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História Criminal - Capitulo 28


Escrita por: chaotic_vhs

Notas do Autor


Olá, espero que gostem <3 é o último capitulo do penúltimo arco, no próximo passamos para a parte final da fanfic

Capítulo 28 - Capitulo 28


 Sasuke PVO 


 

O dia da festa finalmente chegou e eu estava uma pilha de nervos, Itachi havia decidido que íamos de toda forma para o tal almoço da mamãe e tudo o que eu não queria era descer e pegar estrada agora que completei sete meses. Minha barriga estava grande e era desconfortável ficar sentado, os bebês estavam agitados a todo momento e eu só queria ficar, montar o quartinho deles e viver minha vida em paz. Sequer fazia sentido descer com Tobirama à espreita, Kiba estava ao lado dele então ele sabia quem eram meus amigos, sabia os lugares que eu frequentava. Eu simplesmente não queria descer de novo, reviver aquele pesadelo e aquela cara de insuportável de meu pai, o teatro fingindo de minha mãe, mas até tio Madara veio conversar comigo, dizendo que era bom eu tentar, que minha mãe me amava apesar de tudo e que todos nós merecemos uma chance de tentar. E o pior de tudo era que Deidara simplesmente decidiu que não queria mais falar comigo, eu tentava sempre andar com ele, o chamar, sentar a seu lado mas ele sempre tinha uma desculpa para não ficar, um motivo que o fazia sair e ir para outro canto menos estar ao meu lado e, nesse momento, eu só queria um amigo. 

 

Tudo bem. Eu sou bom em ficar sozinho, sempre foi assim. 



 

Kushina entrou na ala Uchiha logo às oito da manhã batendo panela e gritando que deveríamos acordar logo pois as festas começariam em breve, porém aparentemente Itachi e Obito já estavam acordados á algum tempo, era até engraçado ver eles tentando cuidar dos gêmeos sozinhos quando Madara estava dormindo; era sempre um caos, Obito estava tentando trocar a fralda de um deles enquanto Itachi brigava com o outro que se recusava a pegar a mamadeira apesar da fome. Ao que tudo indica ambos aceitaram que duas crianças era um trabalho difícil demais para um só fazer e entraram em um consenso onde eles podiam se odiar em paz mas ainda se ajudariam. Parecia bom, considerando que sequer podíamos chamar os dois para almoço de família quando tinham a minha idade pois nem mesmo conseguiam dividir a mesma mesa. Assim que eu saí do meu quarto, já devidamente vestido com um kimono preto com o símbolo Uchiha brilhando na seda sobre meu peito e costas, meu irmão empurrou o bebê em meu colo pedindo  —  pelo amor de algum deus ou divindade existente —  para eu o amamentar pois eles não tinham se apegado a nenhum jeito às mamadeiras, chuquinhas ou bicos artificiais, nem se o leite estivesse morninho ou fosse alguma doação do banco na clínica, eles recusaram na hora, precisava ser do peito e na hora. Eu sinceramente não liguei de o amamentar novamente, apenas me sentei em minha poltrona perto da janela com Naruto massageando meus pés enquanto o resto da casa ruiu no próprio caos. 

 

— Precisamos ir logo! —  Kushina avisou correndo de um lado para o outro enquanto tentava abotoar um brinco e Minato estava atrás dela, sem um dos sapatos e tentava puxar o zíper de seu vestido laranja semi aberto. —  Konan me ligou dizendo que os convidados já chegaram! 

 

—  Sasuke está amamentando. —  Naruto avisou com a voz arrastada de sono. —  Ele precisa acabar aqui. 

 

—  O problema não é esse —  a ruiva disse histérica, desistindo dos brincos e os jogou para longe, o marido finalmente conseguiu fechar o vestido e suspirou aliviado. — As coisas ainda não estão prontas! E você e Hidan? A tal surpresa de vocês já está pronta? —  meu noivo fez que sim, era a terceira vez que ela perguntava. —  Minato, cade seu sapato? — o loiro mais velho levantou os braços e negou, ele não sabia e foi o bastante para lhe render um cascudo. 

 

—  Pai eu estou bem! — Obito disse irritado, tentando tirar Hashirama de cima de si, ainda tentando se acertar com a criança lhe chutando para não ser vestida, eles tinham quantos meses mesmo? Um? Dois? Três? eu me perdi na contagem já. — Meu cabelo já está bom e eu não vou colocar esse terno neles! 

 

—  Deixe de ser ruim. — Madara resmungou atrás do filho enquanto balançava um chocalho, ele ainda estava de roupão com o cabelo enrolado em vários bobes coloridos. —  Seu pai só quer ajudar.

 

— Arrumado nada, olha esse cabelo! —  Hashirama disse em um desespero, era a primeira vez que eu o via realmente adiantado e empenhado seriamente em algo, ele segurava um gel e fixador de cabelo em uma das mãos e um pende na outra. — E os terninhos são lindos! 

 

—  São desconfortáveis e, fala sério, eles são tão florescentes que dá pra ver do espaço, pai! Por que, diabos, você comprou ternos azul e violeta? — meu primo finalmente se rendeu, respirando pesadamente enquanto revirava os olhos e deixava o pai lhe arrumar os cabelos naturalmente arrepiados. 

 

—  Azul e violeta? —  Madara voltou a dizer, unindo as sobrancelhas e pegou a caixa sobre a mesa de centro, abrindo para as fechar e dar com ela sobre o marido. —  Eu disse pra comprar o conjuntinho preto! 

 

— Ai é tão sem graça! —  ele reclamou da caixada em si e se afastou do filho, agora sorria orgulhoso e suspirou. —  Veja como está lindo! 


 

Finalmente desviei os olhos do bebê para olhar a Obito e não aguentei, imediatamente tive a maior crise de risos da minha vida; ele estava com o cabelo todo lambido para os lados, tão rentes e fixos que pareciam fazer parte de sua pele, mas um único tufo rebelde estava arrepiado em um ângulo reto e perfeito para cima, o deixando como um Et ou antena. Para completar, Hashirama ainda colocou uma gravatinha borboleta vermelha nele. Eu estava rindo tanto que cheguei a engasgar no lugar e Naruto estava no chão rolando de um lado para o outro, Madara riu tanto que sequer emitiu algum som, se escorando na parede.  

 

—  Lindo do pai! —  Hashirama disse e tirou uma foto com a polaroid 

 

Mas eu soube que a desgraça de Obito estava completa quando Deidara entrou na ala com um bolo gigante cheio de glitter com várias flores desenhadas e glacê verde, de relance eu vi o topo escrito “eu sou vovô”, com certeza era ideia do meu tio. Ele parecia confuso, mas se dirigiu a meu tio. 

 

—  Hashirama-sama, o bolo que o senhor… 

 

Ele não terminou de falar, foi simplesmente puxado pela camisa e o bolo dado a Madara, que quase o derrubou pela surpresa, se ambos estavam saindo ou não, meu primo estava vermelho com um pimentão e totalmente sem reação. Deidara fora sentado ao seu lado no sofá e Hashi vestiu o neto rapidamente com o blazer realmente fluorescente, a luz chegava a refletir naquela monstruosidade, dando a criança chorosa ao loiro. Outra foto tirada com o flash tão forte que eu mesmo não consegui enxergar mais por alguns segundos. 

 

—  Lindos! —  ele exclamou dando pulinhos e deu as costas, saindo da sala. —  Vou colocar no álbum de família! Tsuna, vem tirar foto com seu irmão!


 

Eu ainda não conseguia para de rir, Deidara estava confuso esfregando um dos olhos enquanto tentava entender o que estava acontecendo ao seu redor, Obito estava imovél no lugar e nem sequer piscava, Minato e Kushina ainda estavam discutindo pois, aparentemente, meu sogro perdeu o sapato e não o encontrava em lugar algum e Madara estava com o peito e queixo sujos de glacê, resultado do muito provavelmente “acidente” de alguns segundos atrás. Itachi chegou novamente à sala, já também vestido com uma roupa social olhando para os lados. 

 

— O que aconteceu aqui? Por que o Minato ta de quatro entrando embaixo do sofá?  Por que o Madara tá sujo de bolo? Por que o Obito está parecendo um pastor e… Ah eu nem vou terminar de perguntar. — ele desistiu assim como eu desisti de tentar entender , ele apenas se colocou ao lado de meu primo e o cutucou algumas vezes. — Que porra é essa no seu cabelo? Tá duro igual pedra. — ouvi um “tuc tuc” e percebi que era Itachi batendo contra a cabeça de Obito, o cabelo estava literalmente como um capacete. 

 

— Por Deus… que caos. — eu ri baixinho deles e neguei, desgrudando Koichi do meu peito quando ele finalmente pareceu largar o bico, empurrando o rostinho para o outro lado, arrumei devidamente minhas roupas e o ergui um pouco a frente, sorrindo. — Está cheinho? Agora você pode… — não terminei pois, assim que o ergui um pouquinho ele arrotou e gorfou boa parte do estômago em mim, tanto que escorreu do meu ombro até o estofado e respingou em minha coxa. — Ah puta merda! 

 

Gritei o afastando de mim, o bebê simplesmente riu e balançou as perninhas feliz como se ele não tivesse arruinado a  minha linda roupa e me deixado pegajoso com seu vômito. Eu entendo que ele literalmente só tem leite na barriguinha, provavelmente só o meu leite, nesse ponto, mas eu preferia que ficasse em sua barriguinha e não em mim. 

 

— Meu deus. — Kushina gritou vindo em minha direção com um pano em pânico, queria limpar aquilo mas eu duvido que houvesse uma salvação. — Sasuke…

 

— Não dá pra limpar. — disse tentando não transparecer meu mau humor, lhe entreguei a criança e me levantei. — Vão indo na frente, vou tomar outro banho. 


 

Deixei a sala para trás com meu irmão tentando escavar o cabelo de Obito e tirar o gel, laque, pomada ou seja lá o que Hashirama passou nele, Naruto veio comigo seja por medo da mãe ou de mim se eu fosse deixado sozinho, mas pelo menos veio. 

 

Eu estava tão irritado, tão puto e tão cansado que estava chorando só de raiva, amaldiçoando Deus e o mundo todo naquele momento enquanto o loiro desamarrava os cordões e laços do kimono, os deixando sobre o cesto de roupa suja. 

 

— Você precisa se acalmar. — ele disse baixo, me virando de frente antes que eu lhe xingasse pela frase clichê. — Vamos ter dois bebês, roupas sujas de vômito é o que você menos tem que se preocupar agora. 

 

Abri a boca algumas vezes para falar mas desisti, ele estava certo e eu sabia disso, mas estava tão frustrado que eu só queria chorar. Eu estava tão animado para usar essa roupa, havia a separado dias antes, mandado lavar e passado, além de pedir para bordarem os símbolos do meu clã com o de Naruto nas mangas. 

 

— Eii, chega de chorar. — disse, o mesmo sorriso iluminado de sempre, Naruto segurou em meu rosto quando eu já estava todo despido e me deu alguns beijinhos nas bochehcas. — Vamos tomar um banho,você precisa vr a surpresa que eu fiz para revelar o sexo dos bebês, vai adorar! 

 

— Tudo bem, tudo bem. — suspirei, enxugando as lágrimas e o abracei. — Já está quase na hora…

 

— Quase. Dois e meio! — sorri e o beijei na bochecha também. 


 

Meu banho foi rápido, apenas para tirar o cheiro de vômito de mim, ainda que eu tivesse de toda forma o trabalho de arrumar meus cabelos, refazer os poucos curativos que restaram dos tiros e machucados que ainda jaziam em mim e passar hidratante no corpo novamente. Naruto ajudou no que podia, deslizando o creme por minha pele em uma massagem gostosa em todo o corpo e eu quase estava desistindo de ir para a maldita festa para ficar nesse quarto com o meu loiro massageando minhas costas e brincando com os bebês, mas quando Kushina ligou pela terceira vez tivemos que ir e eu acabei vestindo roupas de Naruto mesmo; uma calça de moletom preta e uma camiseta preta com o rosto de uma raposa estampado. 


 

A festa em si estava linda, realmente. Uma mesa grande e comprida para os convidados, flores azuis e laranja as enfeitando e mais algumas espalhadas pelo local, estava abaixo de um pergolado montado ao ar livre junto ao buffet, mais a frente um pequeno palco montado e… eu não tinha entendido bem o ringue de boxe improvisado ao lado, mas como Naruto me pediu para relaxar que era parte de sua surpresa eu apenas tentei o fazer. Obito havia convidado seus amigos também, Obito e Rin, assim os três conversavam junto à Deidara no fim da mesa com o casal segurando os gêmeos no colo, o loiro me deixou para ir arrumar algo de sua surpresa e a mim restou sentar ao lado de Utakata, que logo sorriu ao me ver. 

 

— Sasuke! Quanto tempo a gente não conversa! — ele sorriu a mim e deixou sobre a própria barriga um pequeno pratinho com torradinhas com queijo, particularmente achei muito prático. 

 

— Faz um tempo mesmo. — respondi acariciando a minha própria barriga. — Sua barriga está enorme! Está para ganhar? 

 

— Estou sim, ao fim desse mês, já até marcamos o parto e estou com tudo pronto. — ele disse, parecia reluzir de felicidade. — Estou animado mas com medo, sabe? 

 

— Nossa, já vai nascer. — comentei, talvez com mais medo que ele. — Posso ir ver seu quartinho depois? Ainda não fiz nada do meu. 

 

— Oh mas agora com o chá de bebê você vai ganhar bastante presentes e depois dele também,  ai vai poder montar seu quartinho. — ele sorriu novamente e colocou uma mão sobre minha barriga, fazendo redemoinhos com o dedo indicador. — E eu ia adorar receber você! Qualquer dia podemos descer ao vilarejo e comprar coisinhas! 

 

Íamos continuar  a conversa, mas então Kushina passou entre nós com uma pequena cesta de palha, dentro dela estavam plaquinhas com “Baby um - menino” e, quando se virava, trocava para menina e outras eram ao contrário mas falando do baby “dois”. O laranja ficou para o menino e azul para a menina, assim combinando com o resto da festa. 

 

— Dê o seu palpite! Logo vamos fazer a revelação! — ela disse animada ao meu amigo, logo Minato também mostrou uma cestinha com plaquinhas escrito “Obito”, “Sasori”, “Hidan” e “Kisame”. — Oh sim e também vota para o pai dos gêmeos do Shisui.

 

— Ele deu tudo isso de possíveis opções pra pai das crianças? — olhei incredulo. — Como ele deu pra tanta gente?  

 

Utakata fez suas escolhas e o casal saiu em passos mais apressados para sair de lá, não queriam responder. Apenas suspirei e neguei vendo que Uta acabou votando em meu primo mesmo para ser o pai. 

 

— Nunca te contam nada, não é? — ele me perguntou e eu neguei, suspirando. — Fizeram um interrogatório com o Shisui, sobre tudo, entende? Ele apontou alguns pontos importantes sobre Tobirama e sua tramóia e também alguns pais dos bebês, parece que ele dormia com eles em reuniões que a Akatsuki tinha com seus pais. 

 

Incrível como poucas palavras podiam acabar com meu dia. Toda vez que eu sequer pensava que as coisas estavam melhorando eu voltava à estaca zero e descobria mais coisas que me escondiam. Anui para ele e suspirei pesado tentando me conter, apenas me inclinei a pegar um copo de suco de um dos garçons e bebi até a metade, acho que seria justo eu cancelar o chá e não deixar ninguém saber o sexo, já que faziam o mesmo comigo. Pode ser até algo bobo, mas essa sensação de insignificância, de ser um peixe fora d'água e não saber nada era tão sufocante que eu sequer conseguia disfarçar minha expressão de descontentamento. 

 

— Eu venho já. — toquei no ombro de Uta que conversava com Kabuto e me deu um tchauzinho antes de levantar. 


 

Caminhei a passos bem pesados, desviando de qualquer pessoa que pudesse vir a falar comigo, para ir até meu irmão, o puxando da conversa com meu tio Hashirama. O puxei pelo braço até a parte de dentro da casa grande novamente e o leve até uma das salas, fechando as portas francesas dela. 

 

— Você descobriu do interrogatório. — foi a primeira coisa que disse e entendi o motivo de ele sequer ter pestanjeado em vir. 

 

— Ora ora, temos um Sheroke Holmes aqui. — cruzei os braços e ele se sentou na cadeira a minha frente. — Você aparentemente gosta de quebrar promessas, não é?

 

— Não aja como uma criança, Sasuke. — vi os olhos de meu irmão revirando e ele cruzou os braços, a expressão fechada e os braços cruzados me encarando, não me encolhi com a carranca dele e o encarei no mesmo tom de arrogância e intimidação. — Não te contamos pois era melhor assim. 

 

Uma risada irônica e baixa escapou de mim enquanto eu negava. Dei alguns passos para trás e me sentei no sofá, pensando em como não mandá-lo tomar no cu. 

 

— E quem decide isso? — comecei, minha voz saiu tão amarga que nem mesmo eu reconheci a frieza. — É sobre mim, é a mim que querem matar, é a mim que estão caçando, por que eu sou a porra do último a saber? Todos sabem, até as pessoas que nem tem a ver com isso, sabe como eu me sinto? Como um idiota, vocês me fazem de idiota. 

 

Itachi não moveu um músculo, ele se limitou a ficar parado me encarando por alguns segundos até elevar as sobrancelhas e desviar o olhar. 

 

— Sasuke, você está de sete meses, baleado, uma gravidez gemelar é difícil, começou a ganhar algum peso e melhorar agora, não acha que já tem estresse demais? Por que não nos deixa cuidar disso, te manter seguro? — ele disse, a voz estava controlada mas eu sabia que o fundo era de irritação, se levantou arrumando a roupa social negra que usava, vindo a mim e me ofereceu a mão. — Vem, vamos falar disso depois, vamos voltar para sua festa, relaxe um pouco. 

 

Fomos interrompidos quando a voz de Madara soou em um microfone, anunciando que Obito era o pai dos gêmeos e uma gritaria ensurdecedora soou, aparentemente os times que se dividiram em quem era o pai começaram a brigar enquanto meu primo gritava claramente “foda-se seus putos, eu sou pai”. Itachi fechou os olhos e respirou fundo, ainda me estendendo a mão. 

 

— Não é um bom dia, Sasuke, por favor, vamos voltar para festa e curtir o resto do trabalho duro que fizeram por você, se quer ficar com raiva de mim fique, mas pelo menos seja grato. 

 

Eu queria levantar e socá-lo, mandar enfiar aquela festa na bunda, xingar até sua quarta geração e de todos lá fora que mentiram de novo pra mim. Tão irritado que mal conseguia respirar, como sempre, Sasuke um bebêzinho idiota que precisa ser protegido. 

 

— Sai daqui, me deixe em paz. — virei o rosto, acenando para ele sair. — Eu não quero te ver agora, nem ninguém. 

 

Itachi pareceu começar a falar, mas ele estava tão irritado quanto eu e apenas bufou, dando as costas e saindo a passos duros da sala, ouvi a porta lateral a qual entramos sendo batida com força, abracei minha barriga e resmunguei baixinho. Eu me sentia tão sozinho, tapeado e bobo, reduzido a nada de novo e agora não conseguia confiar em nenhum deles, em nada do que diziam, só queria sumir com os meus bebês um tempinho, me esconder com eles e escondê-los do mundo cruel a nossa volta. 

 

Eu estava mesmo pensando em voltar para meu quarto e dormir, coloquei uma mão em minha barriga a apoiando para levantar enquanto caminha pelo corredor para sair dali, mas quando passei pela porta ouvi meu nome ser chamado no microfone, agora ainda mais determinado a sair dali, mas uma frase me chamou a atenção "Cadê o pai dessas crianças, já vai começar a revelação! Do lado direito temos o bebê menino pesando setenta e oito quilos e um e oitenta de altura, já do lado esquerdo temos o bebê menina com um e setenta e sete e sessenta e oito quilos e agora começa a disputa pelo sexo do primeiro bebê do Sasuke!”. 

 

Sai da casa às pressas querendo saber o que caralhos estava acontecendo e lá estava Naruto vestindo uma fantasia inflável de bebê com um short azul, Hidan estava a sua frente com uma fantasia igual com um, short rosa e Kakuzu estava fazendo a narração. 

 

— Quem vai apostar mais? Dole uma, dole duas…— e as pessoas se aproximavam deixando moedas em duas caixinhas no palco. — Oh vejam, lá está ele! A pessoa que está carregando as estrelas do dia! 


 

Kisame veio até mim, eu estava incrédulo e sem reação, ele me pegou por baixo dos ombros como se fosse nada e me levou para o palco, onde me sentou em uma espécie de trono e me colocou uma coroa de plástico.  Olhei pra plateia em pânico, Kushina estava tampando o rosto de vergonha, Minato olhava com uma cara de decepção para o filho que se exibia na fantasia, Obito me olhava rindo, como um vingança, Deidara estava desacreditado, Hashirama estava gritando e torcendo para os dois serem meninos e Madara alternava me olhar e a meu noivo desmiolado. O resto se dividia entre o choque e a torcida. 

 

Se houve algum dia na minha vida pior que isso eu não me lembro.

 

A luta começou com Kakuzu narrando como um comentarista profissional e Pain como juiz da luta. Os dois começaram a se enfrentar  no ringue e a torcida erguei as placas para tentar opinar sobre o sexo do primeiro bebê e eu só conseguia pensar que queria sair dali, me matar, qualquer coisa, até ter a brilhante ideia de esticar a mão a Konan, uma das primeiras da fila, e pedir um pouco de água e esperar. A primeira luta foi vencida pela menina que nocauteou o menino e lhe deu uma chave de braço, prendendo o pescoço com o braço direito e, o que estava ruim poderia piorar. Ah se poderia piorar e muito. 

 

Aparentemente as fantasias eram infláveis por um mini ventiladorzinho na parte de trás da perna e, quando você segura o ar em uma única parte, o forçando para cima ele precisa sair de algum modo, então a fantasia de Naruto explodiu na cabeça e os pedaços começaram a balançar como bonecos de posto, os cabelos loiros estavam balançando e o vento forte fazia sua boca balançar para todos os lados, Hidan teve uma crise de risos e rolou de cima de Naruto, rindo tanto até cair de barriga para cima e não conseguir se levantar mais e ficar balançando de um lado para o outro. Kakuzu parecia chocado e sem reação e Pain estava tentando tirar a fantasia do irmão, até ele de alguma forma a rasgar ainda mais e o ventiladorzinho se soltou do plástico e o acertou bem na testa e ele caiu para trás, como um saco de batatas bem acima de Hidan. 

 

Eu estava pensando em fingir que minha bolsa estourou com a água mas chegou a um ponto de desespero que eu a bebi porque sentia que ia infartar. A plateia nesse ponto estava tentando ajudar eles no ringue, Pain desmaiou e soterrou Hidan e Naruto parecia um doido com os cabelos pra cima e enrolado nos trapos da fantasia.  

 

— E o sexo dos bebês? Os dois morreram, quem ganhou isso, afinal? — Hashi perguntou e mais alguns concordaram com ele. — antes que Kakuzu pudesse falar alguma coisa, tomei o microfone de sua mão e me coloquei à frente.

 

— São um casal, um menino e uma menina, por favor, ignorem o idiota do meu noivo, e quanto as apostas, eu não tenho nada a ver com isso, cobrem Kakuzu. 


 

Deixei o microfone com o moreno novamente e desci do palco com a ajuda de Konan, fazendo que não para qualquer um que tentasse ao menos falar comigo naquele momento e andei a passos bem largos para dentro da casa novamente, me trancando no quarto o mais rápido que pude. 

 

— Deus, por que comigo? Por que abandonaste seu filho? 

 

Murmurei e me sentei na cama, tirando os cortunos e os deixando de canto antes de tirar  a calça e ficar só com a blusa elevada, acariciando minha barriga, os bebês pareceram acordar finalmente depois de quase um dia todo dormindo, o lado de fora estava um caos com pessoas gritando e não sei mais o que. Não era nem metade da festa mas eu sinceramente queria pular todas as brincadeiras, comidas ou o que fosse. Estava exausto, com dor de cabeça, enjoado e com dor nas costas, além dos pés estarem inchados. 

 

— Sasuke? — ouvi alguém batendo na porta, era Kushina. — Eu sei que Naruto  é um idiota e a supresa não foi como desejado mas, ainda podemos continuar a festa…

 

Me levantei e vesti a calça novamente para ir até a porta, a abri e me escorei no batente, suspirando e não fiz questão de arrumar o cabelo e nem descer totalmente a blusa, queria deixar bem claro que estou exausto. 

 

— Acho que não dá, eu não tô'

 me sentindo muito bem. — fui sincero e entrei novamente no quarto, me sentando em uma das poltronas. — Naruto me deixou tão irritado que me deu dor de cabeça, além d eu estar enjoado agora. 

 

Ela se aproximou de mim e se ajoelhou na minha frente, tocando a barriga e a acariciou um pouco, sorrindo com os pequenos chutes e fez que sim. 

 

— Eu sinto muito, querido,você precisa de algo? Posso te trazer um chá se quiser. 

 

— Bem, eu preciso de algo, sim. — comecei, cruzando os braços agora. — Porque não me contaram do interrogatório? 


 

Deidara PVO 

 

Quando Sasuke saiu do palco quem tinha apostado explodiu, Kakuzu disse que o dinheiro era para fazer o quartinho do bebê ou algo assim, Rin — esposa de Kakashi e mãe de um garotinho adorável, Höki, literalmente subiu no palco para bater nele e Kakashi foi atrás tentando a segurar para não matá-lo, literalmente. 

 

— Meu deus, o que isso aqui virou? — comentei incrédulo, ainda chocado pela ideia de girico de meu irmão para revelar o sexo. 

 

— Vamos tirar as crianças daqui. — Obito disse ao meu lado, ele era padrinho do filho de Kakashi e estava segurando o garotinho adormecido no colo, seu olhar estava incrédulo para a algazarra ali. — Por  todos os deuses… 

 

Concordei e empurrei o carrinho dos gêmeos para dentro, agora eles ficavam mais tempo acordados e brincando, estavam de três meses, quase quatro, e eram adoráveis. Os grandes olhos bem marcados como os de Shisui e o seus narizes eram pequenos e arrebitados, mas aquele rostinho redondo com grandes bochechas era de Obito, tinha certeza. Fomos para a ala Uchiha  novamente, mas ao passar pelo quarto de Sasuke pude ouvir a voz chorosa de minha mãe. 

 

— Eu nunca quis que meus filhos entrassem nisso, eu queria os proteger. — ela dizia e eu não consegui evitar de revirar os olhos. — Me esforcei tanto para eles ficarem seguros, longe das armas. 

 

Hipócrita. Não se esforçou. Eu me esforcei, eu criei meus irmãos mais novos, eu estava lá colocando juízo na cabeça dos mais velhos. Eu. 

 

 Ignorei aquilo e segui meu caminho, Obito estava na cama com Höki, lhe fazendo carinho enquanto tirava os tênis e jaqueta para dormir mais confortavelmente, ele o arrumou na cama com a coberta por cima de seu corpinho e eu fiz o mesmo com gêmeos quase adormecidos no berço, checando se eles não estavam com a fralda cheia antes e os acariciei um pouquinho para ter certeza que continuariam dormindo bem. 

 

— Ei, quer beber algo? — ouvi um sussurro em meu ouvido e me virei, fazendo que sim. — Vem. 

 

O escritório de Obito era acoplado ao seu quarto, em uma sala separada com duas entradas: uma para o corredor e uma para seu próprio quarto. Me sentei na cadeira de couro atrás da mesa, rindo a girá-la com o impacto. 

 

— Você está demitido, senhor Uchiha. — eu disse fazendo a mesma pose do senhor Burns dos Simpsons. 

 

— Oh assim sem mais nem menos? — ele riu pegando dois copos da cristaleira à frente da mesa,junto a uma garrafa de whisky. — Deixe ao menos eu servi-lo de uma bebida. 

 

O escritório em si era aconchegante, uma sala octogonal de madeira escura, as prateleiras nas paredes tinham várias caixas de arquivos e a escrivaninha estilo xerife antigo estava bagunçada com papéis, fotos e anotações. Alguns copos de café ou bebidas antigas e alguns maços de cigarro estavam empilhados no canto com algumas balas e um revólver desmontado. As paredes tinham algumas estantes de livros ou coisinhas que ele foi deixando ali, como mais caixas de balas, bebidas e um frigobar ao lado da cristaleira. Obito me serviu com um copo com gelos e veio a meu lado, ele me tirou da cadeira e me sentou na mesa com uma facilidade assustadora, eu pisquei e ele tinha me puxado pela cintura e me colocado sobre os papéis mesmo e se sentado na cadeira. 

 

— Parece que perdeu seu posto. — o Uchiha sorriu ladinho e bebeu sua própria bebida, descansando uma mão em minha coxa coberta pela calça de couro. — Está em uma posição complexa, Uzumaki. 

 

— Você ainda está abaixo de mim, Uchiha. — brinquei, literalmente eu estava o olhando de cima, o puxei com os pés para mais perto da mesa e me aproximei de seu rosto. — Pode ter pegado a cadeira, mas ainda está em maus lençóis. 

 

— Hum que ameaçador. — ele sorriu e soltou os cadarços dos meus sapatos e os jogou no chão, puxando meus calcanhares a estarem apoiados em sua cintura. — Pena que você ainda parece um coelhinho assustado pra mim. 

 

— Coelhinho, é? — ri dele e dei minha primeira golada na bebida. — Fetiches estranhos, Obito. 

 

— Você nem faz ideia. 


 

Nos beijamos, mais intensamente do que a primeira vez agora, ele tinha gosto de tabaco e álcool. Era mais intenso que Itachi, mais controlador que Sasori. Era único e voraz, profundo, como um leão abaixo da bela pele morena, com as mãos apoiadas no tampo enquanto vinha para cima de mim, se encaixando entre minhas pernas e me puxando para mais perto. 

 

— Coelhinho… 

 

Ele sussurrou para mim, baixo e lento, eu sorri e mordisquei seu lábio inferior, descendo as mãos por seu peitoral forte e abri alguns botões, expondo as cicatrizes e tatuagens, eu estava tão duro que achei que ia gozar só com o raspar da calça em meu membro. Obito era magnético, forte e voraz, ele me deixava excitado como nunca me senti, era como beijar o diabo, tão bom, tão… 


 

Padinho, não consigo mais mimir. — ouvimos a vozinha baixa do menininho no quarto ao lado e estagnamos, ele estava tentando abrir a porta, mas felizmente suas mãozinhas não conseguiam alcançar a trava. — Cade meu papa em minha mama? 

 

— Já vou, espera na cama! — rimos baixinho da situação e ele se afastou, o volume estava crescendo em si também. — Por deus… Me desculpe por… Tudo. 

 

— Não, eu estava de acordo e você não tem culpa. — sorri para ele e suspirei, soltando meu cabelo e me abanei, ouvimos um fino choro crescendo. 

 

— O nenê fez caquinha, padinho! 

 


Notas Finais


Não se esqueçam de deixar mimos para a autora e conferir meus outros trabalhos <3


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