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História Criminal - Inicio do Quarto Arco - DAWN.


Escrita por: chaotic_vhs

Notas do Autor


UUuuuhh finalmente o uúltomo arco da fanfic :c esta acabando

Se você gosta da fanfic por favor não deixa de me seguir, dar uma olhada no perfil, e me acompanhar nas outras fanfics minhas tbm

Capítulo 29 - Inicio do Quarto Arco - DAWN.


Fanfic / Fanfiction Criminal - Inicio do Quarto Arco - DAWN.

                          Sasuke PVO


 

O dia seguinte foi tão incômodo quanto se podia imaginar.  Dispensei Naruto de todas as formas e Kushina, ou qualquer outro ser que viesse a minha porta, estava sinceramente sem paciência para conversar, para ouvir desculpas idiotas sobre qualquer coisa que tivesse ou não acontecido — fosse no maldito chá de bebê, fosse com Shisui e Sasori. Recusei até mesmo a porra da explicação de Itachi, mesmo com a promessa que ele ia me contar cada detalhe da conversa. Eu estava puto em níveis astronômicos e ouvir a conversa atrás da parede de “ah são os hormônios da gravidez” só piorou tudo, mesmo que em partes pudesse sim ser por causa da porra dos hormonios mas eu quero que isso se foda, mentira pra mim de novo, Itachi quebrou sua promessa, eu fui tapeado novamente e só isso importava. 

 

Ao menos tentei fazer algo útil nos meus momentos de stress e aceitei a proposta de Kabuto de ter uma pequena residência só para mim e os bebês — e para Naruto quando minha raiva eventualmente passar. Era uma das casas que eles usavam para abrigar os pacientes da Ala Lagarta, recém desocupada quando seu interno decidiu ir morar no vilarejo abaixo, e já parcialmente mobiliada com futons na sala, uma pequena mesa de centro vermelha, uma mesa de seis lugares e os eletrodomésticos da cozinha, além de um armário no quarto e uma cama grande. A casa não era grande, pelo contrário, mas era adorável; seguia o estilo tradicional como o resto de todo o lugar com as paredes finas e brancas, a estrutura aparente de madeira escura e os móveis todos no mesmo seguimento — eram lindos embora os futons baixos fossem quase torturantes de alcançar com a barriga no caminho. Havia dois quartos na casa e um deles eu usaria para os gêmeos até sairmos daqui de uma vez, eu estava pensando em algo com bichinhos e uma floresta bem verde, com muitas pelúcias e brinquedos de madeira. O jardim era mediano e separado das outras casas por uma baixa cerca e com uma grama mais escura, assim como pequenas árvores ornamentais cortadas como bonsais. Era quase um pequeno paraíso só para mim.

 

Para mim e para Naruto porque eu simplesmente desisti de fazer tudo sozinho após tentar me abaixar para pegar uma mala e não chegar nem na metade do caminho. Então, depois da consulta de rotina na parte da manhã, eu estava puto mas eu estava puto e ia escravizar o loiro até eu me cansar, e ele sabia bem que tinha muita merda que fez e que pagaria, infelizmente não em silêncio porque Naruto tagarelava mais que um papagaio recém ensinado a falar. 

 

Apesar da casa estar perfeita em questões de integridade ela estava bem suja em muitos aspectos, como poeira ou muitas folhas no jardim, provavelmente provindas do último morador em uma semana super agitada com a mudança e sem tempo para isso, então enquanto a praga Uzumaki estava no andar superior colocando as lâmpadas dos cômodos e limpando lugares altos que eu não conseguia chegar eu estava no inferior, faxinando especificamente a cozinha gora. Não era um trabalho fácil por dois pontos importantíssimos: eu nunca limpei uma casa na vida toda e lugares como balcões, a ilha ou até chegar na pia eu tinha que ficar meio de lado, já que a barriga estava no caminho de tudo, então limpar o balcão da ilha e lavar as prateleiras da geladeira  foram as piores coisas até o momento. Ao menos todos os “vizinhos” das casinhas ao lado já tinham vindo nos dar as boas vindas, nos trazendo limonada, cookies e docinhos. 

 

— Oe já acabei lá em cima. —  Naruto desceu os poucos degraus entre um andar e outro, estava trazendo um saco de lixo pela metade, um balde vazio, rodo, vassoura e um pano sujo no ombro. — É pra ir pegar nossas roupas agora? 

 

Apenas me virei de costas, fingindo estar ocupado demais esfregando o cooktop já totalmente limpo, eu podia ver meu reflexo nele mas não queria encarar Naruto, ainda que eu estivesse vendo seu reflexo ao meu lado. 

 

—  Dá pra falar comigo, Sasuke? — ainda não respondi e voltei a pia, enxaguando o pano e, com um pouco de esforço e ajuda de uma cadeira, eu consegui me sentar no chão para limpar os armários inferiores. —  Que inferno, para de limpar! 

 

Ele gritou e se ajoelhou ao meu lado, segurando meus pulsos e enfiou a cara bem próxima a minha, estava irritado com as sobrancelhas unidas e os olhos azuis brilhando de raiva. 

 

—  Eu sei que fiz merda na festa e em não te contar sobre o interrogatório, mas… 

 

— Mas nada! — puxei meus braços de volta e o encarei finalmente, eu já estava chorando nesse ponto. —  Que porra! Vocês prometeram! Itachi prometeu! Você! Todos mentiram, vocês prometeram! Isso é sobre mim, sobre mim, é a mim que querem matar, é a mim que vocês escondem tudo! Eu estaria mais tranquilo, mais seguro, se eu soubesse disso desde o início, mas é mentira atrás de mentira, eu não confio em você, não confio na minha família, não confio em ninguém! —  desabei e não o encarei mais, não conseguia, eu apenas encarei o lado oposto e suspirei, recuperando o fôlego. — Como acha que eu me sinto sabendo que Tobirama está caçando a mim e a meus filhos na barriga? Ele pode estar, literalmente, no portão com um cartaz escrito o meu nome e eu não sei! 

 

—  Fui eu! Se quer ficar puto com alguém fica comigo! — ele gritou quando eu acabei e, lentamente, virei a cabeça em sua direção, seus olhos estavam vermelhos e pesados como os meus deviam estar. —  Fizemos o interrogatório e Shisui vendeu você, ele vendeu as informações de onde estávamos, vendeu a localização da mansão que foi atacada, vendeu a informação de onde sua casa ficava em Konoha, foi ele, ele envenenou meu irmão, seu primo e Madara foi envenenado no seu lugar, ele ia te matar! Kiba está ao lado de Tobirama e foi Ino quem rendeu a ele todas as informações sobre você, ele sabe tudo, o que você veste, o que você come, os seus lugares favoritos, Gaara deu a ele pertences antigos que estavam com ele. Todos eles te venderam, seus amigos te venderam. Sasori gritou na cara de Deidara que, todas as noites depois dos abusos, ele estava dando remédios contraceptivos e abortivos pra ele e seu primo contou detalhadamente como abusou do seu irmão desacordado. Foi Shisui quem apresentou Sasori para Tobirama, foi ele e então o Akasuna apresentou seus amigos. Aparentemente ele estava esperando você fazer dezoito para te pegar, mas aí você e eu começamos a sair e engravidou e ele está com medo de perdê-lo, então acelerou o processo.  — ao fim eu estava chocado, em pânico e encolhido, Naruto suspirou e se sentou à minha frente, o rosto escondido entre as mãos suspirando. —  Seu irmão entrou em um pânico tão grande que desmaiou e Deidara teve um surto, precisou ser dopado… Era coisa de mais, merda de mais e eu… eu só queria te ver bem, seguro, você melhorou só agora, os bebês estão bem só agora e eu queria vocês saudáveis e felizes, eu não queria estragar isso, eu juro que ia contar mas…

 

Eu entrei em pânico, literalmente. Minha respiração parecia cortada e me encolhi mais, minha visão estava se embasando conforme eu chorava mais e mais. Meio que imaginava que Shisui, mesmo depois de tudo, não fosse tão podre, estava imaginando que ele não tinha ido tão longe assim e que a associação com Tobirama era recente mas foi ele, ele causou tudo, toda a dor e todo o medo, minha quase morte… Ele fez tudo, eu estava literalmente dormindo ao lado do meu pior inimigo. Então foi por isso que, na noite em que contei da gravidez para Shisui ele apareceu tão rápido, ele tinha entrado novamente não para chorar mas sim para ligar a Tobirama. 

 

—  Me desculpa, eu não devia ter gritado isso, me desculpa. — senti meu corpo ser abraçado enquanto o loiro me fazia carinho, me apertando contra seu peito. —  Me desculpa, você está bem? Está com dor? 

 

Não respondi, apenas puxei o balde jogado para perto e vomitei tudo o que tinha, de uma só vez. Ainda não conseguia respirar bem e estava tremendo, mas eu me sentia tão apavorado que nem manter algo em mim eu conseguia, tão pouco o ar.

 

— Tudo bem, tudo bem. —  o ouvi sussurrar enquanto segurava minha testa, levantando minha cabeça do balde, parando de subir cada vez que eu vomitava mais, até ter terminado totalmente, então deitou minha cabeça sobre seu ombro, me fazendo carinho. —  Respira, respira bem fundo, vamos… 

 

Segui o que ele falava, fechando meu olhos para respirar mais profundamente, sua mão livre segurou as minhas e ele estava tão quente em comparação ao meu corpo frio. Cada vez que eu chorava ele beijava minha bochecha e pedia para eu me acalmar e aos poucos deu certo. Ficamos nisso até eu parar de tremer e ele se levantar, tirando o balde vomitado da cozinha e voltar para me ajudar a levantar e lavar a boca na pia. 

 

—  Me desculpe. —  sussurrei baixinho depois de cuspir água pela terceira vez enquanto ele passava a mão gelada em minha nuca. —  Me desculpe, eu… 

 

—  Está tudo bem, não foi sua culpa, eu também ficaria puto se fosse comigo. —  ele sorriu pequeno mas eu não consegui o fazer de volta. — Vem, vou te colocar para descansar. 

 

Haviam poucas coisas aqui, poucas roupas e coisas assim, mas ele me levou o andar superior no colo, me deixando no futon do quarto, realmente havia feito um bom trabalho aqui, já havia até colocado lençóis limpos e limpado tão bem que eu podia sentir o cheiro dos produtos perfumando o ambiente. 

 

— Você e o bebê estão bem? — o vi se ajoelhar ao meu lado e alguns beijinhos foram dados em meu rosto. — Me desculpa, eu não queria gritar tudo aquilo, foi demais para você. 

 

— Não, tudo bem, acho que a culpa foi meio que minha. — disse baixinho e me virei de barriga para cima, suspirando sem o encarar. — Que porra de caos… eu me sinto tão… não sei, parece que eu sou só uma peça de carne jogada de um lado para o outro, alguém que pode ser comprado. 

 

Naruto segurou em minha mão e a beijou também, fechando os olhos ao encostar a testa sobre ela, ainda a segurando de olhos fechados. 

 

— Você é meu noivo e eu vou te proteger, você é meu mundo e está carregando toda minha vida no ventre. — vi seus olhos se abrindo novamente e seu sorriso aparecer. — Quer falar com seu irmão ou alguém? Preciso ir pegar o resto das nossas coisas. 

 

— Não quero, não consigo falar com ninguém agora.. — sussurrei e segurei sua mão, me ajeitando e fechando os olhos. — Só fica até eu dormir, por favor. 



 

Não demorei a dormir realmente, logo eu estava apagado na cama e sequer vi o tempo passar, quando acordei novamente tudo estava escuro apenas um abajur ligado do outro lado do quarto no chão mesmo já que ainda não tínhamos uma mesinha ainda. Havia barulhos no andar inferior então deixei a cama de lado e fui ao banheiro — e realmente o loiro tinha se esforçado bastante para deixar o andar superior impecavelmente limpo — para lavar o rosto e escovar os dentes antes de descer os degraus aos pouquinhos, só por precaução, olhando antes de realmente anunciar que eu estava acordado ali. Obito estava na cozinha lavando alguns milhares de vegetais e folhas, os colocando em potinhos sobre a ilha em seguida. 

 

— Boa noite, Sasuke. — ele disse, me fazendo dar um pulinho no lugar. — Ouvi você andando no andar superior. 

 

— Boa noite. — disse me recuperando do susto, as vezes esqueço que meu primo é sobrenaturalmente bizarro. — Cadê o Naruto? 

 

— Arrumando suas roupas, Kushina está dando um sermão nele sobre como cuidar de uma casa ou algo assim. — ele balançou os ombros e eu me aproximei da bancada. — Sasuke, papai disse que ia vir aqui e se te visse trabalhando ele ia me bater pois é pra eu cuidar de você, então pelo bem da minha bunda, senta na mesa, por favor. 

 

Sorri pequeno e fui até a mesa e peguei uma das cadeiras, a arrastando até a janela da cozinha, onde eu queria colocar um banco comprido e fazer uma mesa de café. Estava já de tardezinha, anoitecendo e o céu estava meio roxo, frio e as plantas do jardim balançavam, a montanha fazia esses momentos em que o sol ia embora parecerem quase mágicos, com a neblina e todo o contexto do lugar florido e calmo, assim como as fontes naturais que brotavam em alguns pontos do instituto. Eu realmente estava feliz com a minha pequena casinha e essa vidinha que começamos agora, quase podia esquecer que havia um louco atrás de mim.

 

— Você fez compras ou Madara mandou você trazer? — perguntei ao notar que realmente havia uma feira completa sobre a ilha da cozinha. — Deus… tem comida demais pra duas pessoas.   

 

— Bem, papai disse que você precisava de comida e coisas pois era um adolescente e não saberia o que comprar então ele se encarregou de te dar uma compra do mês, panelas, potes e sei lá mais o que. — Obito disse fechando a torneira e secando as mãos, se virou a mim e encostou na pia enquanto movia os ombros em círculos. — Ele quer vir te ensinar a cozinhar amanhã também, disse que você precisa de uma nutrição adequada e que crianças precisam de papinhas específicas, enfim, o Madara sendo o Madara. 

 

— Bem, acho que pelo menos isso me poupou de uma parte chata, creio eu. — ri baixinho, mas foi de desespero, me levantei novamente e fui até a ilha, vendo os potes já lavados e sacos de linho com grãos e cereais, provavelmente porque tudo da montanha era artesanal e produzido organicamente. — Eu te ajudo a guardar, Madara não te xingar. 

 

— Se ele xingar eu te belisco. — ele murmurou e rimos juntos, logo vi uma caixa grande ser colocada sobre uma das cadeiras e ele começou a tirar as panelas para lavar agora. — Como estão? Digo, vocês e… os bebês? Naruto disse que você passou mal.

 

Demorei um pouco para responder pois eu sinceramente não sabia o que responder. Eu estava fisicamente bem? Não sei, ainda estava enjoado e com dor nas costas e pernas. Eu estava emocionalmente bem? Eu tinha certeza que não. 

 

— É confuso, eu acho. Parece que isso não tem fim, ele não desiste e a cada vez parece mais perto, parece que está consumindo tudo o que eu tenho pelas beiradas de pouco em pouco até que não reste nada para ele consumir e então ele vai vir e me pegar. — fui sincero e dei de ombros, gostava de falar com Obito porque ele era uma pedra, literalmente, se ele precisasse falar algo ele simplesmente falaria e acabou, não faria rodeios e não seria dominado por alguma emoção como raiva ou amor, sequer éramos próximos para algum sentimento assim intervir em suas falas ou julgamentos, eu tinha certeza qu e poderia vir aqui e dizer todos meus medos e ele não ia ter um texto motivacional pronto e piegas pra mim no fim. — Ele comprou a lealdade e o amor de todos, quem ele não conseguiu comprar ele tentou matar ou matou. Tobirama parece que vai me vencer, talvez antes mesmo de colocar as mãos em mim, mas vai me vencer psicologicamente, ele vai me destruir. 

 

Obito também não respondeu de imediato, mas eu sabia que ele tinha ouvido tudo pois seus olhos se viraram por um instante em minha direção, antes de ele desligar a torneira novamente e ir até a geladeira que agora também estava limpa, ele pegou um fardo de cervejas e abriu uma garrafa, bebendo até a metade de uma só vez. 

 

— Tobirama é uma maldita víbora, ele faz isso com todo mundo. — disse por fim, a voz lenta e cautelosamente centrada, como se ele já estivesse pensando nisso a muito tempo. — Sinceramente, não concordo com a criação de Itachi com você, sempre tão protegido a ponte de te deixar cego e se rumo, Tobirama é extremamente inteligente, tem a melhor educação com um treinamento militar de elite, ele te acharia até em uma floresta escura vendado e sem armas, você tem razão, ele está te vencendo pelo cansaço pois é isso que ele faz, foi o que fez com todo mundo e é o que sempre faz. 

 

Engoli em seco e sentei em uma das cadeiras da mesa enquanto desamarrei um saquinho de arroz para o colocar em um dos potes que havia ali. Eram até bonitinhos e pareciam aqueles herméticos que eu passava horas vendo no tiktok, eu até podia fingir ter uma vida normal assim. 

 

— O que eu faço? — perguntei enquanto suspirava e negava, fechando o pote. — Eu me rendo? Deixo vocês nadando contra a maré e espero quando todos estiverem mortos para ele me levar? 

 

— Não, você rouba uma arma e atira na testa dele. — disse e finalmente o encarei, nesses momentos Obito tinha a mesma expressão de raiva e soberania que Madara tinha. — Se deixar ele vencer é mais um, mais um Uchiha que ele vai engolir pelo ódio, pela raiva e pelo medo, ele sempre odiou nosso clã pela rixa entre as empresas Senju e Uchiha, Izuna foi um que se salvou do ódio dele, não desiste ou ele vence, vence a todos. 

 

Ficamos em silêncio, mas eu fiz que sim com o rosto enquanto ele encerrava a cerveja e voltava a lavar as panelas com uma nova recém aberta. Os grãos já estavam quase todos nos potes e os sacos dobrados sobre a bancada dos armários. 

 

— Mas você não me respondeu, os bebês estão bem? — tornou a dizer depois de um tempo. 

 

— Estão, Orochimaru-sama disse que provavelmente não vou chegar ao nono mês, então é bem provável que eles nasçam no fim do oitavo, mas vão tentar segurar o máximo que der. — respondi abrindo a dispensa para ir colocando os potinhos um ao lado do outro. — Eles estão bem pesados, então é um pouco difícil abaixar e ficar em pé por muito tempo, ou ficar sentado, eles apertam minhas costelas e pulmão, enfim… 

 

— E Itachi ainda quer te levar para descer essa montanha de novo. — o vi revirar os olhos e rir soprado. 

 

Tinha certeza que ele ia continuar falando e listar mim e um motivos pelos quais Itachi estava errado pelo simples prazer de xigar meu irmão por diversão mas a campainha tocou desesperadamente cinco vezes, não que tivesse servido de algo pois Rin entrou de toda forma com Höki em seu encalço, Kakashi ainda estava atrás com o dedo sobre a campainha meio perdido. Os conhecia desde que nasci pois eram os melhores amigos de Obito, ainda que brigassem a maior parte do tempo; Rin era médica pediatra e Kakashi — ironicamente — um ex policial que saiu das forças armadas para ser professor do fundamental, o que na minha visão não fazia muito sentido. Obito era padrinho do filho deles e, com certeza, seriam padrinhos dos filhos de meu primo. Mas nesse momento eu só conseguia ver uma rin saltitante pulando em minha direção após literalmente arremessar o filho para Obito. 

 

— Sasuke! Querido, que bom te ver! Eu nem tive tempo de te ver antes, você sumiu na festa. — ela disse tão rápido que fiquei tonto, apenas torci para que não conhecesse Kushina ou o mundo entraria em colapso. — Eu nem acreditei quando o Obito contou que você ia ter bebês, você era o nosso bebezinho, e agora vai ter bebês! Ai eu comprei tantos presentinhos! Já escolheu os nomes e a decoração do quartinho? Já montou? Posso ajudar? Ai tem tanta coisa que eu quero te ensinar! Quem vai ficar com você na sala do parto? Seu irmão? Ai também quero conhecer o seu namorado e… 

 

Obito apareceu atrás dela e passou a mão em sua boca, tampando sobrando apenas resmungos estridentes enquanto ele suspirava e piscava, tão atordoado quanto eu estava. Kakashi entrou finalmente empurrando os gêmeos de Obito, vestidos com fantasias de bichinhos, um leãozinho e um pinguim, ele acenou e sorriu. 

 

— Oi Sasuke, tudo bem? — perguntou tirando do carrinho vários sacos e os colocou em meu colo. — Rin, você precisa lembrar que os Uchihas são emos, não tem animação, vai gastar toda a bateria social deles de uma vez só, e esses são os presentes da Rin pro seu nenê. 

 

— São nenes! — ela finalmente se livrou da mão de meu primo sobre sua boca e sorriu, fazendo dois com as mãos. — Dois nenês! 

 

— Oh por isso que ele está tão rechonchudo? 

 

Rechonchudo. Eu estava rechonchudo. 

 

O silêncio foi sepulcral, Obito e Rin moveram as cabeças na direção de Kakashi tão lentamente que eu me assustei, mas estava absorto demais escolhendo entre ficar chocado, com raiva ou triste. Por via das dúvidas eu apenas comecei a abrir os presentes, eram fofos; vários body’s de cores clarinhas, todos com algum bichinho estampado, meias tão pequeninhas que só cabiam dois dedos meus nelas e sapatinhos piticos que cabiam na palma da mão. 

 

— Eles são lindos, Rin, obrigado! — sorri para ela e os guardei novamente nos saquinhos, para então me levantar apoiado na pesa. — Ainda não temos um quarto, então vou deixar no saquinho até eu poder lavar e guardar. 

 

Disse ainda que sua atenção estivesse focada em bater no marido com uma frigideira, Naruto chegou logo em seguida como um burro de carga com mochilas, caixas e sei lá mais o que, mesmo que eu não me lembrasse de ter tanta coisa assim conosco, ele deixou tudo na sala, sobre um outro amontoado de coisas e estralou as coisas. 

 

— Porque o velhote tá apanhando? Vou apanhar também? — ele desviou da confusão e veio até mim, me deixando um selinho rápido e um afago nas costas. — Mamãe, Itachi e a tropa estão vindo aí, não consegui impedir, você está bem? 

 

— Estou, estou. — disse e o abracei com um sorriso, realmente feliz de ele ter voltado. — Eu dou um jeito, relaxa… Oh ganhamos roupinhas, quer ver? 

 

— Roupinhas para os bebês? — ele disse mais animado agora e pegou as sacolas de minha mão, literalmente surtando a casa peça, principalmente uma creme a qual, dá metade para baixo, era o rostinho de uma raposa desenhada. — Essa é linda! Olha Sasuke, vai ficar muito fofo na Hima! 

 

— Hima? — finalmente Rin deixou o marido em paz e se aproximou de nós. — O nome é Hima? 

 

— Himawari e Kawaki. — Naruto sorriu e me abraçou de lado. — Sasuke escolheu! 

 

— Meu deus, são perfeitos! — ela sorriu animada e deu pulinhos. 

 

Eles voltaram a conversar animados sobre os bebês e coisas assim, mais conversa do que eu conseguia prestar atenção então fui até a sala, futricar nas coisas que Naruto tinha trazido e no geral eram os presentes do chá de bebê, tínhamos ganhado muitas fraldas e coisas de banho, além de roupinhas, caixas e caixas de roupinhas e eu tinha certeza absoluta que aquele brinquedo barulhento que faz barulho de explosão sempre que bate em algo era coisa do Deidara. As outras coisas eram basicamente coisas de casa que alguém devia ter comprado para nós — eu te amo Naruto, mas sei que alguém comprou porque você não teria o bom senso estético de comprar cortinas areia para combinar com o tapete avelã escrito “bem vindo”. 

 

Eu estava dobrando as coisas e as separando em categorias para guardar quando senti duas pequenas mãos em minha barriga, afastei uma toalha apenas para ver Höki com as mãozinhas em mim.

 

— Nenê! — ele murmurou e fez um carinho desajeitado, eu fiz que sim e elevei a blusa para ele ver a barriga. — Nenê na barriguinha? 

 

— Sim, nenê na barriga. — lhe disse sorrindo e o ajudei a sentar no sofá ao meu lado, ele riu e bateu as mãozinhas brevemente contra os montinhos que subiram quando os bebês acordaram. 

 

— Höki pode pega no colinho? — ele esticou ambas as mãozinhas para mim, as abrindo e fechando, como se os pedisse e eu ri, negando. — Toma cuidado! 

 

— Eu sei que vai tomar cuidado, mas não posso tirar eles de dentro da minha barriga. — eu disse quase incrédulo, como eu explicaria para ele que as crianças estavam presas a mim e não conseguia simplesmente tirar e colocar quando eu quisesse?  — Eles ainda precisam ficar aqui mais um pouquinho se não podem nascer doentinhos. — olhei em um quase pânico para os pais daquela criança mas Rin estava ocupada ensinando algo com fraldas para Naruto e Kakashi estava mostrando para o meu primo que conseguia beber cerveja sem as mãos… eu acho que era isso, ao menos.  

 

Mas isso pareceu satisfazer o garotinho por hora e ele fez que sim, descendo do sofá dizendo que queria ajudar, então dei a ele uma sacola dando os lixos de etiquetas ou sacos plásticos para  que ele jogasse fora e ele permaneceu ali me ajudando quietinho, vez ou outra brincando com algum brinquedinho que havia no meio da bagunça ou experimentando as chupetas para ver qual era realmente boa para os bebês. Era adorável como ele fazia as coisinhas em seu próprio tempo e me dava “dicas” sobre as coisinhas como “veja tio, essa pepeta é muito dura” ou algo assim, mas logo o furacão “minha família" entrou pela porta com Kushina vindo na frente guiando o bonde e madara logo atrás com Minato, Itachi, tio Hashi e Deidara vindo. 

 

— Chegamos! — a ruiva disse em um tom bem alto e deixou sobre a mesa mais caixas. — Oh Sasuke, aqui estão o resto dos presentes do chá de bebê, e nós trouxemos o que sobrou das comidas também. — ela disse, uma certa cautela ainda pelas confusões anteriores. 

 

Não acho que eu estivesse totalmente bem ainda, eu estava meio irritado e cansado apesar de ter acordado a meia hora mais ou menos, mas fiz sim para ela, pegando um dos pratinhos do bolo que me ofereceu, muito feliz de não ter que levantar do sofá para comer e muito menos lavar a louça pois tenho a mais absoluta certeza que meu tio encarrega Obito de lavar a louça que estavam sujando ao pegar os pratos que eles mesmo trouxeram para comer bolo ou salgadinhos, deixei o pratinho sobre a barriga para ver o caos que minha nova casa se tornaria em alguns momentos. 

 

— Sabemos que você quer fazer as coisas do seu jeito, mas queríamos ajudar vocês agora que os bebês estão bem grandinhos e vocês decidiram morar sozinhos. — Madara disse me trazendo um copo de suco e um prato com uma torta salgada. — Aliás, como foi a consulta mais cedo? 

 

— Eles vão nascer mês que vem. — disparei de uma vez, fazendo todas as pessoas ali pararem com as bocas abertas em choque, inclusive Naruto, pois eu ainda não havia contado o resultado dos exames. — Orochimaru disse que eles são muito grandes, eu não vou conseguir chegar até o nono mês, mas vão tentar segurar o máximo que conseguirem durante o oitavo. 

 

— Meu deus, mas já? — Kushina disse, aflita enquanto vinha ao meu lado. — Mas vocês não tem nem berços ainda, o quartinho não tá pronto… Sasuke não foi em todas as aulas. 

 

— É, precisamos montar isso logo. — eu disse, mantendo minha calma perfeita enquanto pegava agora a torta salgada, era engraçado de ver o prato em cima da barriga pois os bebês chutavam e ele balançava. — Mas eu já sei como eu quero, então só preciso comprar as coisas. 

 

— Mesmo assim ainda é muita coisa, precisa comprar muita coisa. — Minato disse agora, de braços cruzados, visivelmente preocupado. — Pode contar conosco, ok? No que precisarem vamos ajudar com certeza.

 

Pobre Minato, mal sabe ele que eu já estava sim cotando ele para ajudar a montar os móveis — pois se eu depender da inteligência do meu noivo eu vou ser avó e o berço não vai estar montado ainda. 

 

— Quero descer um pouco no vilarejo amanhã para isso, eu to aqui desde que cheguei a meses. — disse e não era mentira, realmente estava cansado dessa “calmaria perfeita” da ala lagarta. — Vocês podem ir se quiserem, eu estava querendo algo com floresta, mas nada muito verde e com girafas, não quero esses quartos padrões, sabem? Queria algo com montanhas, ursinhos… Hum algo que remetesse mais ao frio. 

 

— Posso pintar para você! — Deidara se ofereceu e elevou uma mão, era a primeira vez em semanas que falávamos diretamente. — Também posso costurar ursinhos e fazer escuras, pintar quadros! 

 

Apesar dos pesares, estava irritado com ele também, mas talvez ele só estivesse afastado por causa de tudo. Talvez precisasse de um tempo. Eu fiz que sim para ele, não respondi, mas acenei positivo em sua direção e dei um meio sorriso. 

 

— Sasuke, se quiser, pode me dizer como quer os móveis, eu posso montar! — agora foi tio Hashi que se ofereceu. — Sou bom com marcenaria e coisas assim, é só me dizer e eu faço! 

 

— Eu sei que vou ter ajuda, eu chamo quando começarmos a montar o quartinho, mas agora nós precisamos montar a casa e depois pensamos nisso, tem muita coisa pra fazer ainda. — murmurei me mexendo para levantar do sofá, levando os pratos que sujei para pia. — O que não temos precisamos colocar no lugar, além de ter muita coisa pra organizar e limpar. 

 

— Amanhã podemos descer no vilarejo, Naruto e eu já combinamos mesmo. — eu disse e roubei um pedaço de torta do meu noivo, puxando uma toalha de uma das milhares de sacolas sobre a mesa. — Eu preciso de um banho, vocês podem ficar conversando se quiserem, mas eu realmente preciso disso agora. 


 

Pedi licença e subi novamente as escadas, mesmo não querendo soar mal educado eu estava estressado e com dor no corpo, havia vomitado mais cedo e ainda estava cansado, tudo o que eu queria era um banho quentinho e deitar, mas ao menos pelo que conseguia ouvir eles já estavam se acomodando para ir embora de toda forma. Fui para o meu mais novo quarto e abri a ducha mesmo, o banheiro era bem menos luxuoso que a casa principal — aqui não tínhamos uma sauna ou um local separando a ducha da banheira, ambos eram juntos — mas era bem bonito com o chão em pastilhas escuras, uma estante-escada que nós ainda íamos decorar  e a banheira arredondada ficava no local oposto da janela, acima dela o chuveiro. Simples, bonito e meu. 


 

Meu banho foi rápido e quentinho, lavei os cabelos com os shampoos que Naruto trouxe quando veio para cima novamente, assim como minhas escovas de dente e, assim que eu sai, ele entrou. Ainda não tinha achado todas as minhas roupas e as poucas que achei eram apertadas ou agarradas de mais, então carinhosamente roubei-lhe um moletom e uma samba canção, indo direto para minha cama com mais cobertas que eu poderia contar, já que nosso sistema de aquecimento ainda não estava totalmente limpo e arrumado. Eu ainda podia ouvir alguns barulhos no andar abaixo, mas estava com preguiça demais para descer e ver quem ainda estava lá. 

 

— Cansado? — ele perguntou, havia demorado no banho e seus cabelos ainda pingavam, mas ele estava apenas de samba canção também e logo se deitou ao meu lado. 

 

— Muito. — murmurei e desliguei o abajur, deixando o livro de lado para me acomodar perto dele, suspirando aquele cheiro fresco de pele limpa. — Quem está ai? 

 

— Deidara e seu irmão decidiram ficar para ajudar a gente, amanhã vão com a gente no vilarejo, então decidiram dormir no sofá e organizar as coisas lá embaixo pra gente. — fiz que sim e me acomodei nele ao sentir suas mãos passeando em meu quadril. — Então, mês que vem? 

 

Fiz que sim com os olhos fechados e suspirei, deslizando o nariz em seu pescoço, ele soltou o ar com a boca e encostou a testa sobre meu ombro, uma mão fora para minha coxa acariciando o local. 

 

— Vai dar tudo certo. — murmurei para ele e abri meus olhos novamente, Naruto estava com o rosto escondido em meu pescoço mas eu pude sentir a tensão em seu corpo. — Ei, quer estrear a casa nova? 


 

Ri dele quando pulou no lugar e vi aquele sorriso florescer novamente, ele fez que sim e me beijou, virando na cama comigo por cima, suas mãos passeavam entre minha coxas até a bunda, apertando com força e parando apenas para estapear. 

 

— Shiiu não podemos fazer barulho. — murmurei ofegante quando um tapa estalou em mim. — Nossos irmãos estão no andar abaixo!

 

— E daí? Estamos no segundo andar… eles não vão ouvir! 



 

Deidara PVO


 

— Eles estão transando? — Itachi perguntou, de costas para mim enquanto deixava uma pilha de lençois em cima da mesa. 

 

Fiquei em silêncio alguns momentos, um som alto de algo batendo contra um gemido manhoso de Sasuke, em seguida batidas ritmadas. Fiz que sim.

 

— Intensamente. 

 


Notas Finais


Deixem mimos para a autora <3


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