu era uma péssima pessoa por falar com Tom, antes daquele momento aquilo nunca pareceu tão errado, mas de certa forma eu sabia que não adiantava me torturar, em algum ponto eu havia começado a realmente apreciar nossas conversas. Tínhamos uma conexão, fosse o que fosse. Peguei um travesseiro e apertei contra o rosto com um pouco de força demais, antes de me lembrar do meu óculos, aí imediatamente deixei aquilo de lado e abracei o travesseiro. Tentei decidir se seria certo que eu escrevesse agora mesmo para o Riddle, mas, lutando contra o Instinto de fazê-lo, tirei o diário do casaco e coloquei de baixo do travesseiro, me deitando sobre ele para reler a carta de Sirius.

Natal em família pela primeira vez... Parecia um sonho. Suspirei tentando me lembrar do que cada um de meus amigos iria gostar de ganhar n Natal, estava na hora de começar a pensar nos presentes. Troquei de roupa, tentando manter minha mente focada na lista de presentes, me deitei na cama e foi perdido nesses pensamentos que sem querer acabei adormecendo...

 

"Era uma das salas de Hogwarts, apesar de eu não conseguir identificar qual sala era e nem mesmo o porquê eu estava ali. Me aproximei de uma escrivaninha e folheei um livro que estava em cima dela, por mais que eu quisesse, não conseguia ler o que estava escrito e de repente uma voz me chamou a atenção.

— Você poderia, por favor, não mexer nas minhas coisas? Está desorganizando tudo — ergui os olhos e descobri Tom Riddle me olhando acusatoriamente do batente da porta.

— Desculpe — ergui as mãos e me afastei da mesinha. Tom suspirou e foi perto de mim voltando a colocar as coisas na ordem que elas estavam — Onde nós estamos mesmo?

— No meu escritório — O moreno falou e eu devo ter feito uma cara de quem não estava entendendo nada, pois ele olhou para mim e inspirou fundo — Você está comigo nos anos 40, mais especificamente ao Natal de 1944.

Olhei para ele abismado, eu não poderia estar em 1944, como aquilo havia acontecido? Percebendo minha aflição, Tom Riddle revirou os olhos e passou as mãos pelos cabelos como quem está tentando adquirir paciência.

— Harry, olhe ao redor... E se sinta bem-vindo ao inferno — Ele abriu os braços como quem mostra a magnitude do lugar. Olhei pela sala, vi ali um sofá, além da escrivaninha e de grandes janelas que mostravam a neve — Sinta-se livre para me acompanhar ou... Pode ficar aí plantado como um salgueiro lutador, só que em uma versão humana e raquítica.

— Eu... Estou dentro do diário? — perguntei enquanto seguia ele, passamos por um esconderijo secreto que ficava na parede, a passagem dava para uma escadaria.

— Está no "mundo" dentro do diário, é uma cópia das minhas lembranças desse dia, mas... Se ninguém está olhando, eu posso fazer o que quiser — Tom deu de ombros e desceu as mais alguns degraus — Posso tentar uma coisa?

— O que...? — O moreno se aproximou lentamente e tocou a minha mão com a ponta dos dedos, me arrepiei e encarei aqueles olhos avermelhados e expressivos.

— É, isso comprova que você está mesmo aqui — O Riddle repuxou o lábio em uma tentativa de sorriso, mesmo que houvesse fracassado, eu conseguia sentir sua euforia contida. Me perguntei a quanto tempo ele não tocava ninguém, me perguntei se eu me manteria são. Acompanhei ele até chegarmos na sala comunal... Da sonserina.

— Se isso é verdade o que eu estou fazendo aqui? — perguntei querendo sair, eu conseguia ouvir Pirraça cantando ao longe e a decoração era... — Péssima.

— Se está falando da decoração, eu concordo — Meu ex inimigo pegou um globo de neve de cima da lareira e se jogou no sofá — Já sobre o que você faz aqui... Eu não faço a mínima ideia — Ele me olhou e arqueou a sobrancelha, mexendo no globo, fazendo a neve falsa cair — Não vai se sentar?

— O que vamos fazer agora? — Tom olhou para o sofá, quase como uma ordem para eu me sentar. Revirei os olhos e obedeci, me sentando um pouco afastado dele — Tom? O que fazemos agora?

— Agora... Nós esperamos passar — Ia começar a discutir, mas fui interrompido por ele — Ou você tem uma ideia melhor?

Cruzei os braços e tentei me ocupar com a decoração da sala, que era péssima, as meias em cima da lareira pareciam panos de chão, tinha um bonsai seco com alguns enfeites pendurados na mesinha de centro e alguns globos de neve apareciam em cantos aleatórios. Aquilo era bem ruim, comecei a pensar como poderia deixar o ambiente menos feio, mas logo fui tirado de meus devaneios por algo se quebrando próximo a mim, levei um susto que arrancou uma risadinha de Tom.

— Sério? Vai jogar globos de neve no chão para passar o tempo? — perguntei corando, quase tinha tido um treco por conta daquilo.

— Você parece nervoso, eu sei que a minha presença é intimidadora, mas pode ficar a vontade, não estou com ânimo para tentar de matar hoje — olhei para o moreno um pouco tenso de que pudéssemos realmente entrar em um confronto. Não sabia o que podia esperar, não dele. Mesmo que Tom parecesse diferente do homem que conheci — Não sei se teria algum efeito para você na vida real, mas... Talvez seja interessante testar algum dia desses.

— Se me matar, eu não vou apenas acordar? — Era assim que eu me lembrava que acontecia quando eu morria em sonhos, o Riddle deu de ombros.

— Eu tenho algumas teorias...

— Você parece sempre ter uma teoria... — resmunguei e, de repente senti frio, foi somente aí que percebi que Tom estava com roupas diferentes da que eu lembrava, ele percebeu meu olhar.

— Achou algo interessante? — Me mantive em silêncio e voltei a analisar o traje, ele estava com uma blusa azul escura de lã, calças pretas e... Meias listradas de tons lilás e azulado. Abri um sorrisinho — O que? Um bruxo poderoso não pode mais ter um dia de folga sem ter que se preocupar com a aparência?

— ... Belas meias — falei e tentei não ri, de repente senti outro globo de neve vindo em minha direção, me abaixei bem a tempo.

— Já parou para se olhar? Belo pijama, Potter — Automaticamente olhei para baixo, constatando minhas calças xadrez vermelhas e minha camiseta cinza. Agora conseguia entender o porquê estava sentindo frio.

— Você não precisa ser tão mal-humorado assim... — Ele me interrompeu, Tom gostava de ser o dono da razão.

— Como eu estava dizendo, tenho algumas teorias. Se eu te matar aqui você pode entrar em coma, morrer de verdade, ficar preso aqui ou apenas acordar em sua cama — olhei ele por um momento e então dei de ombros, o ex lord me olhou indignado — Não te preocupa nem um pouco o que eu posso fazer com você enquanto está aqui?

— É... Na verdade, não. Eu já passei por coisas demais para me preocupar com isso — Eu podia me deixar levar pelo medo ou aceitar que as coisas eram como eram, escolhi a segunda opção — Escuta, você tem um casaco sobrando? Está meio frio...

— Eu tenho o poder de te matar e você está preocupado com não sentir um ventinho gelado? — O Riddle me olhou interrogativo, me levantei do sofá e comecei a andar pela comunal, procurando um casaco ou algo do gênero — Harry!

— Oi? — perguntei, puxando um cobertor que estava em uma cadeira perto da lareira — Ah... É.

— Você está falando sério?

— Aham. Além do mais, acredito que não vai me matar, já que eu não fiz isso com você quando pude. Também porque, se fizer isso, vão encontrar seu diário e  eu não acredito que vão ser bondosos com você — falei e me enrolei no cobertor verde, então fui até o sofá e me sentei confortavelmente — Hein, pode chamar um elfo ou algo do tipo? Estou começando a ficar com fome e não sei quando esse sonho vai acabar.

— Você está pensando que esta é a sua casa? — Tom se levantou e tentou puxar o meu cobertor, puxei de volta, ele me olhou zangado — Para de ser folgado e tira o pé do sofá.

— 'Tá, eu tiro, mas a coberta fica — dei um último puxão no tecido e voltei a me enrolar, dessa vez tomando cuidado para não colocar o pé no precioso sofá de Lord Voldemort.

— Você é insuportável, um perfeito pirralho de merda — Devo ter feito uma careta ao ouvir aquilo, pois recebi um olhar mais feio que o esperado.

— Me desculpe se você deixou de me dar medo a um bom tempo, seu velho — falei me levantando, odiei a sensação de ter ele me olhando de cima.

— É incrível como sempre conseguimos brigar... — Ele falou e deu alguns passos para perto da lareira — E você ainda fala de companheirismo!

— É incrível como você é dramático e gosta de se sentir importante! — falei começando a perder a calma — Quer saber? Retiro o que disse, você me chamou de pirralho, mas não é diferente, então pare de agir como se ainda fosse um lorde! Estamos presos aqui e eu não vejo nada além de...

— Eu gosto de me sentir importante? Novamente, peço que dê uma boa olhada em si mesmo antes de apontar o dedo para os outros — inspirei profundamente, eu estava com vontade de pular no pescoço dele — E agora? O que vai fazer quando não pode simplesmente fechar o diário e me ignorar por tempo o suficiente para se convencer que está certo sobre seja lá o que for?

— Vou tentar não ficar com raiva de você e nem pular no seu pescoço — falei um pouco alto demais — Só vamos admitir que isso é ridículo e vamos manter a paz...

— E em seguida o que? Vamos cantar músicas natalinas, fofocar sobre as últimas novidades do mundo bruxo como duas senhoras e fazer massagem um no pé do outro? — Eu sabia que o intuito de toda aquela ironia, sarcasmo e deboche era me irritar e uma parte minha queria muito ceder a ela, mas a outra queria passar por aquilo de uma forma pouco traumática e sem perder o controle. Se Tom iria bancar o infantil, poderia fazer aquilo sozinho.

— Você quer fazer essas coisas? Eu tinha pensado em quebrar globos de neve, andar pelos corredores com meias, invadir a cozinha e comer algum doce — disse e vi o rosto Tom Riddle pegar fogo de raiva, ele aprecia uma panela de pressão prestes a explodir.

— Dá o fora do meu mundo — Ele falou entre dentes, eu comecei a falar que o mundo não era dele e que mesmo que fosse, eu não ia acatar as ordens de um... Um sonserino de bosta para dizer o mínimo. Mas, quando estava fazendo isso Tom gritou em Parseltongue — FORA DAQUI!

Senti uma vertigem e tudo começou a girar..."

 

Acordei com um pulo e devo ter xingado em parseltongue antes de pegar meus óculos no criado mudo. Agora entendia o porquê não havia conseguido ler uma palavra daquele livro, tudo parecia mais nítido através das lentes do óculos. Fiquei uns momentos sentado na cama antes de me levantar, estava tentando acalmar meu coração, que parecia bater loucamente pelas emoções que havia sentido. Consegui perceber meus amigos dormindo e tive certeza que aquela fora a primeira vez em alguns meses que eu não acordava ou em cima da hora ou atrasado. O problema é que eu me sentia puto, eu estava muito puto com Tom por me tratar daquela forma. Era imaturo dele, e da minha parte. Mas se pudesse, gostaria de chutá-lo.

Fui até o banheiro perto dos dormitórios e lavei o rosto, minha mandíbula estava tensa e minha testa franzida, uma parte de mim parecia gritar "Qual o problema com ele?" e a verdade é que eu não sabia. Tom era, de muitas formas, um enigma.

— Babaca — falei e me olhei no espelho. Suspirei, decidindo tomar um banho para forçar meu corpo a se livrar da tensão. 

 


Notas Finais


Me deixem saber o que estão achando da história, como sempre, isso é muito importante para mim.
Beijos e até.


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