História Crime in the city hall. - Quem matou Luke?

– QUE? – Levantei do sofá em um pulo.

– Luke foi assassinado. – Ele respondeu aos prantos.

– Por quem?

– Não sabemos.

– Será que foi a mesma pessoa que matou Harry? – Se for, precisamos descobrir logo quem é esse cara, antes que ele mate mais alguém.

– Por isso precisamos de você. Vem me encontrar na delegacia. – Pediu gritando.

– Ah não, não quero, eu me dei folga, traz todo mundo pra cá, trabalhamos aqui.

– Tá maluca? Vou levar o corpo aí?

– Quando você desco... Ta, ta, eu tô indo.

– Rápido.

Desliguei irritada e subi para me trocar. Coloquei qualquer roupa e peguei meu distinto e arma. Voltei para o andar de baixo, avisei a Sava que estava para sair, ela fez um positivo e sai de casa, entrei na camionete e segui para a delegacia.  Fui batendo os dedos no volante, estava com tanta raiva. Eu não queria ir trabalhar agora, e esse desgraçado vai e morre! Cretino! Isso é dia de morrer, caralho? Ainda bem que morreu, Deus me livrou de um para odiar. Luke não era um bom governador, vamos combinar. Graças a Deus já foi.

Cheguei na delegacia e vi várias repórteres na frente dela. Desci da caminhonete e corri lá para dentro, quase fiquei cega por causa dos flashs. Parecia até que eu era famosa. Quem dera. Fui puxada, mas continuei até que vi Ashton. Corri até ele e pedi que ele me deixasse a par de tudo. Ashton contou que a sobrinha de Luke ligou desesperada dizendo que havia encontrado o mesmo desacordado no chão de seu escritório. Dois policiais foram até lá e constataram a morte. Ele me ligou para que eu o acompanhasse até lá, mandei ele colocar a blusa de frio e os óculos de sol. Ashton me olhou sem entender e disse que a blusa era para os possíveis arranhões e o óculo para não ficar cego com os flashs. O mesmo riu e assim fez, ficando igual a um stalker malucão.

Saímos da delegacia e aquele empurra-empurra estava me irritando. Puxei minha arma e atirei para cima, fazendo todos se abaixarem. Gritei que eles teriam que esperar para saber o que houve e que ficar de tumulto na frente da porra da delegacia, não adiantaria nada. Mas parece que ninguém me ouviu. Eles continuaram berrando e eu tive que puxar Ash dali. 

Entramos no meu carro e segui em disparada para casa de Luke. Estava furiosa com toda essa merda. Eu tô com muita vontade de jogar essa investigação para o alto e me mandar pra longe daqui. Ninguém merece esse stress todo. Isso não faz bem para minha sanidade. Vou acabar maluca e em um hospício. Coisa que eu não duvido. Ser investigador é querer se matar.

Chegamos na casa e vi várias viaturas de polícia, assim como alguns fotógrafos. Mal dava para acreditar que alguém passou por todo aquele esquema de segurança. Deve ter sido alguém que tem livre acesso na casa. Isso é tão estranho... Droga. Descemos do carro e fomos até o escritório, aonde está o corpo do morto. 

Ao entrarmos, já vi Luke ao chão, em volta dele tinha bastante sangue, mais do que com Harry. Perguntei do que ele havia morrido e um policial respondeu que Luke foi baleado. Pedi que virassem o corpo e assim que fizeram, vi 3 furos em seu peito e um na cabeça. Perguntei aonde estava a sobrinha, o policial contou que a mesma havia desmaiado. Assenti e perguntei o que eles haviam achado até agora e onde estava o legista. O mesmo disse que as capsulas não estavam no chão e a cena era muito misteriosa. Falei que alguém deveria ter limpado tudo e como o tiro foi certeiro, mesmo havendo três buracos no corpo, é uma pessoa que sabe atirar. O legista concordou e disse que o morto já havia morrido depois que levou o tiro na cabeça, concluímos que, os tiros no peito foram para fazer Luke sofrer um pouco de agonia.

– Suspeita que possa ser o mesmo de Harry? – Ashton questionou.

– Não, mas não podemos descartar essa hipótese.

– Isso é tão enigmático.

– Eu ganho 20 mil para isso.

– Mas nunca chegou a algo tão...Tão... Esqueci a palavra... Mas nunca veio a um caso tão difícil.

– Bom, temos mais um caso aqui pessoal e mesmo que ele não for conectado com o de Harry, vai da trabalho de qualquer jeito. – Digo em alto e bom som para que todos ouçam.

– Por que as pessoas decidiram atacar logo agora?

– Não sei... As eleições! É a única coisa que liga os dois casos. – Essa memória surgiu em minha cabeça.

– Se for isso, temos que proteger Niall.

– Ao menos que ele seja o culpado, todo caso, mandem duas viaturas para sua casa. Deixa, é melhor nos dois irmos, assim ficamos de olho nele e em Louis.

Ele assentiu e saímos de lá. Entramos em meu carro e consegui avistar Calum pulando o muro para tentar entrar na casa, mas ele foi impedido por dois guardas. Parei o carro perto deles e pedi que Calum entrasse, ele ficou me olhando e depois centro no carro, Ashton me encarou e sorri, mandei uma piscadela para ele e segui para fora da casa.

Seguimos para Niall em silencio. Apenas Ashton fazia barulho, comendo um salgadinho, eu poderia mandar ele parar ou simplesmente pegar o saco do salgadinho e jogá-lo para fora do carro pela janela, mas deixa ele comer. Ashton deve estar com fome, mas também, quando ele nos está? Ashton só sabe fazer isso. 

Chegamos na casa de Luke e mandei Calum descer, assim ele fez e Ashton foi na frente. Passamos pelos portões da mansão e mandei uma mensagem para Calum entrar na casa sem ser visto, não quero que ele seja barrado, pode acabar nos ajudando. Eu quero na verdade que ele descubra algo, qualquer coisa e se ele for preso fazendo isso não será novidade, ele já se acostumou com isso. Estacionei o carro e vi a porta da casa abrindo pelo próprio Niall, acho que ele está começando a fazer sua própria segurança. Tarde demais, já chegamos. Fomos até ele e o cumprimentamos. Contei o porquê da nossa visita tão tarde assim e ele entendeu perfeitamente.

Entramos na residência e pediu para Louis arrumar o quarto de hóspedes para nós, mesmo eu dizendo que não havia necessidade. Niall é um homem bem-educado, mas suspeito. Muito suspeito... Ninguém se salva. Eu estou de olhos em todos, logo, vou achar quem foi. Louis foi fazer o que Niall pediu e nós seguimos o loiro até a sala. Sentamos no sofá e Niall estava agitado, parecia meio drogado. Perguntei se ele estava bem e o mesmo assentiu. Falei que ficaríamos a primeira noite aqui e depois outros policiais viriam para cobrir nossos turnos, Niall balançou a cabeça com pressa e se encolheu. Falei que ele não tinha escolha, ou era isso ou ele tinha chance de acabar acordando morto.

– Vou ficar bem? – Perguntou preocupado.

– Vai, só estamos aqui por precaução.

– Eu estou com medo.

– Não precisa ter.

– E se me matarem?

– Matou, ué.

– Oi?

– Se te mataram vamos achar o assassino e leva-lo a julgamento, mas isso não vai fazer você voltar a viver.

– Pare de dizer isso!

– Foi você que perguntou.

– Mas não é obrigada a me aterrorizar!

– Só quero que fique ciente de tudo

– Não quero morrer.

– Que bom que pensa assim.

– Eu preciso de um calmante.

– Mais? Você parece estar drogado, vai ter uma overdose.

– Eu preciso de um calmante.

– Vai tomar então.

– Preciso de Louis também.

– Logo ele desce.

– Pode me dar essa garrafa de uísque? – Ashton estendeu a mesma a ele e a peguei.

– Você não deveria beber.

– Por que?

– Está chapado.

– E daí?

– Beber só vai piorar.

– Não vou sair de casa mesmo.

– Se ele te seduzir até lá fora?

– Não irei sair daqui.

– Veremos.

Dei a garrafa a ele e ele a bebeu. Revirei os olhos e Louis voltou avisando que o quarto estava pronto. O agradeci e ele ficou atrás de Niall. Sussurrei no ouvido de Ashton que era melhor subimos para deixar Niall mais à vontade, sei que ele está incomodado com a nossa visita. O mesmo assentiu e avisei a Niall que iriamos para lá, ele agradeceu e ele pediu que ficássemos a vontade. Segurei a mão de Ashton e subimos.

Entramos no quarto que havia um homem na porta. Pedi licença e a fechei.  Abri a janela e Calum entrou, ele está todo suado, ri e ele sentou no chão. Ashton perguntou o porquê de Calum estar aqui e sussurrei meu plano, fazendo ele revirar os olhos. Ash crê que não foi Niall que matou, mas eu sei que foi.

Peguei meu celular e liguei para Michael.

– Fala, amorosa.

– Preciso de um favor, moleque. Entra no sistema de segurando do Horan. – Falei baixinho.

– Folgada.

– Faz logo o que eu tô mandando ou eu acabo com sua amizade e da Sava.

– Shh. Chata. Pronto, já entrei.

– Ótimo, está vendo ele?

– O alcoólatra impulsivo com uma caixa de remédios na mão?

– É, esse aí mesmo.

– Ele está tão desesperado.

– Claro, É culpado, ele só está se drogando porque está com medo de ser descoberto.

– Não! Está doida?

– É o que, eu acho, cada um tem a sua teoria, não é mesmo? Deixe as filmagens gravando em um pen drive, CD, sei lá e vai dormir.

– Não. Você não pode acusa-lo. Niall está sofrendo de pânico.

– E daí? Se ele não fizer nada eu vou excluir essas imagens e acabou o assunto.

– Tudo bem. Vai dormir você, vai.

– Eu preciso mesmo de uma boa noite de sono, mas não será aqui. – Sentei na cama e tirei meus sapatos.

– Como assim?

– Não vou dormir na casa desse lunático, vou ficar acordada a noite toda.

– Hm... Então, você é a gostosinha do quarto?

– Não repita isso de novo, que nojo. – Fiz uma careta. – Vai dormir, criança.

– Gostosinha! Mas não tanto quanto a sua irmã. Ela tem uma bundinha...

– MICHAEL! Eu vou te prender por assédio.

– Ela também quer!

– Ela não é um objeto, não a trate como uma qualquer, esta entendo? Savannah é uma menina decidida sim, mas tem suas inseguranças e se você a magoa-la, eu vou cortar o seu pinto com a faca que eu passo manteiga no pão.

– Não sou esse tipo de cara, Holly. – Ele falou com uma voz baixa.

– Se for, de adeus para seu pinto.

– Eu não sou assim. Apenas falo essas coisas, mas eu também tenho meus problemas internos.

– É, eu sei, você é um esquisito, sua vida é uma fanfic. Você é o cara que sofre na escola, mas fica com a patricinha no final.

– Não sei se isso acontecerá...

– Só depende de você. Sava, não tem tão bom gosto assim, talvez seja por isso que ela gosta de você, quem sabe. – Fui para trás e deitei na cama, deixando minhas pernas para fora dela.

– Não quero falar com você.

– Foi você que começou.

– Tchau.

– Não esqueci de gravar as filmagens. Tchau. – Ele desligou.

Olhei para Ashton e ele estava encolhidinho na cama. Ri e o desejei boa noite, ele assentiu e me desejou o mesmo. Olhei para Calum e pedi que ele descansasse até todos já terem dormido, ele falou que ficaria mais um tempo acordado enquanto anotava algo em sua caderneta. Assenti e me ajeitei na cama ao lado de Ashton, que já dormia. Esse menino não faz nada além de comer, dormir e atrapalhar. Mas tem seus lados bons também. Às vezes, seu modo atrapalhado faz coisas incríveis. Por exemplo: No dia que roubaram o mercado, ele acabou brigando com o bandido que havia derrubado suas compras, o homem apontou a arma para sua cabeça, Ash o desarmou e deu voz de prisão. Tudo aconteceu só porque Ashton é encrenqueiro. Nossa, esse menino é bom de um barraco, ele adora uma confusão, acho que é por isso que virou investigador. Eu lembro quando ele apareceu no seu primeiro dia de trabalho. Ashton estava com o cabelo em um topetinho, óculos e moletom, muito cheiroso. Ele andava como se estivesse em uma passarela, mas tudo acabou quando ele esbarrou em um ex assistente meu, que trazia café. O café não caiu em Ash, mas deu uma confusão. Depois meses depois ele foi designado a trabalhar comigo, foi quando o conheci de verdade. Ele é um bom policial, mas as vezes acha que é detetive, ambos não somos iguais e isso o atrapalha muito, muito mesmo. Isso é uma das coisas que mais me irrita. 

Virei e vi Calum dormindo. Peguei meu celular e coloquei o mesmo para despertar 1:30 da manhã. O deixei abaixo do travesseiro e deitei ao lado de Ashton. Ele se mexeu e passou um braço por meu corpo, me trazendo mais para si, fechei os olhos e ele segurou meu seio, bati em sua mão assustada e o empurrei para fora da cama. O ouvi resmungando e virei para olha-lo, ele estava no chão e mesmo assim ainda dormia. Será que ele dorme com muitas mulheres? Ashton tem cara de pegador. Daqueles com força.

Ri baixinho e o puxei para a cama, o ajeitei e voltei a deitar com o mesmo. Nos cobri e fechei os olhos novamente, alisei a mão de Ash por um tempo, até que dormi.